Portal AuToCaRaVaNiStA - G.A.P. Grupo AuToCaRaVaNiStA Português - O SEU PORTAL DE AUTOCARAVANISMO GRATUÍTO, INDEPENDENTE, SEMPRE CONSIGO.

AS CASINHAS DO ANDRÉ - AGILDE - CELORICO DE BASTO


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
O André sempre ativo nos tempos livres
André Lemos, 29 anos, em 2016, reside na Freguesia de Agilde, Concelho de Celorico de Basto, Distrito de Braga, Portugal. O jovem André é o autor desta obra de arte, feita com a perfeição de um construtor profissional, com pormenores de arquitetura verdadeiramente fantásticos.
Situado numa encosta de pinhal e mato, os acessos são difíceis, não só para aceder ao local das construções, como o acesso à localidade de Agilde, com acessos muito acentuados para autocaravanas. Deixamos aqui um apelo a quem de direito, Junta de freguesia de Agilde, e Câmara Municipal de Celorico de Basto, para a importância ao nível do turismo, já que o André, com apoios e meios, consegue ser a maior atração de Celorico de Basto. 

Saber aproveitar isto, para fomentar o Turismo em Celorico, o comércio em geral, e o nome do Concelho que viu nascer o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está nas mãos das entidades competentes, ou seja a Câmara Municipal, e com poucos Euros de investimento para um retorno multiplicado muitas vezes. Se para isso é preciso uma pessoa visionária para dar um empurrão, então procurem apoio na pessoa mais visionária desta Terra, talvez do País, o Presidente da República.


            HISTÓRIA:

Agilde situa-se no extremo poente do concelho, no seu limite com o distrito do Porto Dentro de Celorico de Basto, confina com Fervença e Borba de Montanha. Encontra-se a cerca de dezoito quilómetros da concelho-sede. Em redor da freguesia, os achados arqueológicos de diferentes épocas são inúmeros, confirmando assim o seu precoce povoamento. O mesmo se dirá dentro da sua área. Na vertente sudeste de um pequeno morro, no lugar de Bouças, surgiu um conjunto de artefactos cerâmicos, que parecem ter sido fabricados na Idade do Bronze. Cacos a torno, um fragmento de tegulae e vários cacos lisos permitem formular a hipótese de pertencerem ao período Romano. 

Escala real
O Habitat de Veiga é datável da Pré-História, embora não haja elementos para uma localização temporal aproximada. Situava-se num pequeno esporão, entre duas linhas de água, ambas afluentes da ribeira de Redolhos. Em igual circunstância, no que diz respeito à datação, encontram-se os achados isolados de Tapada da Montanha. Trata-se de uma cumeada situada no rebordo da Serra do Seixoso. Foi encontrado no local um percutor em seixo de quartzito. A via da Costa, ou o que resta dela, parece remontar à época Romana. Composta por blocos de granito, tem cerca de trinta metros de comprimento e dois e meio de largura. 

Uma outra via, a de Funduães, medieval, é um troço de calçada com cerca de trinta e cinco metros de comprimento e dois metros de largura. A parte visível desta antiga via inicia-se na actual estrada, depois de passar a ponte sobre a Ribeira Velha de Santa Natália, que liga Fervença a Agilde. Se não existissem todos estes vestígios arqueológicos, a toponímia seria suficiente para registar a antiguidade de Agilde. O monte de Ladário, situado junto à povoação, remete para o arcaico ladairo – lugar de acesso difícil e onde geralmente existia um culto castrejo. Quanto ao nome Agilde, provém de Anagildi, ou seja, a villa de Anagildus, provavelmente no século IX. Nas Inquirições de 1220, a freguesia aparece como Aagide, enquanto que nas de 1258 sofreu uma evolução para Algidi. 

Nessa altura, a paróquia de «Sancta Eufémia» não tinha grandes propriedades reais, pelo que se depreende que a maior parte dos casais pertenceria a nobres e a mosteiros. O próprio padroado da Igreja não era real, antes estava repartido entre herdadores-vilãos e filhos e netos de D. Fernando Anes de «Riba Vizela» , isto em meados do século XIII. No que diz respeito ao património edificado, uma primeira palavra para a Capela de Nossa Senhora da Rosa, situada no lugar de Barreiro, no largo central da aldeia.


Rodeada de casas e quintas rurais, terá sido edificada no século XVIII. É um templo barroco, com planta longitudinal e nave única. A fachada principal termina em empena, truncada por sineira. No centro, um portal de verga recta. A cobertura é em telhado de duas águas. Quanto ao interior, um espaço único, rebocado e pintado de branco, é iluminado por frestas. Merece destaque, a ladear a porta lateral, uma pia de água benta. Na parede testeira, encontram-se três imagens, sustentadas por mísulas marmoreadas.

Fonte: (autor desconhecido)

Portal AuToCaRaVaNiStA
Grupo AuToCaRaVaNiStA Português
Copyright AuToCaRaVaNiStA - by jbmendes

ALCÁÇOVA - VIANA DO ALENTEJO - ÉVORA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
A Vila de Alcáçova está localizada na Região Alentejana do Concelho de Viana do alentejo, Distrito de Évora, Portugal.
A maior referencia da actualidade a Alcáçova, foi a atribuição ao Chocalho, de Património Cultural Imaterial da Humanidade, em que Alcáçova é a Capital do fabrico do chocalho Alentejano. Na gastronomia também apreciamos, e degustamos a especialidade.



              HISTÓRIA:
Todas as fontes documentais, aludem para que a actual Vila das Alcáçovas estivesse integrada no antigo itinerário romano Ebora-Salácia e que neste período fosse apelidada de Castreleucos (Castelos Brancos). Se atendermos ao topónimo, existem fortes hipóteses de terem existido não um castelo, mas sim de dois castelos. Um que terá sido transformado em palácio por D. Dinis, localizado junto à actual Rua do Paço. E outro que estaria situado, onde actualmente se situa a Igreja Matriz, junto à Rua do Castelo e que segundo as fontes, abrangia uma grande panorâmica a norte da Vila.

No século VIII, tal como em toda a região do Alentejo, esta antiga povoação foi invadida pelos Mouros. Nesse período a palavra (alcáçova) foi uma das que seria introduzida pelos invasores (Al-Qasbah) e que tinha o mesmo significado de uma arquitectura militar localizada numa cota mais alta. Esta conjuntura, reforça mais uma vez a ideia da existência, neste caso, não de uma alcáçova, mas sim de duas alcáçovas, o que provavelmente iria determinar o topónimo final de Alcáçovas.


Na sequência do processo de reconquista, era necessário repovoar a povoação que se encontrava debilitava e sem organização, havia necessidade da localidade se adaptar às novas realidades, então, D Martinho, Bispo de Évora deu o primeiro foral à povoação, denominada na altura por Santa Maria das Alcáçovas, em 17 de Agosto de 1258. Neste período a povoação e terras anexas passariam a ser um senhorio episcopal. Em 1271, num acordo entre, D. Afonso III e D. Durando Pais, bispo de Évora, regista-se, que o senhorio das alcáçovas não era rentável na posse dos prelados eborenses, mas que o seria na posse do rei, a partir de então as Alcáçovas passaria a estar na posse do rei, passando a povoação à categoria de Vila.

D. Dinis, no dia 25 de Abril 1279, a partir de Évora mandou enviar ao concelho das Alcáçovas, uma cópia dos seus foros e costumes, para confirmar o foral da Vila. Este monarca deu ainda foros aos lavradores do seu enorme reguengo na Vila das Alcáçovas, que muitos consideram uma nova carta de foral, no dia 28 de Fevereiro de 1283. No dia 13 de Dezembro de 1308, com registos do Bispo, D. Fernando, a Igreja Matriz assinala um crescimento da Vila e consequente aumento dos fiéis, já nesta altura denominada S. Salvador das Alcáçovas, sendo seu reitor Gonçalo Martinho.

Após o reinado de D. Afonso V, foi concedido o senhorio das Alcáçovas a D. Fernando Henriques, que apesar de ser castelhano, tinha ajudado os portugueses na guerra contra Castela. Esta família era descendente de Henrique II de Trastâmara estando a História da Vila das Alcáçovas ligada durante algumas centúrias à linhagem dos Henriques. Em 1447, na Vila das Alcáçovas realizam-se os contratos nupciais da princesa D. Isabel, com o Rei de Castela, D. João II, e em 1457, os esponsais da princesa D. Beatriz, com o infante D. Fernando, duque de Viseu e filho do Rei D. Duarte. Destes casamentos, entre D. Isabel de Aviz que casou com o tal Rei D. João II veio a nascer a grande Rainha Isabel, a Católica, que terá um papel determinante em Espanha. Por outro lado, a Infanta D. Beatriz que casou com D. Fernando, duque de Viseu, veio a ser mãe do Rei D. Manuel I, de cognome, o Venturoso.

A 4 de Setembro de 1479, na Vila das Alcáçovas, encontram-se os procuradores de Portugal e Castela e aí são estabelecidos dois tratados. O primeiro diz respeito à sucessão dinástica e que ficou conhecido como Tratado das Terçarias de Moura. O segundo, designado por Tratado das Alcáçovas, que além de formalizar o fim das hostilidades entre os dois reinos em que, Afonso V de Portugal, desistia para sempre das suas pretensões ao trono de Castela, continha outras cláusulas respeitantes à política de projecção externa de ambos os reinos, num momento em que ambos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico e das terras até então descobertas na costa africana.

O Tratado de Alcáçovas seria o primeiro na história mundial a definir uma partilha do mundo entre duas potências, sendo este, ratificado em 6 de Março de 1480, na localidade espanhola de Toledo. A 29 de Setembro de 1495, D. João II estava nas Alcáçovas sendo os seus últimos dias de vida, marcados pela incerteza quanto ao seu sucessor, e que acabaria por ditar no seu derradeiro testamento, a nomeação do seu herdeiro, D. Manuel I. No dia 20 de Setembro de 1541, através de um Alvará de Doação Régia, D. João III, entrega o actual Convento de Nossa Senhora da Esperança à Ordem Dominicana, tendo sido o Padre Frei Lourenço de Setuval, o primeiro vigário deste convento.

No dia 10 de Setembro de 1551 foi fundada a Misericórdia das Alcáçovas, sendo seu provedor, Alberto Eduardo Batista. Nesta altura o Senhor das Alcáçovas era D. Henrique Henriques, 4º Senhor das Alcáçovas, que ficou conhecido por gastar grande parte dos seus rendimentos com aqueles que mais necessitavam.
Em 1661, o Padre Frei Manuel Correia, iniciou as fundações para a construção do novo altar-mor, no Convento de Nossa Senhora da Esperança, tendo esta obra ficado em 400$000 réis.


No ano de 1758, as Memórias Paroquiais referem que a Vila tinha 1671 habitantes e existindo nesta altura duas feiras francas e um mercado. Uma dessas feiras, chamada de São Geraldo durava dois dias e tinha inicio no dia 13 de Outubro. Outra feira, a de São Bartolomeu, durava apenas um dia e era feita junto ao Convento de Nossa Senhora da Esperança no dia 24 de Agosto. O mercado era feito durante os dias três do Espírito Santo, também junto ao Convento da Nossa Senhora das Esperança.


Em 1836, a Vila das Alcáçovas passa a integrar o Concelho de Viana do Alentejo muito provavelmente na sequência da Reforma Administrativa iniciada por Mouzinho da Silveira já em pleno Liberalismo. Em 1885, após a união das bandas de música dos “nalgueiros” e, dos “pés frescos” é inaugurada a Sociedade União Alcaçovense. A 9 de Agosto do mesmo ano, reúne-se pela primeira vez a direcção da S.U.A., tendo como presidente, Manuel Estanislao Fragoso, como tesoureiro, Joaquim António Salsinha Senior e como secretário, o Padre Joaquim Pedro d’ Alcântara.

A 30 de Abril de 1888 é concluída a construção da Escola Oficial no Largo Alexandre Herculano, projecto do distinto Alcaçovense, Luís Augusto Tavares Fragoso e da iniciativa e receitas de muitos particulares Alcaçovenses. Numa altura em que a escola a nível nacional já era vista como o meio de regeneração da sociedade portuguesa, esta obra de ampliação e de grande importância para a vila, tinha como grande objectivo, fazer face ao constante aumento demográfico da população, que segundo os Censos de 1890, a Vila das Alcáçovas teria mais de 600 crianças com idades compreendidas entre 1 e os 15 anos.



No dia 18 de Maio de 1924, grande parte da população acorreu para testemunhar a reabertura do Hospital da Misericórdia, após alguns anos encerrado. Por esta altura a Vila das Alcáçovas, tinha mais de 5000 habitantes. Decorria o ano de 1956, quando a luz eléctrica chegou à Vila das Alcáçovas.





Gastronomia da Região
Bochechas Estufadas - Perna Borrego
Para comemorar o acontecimento as carroças perfilaram-se no Largo Alexandre Herculano carregadas de pão e vinho para distribuir pela população, havendo ainda um boi assado. A 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral, a poucos quilómetros da Vila das Alcáçovas teve lugar a segunda reunião, do período pré-revolucionário que dará origem ao Movimento das Forças Armadas, que culminaria com a Revolução de Abril de 1974.(Nuno Grave).

Fonte: www.freguesiadealcaçovas.pt

Portal AuToCaRaVaNiStA
Grupo AuToCaRaVaNiStA Português
Copyright AuToCaRaVaNiStA - by jbmendes

SALVATERRA DE MAGOS - RIBATEJO - SANTARÉM


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Salvaterra de Magos é uma Vila Ribatejana, pertencente ao Distrito de Santarém, Portugal.

Terra Ribatejana por excelência, tem como referencia a Falcoaria Real Nacional, o Toureio, e na Gastronomia as famosas enguias fritas do Tejo. Esta atividade ligada à gastronomia, e aos costumes de Salvaterra de Magos, realiza-se no mês de Março.


               HISTÓRIA:
As origens do concelho de Salvaterra de Magos são bem antigas, não fosse esta uma região fértil e com diversos cursos de água, possuindo diversos vestígios pré-históricos e também Romanos.
Em 1542 Salvaterra de Magos foi cedida ao Infante D. Luís, que aqui mandou construir o famoso Palácio Real, em cujas tapadas se realizaram grandes caçadas ao javali e se tornaram célebres as corridas de Toiros, tendo aqui ocorrido um episódio histórico: o 7º Conde de Arcos pereceu na arena do Teatro de Salvaterra de Magos, inaugurado por D. José, e seu pai, o Marquês de Marialva vingou a morte do seu filho descendo à arena e matando o touro.


O Paço Real, os esplendorosos Jardins, o Teatro de ópera e a Arena de Touradas foram destruídos num grande incêndio em 1824, restando hoje em dia apenas a Capela Real e as instalações da Falcoaria. Neste concelho cercado por férteis lezírias povoadas por Cavalos, um dos maiores bens da região, vale a pena conhecer o que ainda resta do Paço Real, nomeadamente a Capela e a Falcoaria Reais, e também a Igreja Paroquial de S. Paulo, datada de 1296, a Igreja da Misericórdia do século XVII, a bonita Fonte do Arneiro de 1711, a grandiosa Ponte Ferroviária Rainha Dona Amélia, segundo projecto de Gustave Eiffel, datada de 1903, e um dos locais mais célebres, a Praça de Touros de Salvaterra de Magos, inaugurada em 1920 e ainda hoje uma das Praças com mais espectáculos tauromáquicos ao longo do ano.


Salvaterra de Magos é conhecida pela criação de cavalos e toiros para o quente espectáculo Tauromáquico que aqui encontra as condições perfeitas, de verdejantes férteis campos planos a perder de vista.
Evolução Histórica
Situado em pleno coração da lezíria ribatejana, o Concelho de Salvaterra de Magos revela-nos todo seu esplendor, numa simbiose admirável entre o homem, a natureza e o passado histórico.


Actualmente o concelho de Salvaterra de Magos é composto por seis freguesias, em finais do Séc. XIX, apenas havia duas freguesias: Salvaterra de Magos (sede de concelho) e Muge. Em 1837 com a Reforma de Mouzinho da Silveira, é extinto o Concelho de Muge, tornando-se freguesia que é incorporada no Concelho de Salvaterra de Magos. É da freguesia de Muge, que vão surgir 3 novas freguesias: Marinhais; Glória do Ribatejo e Granho. Desde a mais remota ocupação pré histórica, até aos nossos dias, o concelho de Salvaterra de Magos possui inúmeros testemunhos materiais do Homem, e foi palco de vários notáveis acontecimentos o que revela a importância desde concelho ao longo da história.

   Pré-História - Paleolítico:
Durante milhares de anos, o Homem viveu com base numa economia de recolecção, caçando, pescando e recolhendo o que a natureza lhe dava. O paleolítico é o mais antigo e o maior período da história humana. Este é caracterizado por um sistema em que o Homem vivia organizado socialmente em bandos, abrigando-se em cavernas ou em acampamentos ao ar livre. No concelho de Salvaterra de Magos, devido à sua localização geográfica, com inúmeras linhas de água (Ribeira de Muge, Ribeira do Vale Zebro, Ribeira da Glória e o Paúl de Magos), verifica-se uma ocupação muito intensa, com inúmeros vestígios do paleolítico.

As estações arqueológicas mais importantes no concelho, onde se verifica uma ocupação mais intensa ocorre em Muge e Granho (terraços da Ribeira de Muge), nos Ramalhais, próximo do Paúl de Magos e em vários locais na freguesia da Glória do Ribatejo.
Das investigações realizadas, verifica-se uma ocupação muito intensa e constante, que vai do paleolítico inferior ao paleolítico superior, com produção de inúmeros instrumentos tais como bifaces, unifaces, lascas entre outros instrumentos.


                Mesolítico
O termo mesolítico deriva do termo grego "mesos" = no meio e "litíco"= pedra, é portanto o período de transição do paleolítico para o neolítico.
As primeiras estações arqueológicas conhecidas em Portugal, atribuídas ao período do mesolítico, foram descobertas em 1863, por Carlos Ribeiro, e são conhecidas por concheiros.

Os concheiros são sítios de habitat, cuja a principal característica consiste numa concentração invulgar de conchas, originando pequenas colinas artificiais, que se destacam na paisagem. No concelho de Salvaterra de Magos, foram identificados dois núcleos distintos de concheiros: Ribeira de Muge e Paúl de Magos. No primeiro local assinala-se os concheiros do Cabeço da Amoreira, Cabeço da Arruda, Moita do Sebastião e Fonte do Padre Pedro, entretanto já destruído para colocação de uma vinha. Em relação ao Paúl de Magos, destaca-se os concheiros da Cova da Onça, Cabeço dos Môrros, Magos de Baixo e Magos de Cima, estes últimos foram destruídos na década de 40, quando se iniciaram os trabalhos de construção da Barragem de Magos.

O denominado Complexo Mesolítico de Muge, que engloba os concheiros de Muge e do Paúl de Magos, constituem uma das mais importantes estações arqueológicas do mesolítico de toda a Europa, todos manuais de qualquer estudante de arqueologia trazem uma referência aos concheiros existentes no Concelho de Salvaterra de Magos, devido ao seu incalculável valor científico.
Desde os finais do séc. XIX, até à actualidade, são inúmeros os trabalhos científicos realizados por académicos ou investigadores sobre os concheiros de Muge. Actualmente os concheiros Cabeço da Amoreira, Cabeço da Arruda e Moita do Sebastião, foram classificados de Monumento Nacional.


                 Neolítico:
Neste período histórico, verifica-se a sedentarização do Homem, graças à descoberta da agricultura, assiste-se ao abandono de uma vida nómada, em que a economia se baseava na caça e recolecção.
No concelho de Salvaterra de Magos, as estações arqueológicas atribuídas a este período, estão essencialmente localizadas na freguesia de Muge. Esta ocupação deve-se à riqueza dos solos e à necessidade do seu aproveitamento para agricultura. De entre os vários locais estudados, na freguesia de Muge a ocupação mais intensa ocorre nas ribeiras do Coelheiro e ribeira do Vale de Lobos.


          Período Romano:
A partir de meados do séc. IV a.C., surge uma nova potência: Roma. Após um desenvolvimento sob a áurea da civilização etrusca, o império romano começa a alargar o seu domínio para territórios vizinhos. A sua influência inicialmente estendeu-se para o Mediterrâneo Oriental e Ocidental, depois Norte de África e por fim para Norte em direcção da Europa Central e Leste e à península ibérica. No concelho existem vários vestígios da presença romana, contudo o local onde apresenta maior ocupação, é o Porto de Sabugueiro na freguesia de Muge.

O primeiro autor a referir-se ao Porto de Sabugueiro, como uma estação romana foi Mário de Saa , que visitou o local, onde encontrou várias entulheiras de material romano, ainda segundo este autor, o local teria sido um importante porto de navegação no período romano.

Na década de 50, quando a Casa Cadaval (detentora do terreno), procedia à abertura de uma covas para plantação de uma vinha, foram descobertos vários materiais romanos tais como um mosaico, restos de ânforas e um forno, assim como outros materiais. Estes trabalhos foram dirigidos por Bairrão Oleiro e Jorge Alarcão .

Com base na descoberta de um forno de cerâmica, este local foi novamente sujeito a escavações arqueológicas, na década de 80, por Guilherme Cardoso, sem contudo obter resultados muito satisfatórios, para além da identificação das entulheiras respeitantes ao forno.

Em conclusão, o Porto de Sabugueiro apresenta-se como uma estação arqueológica de grande importância no contexto arqueológico do estuário do Tejo.

Época Medieval:
Atribuição de Cartas de Forais e de Privilégios


A região onde Salvaterra de Magos se veio a implementar e a desenvolver, principalmente a partir de finais do Séc. XIII, constituía já nas décadas anteriores um espaço privilegiado de ocupação humana e de produção cerealífera. Segundo Oliveira Marques, as margens irrigadas do rio Tejo que ciclicamente transbordava, permitia uma grande fertilidade nos campos, que eram intensamente cultivados com cereais, muito consumidos no período medieval.

D. Dinis outorga em 1 de Junho de 1295, o Foral a Salvaterra de Magos. Este monarca também ficou para a história de Portugal como o rei que mais forais outorgou, trata-se portanto de uma política que consistia em ocupar zonas despovoadas, assim como permitir aos futuros moradores destas zonas arrotear e cultivar estes terrenos, e criar locais de culto. Está bem explicito no Foral de Salvaterra de Magos que os futuros moradores deste local deveriam ter um lugar para o culto, é deste forma que surge a Igreja Matriz.

Ainda no reinado de D. Dinis, em 1304, este monarca outorga a Muge Carta de Foral.

Salvaterra de Magos, estava localizada a meio caminho entre Lisboa e Santarém, com o rio Tejo a seus pés, possui enormes campos férteis, permitindo o desenvolvimento da agricultura e da criação de gado, duas actividades que ainda hoje marcam a vila.

No reinado de D. Pedro I, este monarca está associado ao aparecimento da Glória do Ribatejo, como núcleo urbano, ao atribuir a este local em 1362 Carta de Privilégios, permitindo tal como os Forais de Muge e Salvaterra de Magos, que esta zona também fosse povoada e se implementasse a agricultura.

Num espaço de 70 anos, houve 3 localidades que receberam um conjunto de privilégios, numa estratégia política de povoar estes locais outrora ermos e desabitados.


Tratado de Salvaterra de Magos


Ainda no período medieval, no reinado de D. Fernando, regista-se em Salvaterra de Magos um acontecimento que irá marcar o Reino de Portugal - o Tratado de Salvaterra de Magos.

Este Tratado ocorreu nesta vila, a 2 de Abril de 1383, onde ficou acordado que a D. Beatriz (filha de D. Fernando I) casaria com o D. João I de Castela. Com a morte de D. Fernando I, Portugal mergulha numa crise de sucessão, na qual o D. João I de Castela queria usurpar o trono português.

Este acontecimentos ficaram marcados na crise de 1383-85, com a Batalha de Aljubarrota, em que Portugal em menor número de tropas mas com o apoio dos ingleses desenvolve uma estratégia que acaba por derrotar os Castelhanos. Desta crise sai como vencedor o Mestre de Avis - D. João I.



Época Moderna e Contemporânea:


Paço Real de Salvaterra de Magos


A construção de um Paço Real em Salvaterra de Magos, foi por certo um dos acontecimentos mais importantes e significativos nesta vila, dado que muito contribuiu para a fixação da Família Real, e foi um grande pólo de índole cultural.

A construção do Paço deve-se ao Senhorio da Vila o Infante D. Luís, filho de D. Manuel I, cujo a orientação das obras teve a cargo do arquitecto Miguel da Arruda.

Ao longo dos séculos, este Paço sofreu inúmeras alterações, no reinado de Filipe I, procedeu-se ao arranjo dos jardins, mais tarde com o monarca D. Pedro II, prosseguem as obras de pintura dos tectos do Paço.

A época áurea do Paço decorre no reinado de D. José I, nos primeiros anos da década de 50, em que um vasto plano de remodelação e ampliação se inicia, incluindo a construção de uma Casa de Ópera.

Esta Casa de Ópera, ou também denominado Real Teatro de Salvaterra, foi inaugurado a 21 de Janeiro de 1753 com a Ópera "Didone Abandonata". Diversas representações, dramas sérios ou jocosos, foram aqui apresentados com grande êxito cénico e musical, sempre no inverno quando a Família Real permanecia em Salvaterra de Magos.

O terremoto de 1755 viria a provocar consideráveis estragos no Paço, no ano imediato e durante quatro anos decorreram obras de profundo restauro, dirigidas por José Joaquim Ludovice e Carlos Mardel - dois nomes ligados a grandes empreendimentos arquitectónicos na Lisboa pombalina.

No início do Séc. XIX, as invasões francesas obrigaram a Família Real a refugiar-se no Brasil, e o Paço de Salvaterra de Magos acusa essa ausência dos nossos monarcas e entre num longo processo de decadência. Aliado a este situação regista-se também um violento incêndio em 1817, que ajudou a intensificar a agonia da degradação do Paço.

A 10 de Setembro de 1849, a rainha D. Maria II, autoriza a cedência ao Estado de todos prédios dependentes do Almoxarifado de Salvaterra de Magos, e desta forma grande parte do Paço foi vendido em hasta pública com excepção da Capela Real que o Estado conservou.



Palácio da Falcoaria Real:


O Palácio da Falcoaria, foi também um dos factores predominantes na fixação da Família Real em Salvaterra de Magos. Não existem dados concretos relativos ao sua construção, contudo pelo estilo arquitectónico, podemos atribuir-lhe a sua fundação ao Séc. XVIII.

No ano de 1752 chegaram a Salvaterra de Magos 10 falcoeiros holandeses vindos de Valkenswaard, que vieram trabalhar para o Palácio da Falcoaria Real.

Numa descrição da época, sabe-se que os falcoeiros de Salvaterra de Magos, na década de oitenta de setecentos usavam véstia com botões de casquinha dourada, chapéu fino agolado, camisa de Holanda, boldrié com fivela de latão dourado.

No 1.º quartel do Séc. XIX, a Falcoaria entra num período de declínio, em 1818 o Mestre Henrique Weymans assistindo ao abandono das instalações da Falcoaria "suplicava" um conserto rápido evitando a ruína.

No entanto a fuga da Corte para o Brasil, a instabilidade política dos anos 20-30, agudizaram o desaparecimento do Falcoaria, explicando a drástica decisão da regência do Reino, que em Março de 1821, manda extinguir todos ofícios, incumbências e ordenados das pessoas empregues na Real Falcoaria, exigindo ao Monteiro-mor que procedesse ao inventário e arrecadação de todos objectos a ele pertencentes, constituindo depositário deles o almoxarifado do distrito.

Ainda hoje são visíveis os testemunhos materiais do Palácio da Falcoaria Real, obra que a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos recuperou e inaugurou no passado ano de 2009, conferindo a este marco histórico de Salvaterra de Magos, a dignidade que este merece.

Ainda no Séc. XIX, no contexto das guerras entre absolutistas e liberais, Salvaterra de Magos desde muito cedo marcou a sua tendência absolutista, facto que ainda hoje está presente no imaginário popular, dado que os habitantes de Salvaterra de Magos, são apelidados de "netos de D. Miguel".

Fonte: www.cm-salvaterrademagos.pt

Portal AuToCaRaVaNiStA
Grupo AuToCaRaVaNiStA Português
Copyright AuToCaRaVaNiStA - by jbmendes

SANTIAGO DO ESCOURAL - MONTEMOR-O-NOVO - ÉVORA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Santiago do Escoural é uma Freguesia Alentejana, pertencente ao Concelho de Montemor-o-Novo, Distrito de Évora, Portugal.
Salientamos os pontos mais importantes desta milenar localidade Alentejana, como a Gruta do Escoural, o Centro de Interpretação, a Capela formatada numa anta, localizada na aldeia de S. Brissos, a Igreja Matriz, e a própria Vila de características tipicamente Alentejana.





            HISTÓRIA:

Em Santiago do Escoural prepare-se para uma viagem de centenas de milhares de anos, até ao Paleolítico, através da Gruta do Escoural. Este monumento nacional foi descoberto em 1963 permitindo, pela primeira vez em Portugal, a identificação de vestígios de arte rupestre paleolítica. 

Das galerias mais afastadas, até ao cimo do outeiro, surgiram ao longo dos milénios, várias civilizações pré-históricas.
A mais antiga ocupação humana no Escoural data de há cerca de 50 mil anos. Embora se possam identificar diversos temas na arte rupestre do Escoural, o que predomina são representações de Equídeos e Bovino.


No neolítico, esta gruta foi muito utilizada como necrópole funerária tendo os respectivos vestígios (ossadas humanas e espólio votivo associado) sido conservados por espessa camada de calcite.

Nas proximidades da gruta está o "Tholos", monumento funerário de falsa cúpula.
De salientar ainda a existência do Centro Interpretativo da Gruta, inaugurado em 2001.


Para além da Gruta do Escoural muito temos ainda para apreciar. A quatro Km´s da vila, na aldeia de S. Brissos, encontramos a Anta-capela de Nª Srª do Livramento, um curioso exemplo da cristianização tardia de um monumento pagão. Integrada na Herdade da Anta, este imóvel de interesse público, foi transformado em templo religioso, no séc. XVII. Na aldeia de São Brissos podemos ainda visitar a Igreja do mesmo nome. Os seus 15 painéis parietais, representando o Apostolado e os bispos de Évora: S. Manços, S. Jordão e S. Brissos, formam uma composição interessante, de onde sobressaem as expressões ingénuas dos personagens e os tons quentes dos frescos. Ainda no Escoural pode ver a Igreja Paroquial, e os Fornos de carvão.
Escoural - "eternidade a cada instante"

Fonte: www.freguesia-escoural.pt/

Portal AuToCaRaVaNiStA
Grupo AuToCaRaVaNiStA Português
Copyright AuToCaRaVaNiStA - by jbmendes

VIANA DO ALENTEJO - ÉVORA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


Viana do Alentejo é uma Vila Alentejana, pertencente ao Distrito de Évora, Portugal. O Ex-libbris de Viana do Alentejo, é sem qualquer dúvida, o seu Castelo, com uma formato um pouco diferente do habitual, com características bastante acentuadas da arquitectura Gótica, Árabe, bem como da imponente Igreja da Misericórdia (Igreja Matriz) no interior do Castelo. Este Castelo está um pouco diferente da sua planta original, já que lhe faltam os fossos, e as pontes que serviam de acesso.


              HISTÓRIA:
Moldado ao longo do tempo pela história dos povos, o actual concelho de Viana do Alentejo resultou da fusão do antigo termo das Alcáçovas com o de Viana, este originalmente despojado pelas repartições senhoriais da Idade Média, das povoações de Oriola e Alvito. Se neste espaço geográfico a pré-história não deixou marcas profundas da sua cultura material, o mesmo não aconteceu na época de denominação romana: dois importantes itinerários que ligavam, respectivamente, Ebora a Pax-Iulia (Beja) e a Salacia (Alcácer do Sal), cruzam o concelho em toda a sua extensão norte-sul. 

Ao longo destas duas rotas civilizadoras nasceram importantes aglomerados urbanos, sobre os quais, séculos volvidos, o cristianismo sagrou dois dos mais notáveis centros de culto mariano do Alentejo – N. Sra. d' Aires e N. Sra. da Esperança.
Apesar de algumas incertezas quanto à dimensão e influência da cultura islâmica nesta região, está documentada, a partir do século XIII, uma crescente importância urbana das povoações de Viana, Aguiar e Alcáçovas, logo após o processo de "Reconquista" e consequente pacificação do território de Antre Tejo e Odiana. Aguiar, de fundação e povoamento incertos, emerge de um obscuro Agar – origem toponímica de tradição oral local, divulgada na historiografia por Túlio Espanca.


Sabe-se, no entanto, que em 1269 lhe foi concedida a carta de foral por Estêvão Rodrigues e D. Marinha Martins, segundo o modelo de Santarém. Esta foi, posteriormente, confirmada por D. Dinis e reformada, em 1516, por D. Manuel I.
A Vila de Alcáçovas, situada sobre o antigo itinerário romano que ligava Ebora a Salacia (Alcácer do Sal), é povoação muito antiga. Contudo, a sua antiguidade só está documentada a partir de 1259, data em que o Bispo D. Martinho lhe concede a primeira carta de foral, segundo o tipo de Évora-Ávila.


Viana do Alentejo, situada na encosta da serra que tem o seu nome, exibe, orgulhosa, as marcas ancestrais do seu património histórico e monumental. Na certeza das fontes escritas, as suas raízes entroncam no reinado de D. Afonso III, época em que lhe foi concedida a primeira carta de foral, mais tarde renovada por D. Dinis (1321), manifestando privilégios iguais aos de Santarém.

Fonte: www.cm.vianadoalentejo.pt


Portal AuToCaRaVaNiStA
Grupo AuToCaRaVaNiStA Português
Copyright AuToCaRaVaNiStA - by jbmendes