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O Mosteiro de Pombeiro está localizado no Lugar do Mosteiro, Freguesia de Pombeiro de Ribavizela, Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto. Um Mosteiro que mesmo não estando completo, já que apresenta algumas zonas em ruínas não restauradas, mesmo assim, vê-se perfeitamente a sua grandiosidade, e a importância que tinha na altura para esta Região, esta agregação religiosa, que tal como muitas outras ordens religiosas, antes da sua extinção, construíram os maiores tesouros que temos em território Nacional.
Na minha opinião foi um grande erro essa extinção que ocorreu em 1834, já que o saque geral fez estragos irreparáveis aos imóveis com o desaparecimento inclusive das pedras para construção de moradias, ( veja-se o que aconteceu em S. João de Tarouca como exemplo) bem como ao espólio do relicário que existia dentro desses mesmos mosteiros e conventos religiosos, e que eram, e são mesmo assim, o maior tesouro de Portugal.
Nesta incursão por Felgueiras não podíamos deixar de referenciar a sua gastronomia, e lá fomos ao encontro do cabrito no forno a lenha. Como estamos em época de inverno acompanhou-nos uma lareira acesa para o repasto de tão saborosa iguaria. A foto retrata já o repasto em evolução já que o apetite era maior que a importância da foto. Gastronomia: Cabrito assado em forno a lenha, com batata assada e grelos. Acompanhamento: Arroz de forno.
HISTÓRIA:
Fundado em 13 de Julho de 1059, por D. Gomes Aciegas, foi o mais notável convento Beneditino do Norte de Portugal, pelo papel que desempenhou na história de Portugal e pela riqueza do seu património. A sua importância histórica está associada à fundação da Nacionalidade e é, por isso, o maior testemunho das nossas raízes. É Monumento Nacional, e o seu conjunto igreja/mosteiro constituem um belo e importante exemplar da arquitectura românica e setecentista. Monumento Nacional, Decreto-Lei de 16 de Junho de 1910. Fonte: http://www.cm-felgueiras.pt
O Mosteiro de Pombeiro é fundado, segundo a tradição, em 1059, apesar da mais antiga referência documental conhecida apontar para o ano de 1099.
No entanto, mais relevante ainda é a doação que se verifica em 1102 pelos Sousões, família abastada e muito poderosa ligada à Corte, a favor do Mosteiro. Em 1112 é concedida Carta de Couto ao Mosteiro, significando que aquelas terras são dotadas de particulares privilégios e de justiça própria.
Pombeiro é, todavia, uma das mais antigas instituições monacais do território português, estando documentada desde 853, segundo PAF, do IPPAR - Instituto Português do Património Arquitetónico. No entanto, do primitivo estabelecimento nenhum elemento material foi, até ao momento, identificado. Tratava-se, com grande probabilidade, de um edifício modesto, eventualmente vinculado à autoridade asturiana e localizado no lugar do Sobrado, medievalmente designado por Columbino.
Já as origens do atual edifício são conhecidas desde a época de D. Fernando, o Magno. Segundo Graf, em 1041, o Mosteiro sofre a transferência para a sua atual localização, sendo erguido o primeiro conjunto a partir de 1059, monumento do qual nada chegou até aos nossos dias. No entanto, é neste período condal que ocorre a já referida doação de D. Egas Gomes de Sousa e a concessão da Carta de Couto de D. Teresa.
A localização do Mosteiro, na interseção de duas das principais vias medievais da época – uma que ligava o Porto a Trás-os-Montes, por Amarante, e uma segunda que ligava a Beira a Guimarães e Braga, atravessando Lamego e o Douro em Porto de Rei – evidencia a significativa importância deste conjunto monástico Beneditino na região. É nestes espaços que os reis se instalam nas suas viagens e nos quais os peregrinos se albergam e recebem assistência.
O poder da família que efetuou as doações e as dádivas dos fiéis permitiram a Pombeiro assumir-se como um potentado na região. Bens imóveis e padroados foram-se somando ao património do Mosteiro, que chega a possuir 37 igrejas e um rendimento anual muito cobiçado, proveniente das rendas e dos dízimos. O poder de Pombeiro estende-se até Vila Real.
Os Beneditinos, com o forte apoio dos Sousões de Ribavizela, impulsionam o arranque da construção românica, cuja datação deverá residir ao longo da segunda metade do século XII, ou nas primeiras décadas do século XIII. Rodrigues refere a existência da inscrição datada de 1199 no exterior da face sul do transepto, na qual é mencionado o suposto fundador da obra, D. Gonçalo de Sousa. Após o término das obras na fachada principal, a frontaria recebeu uma galilé de três naves, destinada ao enterramento dos nobres de Entre-Douro-e-Minho, embora das tumulações efetuadas restem apenas dois túmulos românicos, atualmente localizados no interior do templo, e atribuídos, de acordo com Barroca, a um desconhecido nobre da família dos Lima e a D. João Afonso de Albuquerque.
Já na Idade Moderna, Pombeiro foi objeto de profundas modificações, a maioria das quais ocorridas no período Barroco. Uma das alas do claustro data de 1702, século ao longo do qual se realizaram a nova capela-mor, o coro alto, o órgão, as numerosas obras de talha dourada, as duas torres que flanqueiam a frontaria e uma parte das alas monacais.
Os claustros foram alvo de remodelação nos inícios de Oitocentos, com uma campanha neoclássica, interrompida em 1834, com a extinção das ordens religiosas.
Fonte: http://www.rotadoromanico.com
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