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Tordesilhas é um Município Espanhol, pertencente à Província de Valladolid, Comunidade Autónoma de Castela e Leão.
Tordesilhas, uma terra emblemática e carregada de História, que envolve os dois Reinos, de Portugal e Espanha, nos tempos áureos das descobertas marítimas, em que Portugal era grande e pedia meças à vizinha Espanha na divisão do mundo fora da Europa.
Portugal e Espanha, que chegaram a ser um só, disputaram sempre a supremacia de serem os senhores do mundo. Tordesilhas ficou assim conhecido pela Região onde foi assinado o mítico tratado em que selava o compromisso dos dois Países dividirem as suas conquistas marítimas, e que ficou conhecido pelo Tratado de Tordesilhas.
HISTÓRIA:
Não se sabe com certeza absoluta qual é a origem de Tordesilhas. Nos seus arredores encontram-se ruínas que datam da idade do ferro. É provável que na suas covas se tenham instalado tribos íberas e celtas nos séculos V e III a.C.
Estava em território Vacceo, por isso alguns autores pensam que é a cidade de Sarabis, outros que é a céltica Acontia.
O nome de Tordesilhas deu lugar a animados debates em torno da sua etimologia. Deram-se três origens à palavra, segundo as opiniões mais usuais.
Uns dizem que dataria da época romana e falam do procônsul romano Quinto Cecilio Metelo como possível fundador da cidade para o ano 83 a.C. o qual, podia ter mandado construir uma torre em honra do ditador romano Lucio Cornelio Silva. Esta torre podia ser a torre vulgarmente conhecida com o nome de "Torreón de las Acercas" ou "Torre de Sila". Caso seja verdade, seria a construção mais antiga de Tordesilhas, datada do ano 63 a.C., derivando o nome de Tordesilhas de Turris-Syllae que significa fortaleza de Sila, a "Turris Sylana".
No entanto, alguns autores opinam que este torreão não seria mais do que um dos cubos da antiga muralha que rodeava Tordesilhas, e da qual apenas ficaram umas ruínas.
Outra versão, diz que procederia da época de domínio árabe, e que derivaria de Thor Shilah, que quer dizer fortaleza dos Silhares, tribos árabes estabelecidos na península no século VIII.
Para outros, podia ser Oter de Sillas ou Oter de Cillas, onde a palavra chave em ambos casos é Otero que significa lugar alto, uma vez que Tordesilhas se encontra sobre uma elevação do terreno.
Arredores de Tordesilhas |
O TRATADO DE TORDESILHAS:
Documento arquivado no museu |
O acordo entre Portugal e Espanha em 4 de Junho de 1494, com o Tratado de Tordesilhas, consistia basicamente numa divisão de terras (fora da Europa). As terras descobertas, e situadas até 370 léguas a leste de Cabo Verde pertenciam a Portugal, e as terras a oeste dessa linha pertenciam a Espanha.
Tratado na integra aqui: e Minuta do Tratado aqui:
Resumo Via Internet:
Tratado na integra aqui: e Minuta do Tratado aqui:
Resumo Via Internet:
O Tratado de Tordesilhas, como o próprio nome indica foi assinado na povoação castelhana de Tordesilhas no dia 7 de Junho de 1494, envolvendo os reinos de Portugal e Castela.
Este tratado foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da Espanha para dividir as terras “descobertas e por descobrir” por ambos os reinos fora da Europa.
Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa espanhola resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo, reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica.
O Tratado de Tordesilhas definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como “Cipango” e Antília.
Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, à Espanha. O tratado foi ratificado pela Espanha a 2 de Julho e por Portugal a 5 de Setembro no ano de 1494.
Bastantes anos mais tarde, no resultado daquilo que ficou conhecido como a “questão das Molucas”, o outro lado da Terra seria dividido, assumindo como linha de demarcação, a leste, o anti meridiano correspondente ao meridiano de Tordesilhas, pelo Tratado de Saragoça assinado em 22 de Abril de 1529. Assim, no âmbito dos conceitos internacionais europeus, a assinatura do Tratado de Tordesilhas ocorreu num momento de transição entre a hegemonia do Papado, poder até então universalista, e a afirmação do poder singular e secular dos monarcas nacionais – uma das muitas facetas da transição da Idade Média para a Idade Moderna.
Para as negociações do Tratado de Tordesilhas e a sua assinatura, D. João II de Portugal designou como representante nacional a sua prima de Castela (filha de uma infanta portuguesa) e D. Rui de Sousa. Os originais de ambos os tratados estão conservados no Arquivo General de Índias na Espanha e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Portugal,
Contrariando a bula anterior de Alexandre VI, Inter Coetera (1493), que atribuía à Espanha a posse das terras localizadas a partir de uma linha demarcada a 100 léguas de Cabo Verde, o novo tratado foi aprovado pelo Papa Júlio II em 1506.
O meridiano foi fixado, mas persistiam as dificuldades de execução de sua demarcação. Os especialistas divergiam na altura sobre as dimensões da Terra, sobre o ponto de partida para a contagem das léguas e sobre a própria extensão das léguas, que diferia entre os reinos de Castela e de Portugal.
Já se afirmou ainda que os castelhanos cederam porque esperavam, por meio de sua política de casamentos, estabelecer algum dia a união ibérica, incorporando Portugal. O que é mais provável é que os negociadores portugueses, tenham tido melhores e com um maior jogo de cintura do que os castelhanos.
Fontes: www.tordesillas.net e www.historiadeportugal.info
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