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CAMPO MAIOR - ALENTEJO - PORTALEGRE

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Campo Maior, é uma Vila Alentejana, que fica a pouquíssimos quilómetros de Elvas e com Badajoz à vista. É uma Vila simpática, com gente igualmente simpática e hospitaleira, é bastante conhecida por ser o berço dos cafés Delta, que emprega a maioria da população de Campo Maior, que em agradecimento, ergueu uma estátua ao comendador Nabeiro, em sua homenagem. Como crítica, saliento a má organização da zona histórica, nomeadamente nas trazeiras do Castelo e do Convento que lhe fica anexo, com a comunidade cigana instalada em barracas em toda a sua circunferencia, com lixo e dejetos espalhados pela zona do casco histórico. Não tenho nada contra a comunidade cigana, mas acho que a Autarquia deveria criar outras condições de habitação para essa comunidade alí instalada, mas fora daquele local, que é o mais importante edifício histórico e turístico de Campo Maior.

             HISTÓRIA:

História da Vila de Campo Maior Origem do nome: A lenda diz que a povoação foi fundada por vários chefes de família que viviam dispersos no campo e resolveram agrupar-se para uma maior protecção. Descobrindo um espaço aberto, um diz para os outros: "Aqui o campo é maior".Vestígios de proveniência diversa permitem concluir que o actual território do concelho de Campo Maior foi habitado desde a época Pré-Histórica. Certamente foi uma Povoação Romana, dominada por Mouros durante meio milénio e conquistada por cavaleiros cristãos da família Pérez de Badajoz em 1219, que posteriormente ofereceram a aldeia pertencente ao concelho de Badajoz à Igreja de Santa Maria do Castelo. Em 31 de Maio de 1255, D. Afonso X, rei de Leão, eleva-a a Vila.
O Senhor da Vila, o Bispo D. Frei Pedro Pérez concede, em 1260, o primeiro foral aos seus moradores assim como o seguinte brasão de armas : N. Sr.ª com um cordeiro, e a legenda “Sigillum Capituli Pacensis”. Em 31 de Maio de 1297, através do Tratado de Paz de Alcanizes assinado em Castela por D. Fernando IV, rei de Leão e Castela e D. Dinis, passa a fazer parte de Portugal, juntamente com Olivença e Ouguela. Campo Maior vai pertencer sucessivamente a D. Branca, irmã de D. Dinis, em 1301 ; a D. Afonso Sanches, filho ilegítimo do mesmo rei, em 1312 ; e novamente ao rei D. Dinis em 1318. O seu castelo que se ergue a leste da vila foi reedificado por D. Dinis em 1310, e foi no século XVII e XVIII que se levantaram fortificações tornando Campo Maior numa importante praça forte de Portugal. Como reflexo da influência castelhana em Campo Maior, durante a Revolução de 1383-85, a guarnição militar e os habitantes da vila colocam-se ao lado do rei de Castela, tornando-se necessário que o Rei D. João I de Portugal e D. Nuno Álvares Pereira se desloquem propositadamente ao Alentejo com os seus exércitos para a cercarem durante mais de um mês e meio e ocuparem pela força, em fins de 1388. D. João II deu-lhe novo brasão: um escudo branco, tendo as armas de Portugal de um lado, e de outro S. João Baptista, patrono da vila. Em 1512, o rei D. Manuel I concede foral à vila de Campo Maior. Desde os fins do Século XV, muitos dos perseguidos pela Inquisição em Castela refugiam-se em Portugal. A população de Campo Maior vai aumentar substancialmente à custa da fixação de residência de muitos desses foragidos. A comunidade judaica ou rotulada como tal era tão numerosa na vila no Século XVI que nas listas dos apresentados em autos de fé realizados em Évora pela Inquisição, Campo Maior aparece entre as terras do Alentejo com maior número de acusados de judaísmo. A guerra com Castela a partir de 1640 vai produzir as primeiras grandes transformações. A necessidade de fortificar a vila que durante os três últimos séculos se desenvolvera acentuadamente para fora da cerca medieval, a urgência em construir uma nova cintura amuralhada para defesa dos moradores da vila nova dos ataques dos exércitos castelhanos, vai obrigar o rei a enviar quantias avultadas em dinheiro, engenheiros militares, operários especializados e empregar um numeroso contingente de pessoal não qualificado. Os contingentes militares são então numerosos. Calcula-se que na Segunda metade do Século XVII, em cada quatro pessoas residentes na vila, uma era militar. Campo Maior foi, durante algum tempo quartel principal das tropas mercenárias holandesas destacadas para o Alentejo. A vila torna-se naquele tempo o mais importante centro militar do Alentejo, depois de Elvas. Em 1712, o Castelo de Campo Maior vê-se cercado por um grande exército espanhol comandado pelo Marquês de Bay, o qual durante 36 dias lança sobre a vila toneladas de bombas e metralha, tendo conseguido abrir uma brecha num dos baluartes; o invasor ao pretender entrar por aí, sofre pesadas baixas que o obrigam a levantar o cerco. No dia 16 de Setembro de 1732, pelas três da manhã, desencadeia uma violenta trovoada, o paiol, contendo 6000 arrobas de pólvora e 5000 munições, situado na torre grande do castelo é atingido por um raio, desencadeando de imediato uma violenta explosão e um incêndio que arrastou consigo cerca de dois terços da população. D. João V determina a rápida reconstrução do castelo. A vila vai erguer-se lentamente das ruínas e aos poucos refazer-se para voltar a ocupar o lugar de primeira linha nos momentos de guerra e de local de trocas comerciais e relacionamento pacífico com os povos vizinhos de Espanha, nos tempos de paz. No Século XVIII termina a construção das actuais Igrejas da Misericórdia e da Matriz, e lança-se a primeira pedra para a fundação da Igreja de S. João. A vila que até então só tivera uma freguesia urbana é dividida nas duas actuais, Nossa Senhora da Expectação e São João Baptista, em 1766. Os primeiros anos do Século XIX são em Campo Maior de grande agitação. Um cerco, em 1801, pelos espanhóis e uma revolução local, em 1808, contra os franceses que então invadiram Portugal o comprovam. A sublevação campomaiorense contra a ocupação napoleónica vai sair vitoriosa devido ao apoio do exército de Badajoz que permanece na vila durante cerca de três anos. Em 1811 surge uma nova invasão francesa que fez um cerco cerrado durante um mês à vila, obrigando-a a capitular. Mas a sua resistência foi tal que deu tempo a que chegassem os reforços luso-britânicos sob o comando de Beresford, que põe os franceses em debandada, tendo então a vila ganho o título de Vila Leal e Valorosa, título este presente no actual brasão da vila. As lutas entre liberais e absolutistas em Campo Maior são também acontecimentos assinaláveis. A «cólera morbis» mata, em 1865, durante cerca de dois meses e meio, uma média de duas pessoas por dia. Em 1867, tentam extinguir Campo Maior como sede de concelho, agregando-lhe Ouguela e anexando-o ao concelho de Elvas. Tal decisão provoca um levantamento colectivo da povoação, que em 13 de Dezembro, entre numa verdadeira greve geral. O concelho é definitivamente acrescido da sua única freguesia rural, em 1926 – Nossa Senhora dos Degolados.
Fonte: www.cm-campomaior.pt

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FESTAS DO POVO - CAMPO MAIOR - PORTALEGRE

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Esta festa realiza-se de 4 em 4 anos, excecionalmente ficou por fazer a anterior a esta, pelo que já não se realizava esta festa desde 2004, ou seja, há 8 anos. Esta é a festa do povo, feita pelo povo, e para o povo, e são muitas centenas de milhares de visitantes que chegam a Campo Maior nos mais diversos meios de transporte. Os parques, muitos deles improvisados, ficam superlotados, e é à nota de 5€ por cada ligeiro, os autocarros pagam mais. Não faltam clientes. 
O comendador Nabeiro não dá por mal empregues o milhão de euros para o papel, já que o retorno para a Terra é garantido. Festa popular, em que o trabalho em papel é a base do material empregue, e a flor é a rainha. Estão de parabéns os Campo Maiorenses que levam o nome de Campo Maior, neste dia, a extravasar fronteiras. Como apontamento final, não poderei deixar de fazer a minha observação crítica em relação à sua rival do Redondo! Na minha opinião, em quantidade ganha Campo Maior, mas em qualidade, ganha seguramente o Redondo. Ficam ambas premiadas pelo AuToCaRaVaNiStA, cada uma no seu segmento.


 HISTÓRIA:
         
Consiste na decoração das ruas de Campo   Maior (sobretudo no Centro  Histórico) com flores de papel e outros objectos em cartão e papel, feitos pelos residentes de cada rua. São festas que não se realizam ciclicamente, mas quando o Povo entende. As últimas Festas do Povo realizaram-se em 2004 e 2011 marca o regresso deste grande evento de cultura popular. Descrever estas festas não é tarefa fácil. Envolve-as um mundo de esforços, de dedicação, de poesia, que se torna muito difícil descrever e transmitir. São meses e meses de luta, trabalho de entusiasmo sem limites dedicados á sua preparação. São horas sem conta, roubadas quantas vezes ao justo descanso, que toda a gente de Campo Maior dedica á preparação dessa maravilhosa e inesquecível surpresa, desse admirável e fascinante jardim florido que há-de surgir, como por encanto, ao raiar de uma aurora de Setembro. E na verdade coisa que temos a fazer é ir até Campo Maior nessa semana. Todos os milhares e milhares de flores, todas as rosas, todos os cravos, todas as tulipas, todas as glicínias, todas as papoilas garridas foram preparadas com amor, carinho e grande espírito de vontade. Raro espectáculo que se nos oferece, além das maravilhosas ruas “enramadas” são também as encantadoras e suaves melodias – as célebres “saias” – inspiradas em quadras soltas e acompanhadas de ritmo vivo e alegre com pandeiretas e castanholas, que se cantam e bailam (balham), em todas as ruas de Campo Maior.Para o forasteiro, para além de tudo o referido atrás, será também o copo de água fresca do cântaro alentejano, o banco do passeio ou do átrio das casas que se encontram de portas abertas, na ânsia de proporcionar os momentos de repouso, para ele é ainda flor graciosa que mãos femininas vão colocar na sua lapela, a simbolizar a consideração e amizade que o Povo lhes dedica. Assim tem sido sempre e assim serão sempre as Festas do Povo. Uma povoação inteira coberta de papel com dias e noites cheias de alegria, fascínio e encanto.


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CAPELA DOS OSSOS - CAMPO MAIOR - PORTALEGRE


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
A Capela dos Ossos, ou Capela das Almas como é conhecida, data do século XVIII, fica contigua à Igreja Matriz de Campo Maior, e desconhece-se o seu Autor, Arquiteto, ou construtor. O ingresso custa 0.50€ por pessoa. O espaço é reduzido a cerca de 10 m2, e está completamente revestido com crâneos e ossos humanos, com dois esqueletos completos, um de cada lado da sala, com um pequeno altar à entrada. Está geralmente aberto todos os dias.
DESCRIÇÃO:
Descrição Planta longitudinal simples. Fachada principal a S., de dois registos definidos por moldura envolvente e pano único delimitado por pilastras de alvenaria muito pouco salientes com mísulas relevadas de estuques marcando os diferentes registos; inferiormente rasgam-se duas portas, à esquerda, de vergas rectas e molduras de alvenaria e, à direita, uma janela, gradeada, de verga curva sobrepujada por frontão de estuques desehando ornatos vegetalistas e no vértice uma flor de liz; entre a verga e o frontão a inscrição pintada " CAPELA DOS OSSOS - 1766 "; superiormente rasgam-se ao nivel da cornija de remate três janelas de vergas curvas e intradorso moldurado, a central mais estreita, com molduras de alvenaria, parapeitos salientes e frontões contracurvados com tímpanos decorados no centro de elmentos vegetalistas em estuque; entre a a moldura que define os dois registos da fachada e os parapeitos das janelas desehan-se em estuque três cartelas quadragulares relevadas.

Fachafa lateral E. com disposição idêntica de registos e panos, tendo no registo inferior três janelas, duas delas ( as da esquerda ) entaipadas e a terceira semi-entaipada; possuem molduras de alvenaria e vergas curvas ( excepto a terceira de verga recta ) com marcação da chave em ornato de estuque; a janela central tem frontão de estuque de ornatos vegetalistas; no registo superior rasgam-se 5 janelas idênticas às da fachada principal, as dos extremos entaipadas. Fachada O. e N. adossadas. INTERIOR: o acesso é feita por porta travessa a O..Nave única com cobertura em abóbada de aresta de nervuras, de dois tramos, de perfil abatido; arco toral descarregando sobre pilastras pavimento cerâmico firmando padrão geométrico polícromo, verde, amarelo, vermelho e vermelho sangue de boi.

Alçados, cobertura e elementos estruturais totalmente revestidos a ossadas e crânios; embasamento envolvente saliente revestido por crânios. Alçados laterais de dois panos definidos pela pilastra do arco toral; do lado do Evangelho no 1º tramo retábulo desenhado pela disposição horizontal das ossadas intervaladas de crânios que formam o arco da verga do nicho no qual se insere um esqueleto; no 2º tramo a porta de acesso com ombreiras totalmente revestidas de ossadas e 4 degraus; do lado da Epístola dois retábulos semelhantes. Altar-mor com frontal revestido de caveiras expondo-se num nicho envidraçado um crucifixo; na parede oposta rasga-se janelão axial com ombreiras e verga em capialço revestidas de ossadas e desenhando inscrições.
Fonte: www.cm-campomaior.pt

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