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IGREJA DA LAPA - PORTO


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

A Igreja da Lapa está situada na cidade do Porto, Sede de Distrito, Portugal.
A Igreja da Lapa começou a ser construída em 17 de Julho de 1756, e foi concluída em 1863. Foi recentemente restaurada entre 2009/2010. Os arquitetos associados a esta obra são: José Figueiredo Seixas (1759) e José Luís Nogueira Júnior. Os estilos introduzidos na arquitetura foram o Rococó, e o Neoclássico.



Esta Ordem da Lapa, mais conhecida por Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, detinha à altura algumas valências associadas, como o Seminário de Nossa Senhora da Lapa (extinto) o Cemitério onde jazem figuras ilustríssimas da cidade do Porto, e o Hospital da Ordem da Lapa, à altura construído para socorrer os mais pobres e necessitados (agora privado). A Igreja da Lapa é Monumento Nacional e está fora da jurisdição do Estado. Templo religioso de grande envergadura, e relicário de grandes valores patrimoniais e históricos.

Um dos grandes emblemas da Cidade Invicta, Mui Nobre Cidade do Porto. De destacar também o imponente orgão de tubos, de uma beleza indescritível, que de quando em vez mostra a sua bela sonorização em concertos organizados pela venerável Irmandade. A Igreja da Lapa, é um dos grandes tesouros da cidade do Porto, e tem um dos grandes tesouros guardado a 5 chaves numa cripta dentro da igreja, sobreposta por uma grande placa penso que em bronze. A inspeção ao coração de D. Pedro IV é feita de 10 em 10 anos salvo alguma imprevisibilidade ou necessidade. Sobre esta e outras histórias daremos aqui o devido destaque, e informação o mais detalhada possivel para que se possa fazer um retrato minimamente realista deste monumento Portuense e de todas as suas preciosidades que convém não deixar de relevar, e por isso o nosso contributo com os devidos créditos a quem de direito, de toda a informação recolhida. As fotos da Igreja da Lapa foram tiradas através de telemóvel pelo coordenador do Portal AuToCaRaVaNiStA.


A HISTÓRIA E O CORAÇÃO DE D. PEDRO IV:
D. Pedro IV ficou na memória dos portuenses como símbolo de liberdade, patriotismo e força de vontade que, desde sempre, moveu a Cidade e os seus habitantes. A participação e o grande envolvimento da Invicta nas lutas liberais (1832-1833), sensibilizou particularmente o monarca.

Entre o Verão de 1832 -1833, a cidade sofreu enormes privações. Um ano de destruição física e moral que terá sido reconhecido, pelo Rei Soldado.

A grande empatia e gratidão que sentia pelo Porto, leva-o, logo após a vitória liberal, a honrar a cidade com a sua visita. O período de permanência na urbe (26 de Julho a 6 de Agosto) foi preenchido por diversas cerimónias civis, religiosas e militares. Destaca-se a entrega das chaves da Cidade, pelo presidente da Câmara, à Rainha. A cerimónia terminava com uma oração de graças e um "Te Deum", na Igreja da Lapa.
É também nesta Igreja que, em 1835, por vontade testamental, o seu coração foi depositado.

Em 14 de Janeiro de 1837, um decreto redigido por Almeida Garrett e assinado pela rainha D. Maria II, adicionava novos elementos às Armas do Porto.

Este acontecimento determinava que "as armas sejam esquarteladas com as do reino e tenham ao centro, num escudete de púrpura o coração de oiro de D.Pedro, sobrepojadas por uma coroa de duque, tendo por timbre o "Dragão negro das antigas Armas dos senhores Reis destes reinos", e junte aos seus títulos o de Invicta."

Foi este o último sinal de reconhecimento do monarca pelo esforço dos portuenses, ao serviço do país. Fonte: www.cm-porto.pt


EXAME AOS RESTOS MORTAIS DE D. PEDRO IV:
Exames aos restos mortais de Dom Pedro IV de Portugal clarificam a sua história
LUSA 20/02/2013 - 16:43
Investigadores brasileiros exumaram os corpos de membros da família imperial e fizeram exames que desfazem mitos sobre a morte de Dona Leopoldina, além de revelarem facetas da vida do primeiro imperador do Brasil.
O trabalho foi dirigido pela historiadora e arqueóloga brasileira Valdirene do Carmo Ambiel, da Universidade de São Paulo (USP). As ossadas foram submetidas a biópsias e exames radiológicos que deverão permitir ainda a reconstituição da face e até a simulação de movimentos destas personagens históricas através de hologramas.


De acordo com Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP, as ossadas de Dona Leopoldina, primeira mulher de D. Pedro I do Brasil, D. Pedro IV, em Portugal, não possuíam marcas de fracturas, desmentindo a versão de historiadores que apontam uma queda, em consequência de uma discussão com o marido, como causa da morte. "Existia uma versão, não sei com que base, de que a morte dela teria sido ocasionada por uma fractura, gerada numa queda depois de uma discussão com D. Pedro [que a teria empurrado.


Pode ter ocorrido a queda, mas não o suficiente para que isso causasse a morte", reforça este patologista, que foi responsável pelos exames. Já na ossada de D. Pedro IV foi possível observar duas fracturas associadas a acidentes de equitação. O detalhe permite explicar o que terá ocasionado o diagnóstico, anos mais tarde, relativo ao mau funcionamento de um dos seus pulmões. "Numa dessas fracturas, provavelmente foi atingido o pulmão, mas não foi diagnosticado na hora e isso gerou um pneumotórax [devido a uma lesão da pleura] ", explica Saldiva.


De facto, alguns anos após o acidente, uma autópsia feita no Porto, em Portugal, indicava que um dos pulmões do imperador estava totalmente colapsado. A causa da sua morte terá sido uma tuberculose. Para Paulo Saldiva, os exames permitem revelar a personalidade do imperador, mostrando que este ainda teve a "coragem" e a disposição para enfrentar "grandes batalhas", apesar das dificuldades respiratórias que certamente passou a sentir após a lesão.

D. Pedro foi o responsável por conseguir a independência do Brasil em relação a Portugal, em 1822. O filho de D. João VI e Carlota Joaquina ainda regressou a Portugal, tendo sido coroado como D. Pedro IV, em 1826. Pouco tempo depois, o monarca abdicou do trono a favor de sua filha, Dona Maria II.
Quanto ao corpo de Dona Maria Amélia, sua segunda esposa, era o mais bem conservado porque foi o único dos três que foi embalsamado.


Na avaliação do investigador, os corpos não foram conservados com o cuidado que mereciam. "Continuo a achar que o Brasil podia ter cuidado um pouco melhor desses personagens. Percebemos que embalsamar não era um costume da família real, não temos informação de como foi feita a de Dona Amélia, provavelmente foi feita em França", completa Saldiva.

O trabalho foi realizado com a autorização de descendentes da família real no Brasil e os corpos já foram repostos nas respectivas sepulturas. A análise dos cadáveres foi feita separadamente, ao longo de uma única noite, e precisou de planeamento e esforço especiais para garantir o retorno dos restos mortais em perfeito estado. "Durante a abertura das covas a família estava presente, havia padre. Era importante garantir o transporte adequado, até pela má conservação do esqueleto. Não podíamos retirar ossos e devolver um saquinho de pó", ressaltou o cientista.
Fonte: Jornal Público.pt

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PORTO - PORTUGAL


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Este pequeno apontamento fotográfico da cidade do Porto, pretende dar uma imagem atual "da parte antiga" e sem exageros, da mui nobre e sempre leal cidade invicta do Porto. Não sei propriamente a origem destas fotos, vieram-me ter às mãos para publicação, assim como na postagem anterior da Cidade do Porto Antigo, 1940, que também não sei a sua proveniência, mas o mais importante é que fique o registo desta que é a cidade mais emblemática de Portugal. Naturalmente que o Porto é bastante mais que isto, espero ainda um dia fazer a minha própria reportagem fotográfica. Afinal sou um filho desta Região. Mas o mais importante, é rica história e o vasto património.


             HISTÓRIA:
Em 1996, perante a irrefutável riqueza histórica da cidade, sobretudo na sua parte antiga, a Unesco conferiu à cidade o estatuto de «Cidade Património Mundial».
Em 2001, o Porto, juntamente com Roterdão, é Capital Europeia da Cultura. Artistas de renome participam nos eventos do Porto 2001, dando a este ano uma oportunidade de ouro para desenvolver o gosto da população pelas diversas manifestações artísticas.


Os séculos XIV e XV, assistem a um crescimento enorme da cidade. As feiras são como cogumelos, o Porto era o monopolizador da economia regional. A rede viária melhora consideravelmente. Surgem praças novas, mais largas. Nos finais do século XVIII, o crescimento da cidade dirige-se para fora das muralhas.

Em 1580, o rei Filipe II de Espanha, torna-se também Filipe I de Portugal. A população do Porto sofreu com estes 60 anos de ocupação, nomeadamente a nível de impostos. Com a Restauração, em 1640, é restabelecida no Porto a Casa da Moeda.
O condado, cujo nome deriva do topónimo Portucale, nasceu de uma dádiva do rei Afonso VI à sua filha D. Teresa e a D. Henrique de Borgonha. A cidade do Porto era o morro da Sé. A Rua das Aldas ou a Rua da Penaventosa datam desta altura. O morro era rodeado por muralhas.
Por iniciativa de D. Teresa, em 1120, é concedido ao bispo D. Hugo um vasto território. O prelado, volvidos três anos, dá a carta de foral aos moradores. O foral era bastante generoso, o que contribuiu para o rápido desenvolvimento do território. As muralhas foram rapidamente extravazadas em todas as direcções.

Em 1414, D. João I resolve preparar a expedição a Ceuta. Incumbe para esse efeito, o infante D. Henrique, de apenas 20 anos. Este dirige-se ao Porto, sua cidade natal, para organizar a frota. A população do Porto voltou a mobilizar-se, a cidade era um autêntico bulício. Daqui advirá a alcunha de tripeiros dos habitantes do Porto, uma vez que estes teriam oferecido toda a carne que tinham para a armada, e reservado para si as tripas. Em Junho de 1415, o Infante mandou terminar os trabalhos. A expedição estava preparada e o Infante pronto para partir.

O Porto do século XV dividia-se em três áreas: Alta, Baixa e Monte do Olival.
A zona Alta era constituída pelo morro da Sé. Era conotada com o poder eclesiástico. A Baixa começou a afirmar-se na segunda metade do século XIV, obra de pescadores, mercadores e gente da Finança. A Praça da Ribeira representava o fervilhar desta nova vida. O Monte do Olival era uma zona de lavradio e pouco populosa. Aqui residia a comunidade judaica do Porto. A Judiaria do Olival foi instituída em 1386. Parece haver a pretensão de colocar os judeus num bairro único, segregado. Esta zona do Olival ficará sempre associada aos judeus.

Como em todo o país, a influência dos Descobrimentos foi enorme. Os produtos do oriente circulavam na cidade, as pessoas passaram a usar jóias e decorar as casas. Mas neste período realizaram-se também dois autos de fé, dirigidos pelo bispo Baltasar Limpo.


          Época Medieval
Em 1330, o Porto era uma cidade importante e grande, era ponto obrigatório da actividade mercantil.
Em meados do século XIV, torna-se premente construir uma nova muralha no Porto, de modo a proteger a cidade em pleno crescimento de todas as arremetidas inimigas.
Até ao final da Idade Média o Porto foi local de disputas entre bispos e cónegos, clero contra frades fransciscanos, bispos contra reis, burgueses contra bispos, burgueses contra fidalgos. Esta última disputa fez com que fidalgo que quisesse vir ao Porto só pudesse permanecer na cidade um máximo de três dias.

Em 1355, o infante D. Pedro e o rei D.Afonso IV, devido aos acontecimentos que envolveram Inês de Castro, iniciam uma guerra que vai ser travada no Porto. A população, fiel ao rei, consegue resistir à investida de D. Pedro. Tornava-se imperioso muralhar a cidade.

Esta decisão foi tomada pelo rei pois a obra era tão exigente e cara que só ele a poderia patrociná-la. Foi mobilizada toda a população. As zonas limítrofes do Porto também colaboraram no empreendimento.

Foi então D. Afonso IV o verdadeiro autor do amuralhar da cidade. No entanto, o rei não viu acabar a sua obra. Esta terminou em 1370, volvidos cerca de quarenta anos de trabalho anónimo, já no reinado de D. Fernando. No total a muralha preenchia 44,5 hectares, cinco portas defendidas por torres, inúmeros postigos e cubelos, conciliando na perfeição interesses civis e militares.

O Porto medieval é labiríntico, de ruas estreitas e tortuosas. Todavia, prosperava, graças ao comércio com os países do Norte, e à vontade e firmeza da sua população. Aquando a crise de 1383-1385, o Porto esteve incondicionalmente ao lado do Mestre de Avis. E são muitas as ligações do fundador da dinastia de Avis ao Porto, aqui se casou em 1387 com D. Filipa de Lencastre, aqui nasceu sete anos mais tarde o Infante D. Henrique.
Fonte: www.cm-porto.pt

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PORTO ANTIGO - 1914 - PORTUGAL



Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
                            CIDADE DO PORTO - PORTUGAL

Antes de postar aqui qualquer foto atual da Mui Nobre e Sempre Leal Cidade Invicta do Porto, deixo aqui algum arquivo recolhido naturalmente por vários fotógrafos anónimos daquele tempo ido, e que remonta a nada menos que ao ano de 1914. Será sempre interessante verificar a evolução em 72 anos de desenvolvimento da Cidade do Porto.

Na foto a Torre dos Clérigos um dos maiores símbolos, se não o maior, da Cidade do Porto.


            HISTÓRIA:


Há muito, muito tempo, quase nos primórdios da civilização, havia um lugar ao qual chamaram Porto por ser de paragem obrigatória às gentes que viajavam no país. Nesse lugar havia um rio chamado Douro por ter em si muitas e belas riquezas. A terminologia da palavra aponta para portus, a porta, topónimo que traduz a vida comercial e o desejo de um povo pioneiro na descoberta do desconhecido A constituição das suas origens como cidade data de 417. 



Ao longo dos séculos foram vários os seus governantes, citando-se entre outros os Suervos, os Godos, e mesmo os Mouros que por aqui passaram até ao reinado d’El Rei D. Afonso I, de cognome o Católico. Nas vicissitudes da Reconquista conhece por várias vezes a destruição. Depois de ter sido nomeada bispado e ter sido entregue a D. Hugo o burgo foi sempre crescendo, quer dentro dos muros, quer nas imediações da cidade. Estendendo-se pela Ribeira até à praia onde desembarcavam e embarcavam mercadorias. Trepando em direcção ao burgo, lá no alto, seguindo os traçados que rumam a Braga, a Guimarães e Trás-os-Montes e ao Olival.

A crescente importância económica do burgo episcopal começa a despertar a cobiça dos poderosos e com eles a dos reis. E as lutas começam. As disputas entre reis e bispos pelo controlo dos recursos da cidade, nomeadamente dos rendimentos da actividade portuária permanecem até ao reinado de D. João I, quando acordou com a Mitra a passagem definitiva do senhorio. Entretanto a cidade continua a crescer e é no reinado de D. Afonso IV que é mandado edificar uma cinta de muralhas destinadas a proteger o pequeno burgo, esses muros ou muralhas que circundavam e defendiam o velho burgo portucalense existiam ainda no século XVII, da sua constituição faziam parte as portas: a Porta dos Carros, de Santo Elói, do Olival, da Esperança, do Sol e a Porta Nobre . 

No seu percurso a porta principal era o Arco de Vandoma, situado a nascente do citado burgo e a encostar no largo da Sé e na rua Chã daí inclinava o muro monte abaixo, ladeando as escadas das verdades onde se encontrava a Porta das Mentiras, aqui o muro torneava o Alto do Barredo e angulava o rio da vila que desaguava a descoberto na rua de S. João, que hoje em dia ainda conserva o mesmo nome, rasgando o arco de Sant’Ana das Aldas e o arco de S. Sebastião onde recurvando fechava o circuito do muro, muro este que é mais conhecido por Muralha Fernandina (ver 1ª foto ao lado). Cedo o Porto demonstrou o seu grande potencial na construção naval, quer a nível industrial, quer comercial. A esse potencial não são alheias as ligações inquebráveis que o Porto possui com o Douro e com o Atlântico. 

Assim pelo século XIV adiante foi o Porto o principal centro português de construções navais. Envolto nos enredos do mar, lançado na imensidão dos oceanos em busca de novas paragens, navios, marinheiros e população integraram interesses e esforços de muitas formas e, logo aquando da expedição à conquista de Ceuta, o infante D. Henrique, nascido na Invicta, ali organiza uma formosa esquadra que levou a juntar-se ao rei que esperava em Lisboa antes de partirem par o Norte de África. E foi por tal empenhamento que os portuenses receberam a alcunha de Tripeiros, pois segundo contam, o comprometimento do povo levou a que fornecessem as naus e galeras com as carnes ficando apenas as tripas como alimento dos que por cá ficaram. 

Como louvores dos feitos prestados, muitos foram os portuenses que inscreveram os seus nomes na história. Ao longo da história o Porto foi sempre muito cobiçado, pelas riquezas, privilégios, autonomia e tradição que o caracterizavam, mas com o Foral Manuelino (ver 2ª foto ao lado) de 20 de Junho de 1517 o Porto perdeu grande parte dos seus privilégios, sendo D. Manuel considerado o rei inimigo, que deu inicio à mesquinha, absurda e funesta política da centralização dos poderes e serviços. Contudo o povo portuense sempre honrou o seu caracter colectivo, através do seu espirito de independência e o seu amor à liberdade. 

Muito marcada pelo desaire do período filipino, é já no século XVIII que de novo atinge as alturas dos pergaminhos de cidade empreendedora. Renovando as industrias correlativas derivadas das velhas actividades mercantis de cabotagem e longo curso. Mas o engrandecimento da cidade não resplandece apenas nas actividades comerciais, expandindo-se às artes, como é o barroco nasoniano marcado em alguns templos da cidade. Uma das características deste estilo é o recurso à policromia e à exuberância das formas, bem como a conjugação de revestimentos a ouro com a pintura e o azulejo criando ambientes de rara beleza. 
Em 1755 o Porto é marcado por um terramoto que apenas provocou pequenos estragos, na sequência da reconstrução de Lisboa, a influencia inglesa e a acção dos Almadas, trazem para a cidade um surto de engrandecimento admirável. Sobrecarregada com a crise da tecelagem, mas apoiada no comercio do vinho do Alto Douro, trazido rio abaixo e embarcado no Porto, facto que se traduziu no nome pelo qual esse vinho é conhecido, a cidade vê aumentar ainda mais o seu núcleo populacional com colónias de ingleses e outros europeus que se estabeleceram e radicaram na cidade. 

No século XIX o Porto é massivamente modernizado através de novas ideias, riqueza acrescida, força empreendedora, um deslumbrante escol de gente de saber, políticos, capitais e sobretudo a inegável força popular, afeita ao trabalho, resistente e ciosa dos seus pergaminhos de independência e liberdade. Os portuenses intervêm repetidas vezes nos próprios destinos políticos da Pátria. Sofreram a ocupação dos invasores, não se aquietando na sua expulsão, retendo-lhes as ideias mais benéficas, não admitindo tutelas, defendendo-se com armas, vidas e bens. 
Com uma determinação impar, a cidade foi crescendo, organizando-se administrativa, financeira e culturalmente, constituindo-se numa capital regional que ainda hoje é. Ao longo do século XX o cunho que a caracterizou sempre manteve-se e hoje a cidade está populacionalmente estabilizada. Dela partiram as primeiras acções republicanas, sendo simultaneamente um dos grandes pilares políticos e económicos do País. E ainda foi o pólo de crescimento industrial significativo quer internamente, quer nas regiões vizinhas. 
Assim falar do Porto é começar sem nunca conseguir terminar de relatar todos os seus feitos, tradições, costumes, belezas... A cidade velha de séculos, contrastante com o fervilhar de actividades e ideias não se pode nunca destituir das gentes que lhe dão vida, caracter e cunho. Gentes de linguagem marcada, sonora e garrida, trabalhadora e entusiasta, vibrante com seus ídolos desportivos, áspera e livre na crítica e jubilosa nos folguedos. O Porto congrega, cria, difunde densos cambiantes de contrastes sendo por isto o símbolo portuguesíssimo de um progresso que não se envergonha do passado mas nele sustenta o futuro. Por tudo isto é considerada a mais imponente cidade do Norte merecendo a justa classificação de Património Mundial.

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