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SANTUÁRIO DO SENHOR DA SERRA - SEMIDE - MIRANDA DO CORVO



Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


Semide é uma Freguesia Portuguesa, pertencente ao Concelho de Miranda do Corvo, Distrito de Coimbra, Região Centro, e sub Região do Pinhal Interior Norte.
Este importante Santuário do Senhor da serra, ergue-se bem lá no alto, de onde se tem belas vistas no seu horizonte, com a serra da Lousã ali tão perto. Semide tem um rico e vasto património Religioso, um pouco espalhado por toda a Freguesia.




Santuário do Senhor da Serra:

O crescimento dos peregrinos foi notável a partir de 1793. A região centro do país teve no Senhor da Serra, desde o século XVII, até que Fátima se impôs pelas aparições da Virgem Mãe de Deus, o seu maior Santuário. Desde o Vouga ao Mondego, ao Liz; no interior, numa região transbordando para além das serras da Lousã e do Buçaco, atingindo os concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital e da Mealhada, não há aldeia ou vila, donde em Agosto (14-21), não tenham vindo peregrinos ao Senhor da Serra, para agradecer um pedido feito em horas de aflição: o salvamento de um pescador, a cura de uma pessoa de família de uma doença grave, livrar um rapaz da tropa etc.

Os peregrinos vinham em grupos ou em ranchos, facilmente identificáveis pelos trajes e costumes. Os da Beira Mar contrastando com os da Beira Interior, os da estremadura com as gentes da Gafanha. Muitos vinham a pé desde as suas terras. E depois era vê-los subir como carreiros de formigas pelos lados de Ceira, de Miranda, da Trémoa, de Semide e outras partes, subindo sempre, porque o Senhor da Serra ficava lá no alto e era necessário lá chegar para cumprir a promessa.
Em finais do século XVII já havia peregrinos que se demoravam no Santuário do Senhor da Serra alguns dias, foi por isso necessário proceder a ampliações da capela original e construir as hospedarias.


     A CAPELA ACTUAL
A capela actual é um edifício que não se pode classificar de um só estilo, mas de vários, segundo o autor da planta, já que a torre dá a impressão de um gótico flamejante, mas os capitéis e outros elementos são do estilo românico.
Lá dentro podemos apreciar o altar mor dourado que foi executado pelos alunos da antiga Escola Industrial Brotero em Coimbra sob orientação de João Machado, tal como os belíssimos vitrais, estes sob a direcção do prof. Lapierre, e os azulejos que revestem as paredes e que representam cenas da vida de Jesus, e que foram executados sob orientação do prof. António Augusto Gonçalves.


Os altares laterais que vieram da Capela da Misericórdia de Coimbra.
A pintura do Tecto que é obra do pintor Eliseu de Coimbra.
O púlpito de pau preto, artisticamente trabalhado, obra do séc. XVII e que veio da Sé Velha de Coimbra.
A torre, para a qual se sobe por uma escada em caracol que vai desde a porta da entrada principal passando pelo coro até ao ponto mais alto, de onde se podem disfrutar excelentes vistas sobre a povoação e região envolvente.
Cá fora existe uma capelinha com uma imagem do Senhor Crucificado, da autoria de António Augusto Gonçalves e um Lavabo da autoria de João Machado que são também dignos de atenção.


Actualmente é capelão do Santuário do Senhor da Serra, o Padre António Pedro dos Santos, que tem vindo a enveredar esforços para que o Santuário do Senhor da Serra retome a fama que teve em tempos não muito remotos, de Santuário de grande piedade e manifestação pública de fé.
As romarias dos últimos anos são a prova de que se está a caminhar para esse objectivo.



Fonte: http://www.freguesiadesemide.eu



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MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE SEMIDE - MIRANDA DO CORVO



Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Situado em Semide, agora com  a junção das Freguesias de Semide e Rio Vide, Concelho de Miranda do Corvo, Distrito de Coimbra, Portugal. O Mosteiro de Santa Maria de Semide, que sofreu ao longo dos tempos várias vicissitudes e catástrofes na base de vários incêndios que destruíram praticamente todo o Mosteiro, bem como o seu valioso espolio religioso e não só. O acesso ao Mosteiro é um pouco sinuoso, mas chegados lá acima tem um grande largo para estacionar. A igreja estava também ela fechada, mas com um pouco de sorte, lá vamos abrindo p.f. estes monumentos religiosos para visita, e apreciar as riquezas do seu interior.



             HISTÓRIA:

O Convento ou Mosteiro de Santa Maria de Semide, localizado em Miranda do Corvo foi fundado em 1154 por Martim Anaia. Inicialmente era ocupado por monges beneditinos. Mais tarde tornou-se num convento de freiras para receber as descendentes do seu fundador.
A parte mais antiga ainda existente data do século XVI. Em 1664 um incêndio devorou a maior parte do edifício que foi reconstruído e inaugurado, com a actual igreja, em 1697. 


Em 1964 o mosteiro sofre novo incêndio tendo sido devorada a ala poente. Em 1990, um novo incêndio destruiu o claustro velho, a casa do capítulo e a sacristia.
Do conjunto ainda existente salienta-se a Igreja, com um retábulo e cadeiral em madeira, dos finais do séc. XVII, azulejos do séc. XVIII, esculturas do séc. XVII e séc. XVIII e altar-mor também do séc. XVII. O órgão de tubos, do séc. XVIII, foi recentemente recuperado.
Actualmente o mosteiro alberga o CEARTE, escola de formação profissional e um lar de jovens da Cáritas.


Para satisfazer a sede de cultura dos seus visitantes, esta freguesia tem para oferecer, o Mosteiro de Santa Maria de Semide, o Santuário do Divino Senhor da Serra, a Igreja Matriz e a Misericórdia de Semide.
Do opulento Mosteiro de Santa Maria de Semide, já pouco resta actualmente. A parte mais antiga que resiste as vicissitudes dos tempos é o claustro, datado da década de quarenta do século XVI. O incêndio de 1664 devorou a maior parte do edifício, que foi reconstruído e inaugurado, com a nova Igreja, em 1697.

Encerrado aquando da extinção das Ordens Religiosas, ai se instalou a Escola Profissional de Agricultura, sob a alçada da então Junta Distrital, por iniciativa de Bissaya Barreto.
Um novo incêndio, em 1964, queimou toda a ala poente do edifício.
A parte do claustro velho, a cãs do Capitulo, a sacristia e uma sala contigua onde se encontravam algumas imagens, alfaias religiosas, livros e documentos que não puderam ser retirados, foram também recentemente destruídas por outro incêndio, que deflagrou em 16 de Agosto de 1990.

Do que ainda resta, salienta-se a Igreja com retábulo e cadeiral em madeira, de finais do século XVII, algumas esculturas dos séculos XVII e XVII e o altar-mor, também datado do século XVII. O órgão de tubos, por outro lado, é uma bela peça de século XVIII.
Pela sua antiguidade, o Mosteiro de Semide, erigido no século XI, é considerado o monumento edificado mais importante de todo o Município.
O Santuário do senhor da Serra, no monte com o mesmo nome, é dedicado ao Santo Cristo, cuja devoção teve inicio num vulgar cruzeiro de caminho que, a pouco, se transformou na romaria que hoje o caracteriza.

A Capela é um edifício de uma só nave, cuja torre se levanta a meio da frontaria, rasgando-se na base o portal, que remata em pirâmide. A capela-mor poligonal é de tipo nitidamente romântico. O retábulo principal em madeira, flamejante, foi inspirado no da Sé Velha de Coimbra, desenhado por António Augusto Gonçalves e executado segundo a direcção de João Machado (pai).
Os retábulos colaterais pertencem a demolida Igreja da Misericórdia de Coimbra, sofrendo algumas adaptações, são construídos por colunas torcidas, datada do século XVIII.
A Imagem do Santo Cristo é um crucifixo em pedra, tipo setecentista, que mostra na base as inscrições seguintes: “1704 e R(eforma) do 1862”. O púlpito, seisecentista, é criundo da Sé Velha. Os vitrais e azulejos exteriores (ex-votos), por sua vez, foram executados na Escola de Avelar Botero, de Coimbra.
Fonte: Junta de Freguesia de Semide

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OPERAÇÃO CHANFANA II - MIRANDA DO CORVO

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Pela segunda vez o Grupo AuToCaRaVaNiStA visitou a Capital da Chanfana, para degustar uma vez mais, esta maravilha da gastronomia Portuguesa. Desta feita o local escolhido para o repasto foi o Restaurante Parreirinha, bem no centro de Miranda do Corvo. Convívio de Confraternização do Grupo AuToCaRaVaNiStA de eleição, que normalmente são os membros da nossa muito estimada Confraria da Panela de Ferro. Por imposição de alguns contratempos pessoais, não pudemos reunir toda a gente, mas mesmo assim totalizamos 40 pessoas sentadas à mesa, para saborear ao jantar este excecional repasto que foi a chanfana. Para que fique registado, foi aos 18 de Maio de 2013, pelas 19h30, no Restaurante Parreirinha.



                           HISTÓRIA:
A gastronomia principal está ligada à criação de cabras que nestas pastagens de montanha encontram o local ideal para se desenvolverem. Assim os principais pratos feitos à base de carne de cabra são: Chanfana; Negalhos; Chispe e Sopa de Casamento.
A Chanfana teria surgido no Mosteiro de Santa Maria em Semide, instituição religiosa pertencente actualmente à nossa freguesia de Semide, generalizando-se o seu consumo após a 3ª Invasão Francesa, apoiada numa região com tradição na produção vinícola e com uma indústria de transformação de barro ancestral.


Até finais do séc. XIX, todos os agricultores e rendeiros eram obrigados ao pagamento dos foros. Muitos dos moradores, porque eram pastores, pagavam com cabras e ovelhas. Os foreiros libertavam-se dos animais mais velhos que já não lhes davam leite nem se reproduziam. Ora, como as freiras não tinham disponibilidade nem meios para manter tão grande rebanho, descobriram uma fórmula para cozinhar e conservar a respectiva carne, aproveitando o vinho que lhes era entregue pelos rendeiros, o louro que tinham na sua quinta, bem como os alhos e demais ingredientes.


Surge, assim, a Chanfana que era religiosamente guardada, ao longo do ano, nas caves frescas do mosteiro. A carne assada no vinho mantinha-se no molho gorduroso solidificado, durante largos meses. É inegável, em termos históricos, a contribuição das ordens religiosos no aparecimento de muita da nossa gastronomia. Basta lembrarmo-nos da doçaria conventual. O vinho tinto utilizado era de grande qualidade, pois só assim a carne ficaria mais tenra. Não se pode deixar de associar a utilização deste líquido ao facto do concelho de Miranda do Corvo, nomeadamente a freguesia de Lamas, onde o Mosteiro possuía inúmeros coutos, ser conhecida pela qualidade do seu vinho tinto “carrascão”, ainda hoje produzido em abundância.

Durante a terceira Invasão Francesa, as freiras terão divulgado esta fórmula gastronómica, devido a necessidades imperiosas da própria conjuntura histórica, concretamente, para evitar que os soldados franceses roubassem as cabras e as ovelhas da região. Diz-se, então, que quando as tropas francesas circularam pela região de Miranda do Corvo, a população envenenou as águas para matar os franceses. Mas, como era necessário cozinhar a carne habitualmente consumida, utilizou-se o vinho da região. A Chanfana é um prato típico do concelho de Miranda do Corvo, de onde cremos ser originária, que se expandiu praticamente por toda a região centro onde adquiriu várias nuances. É muito apreciada e servida em quase todos os restaurantes do nosso concelho. De salientar que constitui o prato «obrigatório» quando decorrem as festas religiosas em todos os lugares da Freguesia de Semide, e é ainda hoje imprescindível na ementa dos casamentos, sendo como tal também chamada “Carne de Casamento”.

Assim a gastronomia característica da freguesia de Semide nasce com o modo de vida e criatividade das monjas do Mosteiro de Santa Maria de Semide, importante núcleo religioso e administrativo; no contexto político, social e económico da 3ª Invasão Francesa; condicionada pela presença de um complexo industrial de oleiros do barro vermelho e uma boa produção vinícola. Numa época em que as dificuldades económicas prevaleciam na maior parte da população, tudo tinha de ser minuciosamente aproveitado. Assim, com a carne temos a Chanfana; com o molho e as sobras, a Sopa de Casamento; com as peles (depois de limpas e secas ao sol) faziam-se os “foles” para levar os cereais aos moinhos e o azeite às feiras. Consta que também os Negalhos remontem a esse difícil período da época da terceira Invasão Francesa, em que as necessidades de sobrevivência e de miséria se acentuaram ainda mais.

Estando a rarear a carne, porque os invasores franceses roubavam os rebanhos, a população teve de aproveitar tudo, inclusivamente as tripas dos animais cuja carne – preciosa e agora rara - utilizava na sua alimentação. Experimentaram, então, cozinhar as tripas segundo a receita da Chanfana e terá dado resultado. Há um factor extremamente importante para o sucesso destes pratos, que se prende com as condições de cozedura. Tanto a Chanfana, como os Negalhos são cozinhados em caçoilas de barro tapadas com folhas de couve. Neste concelho desenvolveu-se uma indústria artesanal de olaria de barro vermelho de que há notícias, pelo menos, desde o séc. XVI. O forno de lenha, elemento fundamental na cozedura da broa, é previamente aquecido e, depois de fechada a boca, deve ser vedado com barro. Como estes pratos apenas são consumidos no dia seguinte, devem ser mantidos no forno até à hora de serem servidos. Nessa altura o barro é picado para abrir a porta e a caçoila é retirada e colocada sobre as trempes junto à lareira para aquecer lentamente. Comia-se carne apenas em épocas especiais – festas, casamentos - e os legumes plantados em pequenas hortas, a par do pão, foram, desde sempre, os alimentos de maior consumo pela população portuguesa. Como tal o aproveitamento de um produto tão precioso como a carne tinha que ser total, evitando todo e qualquer desperdício.

Assim, comida a Chanfana, com o molho faz-se a “Sopa de Casamento”. Era tradição dar aos convidados o almoço no dia seguinte ao casamento, e como já não havia carne suficiente, com o molho fazia-se a dita sopa e enfeitava-se com os restantes pedaços de carne. Trata-se de um aproveitamento óptimo do molho da chanfana, que nunca é totalmente consumido. Como é muito saboroso e rico, não só em gordura mas também nos sucos de carne, seria uma pena desperdiçá-lo. Tal como a Chanfana, este prato é cozinhado em recipiente de barro vermelho para depois ir ao forno apurar. A Sopa de Casamento acaba por ser o fechar do ciclo de aproveitamento da cabra.
Chanfana:
Segundo a lenda, a chanfana terá surgido no Mosteiro de Semide. Até ao final do século XIX, todos os agricultores eram obrigados ao pagamento de foros. O mosteiro de Semide era quem recebia os foros dos moradores do seu couto. Muitos dos moradores, porque eram pastores, pagavam as suas «rendas» com cabras e ovelhas. Como as freiras não tinham possibilidade de manter tão grande rebanho, descobriram esta fórmula para cozinhar e conservar a respectiva carne, aproveitando também o vinho que lhes era entregue pelos rendeiros, o louro, que tinham na quinta, bem como os alhos e demais ingredientes. Surge, assim a chanfana que era religiosamente guardada ao longo do ano nas caves do convento.
Adaptado de “Gastronomia – Miranda do Corvo” de Mª Teresa Osório e Mª Helena Duarte



      CHANFANA:


Ingredientes por caçoilo:
1, 5 kg de carne de cabra, 2 ou 3 cabeças de alho, 1 colher de sopa de colorau, cravinho, 2, ou 3 folhas de louro, sal q.b., 1 a 1,5 l de vinho tinto.
Corta-se a carne em postas. No caçoilo colocam-se as cabeças de alho limpas e as folhas de louro. Em seguida, coloca-se a carne, o colorau, o cravinho e o sal. Por fim, cobre-se tudo com o vinho tinto e com algumas gorduras da cabra.
Aquece-se o forno bem quente (normalmente é o forno da broa). Deixam-se ficar as brasas que vão servir para manter a temperatura e introduzem-se os caçoilos e «esquece-se» até o forno esfriar, o que leva cerca de 3 horas. A entrada do forno é barrada com cinza ou farinha para manter o calor. Ao fim deste tempo, tiram-se os caçoilos, rectificando de sal, se for necessário.
Serve-se no caçoilo em que cozeu, com batatas cozidas e com os famosos grelos do Senhor da Serra.
Este prato é rigorosamente obrigatório em todas as festas e bodas desta região. Nunca deverá ser feito no dia em que é servido, mas na véspera ou antevéspera, aquecendo-se muito bem antes de servir.



SOPA DE CASAMENTO:

Trata-se de um aproveitamento óptimo do molho da Chanfana, que nunca é totalmente consumido. Como é muito saboroso e rico não só em gordura mas também nos sucos de carne, seria pena desperdiçá-lo.
Confecção:
Cozem-se as couves, preferência lombarda ou troncha.
Numa caçoila de barro dispõe-se uma camada de couves cozidas, uma camada de pão em fatias e assim sucessivamente até acabar com as couves. Deita-se por cima o molho, aquecido, da chanfana. Vai ao forno quente para apurar e tostar um pouco.
            


             NEGALHOS:

Consta que a origem dos negalhos remonta à época da terceira invasão francesa. Estando a rarear a carne porque os franceses roubavam os rebanhos, a população teve de aproveitar tudo, inclusivamente as tripas dos animais, cuja carne utilizava habitualmente na sua alimentação.
Experimentaram, então, cozinhar as tripas segundo a receita da chanfana e deu resultado.
Ingredientes:
Bucho de cabra cortado aos bocados grandes
Tripas de cabra cortadas em bocados grandes
Vinho tinto
Cabeças de alho inteira
Hortelã
Sal
Colorau
Louro
Piripiri
Água
Confecção:
Lavam-se muito bem as tripas e o bucho e deixam-se ficar com limão e sal durante algumas horas. Temperam-se depois com sal, colorau e piripiri.
Dentro de cada bocado de bucho colocam-se bocadinhos de tripas e de toucinho e uma folha de hortelã, fazendo-se uma “bola” que se cose com linha.
Deitam-se as bolas numa caçoila de barro preto com vinho tinto. Junta-se toucinho de porco cortado aos bocados e tempera-se, a gosto, com louro, colorau e cabeças de alho inteiras esmagadas.
Leva-se a caçoila ao forno de lenha bem quente. A porta do forno deve ser vedada com barro, como para a chanfana. Também como para a chanfana, os negalhos ficam no forno até ao dia seguinte e, antes de os servir, com batata cozida, aquecem-se à lareira.



           ARROZ DOCE:

O arroz-doce é uma sobremesa obrigatória nas bodas de baptizado e de casamento.
É ainda hoje usado nesta região como participação de casamento e pretexto para apresentação do noivo. As raparigas do povo, juntamente com a mãe e o noivo, visitam as famílias que conhecem e que não foram convidadas para o casamento, oferecendo uma travessa de arroz-doce, transportada numa cesta e coberta com um pano de linho feito nos teares manuais. Ao fazerem a devolução das travessas, entregavam também os seus presentes de casamento.
Ingredientes: 
250 grs de arroz
1 Litro de leite
300grs de açúcar
1 Limão
Canela em pó
Confecção
Coze-se o arroz em água com umas pedrinhas de sal.
Coloca-se o leite ao lume com o açúcar e a casca de limão cortada fininha e, logo que o arroz esteja a meio da cozedura, deita-se sobre ele o leite, que também deve estar a ferver.
Deixa-se cozer bem e serve-se em travessas polvilhado de canela



NABADA: (Doce conventual de Semide)

1 Kg de nabos;
cerca de 500 g de açúcar;
50 g de amêndoas;
sal.
Escolhem-se nabos muito bons e doces.
Descascam-se, cortam-se às rodelas e cozem-se em água ligeiramente temperada com sal. Escorrem-se e colocam-se as rodelas de nabo em água fria durante quarto dias, renovando a água diariamente. A esta operação dá-se o nome de corar. Escorrem-se os nabos, espremem-se muito bem num pano e pisam-se num almofariz, tendo o cuidado de retirar os fios e algumas pontas mais duras dos nabos. Pesa-se o puré dos nabos e toma-se igual porção de açúcar. Regra geral, 1 kg de nabos dá 500 g de puré. Leva-se o açúcar ao lume com um copo de água e deixa-se ferver até fazer ponto de cabelo. Nesta altura, juntam-se o puré de nabos e as amêndoas previamente peladas e raladas. Deixa-se o doce ferver como se fosse marmelada, isto é, até se ver o fundo do tacho, tendo o cuidado de mexer constantemente. Guarda-se em tigelas cobertas com papel vegetal, passado por aguardente.
Nota: A operação de «corar» pode ser efectuada, sem prejuízo, no frigorífico.



SÚPLICAS:  (Doce conventual de Semide)

4 Ovos inteiros + 8 gemas;
400 g de açúcar;
500 g de farinhas;
1 Colher de sopa de canela;
Raspa de um limão grande
Batem-se os ovos inteiros e as gemas com o açúcar até estar bem branco.
Junta-se a canela, a raspa do limão e a farinha. Mistura-se tudo muito bem e cozem-se as súplicas no forno em forminhas de queques untadas e polvilhas com farinha.




   VINHOS DA REGIÃO:

 São néctares da região, os vinhos Maduros (branco e tinto) cultivados na Região, sendo os mais afamados o da localidade de Lamas.

Fonte: http://www.freguesiadesemide.eu                                                                                                                                              




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GONDRAMAZ ALDEIA DE XISTO - MIRANDA DO CORVO

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

A Aldeia de Gondramaz, está inserida na Freguesia Portuguesa de Vila Nova, pertencente ao Concelho de Miranda do Corvo, distrito de Coimbra.
Esta, é a aldeia de xisto mais importante e vistosa do Concelho. Está sem dúvida muito bem preservada, tirando um ou outro pormenor, em que as casas estão cobertas com cimento, e pintadas em branco, o que destoa na paisagem, e que nós aqui habitualmente reprovamos o mau gosto.


Na minha opinião, deveriam as Câmaras resolver estes problemas com os proprietários, mesmo que fosse preciso dispensar a mão de obra para colocar o xisto à vista. Este é efectivamente um problema global nas nossas aldeias de xisto, um desconcertante tendão de Aquiles. Aldeia a visitar,e vai recomendada pelo Portal AuToCaRaVaNiStA.





            Breve História:

Gondramaz distingue-se pela tonalidade específica do xisto que nos envolve da cabeça aos pés. Até o chão que se pisa é exemplo da melhor arte de trabalhar artesanalmente a pedra. Esta é, aliás, terra de artesãos cujas mãos hábeis criam figuras carismáticas que são marca da serra e que levam consigo o nome do mestre e da aldeia além-fronteiras.



Situada na vertente ocidental da Serra da Lousã, a paisagem que envolve Gondramaz é uma obra de arte da Natureza. Há nas ruas desta Aldeia uma fina acústica que nos desperta todos os sentidos. Dentro das suas ruas a voz das pessoas torna-se mais nítida e convidativa. São pessoas que partilham a comunhão e a versatilidade de uma nova opção de vida cheia de “garra” e de sonho. Pode dormir e comer no Pátio do Xisto.

Fonte: Aldeias do xisto



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MIRANDA DO CORVO - AREA DE SERVIÇO PARA AC's












Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


A informação foi obtida no Posto de Turismo. Muito fácil de chegar lá. Aliás, quase somos obrigados a passar por lá. Parque de estacionamento numa zona de prédios habitacionais, com todo o sistema da A.S. a funcionar, só não testamos a tomada eléctrica. Ver coordenadas na nossa Base de Dados de Áreas de Serviço, no nosso Portal. Já agora imprima 1 exemplar das nossas Regras de Ouro, sempre indispensáveis, para consulta, e para oferecer.



O sistema das grelhas de escoamento das águas cinzentas está desenquadrada. Foi o único reparo a merecer atenção.

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MIRANDA DO CORVO - COIMBRA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Miranda do Corvo, é sede de Concelho e pertence ao Distrito de Coimbra, e é denominada de Capital da Chanfana . Decorre entre finais de Abril e princípios de Maio a semana gastronómica da Chanfana. Depois de uma incursão ao Posto de Turismo para recolher informação das aldeias de xisto, e dos restaurantes aderentes á semana gastronómica, fomos recebidos com a cortesia habitual do interior relativamente ao Turista que os visita. Para além da literatura, ainda nos ofertaram um chapéu de Sol, já que estava um belo dia solarengo, e veio mesmo a calhar. O restaurante Fika Keto foi o escolhido já que fica alí a poucos metros do posto de Turismo. Restaurante simples no seu interior, mas com um garfo bem apaladado, e um vinho palhete que só pecou por ser um almoço, e não se poder abusar um pouco mais no vinho da região, que por sinal estava fresquinho a condizer com o calor que se fazia sentir. Eu cá neste tipo de repastos gosto mais do jantar, para me esticar mais do que a cama permite.



                  HISTÓRIA:
Com o castelo aparece o povoado que com o tempo e a influência, relacionada com a defesa militar, seria o centro que ligaria com Penela a sul, e se estenderia para nascente até Arouca e quase à margem esquerda do Alva, exercendo na região certa hegemonia que se foi mantendo.
No ano de 1116, o castelo de Miranda foi tomado pelos sarracenos, tendo havido muitas vítimas e sendo levados para o cativeiro um elevado número de habitantes, fruto do avanço muçulmano na linha fronteiriça do Mondego. Vinte anos depois – 19 de Novembro de 1136 – os habitantes de Miranda recebiam foral de D. Afonso Henriques; não directamente, mas nas pessoas do donatário Uzberto e de sua esposa Marinha. Foi este foral depois confirmado por D. Afonso II.
O concelho abrangia então vasta área, que ia quase do Ceira, perto de Coimbra, até à ribeira de Alje, a sul das serras, compreendendo aproximadamente as actuais freguesias de Miranda, Lamas, Vila Nova e a perdida Campelo.

Actualmente o concelho é constituído por cinco freguesias e respectivos patronos: a do Salvador, na vila, que é a matriz; a do Espirito Santo de Lamas, anexa desde os tempos primitivos; a de S. João, de Vila Nova, criada à custa da matriz em 1905; a de Santiago de Rio de Vide, integrada no concelho em 1853; e a da Senhora da Assunção de Semide, integrada também naquele ano. Deixou de pertencer ao concelho a freguesia da Senhora da Graça, de Campelo, que passou para Figueiró dos Vinhos, nos começos do regime liberal.


Esteve a vila sob diversos senhorios como era costume na monarquia: encontrou-se no dos Coelhos até à subida do Mestre de Avis ao trono, em fins do séc. XIV. Passou depois aos Sousas de Arronches. Em 1611 foi criado o título de Conde de Miranda do Corvo, na pessoa de Henrique de Sousa Tavares, daquela Casa. O terceiro conde teve o título de Marquês de Arronches, pelo qual ficaram a ser mais conhecidos. Por casamento passou este senhorio à casa dos duques de Lafões.
Em fins do séc. XVIII havia na vila a família dos Vasconcelos e Silva; a dos Arnáos – ou Arnaut – ; e a dos Silvas, cujo último rebento, Joaquim Vitorino da Silva, veio a ser, no regime constitucional, o Barão de Miranda do Corvo.


A terceira invasão francesa trouxe novamente ao concelho algum protagonismo pela sua localização na linha estratégica de movimentação dos exércitos: parte do combate de Casal Novo, que decorreu na madrugada de 14 de Março de 1811, deu-se na freguesia de Lamas. As consequências da guerra foram grandes para a população pela carestia de géneros que sobreveio, pelos estragos materiais – Ney mandou incendiar a vila! - e pela grande epidemia que assolou as freguesias durante os meses seguintes.



      A Arquitectura Civil:
O desaparecido Castelo: do cruzamento do vale do Dueça com a larga passagem ao longo da cordilheira, surgiu um ponto de apoio para a defesa de Coimbra, de que resultou a erecção de um castelo no cabeço que hoje domina a vila. Dele restam apenas a base da actual torre sineira e uma velha cisterna. No início do séc. XX ainda era possível vislumbrar as cantarias quinhentistas daquela torre que o tempo perpetuou.
Hipoteticamente, no início, este morro seria uma simples e elementar fortificação para aguentar, por este lado, o embate das correrias dos muçulmanos. Aproveitando os declives e aspereza do cabeço, formaria um conjunto de torres ligadas por cortinas. Depois, com a reconstrução de 1136, as muralhas teriam outra traça e seriam de alvenaria sólida. A porta principal de entrada seria, supostamente, ao cimo da calçada que sobe da vila; a igreja era então pequena, construída onde hoje está a capela-mor da actual, havendo assim espaço suficiente para uma pequena praça de armas.

A primeira referência que temos do castelo é a do assédio e tomada pelos muçulmanos em 1116. Neste ano, durante a regência de D. Teresa, perante a investida do forte exército muçulmano, o castelo foi a terra, a guarnição trucidada e a população local, como a da região, morta, escravizada ou dispersa. Foi pelos anos de 1136 que o primeiro rei de Portugal, com a noção clara dos seus planos, levantou naquele cabeço, então de certo solitário, as novas muralhas do castelo; e fazendo renascer o povoado, organizou politicamente a região dando-lhe foral naquele mesmo ano. É deste ano de 1136 que se pode contar a origem histórica da vila e do seu concelho.
Nas lutas entre D. Sancho I e Afonso III, Conde de Bolonha, apoiou aquele monarca. Em 1383, como estava dentro das muralhas João Afonso Telo, este abriu ao rei castelhano as suas portas. A construção foi-se arruinando com o passar dos séculos.
A última torre do castelo, desmorona-se a 7 de Maio de 1799; parte desta pedra foi aproveitada em 1803 na reconstrução da ponte do Corvo, sobre o Alhêda.

As ruas e as casas antigas: em Miranda do Corvo subsistem algumas casas centenárias pertencentes a famílias tradicionais, embora modificadas ou em ruínas. Na rua da Sra. da Conceição – provavelmente a mais antiga rua da vila -, entre a igreja da Sra. da Boa Morte e a Matriz, vê-se uma casa térrea e incaracterística, do séc. XIX, com um pequeno nicho e imagem daquela titular, que representa o Antigo Hospital de Nossa Senhora da Conceição.
Quer o Hospital da Sra. da Conceição, quer a albergaria inclusa, foram fundados certamente no segundo quartel do séc. XVI. Estas duas instituições nasceram de iniciativa particular. Tiveram como corpo directivo a Confraria Leiga da Sra. do Rosário que deveria andar dentro da influência da Casa de Arronches.

Quanto à albergaria, Miranda era atravessada por uma estrada que vinha dos altos de Chão de Lamas – onde cruzava com a estrada Coimbra-Podentes – e seguia para a Lousã, juntando-se na vizinha povoação do Corvo, com a estrada real que, vinda de Lisboa, atravessava o concelho desde a Sandoeira ao Padrão e seguia por Foz de Arouce para a Mucela e daqui para a Beira Alta. Miranda era pois ponto de passagem forçada da Estremadura para a Beira.
Do Hospital subsistem mais elementos pois esses viajantes vinham muitas vezes doentes e o obituário da freguesia dá conta dos muitos que não resistiram, sendo depois enterrados no adro em frente à actual Boa Morte. Crava-se aqui na frontaria da casa beneficente.
Fonte: cm-mirandadocorvo.pt

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