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RANHADOS - MÊDA - GUARDA

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Ranhados é uma pequena Freguesia Portuguesa, pertencente ao Município de Mêda, Distrito da Guarda. Já foi sede de Concelho até 1836. Ranhados é uma Aldeia um pouco desconhecida pela maioria dos Portugueses, e constatei que mesmos por muitos habitantes de Mêda, que desconheciam o património edificado de Ranhados.Saliento a sua relevancia histórica a nível Nacional. Destaco o Castelo, uma espécie de muralha de defesa da população, agora transformada em cemitério, o Pelourinho, a Igreja Matriz, o Solar dos Távoras, Solar dos Condes de Avilez, Antigo Tribunal e Cadeia, Cruzeiros, e Capelas. Algumas casas rústicas ainda são predominantes nos arruamentos e vielas. Junto ao Pelourinho, a Maria (filha de um nosso companheiro que vive em Espanha) brindou-nos e às poucas pessoas da aldeia, com a música do seu acordeão. Ranhados, apesar de ter uma pequeníssima população residente, são pessoas muitos simpáticas, insistiram em nos oferecerem vinho e rojões do redenho, e que nós também muito simpáticamente recusamos e agradecemos, por motivos de falta de tempo. Para a Srª Olimpia que demonstrou ser uma excelente pessoa, um grande abraço do Grupo AuToCaRaVaNiStA que participou nesta viagem (10 Autocaravanas, 23 Pessoas).


              HISTÓRIA:
Os vestígios de ocupação humana que têm sido encontrados nesta localidade remontam ao período paleolítico. Escavações arqueológicas encontraram diversos machados polidos no gume e alguns utensílios de cultura dolménica. Num período posterior existiu um castro da Idade do Ferro nas Covinhas do Morro do Castelo. O castro de S. Jurjo, em Ranhados, é dos mais extensos do concelho da Meda, situando-se a uma altitude superior a 800 metros. Foi mais tarde romanizado, como o provam alguns vestígios aí encontrados, entre eles uma moeda que foi classificada como sendo de Helena Augusta, esposa de Constâncio Cloro (no século III, A.C.). Outro castro ali existente é o do Castelo, a 838 metros, numa eminência rochosa, sobranceiro á actual povoação. Na Idade Média, Ranhados desempenhou um importante papel na defesa e no povoamento da região. O Rei D. Dinis concedeu-lhe foral em 1286. D. Manuel I confirmou-lho, com um foral novo, em 29 de Novembro de 1512. Foi comenda da Ordem de Cristo. Ranhados foi vila da Casa Real do Infantado. No Século XVIII, segundo descrição de D. Joaquim de Azevedo, fidalgo capelão da Casa Real e Abade de Cedovim, a freguesia estava situada em planície alta, alegre e fértil de pão. É notável o património artístico de Ranhados. É constituído essencialmente pela Igreja Matriz, pelourinho, fonte nova, castelo, solar dos Távoras, solar dos Condes de Avilez, antigo Tribunal e Cadeia, castro de S. Jurjo, capelas de Nossa Senhora do Campo, Santo António, Santo Amaro, Nossa Senhora de Guadalupe e S. Tomé, e de Nossa Senhora das Mercês, cruzeiros e casas tradicionais, de tudo se destacando a Igreja Matriz, obra do sub-renascimento no dizer de historiador Gonçalves da Costa. A Igreja Matriz tem por orago S. Martinho, bispo de Tours (França), é de três naves e tem seis altares. O púlpito, colocado na nave central, é de pedra lavrada, com escadório em hélice, igualmente de pedra, obra do século XV, decorado com magníficos lavores dos quais sobressaem, nas quatro faces, medalhões com cabeças de homem, relevadas em fundo triangular e uma inscrição com caracteres góticos. Adoçada à frontaria ergue-se uma capela com alpendre assente em quatro colunas, duas das quais embebidas na cantaria, capela essa que, primitivamente, fez parte do templo. O pároco era do Padroado Real, com o título de reitor, tinha coadjutor e curas nas duas filiais do termo, Poço do Canto e Areola. Já nessa altura tinha as suas ruas calçadas. Havia feiras em Ranhados nos dias 3 de Maio e 11 de Novembro. Nas terras baixas, as suas produções eram azeite, pastagens, hortas, nabos de extrema grandeza e bondade, e nas terras altas castanha e vinho, sendo propícias para o gado e para a caça. Tinha então, no aro da freguesia, 234 fogos com 567 almas, no final do século XVIII. A demografia desta freguesia regista grandes oscilações; com efeito, a sua população, compreendida a anexa de Alcarva, era de 1045 almas em 1920, evoluiu para 1605 no ano de 1940, mas em 1981 tinha apenas 587, tendo perdido nada menos do que 63% da sua população ao longo desses 40 anos. A Vila de Ranhados foi do Marquês de Vila Real. Tinha um relógio feito pelo povo. O seu antigo concelho tinha várias propriedades rústicas e possuía três fornos arrendados. Com excepção das casas solarengas referidas, bem como as dos Olivas, de Joaquim Saraiva, de D. Maria dos Prazeres Lopes e de Miguel Costa, todas as mais eram modestas e constituídas por rés-do-chão e apenas possuíam uma sala onde dormia a família, uma cozinha e uma sala de trabalho. Ranhados foi referência e em alguns casos foi o cenário das obras de dois escritores seus filhos: o Dr. Luís de Sequeira Oliva, que viveu nos finais do século XIX e publicou "Primeiros versos" (1862) e "Recordações Íntimas" (1912), e a Drª Maria da Luz Sobral, que foi reitora do Liceu Carolina Michaëlis, do Porto, ma primeira metade do século XX e escreveu "Contos e Lendas da nossa terra" (1924), "Barquinhos de Papel", "Florinhas de S. Francisco" (1927), "Os Tamanquinhos do Gregório" (1933), "Terras de Além" (1935), "As abelhas de oiro" (1942), "Amor da terra" (1946) e "Coração pequenino" (1947). Nos últimos anos, após um período de grande estagnação, Ranhados entrou numa fase de renovação. Reconstruiu a antiga escola e adaptou-a a Junta de Freguesia, construiu um Jardim Público, fez os arruamentos e construiu um Centro Desportivo. Bibliografia: Rodrigues, Adriano Vasco - "Terras da Meda - Natureza e Cultura" - 1983; Saraiva, Jorge António Lima - "O Concelho de Meda - 1838-1999" - 1999.
FONTE: www.cm-meda.pt

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LONGROIVA - MÊDA - GUARDA

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Longroiva é uma Freguesia Portuguesa do Concelho de Mêda, Distrito da Guarda. Longroiva teve muito interesse estratégico na região em que se insere, como se pode constatar pelo valioso espólio existente, e pelo seu património edificado. Destaca-se o Castelo, a Igreja Matriz, o recheio da capela anexa da Senhora do Torrão, o Pelourinho, a estação Romana Longróbiga, etc.
Um local de grande interesse cultural, recomendado pelo Portal AuToCaRaVaNiStA. 





                 HISTÓRIA:
Na Quinta da Veiga, no território da freguesia de Longroiva, foi descoberta em Abril de 1964, pelo Prof. Dr. Adriano Vasco Rodrigues, uma estátua-menir. O topónimo - Longroiva - como afirma o Dr. Jorge de Lima Saraiva, na sua obra "O Concelho da Meda", diz-nos que se trata de uma povoação de origem céltica. Nesta freguesia foram encontrados vestígios da presença humana desde os tempos do megalitismo até ao período do império romano. Aqui estiveram os árabes, que arrazaram tudo, excepto a torre de menagem do castelo, até que D. Fernando Magno, no século XI, a veio reconquistar. O Vale da Veiga de Longroiva, junto da ribeira dos Piscos, a uma altitude de 300 m, constitui - segundo o prof. Dr. Adriano Vasco Rodrigues (in "Terras da Meda" - pag. 63), uma excelente zona de pasto. Esta planura ocupa o extenso "graben" que ali se formou. Durante mais de dois milénios aquele espaço foi destinado essencialmente ao pastoreio, mantendo um extenso baldio junto da ribeira. A partir de meados do século XIX tornou-se uma zona rica de vinhedos e de olivais, após a arrematação ou a ocupação abusiva dos baldios por parte de alguns senhorinhos. Quase no extremo norte do vale mantém-se ainda um testemunho do aproveitamento agro-pecuário, que a Ordem de Cristo aqui fez, conservado no nome da "Quinta do Chão de Ordem". Os núcleos populacionais, anexos de Longroiva, nascidos de antigas vilas agrícolas romanas, ou de herdades medievais sob a protecção dos Templários, são as Quintãs, a Quinta da Relva, a Quinta da Cornalheira e a dos Gamoais. A Quinta dos Areais teve remota origem na exploração das minas de chumbo, que se encontram nas imediações e eram já conhecidas na antiguidade, devendo-se aos romanos o seu maior aproveitamento. Em 1145, 21 anos depois da data em que D. Teresa outorgou o 1º foral de Longroiva, esta pooação era doada aos Templários, por D.Fernão Mendes de Bragança, rico-homem, conde e cunhado de D. Afonso Henriques. Foi donatário o templário D. Hugo de Martónio. A situação de Longroiva tinha então, nas contingências da Reconquista - diz-nos o aludido historiador Doutor Adriano Vasco Rodrigues - uma excelente posição estratégica. Durante um período transitório, devido ao avanço da Reconquista do Norte para Sul, teve Longroiva uma grande importância militar e foi uma base principal para os cavaleiros da Ordem do Templo. As vicissitudes por que passou a Ordem dos Templários levaram a que, no reinado de D. Dinis, esta Ordem fosse extinta e os seus bens passassem, em Portugal, para a recem-criada Ordem de Cristo. Foi na capela da Senhora do Torrão, originariamente um pequeno templo românico, que os Templários deixaram os testemunhos mais expressivos da sua passagem, designadamente a consagração da pequena capela em honra de Santa Maria, S. Nicolau Confessor e outros santos, o que se descobriu em 1977. Outros vestígios se encontram ainda em Longroiva, como sejam uma tampa sepulcral com uma cruz de Cristo esculpida e uma espada, encontradas junto à capela, e uma outra cruz de Cristo no antigo Tribunal e Cadeia. Na fachada poente da torre de menagem do Castelo de Longroiva encontra-se também, actualmente, uma inscrição latina que, traduzida, diz o seguinte: "Na era de César de 1214 (ou seja no ano de 1176 da era de Cristo) Gualdim, chefe dos cavaleiros portugueses do templo, edificou esta torre com os seus soldados, reinando Afonso, rei de Portugal." O Castelo de Longroiva está situado no ponto mais alto do antigo castro de Longobriga. Hoje conserva um pedaço da cerca, que foi fechado no século XIX para servir de cemitério, e ainda restos da barbacã, que faz parte do reduto mais primitivo da fortaleza, anterior a 1176. Para além do castelo, que sofreu beneficiação recente ao nível da iluminação e embelezamento, Longroiva possui um notável património cultural construído: o solar dos marqueses de Roriz, adaptado a turismo de habitação, a capela da Senhora do Torrão, a Fonte da Concelha, a Fonte Nova, a Igreja Matriz, dedicada a Santa Maria, a estrada nomana (para Astorga e Caliábria), a forca, sepulturas antropomórficas e moinhos de água. A Igreja Matriz, de origem românica, sofreu alterações várias ao longo do tempo, especialmente no século XVII. Os altares são de talha dourada, ao gosto da época barroca e os tectos da capela mór contêm pinturas do mesmo século representando a Ceia; no corpo da Igreja, outras representam a Virgem e a Cruz da Comenda da Ordem de Cristo. O último restauro data de 1941, na sequência de um ciclone que provocou grandes prejuízos em toda a região. A Igreja possui valores artísticos de excepcional valor, entre eles uma salva de cobre de Nuremberga, do século XVI, oferecida por D. Manuel I, e uma imagem de Cristo também do mesmo século. Tem uma torre sineira construída na década de 1950 com as pedras de uma outra que ruiu. A Igreja forma, com a capela da Senhora do torrão e o castelo, um conjunto inolvidável. Por alguma razão se se dão louvores a esta ridente localidade quando se canta: Há três coisas em Longroiva que bem empregadas são: são os sinos e as águas e a Senhora do Torrão. Não se tem por definitivo que Longroiva tenha recebido dois forais, não obstante se afirmar que o primeiro, dado por D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, teria sido concedido em 1124 e confirmado em 1220 por D. Afonso II, e outro pelo braganção D. Fernão Mendes, na altura da doação aos templários. Certo, porém, é o foral "novo" dado a Longroiva por D. Manuel I, em 1 de Junho de 1510, do qual foram feitos três exemplares, um dos quais se encontra actualmente arquivado na Câmara Municipal da Meda. Quando se visita ou quando deixamos a bela povoação de Longroiva, harmoniosamente adoçada ao conjunto referido, ficamos com a sensação de estarmos a contemplar um dos mais bonitos presépios que algum artista poderia conceber. O casario branco alonga-se na encosta poente do monte, ao longo de pequenas ruas medievais, de forma compacta e que vão confluir no Largo da Praça onde se localiza a antiga Câmara e o pelourinho. Inolvidável. Aliás, Longroiva é uma povoação onde se vive dignamente, constituindo uma das jóias mais preciosas que adorna o concelho da Meda e de que este se pode orgulhar.
Fonte: www.cm-meda.pt

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AREOLA - OUTEIRO DE GATOS - MÊDA












Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Areola só surge na visita, assim como Enxameia, porque no nosso grupo AuToCaRaVaNiStA tinhamos um companheiro natural dalí (Mêda) e que reside actualmente em Espanha, que através do conhecimento de outro amigo de infância residente em Mêda, fez questão de nos fazer uma visita guiada às quintas vinícolas que possuí, de família, e ao mesmo tempo, recordar as aldeias onde viveram a sua infância. A recordar, "Enxameia" e "Areola" bem como os seus limítrofes. Foi com espanto, quando deparamos numa das quintas, com vários túmulos medievais, um pouco dispersos pela quinta, alguns camuflados pela vegetação, como se pode ver na reportagem fotográfica no SlideShow. Aldeias pequenas com gente genuína de trabalho puramente rural, estes locais ficam a poucos quilómetros de Mêda. Quase poderia vaticinar que no redor das sepulturas medievais, haverá um grande espólio arqueológico enterrado, até porque essas sepulturas não são amovíveis porque foram esculpidas nas enormes rochas ali existentes. Um tesouro perdido por explorar, e ainda no segredo dos Deuses. - Digo eu que nada sei!. Atenção que são terrenos privados e vedados. A freguesia de Outeiro de Gatos integra o concelho da Meda e fica a três Kms. da sede do concelho. É uma localidade de agradável aspecto, de campos verdejantes, cobertos de vinhas, olivais e amendoais. É atravessada pela Estrada Municipal 601, que, partindo da Meda e passando por esta ridente freguesia, se encaminha para o Aveloso, um pouco ao longo da Ribeira Teja, e depois se encaminha para a Prova, daí fazendo ligação com terras dos concelhos de Trancoso e Sernancelhe. O lugar da Ariola é uma anexa de Enxameia.



             HISTÓRIA:
Outeiro de Gatos fazia parte do termo do antigo concelho de Casteição e a sua história, tal como a do lugar dos Chãos, está intimamente relacionada com a sede daquele concelho extinto pela Reforma Setembrista, em 6 de Novembro de 1836.
Em 1527, o censo régio da população registava 6 moradores na "quinta de Outeiro de Gatos". D. Joaquim de Azevedo, na História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, fidalgo capelão da Casa Real e abade de Cedovim, nos finais do Século XVIII e princípios do Século XIX, assim descreve Outeiro de Gatos: "... no termo de Casteição, dista de Lamego 10 léguas, de Lisboa 59; curato de Nossa Senhora da Graça, que renderá 60$00 réis, apresentado pelo Abade de Casteição; tem capelas de S. Sebastião, Nossa Senhora do Desterro, na quinta de Enxameia; Nossa Senhora do Amparo, na quinta do Desembargador Caetano Saraiva; há nesta freguesia um grande campo do concelho, chamado Tecedeira, que os lavradores por devoção fabricam para o culto divino, e do que produziu um ano se fizeram os dois pequenos, mas bons sinos da igreja; produz a terra muitos gados, castanhas e pão; tem 168 fogos, almas 401."
No final do Século XVII, Outeiro de Gatos estava integrado no concelho de Ranhados, juntamente com a Areola, e a sua população conjunta atingia então os números de 85 fogos e 340 almas, que se elevaram bastante à entrada de 1900, pois, nesse ano, registava o conjunto de Outeiro de Gatos e Areola 193 fogos e 705 almas. Em 1960 a localidade de Outeiro de Gatos contava 398 habitantes, e 318 habitantes 20 anos depois, tendo perdido 15% em duas décadas.

A cultura de cereais, a produção de seda e o pastoreio do gado fizeram prosperar as gentes desta freguesia entre os séculos XVI e XVIII. Em breve a cultura vinícola foi ocupando terras que dantes produziam cereal, aumentando o rendimento dos habitantes. Algumas habitações existentes na localidade mostram o crescimento económico que então se verificou; a Casa dos Pessanhas é um belo exemplar, mas outras casas aqui se encontram, de abastados lavradores.É do final do Século XVIII a construção da Igreja Matriz, de notória traça barroca. Também nesse período teve vida florescente um convento, de que há ainda alguns vestígios.

O vinho de Outeiro de Gatos tem características peculiares, sendo conhecido como um vinho perfumado. José Augusto Abrunhosa Tavares, um dos ilustres filhos desta localidade, referiu tal característica na sua obra "Um jogo da barra às portas de Almeida", um trabalho notável por quanto nele se consigna de interesse histórico e etnográfico acerca desta região. Referência especial para um outro seu natural, cultor das letras, o Dr. Alfredo Cabral, que dirigiu o jornal "O Educador", foi dirigente superior do Ministério da Educação em Lisboa e publicou alguns livros de poesia, utilizando admiravelmente a redondilha popular.

Bibliografia:
Rodrigues, Adriano Vasco - "Terras da Meda - Natureza e Cultura" - 1983;
Saraiva, Jorge António Lima - "O Concelho de Meda - 1838-1999" - 1999.
Fonte: www.cm-meda.pt

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ENXAMEIA - OUTEIRO DE GATOS - MÊDA












Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Enxameia é nesta altura uma aldeia praticamente deserta, são os imigrantes que no verão e durante um curto periodo de tempo vão dando vida à aldeia. É uma tradicional aldeia Portuguesa muito pequena, construída com materiais de Granito e Xisto, onde a água é rainha, como em praticamente todas as aldeias rurais desta zona.
A freguesia de Outeiro de Gatos integra o concelho da Meda e fica a três Kms. da sede do concelho. É uma localidade de agradável aspecto, de campos verdejantes, cobertos de vinhas, olivais e amendoais. É atravessada pela Estrada Municipal 601, que, partindo da Meda e passando por esta ridente freguesia, se encaminha para o Aveloso, um pouco ao longo da Ribeira Teja, e depois se encaminha para a Prova, daí fazendo ligação com terras dos concelhos de Trancoso e Sernancelhe. O lugar da Ariola é uma anexa desta freguesia assim como Enxameia.



            HISTÓRIA:
Outeiro de Gatos fazia parte do termo do antigo Concelho de Casteição e a sua história, tal como a do lugar dos Chãos, está intimamente relacionada com a sede daquele concelho extinto pela Reforma Setembrista, em 6 de Novembro de 1836.
Em 1527, o censo régio da população registava 6 moradores na "quinta de Outeiro de Gatos".D. Joaquim de Azevedo, na História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, fidalgo capelão da Casa Real e abade de Cedovim, nos finais do Século XVIII e princípios do Século XIX, assim descreve Outeiro de Gatos: "... no termo de Casteição, dista de Lamego 10 léguas, de Lisboa 59; curato de Nossa Senhora da Graça, que renderá 60$00 réis, apresentado pelo Abade de Casteição; tem capelas de S. Sebastião, Nossa Senhora do Desterro, na quinta de Enxameia; Nossa Senhora do Amparo, na quinta do Desembargador Caetano Saraiva; há nesta freguesia um grande campo do concelho, chamado Tecedeira, que os lavradores por devoção fabricam para o culto divino, e do que produziu um ano se fizeram os dois pequenos, mas bons sinos da igreja; produz a terra muitos gados, castanhas e pão; tem 168 fogos, almas 401."

No final do Século XVII, Outeiro de Gatos estava integrado no concelho de Ranhados, juntamente com a Areola, e a sua população conjunta atingia então os números de 85 fogos e 340 almas, que se elevaram bastante à entrada de 1900, pois, nesse ano, registava o conjunto de Outeiro de Gatos e Areola 193 fogos e 705 almas. Em 1960 a localidade de Outeiro de Gatos contava 398 habitantes, e 318 habitantes 20 anos depois, tendo perdido 15% em duas décadas. A cultura de cereais, a produção de seda e o pastoreio do gado fizeram prosperar as gentes desta freguesia entre os séculos XVI e XVIII. Em breve a cultura vinícola foi ocupando terras que dantes produziam cereal, aumentando o rendimento dos habitantes. Algumas habitações existentes na localidade mostram o crescimento económico que então se verificou; a Casa dos Pessanhas é um belo exemplar, mas outras casas aqui se encontram, de abastados lavradores.

É do final do Século XVIII a construção da Igreja Matriz, de notória traça barroca. Também nesse período teve vida florescente um convento, de que há ainda alguns vestígios.
O vinho de Outeiro de Gatos tem características peculiares, sendo conhecido como um vinho perfumado. José Augusto Abrunhosa Tavares, um dos ilustres filhos desta localidade, referiu tal característica na sua obra "Um jogo da barra às portas de Almeida", um trabalho notável por quanto nele se consigna de interesse histórico e etnográfico acerca desta região. Referência especial para um outro seu natural, cultor das letras, o Dr. Alfredo Cabral, que dirigiu o jornal "O Educador", foi dirigente superior do Ministério da Educação em Lisboa e publicou alguns livros de poesia, utilizando admiravelmente a redondilha popular.

Bibliografia:
Rodrigues, Adriano Vasco - "Terras da Meda - Natureza e Cultura" - 1983;
Saraiva, Jorge António Lima - "O Concelho de Meda - 1838-1999" - 1999.
Fonte: www.cm-meda.pt

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MARIALVA - MÊDA ~GUARDA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

O Castelo de Marialva, situado na Beira Alta, localiza-se na vila de Marialva, Freguesia e Concelho de Mêda, Distrito da Guarda, em Portugal. O Castelo de Marialva é sem dúvida pela sua localização e agradável envolvência ambiental, um dos Castelos de Portugal mais emblemáticos e aprazíveis de se visitar. A aldeia que o circunda, os jardins, e agora a sua fácil acessibilidade com as novas estradas que obrigam quase a um desvio para uma visita. Penso que o Concelho de Mêda com este Castelo, é a cereja em cima do bolo, já que está recheado de muitos monumentos, e sobretudo muita História.





                HISTÓRIA

O Castelo de Marialva, na Beira Alta, localiza-se na vila de Marialva, Freguesia e Concelho de Mêda, Distrito da Guarda, em Portugal. No topo de um penedo granítico, em posição dominante sobre a vila e a planície cortada pela antiga estrada romana, encontra-se estrategicamente colocado na região fronteiriça do rio Côa (Ribacôa). Verdadeiro complexo medieval, suas raízes mergulham no passado histórico de Portugal, ligando-se ao trágico destino dos Távoras. 




Marialva é uma das 12 Aldeias Histórias de Portugal e situa-se a poucos minutos da cidade de Mêda. Esta aldeia, uma das relíquias vivas da nossa ancestralidade, transporta-nos às raízes mais profundas da nossa história.
Povoada pelos Aravos, povo lusitano, foi posteriormente conquistada pelos romanos, a que se seguiram os árabes, até à vitória final de D. Fernando Magno, em 1063. Em 1179 recebe a carta de foral de D. Afonso Henriques, tendo mantido uma actividade intensa- graças às feiras que aí se realizavam - até finais do séc. XVIII. No ano de 1200 o castelo é mandado reconstruir e restaurar por D. Sancho I tendo sido posteriormente ampliado por ordem do rei D. Dinis.


Ao entrar em Marialva, fica-nos a sensação que entramos num cenário histórico, as ruas, ladeadas por edifícios resistentes ao tempo, conduzem-nos à cidadela cercada pelas muralhada em cujas ruínas perdemos a noção do tempo. No interior das muralhas, destacam-se a Praça, solenemente assinalada pelo Pelourinho e pelo edifício da antiga Casa da Câmara, também tribunal e cadeia (séc. XVII); alguns metros mais à frente a torre de menagem e a Igreja de Santiago com o seu magnífico tecto pintado e a Capela da Misericórdia, apreciada pelo retábulo em talha, são verdadeiros tesouros construídos dentro do recinto muralhado.


A população que habita nas edificações fora das muralhas tem no rosto o olhar hospitaleiro das gentes beirãs, rubricados pela autenticidade das rugas do rosto. Marialva é uma das dezasseis aldeias e freguesias do concelho de Mêda cujos vestígios monumentais guardam a memória de um passado histórico muito importante. Marialva é sem dúvida um local a não perder e que recomendamos passe a conhecer. Visitar Marialva é percorrer as nossas origens mais profundas, é sentir o tempo parar à nossa volta, e sentir saudade ainda antes de partir.

Coordenadas:
Latitude: 40°54'34.98"N Longitude: 7°13'52.61"W

Fonte: www.cm-meda.pt

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MÊDA - GUARDA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
A Mêda é sede de Concelho e pertence ao Distrito da Guarda. É sem dúvida alguma um dos Concelhos de Portugal com mais carga Histórica, tem um dos mais ricos espólios em matéria de Castelos, e também um vasto espólio em edifícios religiosos, e arte sacra. As Aldeias medievais, os Pelourinho as fontes etc, etc. Existe ainda um vasto espolio por descobrir nestas terras da Mêda, como pude constatar pelas imensas urnas fúnebres medievais em pedra, espalhadas pelos montes e quintas particulares, algumas até escondidas pela alta vegetação. Mêda sem dúvida um Concelho obrigatório para visita. Consulte o nosso portefólio dedicado a Mêda e confira algumas das maravilhas desta Região.


             HISTÓRIA:


O concelho da Meda é um dos 14 que integram o Distrito da Guarda. Na antiga divisão em províncias, este município fazia parte da Beira Alta. Actualmente faz parte da Região Centro. Caracteriza-se por se situar numa zona de transição entre as regiões naturais do Planalto Beirão e do Alto Douro. Está situado a Nordeste do Distrito, tendo ao norte o concelho de Vila Nova de Foz Côa, a nascente ainda Vila Nova de Foz Côa e o de Pinhel, a poente o concelho de Penedono e a sul o de Trancoso.


A cidade da Guarda dista 70 kms da sede do concelho da Meda, Viseu está a cerca de 100 Kms, o Porto dista 210 Kms. e a capital, Lisboa, está a 370 kms. de distância. A área do concelho é de 296 km2, contando, pelo censo de 1991, com uma população de 7.440 habitantes, distribuídos por 16 freguesias:

Aveloso, Barreira, Casteição, Coriscada, Fontelonga, Longroiva, Marialva, Meda, Outeiro de Gatos, Paipenela, Poço do Canto, 
Prova, Rabaçal, Ranhados e Valflor.


Pinturas rupestres e outros achados mostram que a região terá sido povoada a partir de finais do Paleolítico, havendo vestígios dolménicos em Aveloso, Longroiva, Prova e Ranhados, sendo o documento pré-histórico mais importante a estátua-menir de Longroiva, confirmando a ancestralidade das Terras de Mêda.
Dos povos da época castreja que viveram nas imediações desta vila salientam-se os Aravos, na zona de Marialva, os Longobritas, em Longroiva, e os Meidubrigenses, na Meda.


Os Romanos foram aqueles que mais exerceram aqui o fenómeno de aculturação. As calçadas, as pontes, as placas tumulares, os marcos milenários, as moedas, as aras votivas, as villae e os vicus e as civitas por eles construídas testemunham bem o seu esforço de nos romanizar, testemunhos da ligação com Roma, especialmente nas épocas dos césares Trajano e Hadriano.
Seguiram-se os povos «Bárbaros», os Suevos e Visigodos. Os Árabes, também aqui se fixaram até 1065, data em que Fernando Magno, Rei de Leão e Castela, conquistou a região.

A atual cidade de Mêda desenvolveu-se com a reconquista cristã do território e o estabelecimento nos começos do séc. XII, dum ermitério beneditino situado no local da igreja Matriz, perto do Morro do Castelo.
Durante a Idade Média, a Meda era um povoado de dimensão reduzida, contrastando com as vilas vizinhas que hoje integram este concelho: Marialva, Ranhados, Longroiva e Casteição. Esta localidade era um cenóbio beneditino, situado no sopé de um morro granítico que assinalava a presença cristã e o direito ao celeiro.


Na reconquista cristã das Terras de Mêda, protagonizada por Fernando Magno em 1063, foram preciosos auxiliares os castelos do concelho de Mêda. Os pelourinhos e forais velhos e quinhentistas simbolizam a autonomia municipal e testemunham as alterações administrativas. O rei D. Manuel I outorgou o foral à vila de Mêda em 1519. O concelho na sua atual configuração foi reconstruído após a reforma do liberalismo. A criação do município é, assim, anterior ao séc. XVI. Constituído inicialmente por uma única freguesia, o concelho foi beneficiado por decretos sucessivos que nele integraram as freguesias atuais. Todavia, já em 1872, Meda apresentava-se como cabeça de Câmara, com efeitos administrativos, fiscais, judiciais e eclesiásticos, e a sua posição sai reforçada com a decisão judicial de Barjona de Freitas.


Até aí, várias alterações decorreram: Os concelhos do Aveloso, Casteição, Longroiva e Ranhados foram extintos por Decreto de 6 de Novembro de 1836. Marialva apenas foi extinto em 1852. A freguesia da Prova, que pertencia em 1855 ao concelho de Penedono, ficou a pertencer ao de Mêda em 1872. A Mêda restaurou a sua comarca (poder judicial) em 12 de Novembro de 1875; a partir de então, e até 1951, o dia 12 de Novembro foi feriado municipal. Atualmente, o feriado municipal ocorre em 11 de Novembro (dia de S. Martinho) desde 1974, tendo em atenção a importância de que se reveste a vinicultura para todo o concelho.

Mêda, até então Vila, foi elevada a Cidade em 26 de Janeiro de 2005.

Fonte: www.cm.meda.pt

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