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SALVATERRA DE MAGOS - RIBATEJO - SANTARÉM


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Salvaterra de Magos é uma Vila Ribatejana, pertencente ao Distrito de Santarém, Portugal.

Terra Ribatejana por excelência, tem como referencia a Falcoaria Real Nacional, o Toureio, e na Gastronomia as famosas enguias fritas do Tejo. Esta atividade ligada à gastronomia, e aos costumes de Salvaterra de Magos, realiza-se no mês de Março.


               HISTÓRIA:
As origens do concelho de Salvaterra de Magos são bem antigas, não fosse esta uma região fértil e com diversos cursos de água, possuindo diversos vestígios pré-históricos e também Romanos.
Em 1542 Salvaterra de Magos foi cedida ao Infante D. Luís, que aqui mandou construir o famoso Palácio Real, em cujas tapadas se realizaram grandes caçadas ao javali e se tornaram célebres as corridas de Toiros, tendo aqui ocorrido um episódio histórico: o 7º Conde de Arcos pereceu na arena do Teatro de Salvaterra de Magos, inaugurado por D. José, e seu pai, o Marquês de Marialva vingou a morte do seu filho descendo à arena e matando o touro.


O Paço Real, os esplendorosos Jardins, o Teatro de ópera e a Arena de Touradas foram destruídos num grande incêndio em 1824, restando hoje em dia apenas a Capela Real e as instalações da Falcoaria. Neste concelho cercado por férteis lezírias povoadas por Cavalos, um dos maiores bens da região, vale a pena conhecer o que ainda resta do Paço Real, nomeadamente a Capela e a Falcoaria Reais, e também a Igreja Paroquial de S. Paulo, datada de 1296, a Igreja da Misericórdia do século XVII, a bonita Fonte do Arneiro de 1711, a grandiosa Ponte Ferroviária Rainha Dona Amélia, segundo projecto de Gustave Eiffel, datada de 1903, e um dos locais mais célebres, a Praça de Touros de Salvaterra de Magos, inaugurada em 1920 e ainda hoje uma das Praças com mais espectáculos tauromáquicos ao longo do ano.


Salvaterra de Magos é conhecida pela criação de cavalos e toiros para o quente espectáculo Tauromáquico que aqui encontra as condições perfeitas, de verdejantes férteis campos planos a perder de vista.
Evolução Histórica
Situado em pleno coração da lezíria ribatejana, o Concelho de Salvaterra de Magos revela-nos todo seu esplendor, numa simbiose admirável entre o homem, a natureza e o passado histórico.


Actualmente o concelho de Salvaterra de Magos é composto por seis freguesias, em finais do Séc. XIX, apenas havia duas freguesias: Salvaterra de Magos (sede de concelho) e Muge. Em 1837 com a Reforma de Mouzinho da Silveira, é extinto o Concelho de Muge, tornando-se freguesia que é incorporada no Concelho de Salvaterra de Magos. É da freguesia de Muge, que vão surgir 3 novas freguesias: Marinhais; Glória do Ribatejo e Granho. Desde a mais remota ocupação pré histórica, até aos nossos dias, o concelho de Salvaterra de Magos possui inúmeros testemunhos materiais do Homem, e foi palco de vários notáveis acontecimentos o que revela a importância desde concelho ao longo da história.

   Pré-História - Paleolítico:
Durante milhares de anos, o Homem viveu com base numa economia de recolecção, caçando, pescando e recolhendo o que a natureza lhe dava. O paleolítico é o mais antigo e o maior período da história humana. Este é caracterizado por um sistema em que o Homem vivia organizado socialmente em bandos, abrigando-se em cavernas ou em acampamentos ao ar livre. No concelho de Salvaterra de Magos, devido à sua localização geográfica, com inúmeras linhas de água (Ribeira de Muge, Ribeira do Vale Zebro, Ribeira da Glória e o Paúl de Magos), verifica-se uma ocupação muito intensa, com inúmeros vestígios do paleolítico.

As estações arqueológicas mais importantes no concelho, onde se verifica uma ocupação mais intensa ocorre em Muge e Granho (terraços da Ribeira de Muge), nos Ramalhais, próximo do Paúl de Magos e em vários locais na freguesia da Glória do Ribatejo.
Das investigações realizadas, verifica-se uma ocupação muito intensa e constante, que vai do paleolítico inferior ao paleolítico superior, com produção de inúmeros instrumentos tais como bifaces, unifaces, lascas entre outros instrumentos.


                Mesolítico
O termo mesolítico deriva do termo grego "mesos" = no meio e "litíco"= pedra, é portanto o período de transição do paleolítico para o neolítico.
As primeiras estações arqueológicas conhecidas em Portugal, atribuídas ao período do mesolítico, foram descobertas em 1863, por Carlos Ribeiro, e são conhecidas por concheiros.

Os concheiros são sítios de habitat, cuja a principal característica consiste numa concentração invulgar de conchas, originando pequenas colinas artificiais, que se destacam na paisagem. No concelho de Salvaterra de Magos, foram identificados dois núcleos distintos de concheiros: Ribeira de Muge e Paúl de Magos. No primeiro local assinala-se os concheiros do Cabeço da Amoreira, Cabeço da Arruda, Moita do Sebastião e Fonte do Padre Pedro, entretanto já destruído para colocação de uma vinha. Em relação ao Paúl de Magos, destaca-se os concheiros da Cova da Onça, Cabeço dos Môrros, Magos de Baixo e Magos de Cima, estes últimos foram destruídos na década de 40, quando se iniciaram os trabalhos de construção da Barragem de Magos.

O denominado Complexo Mesolítico de Muge, que engloba os concheiros de Muge e do Paúl de Magos, constituem uma das mais importantes estações arqueológicas do mesolítico de toda a Europa, todos manuais de qualquer estudante de arqueologia trazem uma referência aos concheiros existentes no Concelho de Salvaterra de Magos, devido ao seu incalculável valor científico.
Desde os finais do séc. XIX, até à actualidade, são inúmeros os trabalhos científicos realizados por académicos ou investigadores sobre os concheiros de Muge. Actualmente os concheiros Cabeço da Amoreira, Cabeço da Arruda e Moita do Sebastião, foram classificados de Monumento Nacional.


                 Neolítico:
Neste período histórico, verifica-se a sedentarização do Homem, graças à descoberta da agricultura, assiste-se ao abandono de uma vida nómada, em que a economia se baseava na caça e recolecção.
No concelho de Salvaterra de Magos, as estações arqueológicas atribuídas a este período, estão essencialmente localizadas na freguesia de Muge. Esta ocupação deve-se à riqueza dos solos e à necessidade do seu aproveitamento para agricultura. De entre os vários locais estudados, na freguesia de Muge a ocupação mais intensa ocorre nas ribeiras do Coelheiro e ribeira do Vale de Lobos.


          Período Romano:
A partir de meados do séc. IV a.C., surge uma nova potência: Roma. Após um desenvolvimento sob a áurea da civilização etrusca, o império romano começa a alargar o seu domínio para territórios vizinhos. A sua influência inicialmente estendeu-se para o Mediterrâneo Oriental e Ocidental, depois Norte de África e por fim para Norte em direcção da Europa Central e Leste e à península ibérica. No concelho existem vários vestígios da presença romana, contudo o local onde apresenta maior ocupação, é o Porto de Sabugueiro na freguesia de Muge.

O primeiro autor a referir-se ao Porto de Sabugueiro, como uma estação romana foi Mário de Saa , que visitou o local, onde encontrou várias entulheiras de material romano, ainda segundo este autor, o local teria sido um importante porto de navegação no período romano.

Na década de 50, quando a Casa Cadaval (detentora do terreno), procedia à abertura de uma covas para plantação de uma vinha, foram descobertos vários materiais romanos tais como um mosaico, restos de ânforas e um forno, assim como outros materiais. Estes trabalhos foram dirigidos por Bairrão Oleiro e Jorge Alarcão .

Com base na descoberta de um forno de cerâmica, este local foi novamente sujeito a escavações arqueológicas, na década de 80, por Guilherme Cardoso, sem contudo obter resultados muito satisfatórios, para além da identificação das entulheiras respeitantes ao forno.

Em conclusão, o Porto de Sabugueiro apresenta-se como uma estação arqueológica de grande importância no contexto arqueológico do estuário do Tejo.

Época Medieval:
Atribuição de Cartas de Forais e de Privilégios


A região onde Salvaterra de Magos se veio a implementar e a desenvolver, principalmente a partir de finais do Séc. XIII, constituía já nas décadas anteriores um espaço privilegiado de ocupação humana e de produção cerealífera. Segundo Oliveira Marques, as margens irrigadas do rio Tejo que ciclicamente transbordava, permitia uma grande fertilidade nos campos, que eram intensamente cultivados com cereais, muito consumidos no período medieval.

D. Dinis outorga em 1 de Junho de 1295, o Foral a Salvaterra de Magos. Este monarca também ficou para a história de Portugal como o rei que mais forais outorgou, trata-se portanto de uma política que consistia em ocupar zonas despovoadas, assim como permitir aos futuros moradores destas zonas arrotear e cultivar estes terrenos, e criar locais de culto. Está bem explicito no Foral de Salvaterra de Magos que os futuros moradores deste local deveriam ter um lugar para o culto, é deste forma que surge a Igreja Matriz.

Ainda no reinado de D. Dinis, em 1304, este monarca outorga a Muge Carta de Foral.

Salvaterra de Magos, estava localizada a meio caminho entre Lisboa e Santarém, com o rio Tejo a seus pés, possui enormes campos férteis, permitindo o desenvolvimento da agricultura e da criação de gado, duas actividades que ainda hoje marcam a vila.

No reinado de D. Pedro I, este monarca está associado ao aparecimento da Glória do Ribatejo, como núcleo urbano, ao atribuir a este local em 1362 Carta de Privilégios, permitindo tal como os Forais de Muge e Salvaterra de Magos, que esta zona também fosse povoada e se implementasse a agricultura.

Num espaço de 70 anos, houve 3 localidades que receberam um conjunto de privilégios, numa estratégia política de povoar estes locais outrora ermos e desabitados.


Tratado de Salvaterra de Magos


Ainda no período medieval, no reinado de D. Fernando, regista-se em Salvaterra de Magos um acontecimento que irá marcar o Reino de Portugal - o Tratado de Salvaterra de Magos.

Este Tratado ocorreu nesta vila, a 2 de Abril de 1383, onde ficou acordado que a D. Beatriz (filha de D. Fernando I) casaria com o D. João I de Castela. Com a morte de D. Fernando I, Portugal mergulha numa crise de sucessão, na qual o D. João I de Castela queria usurpar o trono português.

Este acontecimentos ficaram marcados na crise de 1383-85, com a Batalha de Aljubarrota, em que Portugal em menor número de tropas mas com o apoio dos ingleses desenvolve uma estratégia que acaba por derrotar os Castelhanos. Desta crise sai como vencedor o Mestre de Avis - D. João I.



Época Moderna e Contemporânea:


Paço Real de Salvaterra de Magos


A construção de um Paço Real em Salvaterra de Magos, foi por certo um dos acontecimentos mais importantes e significativos nesta vila, dado que muito contribuiu para a fixação da Família Real, e foi um grande pólo de índole cultural.

A construção do Paço deve-se ao Senhorio da Vila o Infante D. Luís, filho de D. Manuel I, cujo a orientação das obras teve a cargo do arquitecto Miguel da Arruda.

Ao longo dos séculos, este Paço sofreu inúmeras alterações, no reinado de Filipe I, procedeu-se ao arranjo dos jardins, mais tarde com o monarca D. Pedro II, prosseguem as obras de pintura dos tectos do Paço.

A época áurea do Paço decorre no reinado de D. José I, nos primeiros anos da década de 50, em que um vasto plano de remodelação e ampliação se inicia, incluindo a construção de uma Casa de Ópera.

Esta Casa de Ópera, ou também denominado Real Teatro de Salvaterra, foi inaugurado a 21 de Janeiro de 1753 com a Ópera "Didone Abandonata". Diversas representações, dramas sérios ou jocosos, foram aqui apresentados com grande êxito cénico e musical, sempre no inverno quando a Família Real permanecia em Salvaterra de Magos.

O terremoto de 1755 viria a provocar consideráveis estragos no Paço, no ano imediato e durante quatro anos decorreram obras de profundo restauro, dirigidas por José Joaquim Ludovice e Carlos Mardel - dois nomes ligados a grandes empreendimentos arquitectónicos na Lisboa pombalina.

No início do Séc. XIX, as invasões francesas obrigaram a Família Real a refugiar-se no Brasil, e o Paço de Salvaterra de Magos acusa essa ausência dos nossos monarcas e entre num longo processo de decadência. Aliado a este situação regista-se também um violento incêndio em 1817, que ajudou a intensificar a agonia da degradação do Paço.

A 10 de Setembro de 1849, a rainha D. Maria II, autoriza a cedência ao Estado de todos prédios dependentes do Almoxarifado de Salvaterra de Magos, e desta forma grande parte do Paço foi vendido em hasta pública com excepção da Capela Real que o Estado conservou.



Palácio da Falcoaria Real:


O Palácio da Falcoaria, foi também um dos factores predominantes na fixação da Família Real em Salvaterra de Magos. Não existem dados concretos relativos ao sua construção, contudo pelo estilo arquitectónico, podemos atribuir-lhe a sua fundação ao Séc. XVIII.

No ano de 1752 chegaram a Salvaterra de Magos 10 falcoeiros holandeses vindos de Valkenswaard, que vieram trabalhar para o Palácio da Falcoaria Real.

Numa descrição da época, sabe-se que os falcoeiros de Salvaterra de Magos, na década de oitenta de setecentos usavam véstia com botões de casquinha dourada, chapéu fino agolado, camisa de Holanda, boldrié com fivela de latão dourado.

No 1.º quartel do Séc. XIX, a Falcoaria entra num período de declínio, em 1818 o Mestre Henrique Weymans assistindo ao abandono das instalações da Falcoaria "suplicava" um conserto rápido evitando a ruína.

No entanto a fuga da Corte para o Brasil, a instabilidade política dos anos 20-30, agudizaram o desaparecimento do Falcoaria, explicando a drástica decisão da regência do Reino, que em Março de 1821, manda extinguir todos ofícios, incumbências e ordenados das pessoas empregues na Real Falcoaria, exigindo ao Monteiro-mor que procedesse ao inventário e arrecadação de todos objectos a ele pertencentes, constituindo depositário deles o almoxarifado do distrito.

Ainda hoje são visíveis os testemunhos materiais do Palácio da Falcoaria Real, obra que a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos recuperou e inaugurou no passado ano de 2009, conferindo a este marco histórico de Salvaterra de Magos, a dignidade que este merece.

Ainda no Séc. XIX, no contexto das guerras entre absolutistas e liberais, Salvaterra de Magos desde muito cedo marcou a sua tendência absolutista, facto que ainda hoje está presente no imaginário popular, dado que os habitantes de Salvaterra de Magos, são apelidados de "netos de D. Miguel".

Fonte: www.cm-salvaterrademagos.pt

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SANTIAGO DO ESCOURAL - MONTEMOR-O-NOVO - ÉVORA


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Santiago do Escoural é uma Freguesia Alentejana, pertencente ao Concelho de Montemor-o-Novo, Distrito de Évora, Portugal.
Salientamos os pontos mais importantes desta milenar localidade Alentejana, como a Gruta do Escoural, o Centro de Interpretação, a Capela formatada numa anta, localizada na aldeia de S. Brissos, a Igreja Matriz, e a própria Vila de características tipicamente Alentejana.





            HISTÓRIA:

Em Santiago do Escoural prepare-se para uma viagem de centenas de milhares de anos, até ao Paleolítico, através da Gruta do Escoural. Este monumento nacional foi descoberto em 1963 permitindo, pela primeira vez em Portugal, a identificação de vestígios de arte rupestre paleolítica. 

Das galerias mais afastadas, até ao cimo do outeiro, surgiram ao longo dos milénios, várias civilizações pré-históricas.
A mais antiga ocupação humana no Escoural data de há cerca de 50 mil anos. Embora se possam identificar diversos temas na arte rupestre do Escoural, o que predomina são representações de Equídeos e Bovino.


No neolítico, esta gruta foi muito utilizada como necrópole funerária tendo os respectivos vestígios (ossadas humanas e espólio votivo associado) sido conservados por espessa camada de calcite.

Nas proximidades da gruta está o "Tholos", monumento funerário de falsa cúpula.
De salientar ainda a existência do Centro Interpretativo da Gruta, inaugurado em 2001.


Para além da Gruta do Escoural muito temos ainda para apreciar. A quatro Km´s da vila, na aldeia de S. Brissos, encontramos a Anta-capela de Nª Srª do Livramento, um curioso exemplo da cristianização tardia de um monumento pagão. Integrada na Herdade da Anta, este imóvel de interesse público, foi transformado em templo religioso, no séc. XVII. Na aldeia de São Brissos podemos ainda visitar a Igreja do mesmo nome. Os seus 15 painéis parietais, representando o Apostolado e os bispos de Évora: S. Manços, S. Jordão e S. Brissos, formam uma composição interessante, de onde sobressaem as expressões ingénuas dos personagens e os tons quentes dos frescos. Ainda no Escoural pode ver a Igreja Paroquial, e os Fornos de carvão.
Escoural - "eternidade a cada instante"

Fonte: www.freguesia-escoural.pt/

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VIANA DO ALENTEJO - ÉVORA


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Viana do Alentejo é uma Vila Alentejana, pertencente ao Distrito de Évora, Portugal. O Ex-libbris de Viana do Alentejo, é sem qualquer dúvida, o seu Castelo, com uma formato um pouco diferente do habitual, com características bastante acentuadas da arquitectura Gótica, Árabe, bem como da imponente Igreja da Misericórdia (Igreja Matriz) no interior do Castelo. Este Castelo está um pouco diferente da sua planta original, já que lhe faltam os fossos, e as pontes que serviam de acesso.


              HISTÓRIA:
Moldado ao longo do tempo pela história dos povos, o actual concelho de Viana do Alentejo resultou da fusão do antigo termo das Alcáçovas com o de Viana, este originalmente despojado pelas repartições senhoriais da Idade Média, das povoações de Oriola e Alvito. Se neste espaço geográfico a pré-história não deixou marcas profundas da sua cultura material, o mesmo não aconteceu na época de denominação romana: dois importantes itinerários que ligavam, respectivamente, Ebora a Pax-Iulia (Beja) e a Salacia (Alcácer do Sal), cruzam o concelho em toda a sua extensão norte-sul. 

Ao longo destas duas rotas civilizadoras nasceram importantes aglomerados urbanos, sobre os quais, séculos volvidos, o cristianismo sagrou dois dos mais notáveis centros de culto mariano do Alentejo – N. Sra. d' Aires e N. Sra. da Esperança.
Apesar de algumas incertezas quanto à dimensão e influência da cultura islâmica nesta região, está documentada, a partir do século XIII, uma crescente importância urbana das povoações de Viana, Aguiar e Alcáçovas, logo após o processo de "Reconquista" e consequente pacificação do território de Antre Tejo e Odiana. Aguiar, de fundação e povoamento incertos, emerge de um obscuro Agar – origem toponímica de tradição oral local, divulgada na historiografia por Túlio Espanca.


Sabe-se, no entanto, que em 1269 lhe foi concedida a carta de foral por Estêvão Rodrigues e D. Marinha Martins, segundo o modelo de Santarém. Esta foi, posteriormente, confirmada por D. Dinis e reformada, em 1516, por D. Manuel I.
A Vila de Alcáçovas, situada sobre o antigo itinerário romano que ligava Ebora a Salacia (Alcácer do Sal), é povoação muito antiga. Contudo, a sua antiguidade só está documentada a partir de 1259, data em que o Bispo D. Martinho lhe concede a primeira carta de foral, segundo o tipo de Évora-Ávila.


Viana do Alentejo, situada na encosta da serra que tem o seu nome, exibe, orgulhosa, as marcas ancestrais do seu património histórico e monumental. Na certeza das fontes escritas, as suas raízes entroncam no reinado de D. Afonso III, época em que lhe foi concedida a primeira carta de foral, mais tarde renovada por D. Dinis (1321), manifestando privilégios iguais aos de Santarém.

Fonte: www.cm.vianadoalentejo.pt


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ALCANENA - RIBATEJO - SANTARÉM


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Alcanena é uma Vila Ribatejana, Sede de Concelho, pertencente ao Distrito de Santarém, Portugal.
Conhecida como a Capital da pele, saiem daqui muita da pele para os sapatos, malas, e marroquinaria no geral de origem Portuguesa.
É evidente que não chega para as encomendas, já que a industria do calçado quase toda ela implantada no Norte do País, com maior evidencia em S. João da Madeira, Olª de Azeméis, Fiães, Guimarães, Felgueiras, Famalicão, etc. E mais a Sul na zona da Benedita.


Alcanena apresenta-se com um património Histórico no centro da Vila, com pouca relevância, destacando-se os Paços do Concelho antigo, onde se encontra uma foto que dava conta de uma Igreja antiga que desapareceu pelo fogo, e uma torre que se vê no edifício dos Paços do Concelho que atualmente também já não existe. Os novos Paços do Concelho estão situados no jardim da cidade com o nome de 8 de Maio. provavelmente não terei visto tudo, até porque nos arredores existe uma praia fluvial com o nome sugestivo de Olhos de Água.



               HISTÓRIA:
A origem da vila de Alcanena remonta, segundo alguns historiadores, à ocupação árabe da Península, da qual herdou, para além da toponímia, a fixação e o desenvolvimento dos trabalhos de curtimento de peles. Da influência árabe na região ter-lhe-á ficado, como atrás foi referido, a toponímia: as duas principais versões propõem-nos “alcalina”, “cabaça seca” e “al-kinan”, “lugar sombreado”. Contudo, e durante séculos, a história de Alcanena e sua região dilui-se na história mais geral do concelho de Torres Novas, do qual se desligou administrativamente no início do século.

A vila terá sido tomada pelos portugueses no reinado de D. Sancho I, que teve grande importância no seu povoamento. No decurso da história, Alcanena sofreu com as lutas com Castela e, mais tarde, com as invasões francesas e com as lutas liberais entre D. Pedro e D. Miguel. Terra liberal por excelência, Alcanena vibrou com a implantação da República, a que está indissoluvelmente ligada. “Para o País a República, para Alcanena o Concelho” foi o mote para unir os alcanenenses nesses tempos. Em 8 de Maio de 1914, pela lei Número 2 156, era criado o Concelho de Alcanena, integrando as freguesias de Alcanena, Bugalhos, Minde e Monsanto, até aí pertencentes ao concelho de Torres Novas, e Louriceira e Malhou, então do concelho de Santarém. O mesmo diploma elevaria Alcanena à categoria de vila.

Mas se a autonomia, por lei, chegou apenas em 1914, não há dúvida de que Alcanena, desde cedo, se começou a evidenciar pelas características das suas atividades económicas, com especial destaque para a indústria de curtumes.
A fixação da povoação é nitidamente medieval e a fundação da Confraria de Alcanena, em 1353, atesta que, a meio do século XIV, emergiam já sinais reveladores do sentimento comunitário dos moradores. No cadastro da população do reino, realizado em 1527, Alcanena, Peral e Gouxaria contavam 40 vizinhos, pelo que a população das três localidades deveria andar muito perto das duzentas pessoas, no início do século XVI. Em 1758 contava já com 267 fogos e 1067 habitantes, como freguesia do concelho de Torres Novas.

Em 1764, com Monsanto, integra a 7ª Companhia da Capitania-Mor das Ordenanças daquele concelho, agrupando 13 esquadras repartidas por Monsanto, Alcanena, Covão de Feto, Gouxaria, Moitas Venda, Casais Robustos e Raposeira.
Em 27 de Outubro de 1782, em sessão da Câmara de Torres Novas, é deferido um pedido do povo de Alcanena que pretende realizar a Feira Franca de S. Pedro, anual, a 29 de Junho. Em 1788, aquela autarquia discute a realização de um Mercado Semanal em Alcanena, às quartas-feiras, autorizado pouco depois.


Estas duas imposições do povo de Alcanena fazem-nos pensar que a região detinha já uma vida económica muito própria e florescente, ao que não será estranho, pensamos, o surto que se terá verificado nas atividades de curtumes.
É desta época, concretamente de 1792, o brasão encontrado num edifício fabril da vila, associado a uma inscrição que diz tratar-se de uma fábrica de sola com privilégio do governo pombalino. Este desenvolvimento vai refletir-se no número de fogos recenseados no ano de 1867: 472, quase duplicando os que a freguesia tinha 100 anos antes. Alcanena continua a crescer e a centralizar.

Em Julho de 1887, a Câmara Municipal de Torres Novas aprova a realização de um mercado semanal em Casais Galegos (hoje Vila Moreira) para, em 21 de Maio de 1896, dar parecer favorável à criação de uma Feira anual mista em Alcanena, no dia de S. João.
Mas, se o dinamismo económico era uma realidade, também o era o fervilhar de ideias de autonomia administrativa, estreitamente ligados a uma forte implantação do republicanismo.
Situado na região do Ribatejo, o concelho de Alcanena conta, atualmente, com cerca de 15 mil habitantes, distribuídos por sete freguesias (União de Freguesias de Alcanena e Vila Moreira, Bugalhos, União de Freguesias de Malhou, Louriceira e Espinheiro, Minde, Moitas Venda, Monsanto e Serra de Santo António) e uma área de 127,8 Km2.



Alcanema Capital da Pele
O Concelho apresenta-se hoje como um território caracterizado pela atividade industrial de curtumes, que é a sua principal base económica, logo seguida da indústria têxtil que, com raízes históricas na freguesia de Minde, assume igualmente um importante papel na economia local e regional.


Fonte: www.cm-alcanena.pt



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MONTEMOR-O-NOVO - ALENTEJO - ÉVORA



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Montemor-o-Novo, é uma cidade Portuguesa, Sede de Concelho, pertencente ao Distrito de Évora, Portugal. Desde a última vez que visitei Montemor-o-Novo, há já uns anos, e por acaso de passagem, era já de noite, e não deu efectivamente para tirar fotos, embora tivesse efetuado uma breve prospecção pela cidade. E como não podia deixar de ser, fiz uma visita minuciosa ao belo Castelo, que é sem dúvida o ex-libbris da cidade. Verifiquei grandes progressos. Fica agora completa a reportagem fotográfica, e sua História.


              HISTÓRIA:
O Castelo de Montemor-o-Novo é, na verdade, o original recinto da primitiva vila e urbe de Montemor. Segundo consta, terá sido conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques pouco depois de 1166. O seu filho, D. Sancho I, concedeu-lhe o primeiro foral em Março de 1203, tendo a sua muralha sido reconstruída no reinado de D. Dinis. Nos séculos XIII e XIV, a vila intra-muros atingiu grande importância, nomeadamente ao nível económico, demográfico e religioso. Nesta altura, eram administradas quatro freguesias urbanas, todas elas com sede no interior do Castelo: Santa Maria do Bispo, Santa Maria da Vila, São João e São Tiago.

A partir do século XVI, a população começa a registar uma forte tendência para abandonar o Castelo, apesar das tentativas para que tal não aconteça. As casas são demolidas e efectuam-se novas construções no “arrabalde” (actual local da cidade). A Câmara e outros edifícios da administração local são transferidos no século XVIII e em 1758 já pouco mais restava que as Igrejas, o Palácio dos Alcaides e o Convento da Saudação.
A autarquia montemorense tem promovido trabalhos de escavação, realizados por equipas de arqueólogos, ao mesmo tempo que procede ao estudo documental da sua história, bem como da cidade.

Foi também, mais recentemente, elaborado e aprovado o “Programa de Recuperação e Revitalização do Castelo”, integrado no Plano de Salvaguarda e Reabilitação da Zona Antiga da cidade.
O Castelo, verdadeiro ex-libris da cidade, é de uma indiscutível riqueza patrimonial, podendo destacar-se a Casa do Guarda, a Torre do Relógio, a Porta da Vila ou de Santarém, os Arcos-sólios Tumulares, o Convento da Saudação, a Igreja de Santiago (onde está instalado o Centro Interpretativo do Castelo), a Torre da Má-Hora ou de Menagem e Porta de Santiago, a Igreja de S. João Baptista do Castelo, o Paço dos Alcaides ou Paço Real, as Ruínas da Antiga Cadeia ou Paços do Concelho, o Matadouro Mourisco/Cisterna, a Torre e Porta do Anjo ou do Bispo e as Ruínas da Igreja de Santa Maria do Bispo (ex-Matriz).

Em Montemor-o-Novo podemos, ainda, apreciar os diversos painéis de azulejos, retratando cenas da vida agrícola, que as paredes exteriores do Mercado Municipal nos oferecem.
Na Rua 5 de Outubro, são várias as casas senhoriais que se podem observar, onde também se situa a Fonte e o Passo da Rua Nova. No edifício da Câmara Municipal, podemos apreciar os painéis de azulejos nos patamares da escadaria, da autoria de Querubim Lapa. No Largo dos Paços do Concelho, em frente à edilidade, situa-se a lápide de mármore, classificada como monumento nacional, com uma inscrição romana na parte central e as laterais da época visigótica.

No mesmo largo, um pouco mais acima, encontramos a Fonte de N.ª S.ª da Conceição, da época de D. João IV, e em frente, datada de 1839, a marmórea Fonte Nova, mais conhecida por Chafariz do Besugo. No edifício do antigo Convento de S. João de Deus, temos a Biblioteca Municipal Almeida Faria, com o Arquivo Histórico e a Galeria Municipal, para no mesmo edifício encontrarmos, ainda, a Cripta de S. João de Deus e a Igreja Matriz (séc. XVII – XVIII), na qual é possível observar a extraordinária beleza do fresco original que recobre a abóbada da nave.

Em frente, no terreiro de São João de Deus, pontifica a estátua do Santo para, logo ali ao lado, podermos encontrar, na Rua Teófilo Braga, o portal manuelino da Igreja da Misericórdia.
Do Castelo, pode-se apreciar a vista sobre o casario da cidade, bem como o Convento de N.ª Sr.ª da Conceição (morro à esquerda) e a Ermida de N.ª Sr.ª da Visitação (em frente). Ao descer, aprecie as ruínas da Ermida de S. Vicente, para já na cidade, na esquina entre a Rua 1.º de Maio e a Rua D. Vasco, poder observar uma casa com uma bela janela manuelina.

Do Largo General Humberto Delgado, pela Rua de S. Domingos, encontra o Convento do mesmo nome, onde pode também apreciar o Museu de Arqueologia. Regressando ao mesmo largo, passando pelas ruas Luís de Camões e Irmã Sousa, chega-se ao imponente Cine-Teatro Curvo Semedo, com o Monumento ao Resistente Anti-Fascista ali mesmo ao lado, bem como a Igreja do Calvário, com uma sacristia de rara beleza, com as paredes e abóbada inteiramente revestidas de azulejos. À saída da Igreja do Calvário, encontra-se a Ermida de S. Sebastião.
Envolvendo a Praça da República, temos o Jardim Público (com o seu coreto), e as sedes das Sociedades Carlista e Pedrista.
Montemor-o-Novo uma cidade a visitar!

Fonte: www.cm-montmornovo.pt

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