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PENAFIEL - PORTO

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


Penafiel é uma cidade Portuguesa, pertencente ao Distrito do Porto. Cidade histórica com inúmeros pontos de atração turística espalhados pelas diversas Freguesias que a compõem. através da Rota do Românico, à qual fomos à sua descoberta. Aconselha-se também a sua Gastronomia com destaque para o cabrito no forno a lenha, a sopa seca, entre muitos outros. Para estacionar a autocaravana aconselhamos o parque da Feira, junto à GNR, bem no centro da cidade,




          HISTÓRIA:

Um brevíssimo olhar sobre o passado de Penafiel,
por Teresa Soeiro: 
Penafiel, com as suas trinta e oito freguesias distribuídas por 212,82 km2, é uma terra antiga no coração do velho Entre-Douro-e-Minho. Ocupando o interflúvio Sousa/Tâmega/Douro, tem solos essencialmente graníticos, ricos de águas e propícios para a exploração agrícola intensiva, nas últimas décadas valorizados também em função de uma importante indústria de extracção de pedra. A sudoeste, as freguesias integram-se no complexo xisto-grauváquico, tornam-se mais extensas, com importantes parcelas de monte, outrora baldio pastoril, hoje florestado. 

Zona intermédia de contacto do litoral com a montanha, em todos os tempos por aqui passavam importantes vias de comunicação inter-regional, terrestres e fluviais. Exemplo das primeiras seria a estrada real que desde a Idade Média ligava o Porto a Trás-os-Montes, geradora do actual centro urbano que, a um dia de viagem, desempenhava papel fulcral no apoio ao trânsito de passageiros e mercadorias. O Douro surgia como indispensável via fluvial de penetração para o interior, com papel mais relevante à medida que nas encostas do Alto Douro se expandia a produção do vinho generoso, que descia nos rabelos até ao Porto. Entre-os-Rios, também a um dia de viagem, cumpria aqui papel idêntico ao da cidade, no apoio aos viajantes e como centro de redistribuição de mercadorias.



Bastante povoado desde a pré-história, como testemunham dezenas de monumentos megalíticos e alguns povoados, no território penafidelense não faltam também sítios castrejos. Monte Mozinho (Oldrões/Galegos), povoado fortificado erguido no dealbar da nossa era será, pela sua extensão e relevância material, um primeiro centro, que, após trinta anos de escavações arqueológicas merece bem uma visita atenta.
Com a consolidação da integração no mundo romano, veremos a população organizar-se em novas formas de habitar, tipificadas em lugares abertos e concentrados, rodeados por terras de lavoura, ou em casais dispersos na paisagem agrícola como ilustram as casas postas a descoberto na Bouça do Ouro (Boelhe). As termas romanas de S. Vicente do Pinheiro, surgidas no início do século XX aquando da construção do actual estabelecimento termal, já destinadas a fins medicinais, podem dar-nos uma imagem dessa permanência milenar da capacidade para identificar e aproveitar os recursos naturais. Também os filões de ouro existentes nos xistos e quartzitos foram explorados na época romana. Um intenso comércio e a circulação de uma moeda comum trouxe a todos estes núcleos grande quantidade e diversidade de produtos artesanais, que materializam a integração cultural, reafirmada por valores fundamentais como a adopção da língua e das formas de ser e de estar da romanidade. 
No século IX a vivência do território é outra, pontificando como nova centralidade a Civitas Anegia, instalada num cabeço sobranceiro à confluência do Tâmega com o Douro, que dominaria extensas terras nas duas margens daqueles rios. A esta Civitas pertencia a futura terra ou tenência de Penafiel de Canas que, no século XI, desmembrada a anterior organização, assumirá por sua vez a capitalidade de um espaço mais reduzido, embrião do actual município.

Neste mundo românico, retratado pelas Inquirições de 1258, deparámos com muitas das actuais paróquias, imersas numa economia agro-pecuária e piscatória que foi longamente dominante. Dos grandes senhorios eclesiásticos destacamos, porque aqui sedeados, os mosteiros beneditinos de Paço de Sousa e de Bustelo, o primeiro ostentando ainda uma magnifica arquitectura românica e dando guarida ao cenotáfio historiado de Egas Moniz de Ribadouro, aio de Afonso Henriques, o segundo profundamente transformado ao gosto barroco, de uma riqueza e monumentalidade ímpar. As casas fidalgas de raiz medieva podem bem ser representadas pela Honra de Barbosa (Rans), com a sua torre sobranceira às terras de cultura, ou pela mais transformada Torre de Coreixas (Irivo).
Os templos românicos de Boelhe, esse divino brinquedo como lhe chamou Miguel Torga, ou o de S. Salvador da Gândara onde se venerava uma cabeça santa muito milagrosa, procurada pelos peregrinos, o de Abragão ou o mais tardio de S. Miguel da Eja, no qual se anuncia já o gótico, o memorial funerário de Ermida (Irivo) são monumentos nacionais.
Por este tempo emergia no território penafidelense uma nova realidade. Na freguesia de Moazares, de cuja igreja românica (Santa Luzia) temos ainda a cabeceira, rodeada por sepulturas escavadas na rocha, surgiu um segundo núcleo forte, instalado à margem da estrada que vinha do Porto e, passado o rio Sousa na medieva ponte de Cepeda, ascendia pela Costeira até atingir o alto. Aqui estaria o local ideal para crescer um aglomerado urbano especializado em serviços aos viandantes, na artesania e venda de manufacturas, no estabelecimento de uma grande feira. Arrifana de Sousa foi o nome escolhido.

Santuário Nª Srª do Sameiro
Este era um lugar arruado, disposto em banda ao longo da estrada, onde João Correia, um rico mercador da praça do Porto com trato na Flandres, cristão novo ao que se diz, faria erguer a manuelina capela do Espírito Santo, na cabeceira da qual alojou o próprio túmulo, coberto por uma bela placa de bronze lavrado com o seu vulto, trabalho flamengo que fez vir ainda em vida, nos anos iniciais do século XVI faltando por isso completar na gravação da data fúnebre.
Em crescimento, Arrifana assumiu a paróquia, com o orago S. Martinho, e construirá nas décadas de 50 e 60 do século XVI um novo templo, sobre a capela de João Correia, no modelo de igreja-salão com fachada retábulo maneirista. Apesar desta pujança, a terra continuava na dependência administrativa do Porto desde que D. João I a dera àquela cidade como agradecimento pela ajuda à sua causa.


Durante toda a Idade Moderna Arrifana de Sousa cresceu como centro de serviços e terra de muitas indústrias, com uma importante feira anual no S. Martinho, e ampliou a mancha urbana que se estendia já para cotas mais elevadas onde, no início do século XVII, a Misericórdia, uma das mais antigas do país, fará construir a sua monumental igreja. A fidalguia, no entanto, mantinha-se fora da urbe, preferindo habitar os solares ancestrais, que a acumulação de recursos provenientes do aumento da rentabilidade das terras e dos negócios de além-mar permitirá reformar e monumentalizar.
Apenas em 1741, depois de uma persistente insistência junto do poder, a que o Porto sempre se oporá, Arrifana de Sousa ascende à categoria de vila e concelho, composto por duas freguesias, a própria e a vizinha Santiago de Sub Arrifana. Pouco viável, mas orgulhosa da sua autonomia duramente conquistada, a população e a Câmara serão, em 1770, surpreendias pela elevação a cidade, sede de um vasto concelho. Não o haviam pedido, nem sequer foram atempadamente informados desta benesse, atribuída por D. José a 3 de Março, para que aqui se pudesse fixar a sede de um novo bispado que a política pombalina queria destacar do território da poderosa mitra portuense. Mais ainda, por esta determinação régia, Arrifana perderia o seu nome para adoptar o de Penafiel, até então reservado ao concelho cujas justiças estavam ainda formalmente no castelo medieval.

Vila, cidade, sede de comarca e de bispado em menos de trinta anos, foram significativas mudanças que exponenciaram o crescimento desta terra, atingindo ponto alto de prestígio, riqueza e desenvolvimento na segunda metade de setecentos. Depois vieram os tempos conturbados da guerra peninsular, e Penafiel esteve sucessivamente ocupada pelos exércitos francês e luso-britânico, e da guerra civil. Recomposta destes pesadelos, a cidade (cerca de 10% do total da população) e o seu município, agora com a composição territorial definitiva, entrarão, na segunda metade de oitocentos, em novo período de crescimento, assumindo as promessas do progresso fontista. É nesta fase que se fixa o urbanismo que ainda hoje reconhecemos nas ruas, avenidas e praças, com todas as peças prestigiantes como o quartel militar, o cemitério, o jardim público, a praça do mercado, o matadouro, a casa das repartições, o teatro, as escolas, etc., e mesmo o início de um proeminente santuário sobranceiro à cidade, com o seu parque.

Fonte: www.cm-penafiel.pt

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SAMEIRO - PENAFIEL


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


O Santuário do Sameiro está situado muito próximo do centro de Penafiel, o seu acesso pode-se fazer com facilidade a pé através do Centro Histórico da cidade de Penafiel.
O Santuário do Sameiro de Penafiel, embora tenha o mesmo nome do Santuário do Sameiro de Braga, contudo cada um tem o seu interesse, e as suas diferenças, são ambos de arquitetura religiosa de relevo Nacional.
Esperamos brevemente colocar a reportagem fotográfica em Slide.



SAMEIRO - PENAFIEL:
Proeminente sobre a cidade e o Vale do Sousa, foi construído nos finais do séc. XIX, início do séc. XX, aquando da construção do Santuário a Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos, o Parque Zeferino de Oliveira, mais conhecido por Jardim do Sameiro. Seguindo a estrada principal em direcção a Amarante, ao longe avista-se a imponente fachada que surge isolada, dominando os terraços ajardinados que esculpem a paisagem. Percorremos uma pequena avenida pavimentada em cubos de granito, que sobe ligeiramente até à encosta que antecede o Santuário. A composição é imponente e atraem-nos os grandes degraus cinzentos, limitados por um invulgar murete ondulado, que nos levam até ao patamar da igreja. A mestria da composição da encosta permitiu que todos os elementos - o santuário, a escadaria, os canteiros, a fonte - fossem dispostos em sucessão perfeita dignificando o espaço. A escadaria dá acesso ao parque, mas o trajecto tem ainda que aguardar, pois mais forte é a vista que se desvenda dali. Uma admirável panorâmica da cidade e do Vale do Sousa. O som da água vem de uma fonte talhada no muro em alvenaria. Mais ao lado, uma outra, deita pequenos fios de água para um lago ondulado. Relativamente ao jardim, o Parque do Sameiro é um exemplo da escolha perfeita do lugar. A sua construção estratégica tira partido das melhores vistas, revelando a mestria dos nossos antepassados na arte de projectar jardins. Implantado num espaço baldio, com uma presença quase cenográfica sobre a paisagem arborizada, o santuário, muito comum na época, tira grande partido da vista. A fachada principal abre-se sobre a paisagem envolvente de todo o vale. Observando a cidade a partir do adro, surge em primeiro plano o jardim. O jardim desenvolve-se ao longo de vários patamares, acessível por escadas que nos conduzem até canteiros bem mantidos, limitados por sebes de buxo topiado (Buxus sempervirens). No interior dos canteiros, as plantas anuais dão cor e alegria ao cenário verde do buxo e das sebes em ligustro (Ligustrum ovalifolium) que contornam a escadaria principal e uma panóplia de herbáceas e arbustos, tais como rosas, azáleas, rododendros e camélias compõem os canteiros. Ao desenvolver-se na encosta, a composição em terraços permitiu uma distinção de espaços. É assim que também se encontra distribuída a área a nascente do Santuário, onde vamos encontrar uma espécie de bosque. Seguindo por um dos caminhos que parte da avenida ao fundo da escadaria principal, entramos no parque, onde a água cristalina que brota de uma fonte e alimenta o lago, vem novamente marcar a sua presença. Continuando o percurso, somos surpreendidos pelos contrastes da luz e da sombra de árvores centenárias. A riqueza florística das plantas exóticas é bem patente neste jardim onde se destacam alguns exemplares de, Platanus hybrida, Tilia platyphylos, Washingtonia robusta, Camelia japonica entre outras árvores de grande porte e algumas topiárias de buxo, ciprestes e ligustro. Estes exemplares, juntamente com espécies da flora mediterrânea, como o carvalho (Quercus), o bordo (Acer), servem de enquadramento a um cenário de jardim romântico com influência nitidamente inglesa. Continuando o trajecto para o interior do parque podemos desfrutar de estruturas construídas mais imponentes como: mirantes, namoradeiras, bancos em pedra, dois coretos em alvenaria e um grande lago ondulado. Inserido harmoniosamente na paisagem, encontra-se no centro do jardim, na margem do lago um bar. O Bar do Lago é um edifício de linhas arquitectónicas modernas, com estruturas em granito, aço e vidro que assumem uma ligação espacial intensa com o exterior. Este local tem uma forte ligação às tradições do concelho. Num passado não muito distante, o lago era o palco da famosa Festa do Lago que atraía milhares de jovens ao local. Os jardins têm vindo a ser mantidos ao longo dos anos, no entanto, alguns espaços foram recentemente sujeitos a um projecto de recuperação, fazendo parte dessa intervenção, a manutenção dos jardins e um arranjo urbanístico. Neste sentido, foram construídas novas zonas de aparcamento, efectuado o melhoramento da iluminação pública, colocado mobiliário urbano e construído um espelho de água.

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