Santo António da Neve fica situado na Freguesia do Coentral, Concelho de Castanheira de Pera, Distrito de Coimbra, Portugal.
Santo António da Neve foi batizado assim desta forma devido aos neveiros que ali trabalhavam na recolha da neve, que durante o inverno recolhiam-na para os poços de armazenamento, para que no verão a nossa realeza pudesse saborear os bons gelados. Mordomias da nossa realeza, que ainda hoje perduram, mas agora com os nossos políticos republicanos.HISTÓRIA
A Capela:
No antigo Cabeço do Pereiro ergue-se uma capela em honra de Santo António e porque foi mandada construir por Julião Pereira de Castro, neveiro-mor da casa Real, passou o local a designar-se por Santo António da Neve. Esta capela tem a seguinte inscrição:
Esta capela do glorioso Santo António de Lisboa a mandou fazer Julião Pereira de Castro reposteiro do nosso reino da câmara de sua Magestade e neveiro de sua Real casa em terra sua ano 1786.
A licença do Bispo D. Miguel de Anunciação tem data de 6 de Maio de 1778 o que nos leva a concluir que demorou oito anos (1794) para ser benzida. O Bispo concede licença porque Julião Pereira de Castro emprega muita gente na expedição da neve ocupando nessa tarefa os domingos e dias Santos e porque ir ouvir Missa à Igreja do Coentral era um incómodo considerável e não cumprir com os preceitos era gravíssimo prejuízo para as suas almas.
Esta capela andou nas mãos de particulares durante muitos anos até que em 1954 foi adquirida pela Câmara da Presidência do Dr. Marreca David e ficou pertença da Junta de Freguesia do Coentral.
Os Poços da Neve e o Ofício do Neveiro:

Dos sete poços construídos somente restam três que pela sua raridade foram considerados imóveis de interesse público.
Quando chegava o tempo quente, a neve era cortada e seguia em grandes blocos para Lisboa. O transporte era feito, numa primeira etapa, em ronceiros carros de bois. Apenas três ou quatro desses grandes blocos podiam ser carregados nessas robustas carroças e eram cuidadosamente envolvidos em palha, em fetos, mesmo em serapilheiras ou, ainda, metidos em caixotes. Mas, mesmo assim, diz o testemunho oral que muita neve se perdia pelo caminho percorrido através dos tortuosos carreiros da serra, quase penosamente.
Em Miranda do Corvo fazia-se a primeira muda dos animais e depois os carros partiam para Constância onde, da via terrestre, se passava para a via fluvial até ao Terreiro do Paço onde eram feitos saborosos gelados para o Rei e sua corte, tão saborosos que os Lisboetas os procuravam no Martinho da Arcada e outros cafés.
Fonte: www.cm-castanheiradepera.pt
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