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Valença do Minho é uma cidade Portuguesa, pertencente ao Distrito de Viana do Castelo. Cidade transfronteiriça, que divide a passagem pela ponte Europa a meias com Espanha, substituta desde os anos 90 da velhinha ponte de ferro de praticamente 1 sentido, que fazia a ligação entre os dois Países. Valença pertence ao Distrito de Viana do Castelo, possui património imobiliário de defesa bastante importante, já que era necessário defender a fronteira. Atualmente a guerra é outra, e os nossos comerciantes de Valença ainda vão sobrevivendo à custa do turismo de nuestros hermanos. O contrário também é válido, Tuy faz as maiores transações comerciais com os Portugueses. Nas preferências estão os combustíveis, o gás, e só depois os bens alimentares, etc.
HISTÓRIA:
Valença tem origens muito remotas. A sua ocupação remonta a épocas muito recuadas: as gravuras rupestres que se podem observar em determinados lugares de certas freguesias são prova irrefutável de uma ocupação longínqua no tempo. As Inquirições de D. Afonso III também fazem alusão a edificações do tipo dolménico no Concelho de Valença. Provenientes das mais variadas origens - indo-europeias, mediterrâneas e africanas - foram acudindo a esta região vários povos atraídos pela abundância da caça e da pesca, pela fertilidade do solo, pelas serras alcantiladas permitindo a defesa contra as deras e outras tribos; podemos citar, entre outros, os lígures, os gróvios, os celtas, ... Dos gróvios fala-nos pela primeira vez o clássico Plínio na sua História Natural: “Dos Cilenos para baixo começa a Cancelaria de Braga. Abrange Helenos, Gravios, Castelo de Tui, tudo geração dos Gregos”.
Acerca deste povo, o Prof. António Rodriguez Colmenero é peremptório em afirmar “... ser perfeita a concordância das melhores fontes em ordem a localizar os Gróvios na zona litoral, entre os rios Lima e Minho, se bem que, (...) a sua zona terá de delimitar-se bastante ao norte do rio, porquanto Tyde, identificado como Tui actual, estava situado na margem, direita do Minho e era terra Gróvia.” Sobre os Celtas, sabemos que chegaram à parte ocidental da Ibéria por volta do Séc.VI a.C. Sobre este interessante conjunto de povos pré-Romanos que habitaram o noroeste peninsular, o Dr. Luís Filipe Aviz de Brito tenta definir várias ramificações partindo da mesma fonte comum: a cultura de Hallstatt, nas proximidades do Danúbio. Alguns deles permaneceram isolados na meseta ou na Serra da estrela, embora outros se miscejenassem com os iberos, provocando a celtibéria. A este conjunto e povos chamaram os Romanos Calaicos, por habitarem a região da Calaecia.
A organização social destas comunidades assentava, basicamente, no núcleo familiar amplo, incluindo descendentes, a sua prole, constituindo unidades familiares muito vastas. Um marco muito importante na história de Valença foi, sem dúvida, a passagem do Cônsul Romano Décimo Júnio Bruto, em 137 a.C. que, após cruzar o Rio Lima - o famoso rio Lethes ou Rio do Esquecimento - conduziu as suas tropas até ao Rio Minho, tendo acampado, ao que se diz, na freguesia de Gandra.
Ao tempo do Imperador Augusto começaram a definir-se pequenas fortalezas de inspiração nos Castri: eram os castelli, de localização estratégica sobre as vias de comunicação. Era este o caso do castellum de Valença, situado em local predominante, não apenas sobre o Rio Minho, mas também sobranceiro às duas vias romanas que ali vinham fazer a travessia: a Vila IV, militar, do XIX Itinerário de Antonino, de interesse estratégico, e a per loca marítima, de cariz comercial, que subia pelo litoral e depois continuava pela margem esquerda do rio Minium. Aos romanos sucederam os Suevos que penetraram na Galiza pela bacia do Douro, em meados do séc. V da nossa era. O mesmo aconteceu com os Godos: o famoso Witiza estabeleceu a sua residência real na cidade de Tui, tendo as ruínas desse palácio perdurado até ao séc. XVIII. Na região valenciana são muito frequentes os topónimos de origem germânica, que derivam dessa altura. A primeira invasão Árabe data do ano 716: o Emir Abdelaziz entra na Lusitânia com um numeroso exército, tomando Porto, Braga e Tui, que apenas foi libertada no ano de 736 pelo Rei Afonso I.
Ao tempo do Imperador Augusto começaram a definir-se pequenas fortalezas de inspiração nos Castri: eram os castelli, de localização estratégica sobre as vias de comunicação. Era este o caso do castellum de Valença, situado em local predominante, não apenas sobre o Rio Minho, mas também sobranceiro às duas vias romanas que ali vinham fazer a travessia: a Vila IV, militar, do XIX Itinerário de Antonino, de interesse estratégico, e a per loca marítima, de cariz comercial, que subia pelo litoral e depois continuava pela margem esquerda do rio Minium. Aos romanos sucederam os Suevos que penetraram na Galiza pela bacia do Douro, em meados do séc. V da nossa era. O mesmo aconteceu com os Godos: o famoso Witiza estabeleceu a sua residência real na cidade de Tui, tendo as ruínas desse palácio perdurado até ao séc. XVIII. Na região valenciana são muito frequentes os topónimos de origem germânica, que derivam dessa altura. A primeira invasão Árabe data do ano 716: o Emir Abdelaziz entra na Lusitânia com um numeroso exército, tomando Porto, Braga e Tui, que apenas foi libertada no ano de 736 pelo Rei Afonso I.
A reconstrução da Sé de Tui deu-se apenas no ano de 915 e foi levada a cabo pelo Rei Ordonho II. Contudo aquela que trouxe piores consequências para toda a região do Minho e da Galiza fora perpetrada pelo terrível Almansor - Al Allah - nome de guerra do Emir Bem Abi Amir - que no ano de 997, no seu caminho para Santiago de Compostela, destruiu tudo à sua passagem, incluindo o Mosteiro de Ganfei, mais não restando do que “a memória da sua fundação”. Em 1186, D. Sancho I toma a cidade de Tui, restabelecendo a paz entre Castela e Portugal. Contudo, dez anos mais tarde irrompem as hostilidades entre D. Sancho e Afonso IX. Assim se justifica que, no ano de 1200 o Rei D. Sancho I mandasse construir os primeiros muros em Valença. Em 1217, após ser arrasada pelos Leoneses, D. Afonso II mandou repovoá-la, reconstruindo-lhe os muros e outorgando-lhe foral.
Ao abordar este assunto, Herculano refere que “na restauração de Contrasta por Afonso II, afirma El-Rei que seu Pai já tinha dado um foral àquele lugar o qual, portanto, remota à época de D. Sancho e, talvez, à de D. Afonso I porque nem sempre a carta municipal coincide com a origem das povoações, podendo elas existir anteriormente...” O seu período mais áureo terá sido, talvez, o séc. XIV, ao tempo de d. Dinis, conforme atestam os desenhos à pena de Duarte D’Armas, escudeiro de D. Manuel e onde se podem vislumbrar as torres altaneiras com balcões, portas e barbacãs. O séc. XVII foi decisivo: o seu terceiro quartel marca o início da construção da Obra Coroa (actualmente a Coroada), a cargo de D. Rodrigues de Vasconcelos, 1º Conde de castelo Melhor, segundo desenho de Michele de Lescole, estando concluída em meados do século seguinte, altura em que se afeiçoa o Recinto Magistral, segundo o sistema do Marechal Vauban.
São construídos baluartes, tenalhas, falsas bragas e revelins. Sendo uma das principais Praças - Fortes do País, teve honras de Guarda de Regimento e o seu Governador a patente de Brigadeiro. Cenário de importantes batalhas travadas pela Restauração da independência, entre os anos de 1657 e 1668, capitulou apenas perante as tropas do General Soult em 1809. Já no decorrer deste século, mais concretamente em 1912, repeliu as tropas do 1º Tenente de Armado Victor de Sepúlveda, aquando da 2ª incursão monárquica no norte do país.
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