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SALZEDAS - TAROUCA - VISEU












Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


Salzedas é uma Freguesia Portuguesa, pertencente ao Concelho de Tarouca, Distrito de Viseu.
Este é mais um grande Mosteiro Português, primeiramente pertenceu à ordem de S. Bernardo, tal qual o seu vizinho de S. João de Tarouca, para depois reverter mais tarde para a Ordem de Cister. O Portal AuToCaRaVaNiStA teve o privilegio de conversar com o Sr Padre responsável pelas obras de requalificação do Mosteiro de Salzedas, que partilhou a sua preocupação com a falta de verbas para concluir o restauro.


Na altura da visita ainda havia muito para fazer, mas deu para ver que é uma grande obra, mais uma das ordens religiosas do nosso País. Estes são os nossos maiores tesouros, a fazem parte da nossa melhor história. Quem visita estes tesouros, releva a capacidade de construção e de Engenharia daquele tempo, e despreza as construções atuais e os engenheiros do século XX e XXI e provavelmente os seguintes. Porque será? Não esquecer de visitar também o bairro Judeu, que apesar de estar a ruir, ainda vale a pena arriscar dar uma vista de olhos.






               HISTÓRIA:
Datando de meados do século XII o início da construção da igreja, foi em 1163 que Afonso Henriques doou o couto de Argeriz a Teresa Afonso, viúva de Egas Moniz, para legá-lo posteriormente aos monges beneditinos do mosteiro de Salzedas. Sujeito a diversas campanhas de obras ao longo dos séculos, sobretudo no tempo de D. João III, foi, contudo, nos sécs. XVII e XVIII que o conjunto assistiu à sua mais profunda remodelação, dela resultando a actual fachada da igreja, a reforma estilística do seu interior, bem como a reconstrução dos claustros.



Na sequência da extinção das Ordens Religiosas (1834), seria a vez dos monges abandonarem definitivamente as suas instalações, enquanto nos sécs. XIX e XX se procedeu à desamortização parcial dos bens monásticos, altura em que um particular adquiriu a cerca e parte do conjunto construído.




Como consequência deste conjunto de ocorrências, chegaram até nós raríssimos vestígios da sua primitiva construção, sendo apenas possível visualizar uma pequena capela absidal localizada no braço norte do transepto. Pode-se, assim, afirmar que o conjunto existente resulta quase em exclusivo das obras realizadas entre os sécs. XVI e XVIII, quando se construíram os dois claustros subsistentes, se remodelou o espaço interior da igreja, com a destruição da primitiva abside e absidíolos, e se refez por completo a fachada. O edifício, de planta cruciforme, é constituído por três naves de cinco tramos, um transepto saliente e cinco capelas absidais escalonadas. Exteriormente, a sensação transmitida é de imponência, apresentando-se o seu alçado principal de setecentos, com três amplas portas ao nível térreo, sobre as quais se abre idêntico número de janelas.

Encontram-se, no entanto, inacabadas as suas torres laterais devido ao início das invasões napoleónicas. Todo a restante edificação espelha bem o longo processo de degradação a que tem sido sujeita, embora seja ainda possível percorrer a Sacristia - com a sua abóbada de aresta assente em duas pilastras, mobiliário setecentista e alguns quadros alegóricos da vida de S. Bernardo -, a Sala do Capítulo com os seus painéis azulejares seiscentistas, o corpo da hospedaria, com a antiga residência abacial, para além de dois claustros resultantes das campanhas de obras quinhentistas e seiscentistas.


Será de igual modo importante referir que a acção levada a cabo pelos monges cistercienses sobre o território é ainda visível. A análise da distribuição espacial dos vestígios remanescentes - do conjunto edificado à cerca, e desta à paisagem envolvente - possibilitará o entendimento de todo o conjunto monástico. Facto este, que deverá ser tido em conta durante a realização de qualquer intervenção física integrada.


Encontrando-se concluído o levantamento das patologias, pretende-se proceder à investigação histórica e arqueológica do conjunto monástico, realizar diagnósticos decorrentes da tipificação das avarias, prevendo-se a execução faseada dos projectos de intervenção, atendendo às prioridades estabelecidas pela necessidade de estabilização física.


Fonte: www.cm-tarouca.pt



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