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ALPEDRINHA - FUNDÃO - PORTALEGRE











Apontamento AuToCaRaVaNiStA
Alpedrinha é uma Freguesia Portuguesa, pertencente ao Concelho do Fundão, Distrito de Portalegre.
Alpedrinha, terra do ilustre historiador Português, Hermano Saraiva de Carvalho, grande historiador já falecido, infelizmente, porque faz falta à cultura Portuguesa. Alpedrinha é uma terra pacata de gente simples, é conhecida pelas suas Fontes, e Solares, e principalmente pela lenda da fonte, que dizem, à noite, ainda se ouvem os trabalhadores a cinzelarem a pedra desta majestosa Fonte Brasonada, e de beleza incontornável do património histórico Nacional.



               HISTÓRIA:
Em 1675 Alpedrinha obteve autonomia administrativa face a Castelo Novo, sendo elevada a vila pelo regente D. Pedro (futuro D. Pedro II). Com a extinção do concelho de Castelo Novo, em 1836, o de Alpedrinha alargou-se, passando a abranger também as povoações de Castelo Novo, Orca com as anexas Zebras e Barbado, Lardosa com a anexa Vale da Torre, Soalheira, Atalaia do Campo e Póvoa de Atalaia. A Câmara tinha juiz de fora e oficiais designados pelo rei: três vereadores e um procurador do concelho. 


Em 1849, dos dezasseis concelhos do distrito de Castelo Branco, Alpedrinha era o sétimo em população, o que não se deve ter alterado muito até 1855, data da sua extinção, donde se depreende que a extinção do concelho de Alpedrinha tenha tido por base razões de ordem política, até porque, apesar de após Setembro de 1855 terem sido suprimidos mais de metade dos concelhos do país, o de Alpedrinha ainda obedecia aos requisitos legalmente exigidos pelo decreto de 28 de junho de 1833. 


Nesse ano de 1885 foi reunida, com o seu município, ao concelho do Fundão (que é concelho desde 1747), excepto a freguesia da Lardosa que passou para o de Castelo Branco. Existem poucos documentos camarários alpetrinienses que nos revelem o passado deste concelho, mas há costumes que também o podem revelar. É o caso da procissão do Anjo da Guarda, que ainda hoje se repete anualmente. A primitiva capela (de S. Miguel Archanjo e de Nossa Senhora dos Prazeres) situava-se no caminho velho para Vale de Prazeres e já existia em 1634. 


Segundo as ordenações Filipinas, as Câmaras eram obrigadas a realizar, anualmente e no terceiro Domingo de Julho, uma procissão em honra do Anjo da Guarda, "que tem o cuidado de nos guardar e defender". Actualmente a procissão ainda se realiza, sendo nesta altura que se realiza a maior festa de Alpedrinha - a festa do Anjo da Guarda - mas passou a ser no terceiro Domingo de Agosto. Alpedrinha foi a terra do distrito de Castelo Branco que mais sofreu com a invasão francesa. Por três ou quatro vezes que estes atacaram a vila, espalhando por ela a destruição iluminada pelo clarão dos incêndios. 

Dezenas de casas foram incendiadas depois de roubadas e saqueadas; igrejas e capelas foram profanadas, como é o caso da capela de Santa Maria Madalena e da Igreja da Misericórdia; as mulheres foram violadas; crianças e velhos foram assassinados; o hospital foi saqueado e de lá levaram roupas e outros bens precisos dos doentes. O hospital acabou por fechar entre 1808 e 1812. A primeira vez que os franceses invadiram Alpedrinha foi a 5 de Julho de 1808. Por toda a vila irromperam intermináveis colunas de franceses, matando, roubando, incendiando... Só nesse dia contaram-se cerca de trinta mortos. Após estas invasões, e segundo António Salvado Motta, na "Monografia de Alpedrinha", "...houve aquarteladas em Alpedrinha tropas aliadas e tropas portuguesas.". 


A agricultura (centeio, vinhas, olivais, ...) e a pecuária (gado bovino e caprino) foram, durante muitos anos, a principal actividade económica de Alpedrinha. Mas também havia indústria. Ao longo do ribeiro do Nogueirão, em 1758, haviam seis lagares de azeite e cinco azenhas de moer trigo e centeio; na ribeira de Alpreada havia trinta e quatro azenhas de moer pão e três lagares de azeite. Existia ainda a indústria de cortumes, que acabou por dar nome a alguns locais da vila, nomeadamente a Quelha das Alcaçarias e a Fonte das Peles. Os oleiros, sapateiros, alfaiates, latoeiros, ferreiros desempenharam também papel fundamental na indústria. Em Alpedrinha viviam muitas famílias nobres que com o cair do antigo regime venderam os seus solares e propriedades rústicas, abandonando a terra onde os seus antepassados viveram durante séculos.
Fonte: www.cm-fundao.pt

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