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FESTAS DE SÃO GONÇALINHO - AVEIRO

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


Vai decorrer este fim de semana de 10 a 14 de Janeiro de 2013, (os dias mais importantes desta festa que dura 5 dias) mais uma celebração a S. Gonçalinho, as festas realizam-se no centro da Cidade de Aveiro. São muitos os autocaravanistas que participam nas celebrações desta festa já muito antiga. O local aconselhado para aparcamento de autocaravanas, seja pela disponibilidade de espaço, bem como pela sua localização, é no canal de S. Roque. O Portal AuToCaRaVaNiStA registou as imagens em 2012, da qual fazemos aqui uma retrospectividade das festas. Este ano 2013, a atração musical são "Os Deolinda".
As Festas de S. Gonçalinho, tem uma história e uma tradição bastante marcada na povoação, principalmente a piscatória. A sua principal atracão de culto religioso, é o arremesso de cavacas (doce tradicional feito à base de farinha ovos e açúcar) lançadas do cimo da igreja, e que consiste na devoção das pessoas ao santo, pela concretização das suas preces, os quais retribuem comprando um saco bastante grande de cavacas, para arremessarem para as pessoas, que em baixo tentam apanhar as cavacas de várias formas, tudo serve, desde chapéus de chuva, até a cestos de rede colocados em grandes varas, mais habilidade será apanhar as cavacas voadoras com as mãos.


       HISTÓRIA:



A Festa de São Gonçalo é uma celebração religiosa realizada em Aveiro, onde o Beato é carinhosamente tratado pelo diminutivo “Gonçalinho”. A celebração decorre actualmente ao longo de cinco dias, centrando-se no dia 10 de Janeiro, dia do falecimento do santo. A festa, celebrada no bairro da Beira-mar, inclui rituais de socialização na capela de S. Gonçalo e nos espaços adjacentes, dos quais se destacam as ofertas votivas, nomeadamente arremesso de cavacas, fogo de artifício sobre um dos canais da ria, bailes populares e concertos, romaria pelas ruas estreitas deste bairro e outras manifestações, como a chamada “dança dos mancos”. A passagem de testemunho de cada Comissão de Festas para a do ano seguinte traduz a natureza reprodutiva da celebração e introduz um outro ponto alto na festividade com a entrega dos “ramos” aos novos mordomos.


A Comissão das Festas de São Gonçalinho, composta pelos mordomos, detém a responsabilidade de organizar a festa e velar pela sua preservação e das tradições culturais que lhes estão associadas. A Festa de São Gonçalinho, no bairro da Beira Mar em Aveiro, decorre durante cinco dias, com o seu ponto alto no fim-de-semana, ocasião para o maior número de arremessos do alto da capela como pagamento de promessas, ao mesmo tempo que bandas filarmónicas e artistas de música pop actuam em palco, normalmente montado nas imediações da capela, e (embora esporadicamente) se ateiam os madeiros para saltar a fogueira. Domingo é o dia mais nobre dos festejos, devidamente assinalado pelo fogo de artifício nocturno sobre os canais da ria. Este é também o dia em que são anunciados, pelo pároco da Vera Cruz, durante a Eucaristia, o nome dos mordomos da festa para o ano seguinte.
Outro momento alto da celebração tem lugar na segunda-feira, com a passagem de testemunho da Comissão de Festas que se formaliza com o cortejo da entrega do ramo e com a “dança dos mancos”. Estes dois acontecimentos tanto podem ser encarados como uma espécie de desenlace dos momentos altos da celebração, como momentos de um outro ponto dramático, vivido não no círculo alargado dos visitantes, mas sim no círculo mais restrito da mordomia. O tempo diário da festa está organizado diferentemente ao longo das 24 horas. A manhã e o princípio da tarde são normalmente ocupados com a visita da população escolar, nomeadamente do pré-primário e do primeiro ciclo, à zona da capela. Sensivelmente a partir do meio da tarde, principiam os arremessos das cavacas, que prosseguem pelo menos até à meia-noite. Ao mesmo tempo, actuam as bandas filarmónicas e outros artistas convidados. Todos estes acontecimentos ocorrem no espaço característico do bairro da Beira-mar, onde a Capela de S. Gonçalinho está edificada, sendo a sua construção do início do século XVIII.
À semelhança de outras festividades tradicionais portuguesas, à centralidade da capela há que acrescentar as zonas imediatamente vizinhas, nomeadamente, e em primeiro lugar, o largo do mesmo nome e, num segundo passo, a Rua de Antónia Rodrigues, o largo da Praça do Peixe e o cais dos botirões. Em terceiro, deve ser considerado o conjunto de ruas e travessas da freguesia da Vera Cruz, que podem ser percorridas festivamente em diferentes combinações consoante os anos. Com efeito, durante o cortejo da entrega de ramos, em que tem lugar a mencionada passagem de testemunho aos novos mordomos, a intensidade festiva abandona temporariamente a zona da capela e transfere-se para esse percurso deambulatório, desenhado em função das habitações dos novos mordomos. Esta celebração da entrega de ramos é acompanhada por uma pequena banda filarmónica, que toca marchas, encabeçada pelos dirigentes da Comissão de Festas e pelos portadores dos ramos, seguindo pelas ruas do bairro.
As portas das casas dos novos mordomos devem estar abertas para que os mordomos antigos e os ramos possam entrar. Mas há ainda que voltar à centralidade da capela, para retomar um outro eixo de análise espacial. A subida à cúpula da capela, para cumprimento de promessas, constitui a experiência do plano vertical, que se pode traduzir numa nova relação entre o alto e o baixo. Ao subir a escada em caracol da capela, e ao chegar ao estreito terraço que corre a toda a volta, o devoto passa do mundo terreno ao mundo celeste. Não é difícil imaginar que, até há bem pouco tempo, o olhar se poderia espraiar livremente acima do casario, apropriando-se do espaço inteiro da cidade, dos canais da ria e das marinhas de sal.
Mas essa subida à cúpula tem, apesar de tudo, uma outra característica fundamental: é que, além do movimento dos olhos, o devoto tem a obrigação do movimento das mãos e dos braços. Ou seja, ele é pagador de promessa. Esta promessa é esta cumprida em cavacas, pães duros em forma de palmeta, cobertos de calda de açúcar branco. Não se trata de lançar o saco inteiro da promessa, mas sim de lançar as cavacas, uma a uma, sublinhando com o gesto aquilo que os olhos procuram. Estes arremessos, anunciados pelo repique da sineta, resultam do cumprimento de promessas. Do alto, o “pagador” entrega as cavacas ao Santo, lançando-as paradoxalmente para baixo, escolhendo simbolicamente os “humildes” que se empurram no largo. É localmente considerado “de tradição” que as cavacas que caem ao chão são abençoadas pelo Santo.
Mesmo quando se pretende escolher a quem entregar as cavacas, tal gesto, se apalavrado previamente, ficará sempre às vicissitudes da sorte, ou aos desígnios do Santo, que pode fazer com que a “doação” se desintegre no empedrado do largo ou no alcatrão da rua, como tantas vezes sucede, enchendo o chão de uma poalha esbranquiçada, ou que acabe numa naça de pesca espertamente manipulada, ou num guarda-chuva invertido ou, finalmente, nas mãos de um hábil vizinho. A diferenciação de papéis entre quem está no cimo da capela e em baixo não é clara, desde logo porque o pagador, de volta ao terreno do largo, se torna rapidamente aquele que procura pescar a cavaca, e este, galgada a escadaria em caracol, sob a protecção dos mordomos, ganha a condição de pagador. Uns e outros são devotos e esta condição é talvez a mais importante. A festa de S. Gonçalinho é proverbialmente considerada uma celebração igualitária, que não distingue o rico do pobre, e que tem como base social a comunidade beiramarense, dos “cagaréus”, tradicionalmente constituída pelos ofícios ligados à pesca e à extracção do sal, hoje tendencialmente substituídos por profissões do sector terciário.
E há também a presença dos emigrantes (mesmo que não necessariamente física), já registada em 1935 por José Tavares, nos seguintes termos: “É tão forte a crença nas virtudes de “S. Gonçalinho”, que nenhum “americano”, ao emigrar para a América, deixa de levar consigo a litografia do Santo, e é raro que algum deles se esqueça de enviar, lá de longe, para a festa, qualquer importância em dolas (dólares)” (Tavares 1935: 130). Também o “juiz”, Manuel Pacheco, que presidiu à Comissão das Festas em 2007 e 2008, testemunhou a participação dos emigrantes, nomeadamente da comunidade instalada em Newark, em Boston e em outros locais do leste dos Estados Unidos da América, nas obras de benfeitoria realizadas no templo. Muitos devotos formam fila esperando arremessar, lá de cima, os quilos de cavacas sobre a assistência que vai crescendo no largo à medida que o sol se põe. Nos dias de maior intensidade, são os mordomos, envergando o gabão de Aveiro, que orientam o acesso dos pagadores de promessa ao terraço na cúpula da capela.
Desde que os mordomos assumem o compromisso da organização da festa, em Janeiro, reúnem-se uma vez por semana até Setembro, mês no qual começam os peditórios de rua para o envolvimento de toda a comunidade. De Setembro até aos festejos de Janeiro marcam-se reuniões regulares, de forma a que tudo seja tratado convenientemente e não haja falhas nem faltas. O peditório de rua tem os seus percursos citadinos, alcançando os arredores da cidade, em caminhadas que durarão em média quatro horas por semana. O resultado do peditório, somado com outros donativos particulares, corresponderam em 2006 e 2007, a cerca de 27 e 30% das receitas obtidas, estas orçamentadas em cerca de sessenta mil euros, importância indispensável à organização do arraial, aos gastos com o fogo de artifício, ao pagamento de licenças e cauções e a outras despesas miúdas. Há que referir que os mordomos não recebem qualquer contrapartida financeira pelo seu serviço, sendo que as únicas refeições pagas pelo orçamento geral são o almoço de Segunda-feira com o pároco e o almoço ou jantar da passagem de testemunho aos novos mordomos.
No caso das mordomas, são elas que tratam de alindar com flores os altares da capela, tarefa na qual colocam o seu gosto estético e sensibilidade, cumprindo uma função muito apreciada por todos os que visitam o S. Gonçalinho nos dias de festa. Sublinha Manuel Pacheco que: “o processo das mordomas de altar, tanto quanto me foi dado observar, tem passado de mães para filhas, sendo em número incontável por todas se considerarem mordomas sempre, desde que realizam aquela função pela primeira vez, ao contrário dos homens, cuja função se extingue no final de cada comissão de festas” (Entrevista a Manuel Pacheco, 2008). As despesas com o alindamento da capela são atenuadas pela recolha das ofertas em dinheiro da Eucaristia de celebração da festa dominical, podendo acontecer que o diferencial seja posto do bolso de cada uma das mordomas, já que os arranjos de flores ascendem a muitas centenas de euros. Entre as flores reconhecem-se também outras promessas de outros penitentes: ex-votos em cera de pernas e braços. Durante o período da festa, as mulheres da Beira-mar visitam a capela mais do que uma vez, demorando-se entre conversas livres, orações e cânticos religiosos. Inspirado por tais presenças, o poeta aveirense Amadeu de Sousa, já falecido, escreveria entre outras quadras, esta levemente picante: “Toda a mulher casadoira / Vai morar à capelinha. /
Tempo demais na salmoira, / Deteriora-se a sardinha...” (Sousa 1989: 15). O anedotário faz da velha o alvo, mas esta velha tanto simboliza o ano invernoso que há-de findar, quanto a promessa da renovação sazonal. O interior do templo transforma-se, pois, em lugar de convívio e de cânticos religiosos subitamente interrompidos por músicas com letras profanas dedicadas ao Santo. A canção do “Cortejo de oferendas a S. Gonçalinho” eleva-se recorrentemente. Ao cair da noite de segunda-feira toma-se um hino audacioso, quando os mordomos juntam as suas vozes graves aos agudos femininos, gesticulando em direcção à imagem do Santo, antes da saída dos ramos. O refrão desta canção reza o seguinte: Neste dia de festança / Pr'a ti vai nosso carinho / Hás-de ir connosco na dança / Ó rico S. Gonçalinho / Hás-de saltar as fogueiras. / À noite no arraial / Dançar com velhas gaiteiras / Uma dança divinal. Em certas ocasiões mais animadas, uma senhora pode desafiar um vizinho para bailaricar no largo ou numa das ruas defronte.
Tal manobra toma-se particularmente comum durante o cortejo da saída dos ramos já referida. As fogueiras de Inverno, as velhas rapioqueiras e o alvoroço dos afectos revelam a faceta namoradeira do Santo, que representa aqui um papel análogo ao de Sto. António, o santo casamenteiro celebrado em Junho, especialmente a sul do Mondego; e, como este, o culto gonçalense tem vindo a actualizar-se. A par das celebrações descritas, dezenas e dezenas de vizinhos aglomeram-se no interior da capela aguardando esse momento especial, raramente nomeado, mas certamente desejado, que é a “dança dos mancos”.
Fonte: http://www.matrizpci.imc-ip.pt

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CASTELO DE VIDE - PORTALEGRE


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Castelo de Vide pertence ao Distrito de Portalegre, o município é composto por 4 freguesias, e encontra-se situado no Nordeste Alentejano.
Do Cimo do Castelo de Castelo de Vide, tem-se uma panorâmica geral muito ampla e extensa, vê-se ao longe o Castelo de Marvão, e a muito poucos metros dali  a Judiaria, (casario) uma comunidade muito relevante em Castelo de Vide. Casario de características puramente Alentejano, que mistura a ruralidade de um povo, com o traçado histórico de origens Árabes.

Vila historicamente apelativa, e relevante com boa gente.
Visita recomendada. Na gastronomia destaca-se a restauração tipicamente Alentejana, e que na zona está bem servida. A CPF-Portugal, secção da Confraria da Panela de Ferro, certificou o Restaurante "CASA DAS CARPAS" "A ESCOLA" com certificado e Estrela CPF-Portugal, (ver fotos mais abaixo) ou veja toda a reportagem na nossa Página da CPF-PORTUGAL (CLICK AQUI:)

              HISTÓRIA: 
Perde-se nas brumas do tempo e das lendas a razão pela qual foi criada uma praça-forte neste local. Esta dúvida que só a arqueologia poderá esclarecer com segurança, estaria possivelmente relacionada com a morfologia dos solos que juntamente com factores de estratégia de ordem territorial, uma vez que era necessário consolidar as recém conquistadas terras, levaram a que se fixasse um espaço defensivo e criar condições para possivelmente existentes e novas populações.

Sabe-se por Rui de Pina que em 1299 Castelo de Vide era ainda "lugar etã maís chão q forte" ainda que desde essa data seja apelidado de "Castel da Vide" e que Afonso Sanches, filho de D. Afonso III, iniciou obras de reconstrução das muralhas que foram continuadas pelo seu irmão, D. Dinis , ficando finalmente concluídas no reinado de D. Afonso IV. Estes melhoramentos dotavam esta praça de melhores condições defensivas alargando a cintura de muralhas, abrangendo o poço inicialmente de fora protegendo a sua entrada que era feita pelo interior do burgo.

Uma linha de novas muralhas englobou a cidadela e o aglomerado populacional que já se havia estabelecido fora dela. Foi construída uma importante torre de menagem, periférica e saliente relativamente aos muros, para melhor defender o lado Sul, de mais fácil acesso e ataque. Todos estes reforços no sistema defensivo são indicativos da crescente importância que Castelo de Vide representava em termos estratégicos, tendo o s seus muros experimentado as máquinas de guerra e os assédios durante os conflitos com Castela, em que o nosso país foi fértil durante a Idade Média, como na manutenção municipalidade, adquirida em 1276 quando Castelo de Vide se libertou do termo de Marvão para formar o seu próprio concelho.

Lentamente ocorre a expansão urbana fora das muralhas do castelo, ainda durante o século XIV. As condições da encosta Sul, com boa exposição solar e um declive mais suave, em detrimento das vertentes Norte e Oeste, mais escarpadas e ventosas, determinaram a expansão deste arrabalde. A fundação de várias igrejas e ermidas extramuros estabeleceram com o castelo eixos preferenciais de estruturação da paisagem. Assim aconteceu com o eixo de comunicação que desde a entrada do castelo procurou encosta abaixo a ermida de Santa Maria, fundada em 1311 no local da actual Matriz.

Este eixo foi certamente uma das mais antigas vias de expansão, estabelecendo ainda a separação entre as duas vertentes da encosta e também entre o outro arrabalde onde a nascente, a fonte de água, já utilizada pelos habitantes do burgo em tempo de paz, determinou a expansão urbana para esta vertente, compensando assim, os declives mais acentuados e a exposição solar menos privilegiada. Não se sabe ao certo se um dos arrabaldes terá surgido primeiro que o outro, mas o mais provável será terem-se desenvolvido na mesma época vindo este a ser paulatinamente utilizado pelos judeus que de Castela e Aragão procuravam refúgio após a sua expulsão do reino vizinho.

Muitos se terão estabelecido em Castelo de Vide por estar próxima da fronteira e da portagem de Marvão, fazendo aumentar a comunidade judaica aqui existente e certamente contribuindo para o desenvolvimento que iria caracterizar a Vila. É possível ter uma ideia, ainda que um pouco falível, do desenvolvimento urbano que a vila apresentava até ao século XVI pelos desenhos de Duarte d' Armas, as mais antigas representações que se conhecem da vila, onde se pode verificar que no primeiro quartel do século XVI, ambas as vertentes da encosta se encontravam construídas.

A população dedicava-se à agricultura, cultivando a vinha, o linho, a oliveira, frutas e cereais e também à criação de gado. Também a indústria da moagem aqui se desenvolveu, com várias azenhas a funcionar ao longo das ribeiras de Vide e de Nisa, assim como a indústria da fiação de lã, tendo como suporte os gados que eram criados no termo da Vila.

A partir dos finais do século XV, princípios do XVI, a fiação da lã adquiriu uma tal importância, que já anteriormente a D. João III (1521-1557), era um dos principais mesteres de Castelo de Vide e os seus habitantes passaram a ser apelidados de "Cardadores," Os 885 vizinhos que possuía em 1527 subiram para 1400 em 1572, e para 1600 em 1603. Na base deste surto populacional esteve o incremento da produção agrícola, da tecelagem e do comércio com Espanha.

 O foral novo (D. Manuel, 1512) determina as normas sob as quais a vila deveria ser administrada. Não apenas novas leis são estabelecidas como também a administração dos espaços públicos e a organização dos respectivos limites. É neste momento que a instalação do mercado na grande praça (Rossio) foi regulamentada. Esta área, uma vez integrada no tecido urbano, cedo adquiriu o estatuto da praça principal que manteve até aos nossos dias, determinando as referências para o desenvolvimento dos novos bairros.

O sistema de ruas paralelas que cresceram na encosta de São Roque a partir dos finais do século XVI, prova com clara evidência esta relação com o "Rossio" e os sinais de um esquema preconcebido. Apesar dos frequentes conflitos com Espanha, nos princípios do século XVI, a vila não viu as suas fortificações serem ampliadas. A fortaleza medieval assegurou até bastante tarde a protecção e a defesa do território adjacente. Contudo, o conflito que se seguiu aos 80 anos de domínio espanhol (de 1580 a 1640) trouxe de novo a necessidade de novas muralhas.

Os trabalhos da fortificação de Castelo de Vide fizeram parte de uma campanha global de visava a renovação da totalidade da linha de fronteira. A guerra com Espanha durante 28 anos (de 1640 a 1668), foi tempo suficiente para a organização de uma operação efectiva conjunta do governo, do exército e com o precioso conhecimento de diversos engenheiros militares que introduziram as inovações da arte de fortificar francesa e inglesa. 1641 foi o ano do início de uma longa campanha de trabalhos em Castelo de Vide, no entanto, só após uma década decorrida a linha fortificada por bastiões começou a ter forma, repondo uma frágil barreira de paliçadas que, em muitos pontos, constituía a única forma de defesa.

A realização destes trabalhos, nos princípios do século XVIII, teve como consequência, a partir de então, uma forte restrição da expansão urbana da vila. O tecido urbano foi crescendo gradualmente preenchendo o centro com casas senhoriais que foram construídas pela aristocracia e nobreza. Além da longa linha de muralhas abaluartadas, os trabalhos incluíram o envolvimento da antiga fortaleza medieval com uma linha de baluartes e revelins, a construção de uma outra fortaleza (1705) na colina de São Roque e a adaptação da antiga cidadela às exigências da artilharia e aos novos sistemas defensivos.


De 1704 a 1708 outro conflito com Espanha infringiu diversas destruições na região. Em Castelo de Vide a fortificação serviu novamente os seus desígnios, no entanto, muitas partes ficaram bastante destruídas, em particular a torre de menagem medieval que ficou muito arruinada. Em 1710, sendo governador da praça militar Manuel de Azevedo Fortes, uma outra linha abaluartada foi terminada com vista à protecção do Convento de São Francisco, de duas igrejas e de um pequeno bairro que ficou exterior aquando da primeira fortificação.

Durante o século XVIII a vila sofreu um desenvolvimento urbanístico lento, com a maior parte das construções a tornarem-se compactas uma vez que, eram constrangidas no interior das muralhas. O número das residências e o conjunto da população atingiu o seu máximo no fim do século (1700 fogos com 7000 habitantes).


Embora não ocorram novas obras de conservação nas muralhas a partir do século XVIII, Castelo de Vide continuou até meados do século XIX com a imagem inalterada, passando por um período de declínio das industrias de tecelagem (em parte devido à criação das manufacturas em Portalegre), com as ocupações militares e consequentes destruições espanholas e francesas e a guerra civil, tendo tido um papel activo na nossa história militar, erguendo-se contra os franceses e participando nas lutas civis que avassalaram Portugal durante o século XIX.

Certif. Excelência Casa das Carpas
Atribuição Certificado CPF-Portugal
Quando, em 1823, a guarnição militar saiu definitivamente de Castelo de Vide, os baluartes e muralhas foram abandonados ou vendidos a proprietários privados. Em 1836 é suprimido o município de Póvoa e Meadas que passa a estar integrado no de Castelo de Vide.

 A situação foi invertida quando alguns factores de progresso produziram novamente um impulso no desenvolvimento, algumas vezes a custo de destruição de elementos com valor como é o caso de em 1852 justificaram, a demolição de um imponente arco romano da Aramenha, o qual tinha sido trazido do concelho vizinho de Marvão e reconstruído para ser a principal entrada forte do séc. XVIII no perímetro fortificado. Algumas obras públicas, que passaram pela construção das novas estradas para Marvão, em 1878para a estação do caminho de ferro que ligava Lisboa a Madrid e a que fazia a circunvalação à Vila e que passava pela Quinta do Prado onde eram aplicadas novas tecnologias na agricultura e no fabrico de "champanhe" por parte da família Le Coq.


Um novo período de ascensão económica e social começa a perceber-se em meio do século XX, com um aumento do turismo nesta região tendo por base as águas minerais abundantes e diversificadas das várias nascentes que traziam os forasteiros a esta Vila, bem como a posterior engarrafamento e comercialização da água proveniente da Fonte da Mealhada. Pela primeira vez desde o meio do século XVIII cresce o tecido habitacional com a construção de vários bairros extramuros. O casario branco, as inúmeras fontes, os solares oitocentistas, os portais góticos, as 12 igrejas (das 31 existentes no Concelho), os parques e jardins, os recantos pitorescos de construções de arquitectura.

Fonte: www.cm-castelodevide.pt

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CÁDIZ - ESPANHA

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Cádiz é uma cidade costeira de Espanha, com belas praias bem cuidadas, como quase todas, de areias brancas e limpas, e extenso areal, neste caso em particular, servido por bar, restaurante de apoio, e com WC público. Em matéria de estacionamento é mal servido por ter poucos lugares. Relativamente perto da cidade, está servido por transportes públicos a toda a hora, é bastante fácil fazer-se a transição da praia para a cidade. Zona histórica de excelência  com bastante comércio espalhado por toda a zona histórica, e pela cidade de uma maneira geral. Cidade com muito património histórico para visionar e explorar. 




              HISTÓRIA:
A cidade de Cádiz foi fundada pelos Fenícios no ano 1100 a.C.. Nessa altura, era um porto mercantil dedicado ao comércio de matérias-primas como o estanho, a prata ou o âmbar. Após o reinado árabe, no século XVI, a cidade começou a prosperar devido à sua situação estratégica, ideal para o comércio com o Novo Mundo. Tanto assim foi que duas das históricas viagens de Cristóvão Colombo rumo à América sairam desta cidade. 



A época mais próspera de Cádiz decorreu durante os séculos XVIII e XIX. Muitos dos edifícios mais importantes desta cidade datam desta época. Para além disso, Cádiz tem sido o cenário de importantes acontecimentos históricos, como a invasão de Sir Francis Drake. A primeira Constituição Espanhola, popularmente conhecida como "La Pepa", foi assinada nesta cidade em 1812. Ainda actualmente, Cádiz mantém o seu espírito liberal permanecendo como uma cidade viva e aberta.

Fonte: www.costasur.com

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CÁCERES - ESPANHA

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Logo à entrada da cidade, existe um grande parque desportivo, que acolhe o estacionamento dos autocarros, e autocaravanas, existindo no final do parque uma area de serviço para autocaravanas, bem como lugares para pernoita. Para visitar a Cidade, não é necessária a deslocação da autocaravana, já que fica relativamente perto do centro histórico e comercial.



             HISTÓRIA:
A presença humana no território que hoje em dia corresponde à cidade de Cáceres remonta à Pré-história. Na zona de Calerizo existem várias escavações onde foram encontradas pinturas de mãos humanas com a particularidade de ter o dedo mindinho amputado. Mas foi, sem dúvida, no século I a.C., aquando da fundação romana, da capital administrativa do local, Norba Caesarina, junto da via de comunicação mais importante da zona (depois conhecida como Via da Prata), que a cidade conheceu os primeiros tempos de prosperidade. No século V, os visigodos arrasaram a cidade e até ao século IX não se ouviu mais falar de Cáceres. 


Os muçulmanos aproveitaram a localização estratégica, na qual tinha assentado a colónia romana, para construir uma base militar para fazer frente aos cristãos vindos do norte durante a época da Reconquista. A denominação árabe do território é incerta, mas entre elas Hizn Qazrix o Al Qazrix é o nome mais provável. No século XII, devido ao avanço dos cristãos, a cidade foi fortificada com uma muralha de adobe. Esta não serviu de muito pois o rei Afonso IX, monarca do Reino de Leão, tomou a cidade anos depois a 23 de Abril de 1229, dia de São Jorge, que desde então é o padroeiro da cidade. 

A partir desse momento, Cáceres começa a transformar-se, construindo igrejas no lugar das mesquitas e palácios cristãos sobre os palácios muçulmanos. Com algumas modificações desde o século XVIII, a cidade chega aos nossos dias quase sem alterações, sendo uma das cidades monumentais mais bem conservadas do Mundo. Património A cidade de Cáceres foi considerada o terceiro Conjunto Monumental Europeu em 1968 e Património da Humanidade pela UNESCO em 1986. Entre outros monumentos podemos destacar: Monumentos religiosos Concatedral de Santa Maria Igreja São Mateus Igreja de Santiago Igreja de São João Palácios Palácio de Moctezuma Palácio dos Golfines de Arriba Palácio dos Golfines de Abajo Casa del Sol Palácio do Carvajal Museus Museu Provincial de Cáceres Casa-Museu Guayasamín Casa Pedrilla Museu VOSTELL Museu Árabe Yusuf Al Burch Elementos de fortificação Arco de la Estrella y del Cristo Torres de Sande Torre de Bujaco Torre das Cegonhas

Fonte: Wikipédia

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