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Zamora é uma província situada na parte oeste da comunidade autónoma de Castela e Leão, no oeste de Espanha. Faz fronteira com as províncias de Orense, Leão, Valladolid, Salamanca e com Portugal (Bragança). Cidade Histórica, vincada pelas batalhas de outros tempos, visível pelas marcas ainda registadas nas ruínas do património histórico edificado, que diga-se em abono da verdade, os edifícios estão muito bem restaurados e conservados. Obtem-se uma magnífica vista do alto da muralha do Castelo de Zamora.
Uma bela cidade, tranquila e muito agradável para passeio. Com os seus 69.000 habitantes, pode-se gabar de ser uma pequena cidade mas grande em historia, cultura e oferta patrimonial.
Situada no noroeste peninsular, está tão somente a 248 km de Madrid. 62 km separam-na de Salamanca, 90 de Valladolid e 85 km da fronteira portuguesa de Bragança. A sua estratégica localização geográfica, encruzilhada de caminhos na Vía de la Plata, e a qualidade da sua oferta turística e cultural fazem de Zamora um lugar especial.
Um destino que possui óptimos recursos patrimoniais. O melhor românico urbano da península com uma vintena de edificações deste tipo. O Douro, o grande rio de Castilha e de Portugal presidindo a cidade e ícone de referência turística de Zamora. A catedral e a sua cúpula ornamentada… o delicado toque modernista, o grande legado medieval com inumeráveis personagens, historias e lendas, Dª Urraca, o Rei Alfonso, Cid Campeador o o Cerco de Zamora e com eles, o recentemente inaugurado Castelo de Zamora e o Museu Baltasar Lobo, unindo em conjunto historia e arte.
HISTÓRIA:
Um dos componentes da identidade de uma cidade é a sua historia. Zamora tem uma longa historia e ultrapassa todos os acontecimentos que possa contabilizar a tua memoria. A sua existência poderia dever-se ao povo dos “vacceos”, mas também puderam ser os romanos que possivelmente, fundaram a vila e puseram-lhe o nome de “Ocellum Duri” (olhinho do rio Douro) na mesma época das lutas de Viriato contra a invasão romana. Viriato foi um caudilho lusitano e considerado heroi local. Os locais de Zamora acreditam o seu nascimento em Torrefrades (Sayago) ainda que há mais cidades que o disputam e não parece ser muito provável. Durante a dominação germana os visigodos conhecem a cidade com o nome de “Semure”, tal como aparece em duas das moedas de Sisebuto. Os nomes árabes da cidade foram Azemur (olivar silvestre) e Semurah (cidade das turquesas). O nome actual parece proceder da dominação germana, ou da muçulmana e é citada como uma palavra recobrada de Alfonso I aos mouros no Salmanticense. Durante a Idade Media Zamora torna a ser tomada e destruída pelos árabes sob o comando do Emir Mohamed e depois reconquistada pelos cristãos no reinado de Alfonso II (El Casto), rei de Astúrias, repovou-a com moçárabes de Toledo em 893 rodeando-a de muralhas e dotando-a de palácios e banhos, convertendo-se, pela sua localização e características, na cidade fortaleza mais importante dos reinos cristãos. Zamora é descrita pelos cronistas árabes como “a capital do Reino da Galiza”, rodeada de sete recintos amuralhados e grandes fossos. Será una das praças importantes do Reino Leones do qual formou parte. Além disso inicia a etapa de esplendor político, económico e arquitectónico. Seguiram os assédios árabes sem conseguir arrebatar a cidade aos cristãos (salvo a destruição que provocou Almanzor no ano 981) até aos últimos anos do s. XI. “Zamora a bem cercada” chamou-a Fernando I, quem a reconstruiu e repovoou com montanheses, amuralhando-a novamente para a ceder a sua filha Dona Urraca. No s. XII adquiriu grande importância pela sua posição privilegiada entre as duas facções da península ibérica. É a idade de ouro da cidade e é então quando se configura a estrutura urbana e se edificam a maioria dos monumentos mais representativos; o estilo românico é o dominante e deu-lhe o nome de “cidade do românico”. A população vai em aumento, o que torna necessário a mediados do século levantar uma segunda fortificação.
Durante um dos cercos à cidade uma conhecida façanha épica recolhida no romanceiro espanhol, morre Sancho II quando tentava tomar a cidade governada por sua irmã Dona Urraca e perante os olhos de Cid. (Nas redondezas de Zamora, durante o assedio à cidade, foi ordenado cavaleiro Rodrigo Díaz de Vivar, Cid Campeador. Teve lugar o velório de armas na igreja de Santiago de los Caballeros). a bravura dos locais de Zamora durante o asédio tornou popular o dito de “Zamora não se ganhou numa hora” Os séculos seguintes, conforme se deslocava até ao sul da fronteira da reconquista da península pelos cristãos, Zamora foi perdendo importância estratégica e económica. Depois do descobrimento da América muitos habitantes de Zamora viram-se obrigados pela pobreza económica da zona a emigrar para o continente, especialmente para América do Sul onde se fundaram outras cidades com o mesmo nome. No s. XV, já em tempos dos Reis Católicos Zamora é cenário das lutas que a Rainha Isabel mantinha pelo trono. Em Zamora estabeleceu-se a corte de Juana, la Beltraneja, sobrinha de Isabel I a Católica; mas os seus habitantes declararam-se partidários dos Reis Católicos. Na batalha de Toro ou Castroqueimado (1476) foi derrotado Alfonso V de Portugal, consorte de Juana, considerando-se o trono de Isabel e Fernando. No s. XVIII a situação da cidade melhora, mas sofre um novo revés com a guerra da Independência a princípios do XIX. O conflito contra os franceses, que ocuparam a cidade durante mais de três anos e o processo de desamortização, supuseram um duro golpe para o património histórico artístico
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