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TORRE MEDIEVAL DE CAMBRA - VOUZELA - VISEU



Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Torre Medieval de Cambra



A Torre de Cambra é à primeira vista, uma torre de menagem, que servia o objetivo de habitação e vigilância. É uma torre quadrada apenas com uma porta, penso que existiria ali uma escada de acesso ao nível da porta. Devido aos inúmeros matacães existentes em volta da torre, penso que os teriam ali colocado com o objetivo de aumentar posteriormente a área e a superfície coberta da torre, mas não sabemos se efetivamente já teria existido à altura, esse aumento de estrutura.


A torre encontra-se com uma das fachadas em ruína, que na minha opinião poderia ser reparada com baixo custo, e mesmo colocar-lhe uma cobertura, que deverá ser fácil descobrir como seria a original. São pequenos pormenores que fazem toda a diferença, não só porque valoriza o nosso património, como enriquece o nosso roteiro turístico. Na envolvência passa ali o rio couto, também conhecido como rio do vale da cale. A cerca de 15 km daqui, passa pela freguesia da Campia, onde também destacamos a praia fluvial.




               HISTÓRIA:

Capela do Espírito Santo

As torres medievais existentes no concelho de Vouzela fazem parte de um fenómeno que se estendeu, de forma mais ou menos linear e sincrónica, por toda a Europa. Em Portugal teve maior incidência a Norte e na Beira.





Rio Couto
Inspirada na torre de menagem, esta construção fortificada surge entre o séc. XII e XIII, sendo adoptada como residência pela pequena e média nobreza. Sinal de autoridade local e de ostentação apresenta um modelo rígido composto geralmente por três ou quatro pisos sobradados (rés do chão, primeiro, segundo e terceiro pisos). O rés-do-chão, divisão térrea, era destinado a arrumos. A entrada dava acesso direto ao primeiro piso, onde o senhor recebia os que o visitavam. O último piso, de carácter mais íntimo, acolhia os aposentos dos que aí moravam.


Numa altura em que a riqueza dependia, em muitos casos, do número de terras possuídas ou do número de direitos sobre elas recaídos, «as casas torre eram o mais nobre e evidente sinal de senhorio sobre uma terra.» Este tipo de habitação senhorial, de carácter rural, difundiu-se, sobretudo, em pequenas zonas afastadas do domínio das famílias com poderes há muito firmados. Em busca de prestígio, da ascensão social, do lucro e do poder, as pequenas linhagens edificavam as torres em locais férteis, como vales e zonas fecundas em cursos de água.



Praia Fluvial da Campia
Sumariamente, as casas-torre observadas na região são testemunhos de uma economia assente na exploração agrícola. Simbolizam a iniciativa individual na busca do lucro e da afirmação social. A sua existência denuncia que no passado a região de Lafões era um espaço convidativo, fértil, bem localizado, que oferecia as condições necessárias às pretensões da pequena nobreza e segundas linhagens.

Fonte: www.cm-vouzela.pt




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