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PÁSCOA - VILAR DE PERDIZES - MONTALEGRE


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Visita às aldeias de Montalegre, com principal incidência em Vilar de Perdizes para a habitual celebração Pascal da representação do Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, que se fez deslocar em autocaravana já no final da tarde de Sábado, para preparar esta celebração Pascal.
Para variar, já que no ano 2013 a celebração foi feita pelo Sr.Padre de Terras de Bouro, este ano coube-nos em sorte o mais conhecido padre Português, o Padre Fontes.


Tive também o privilégio de transportar em autocaravana o Sr. Padre Fontes que tinha agendada uma entrevista ao jornal o Expresso no restaurante o Cabaço em Vilar de Perdizes, e à qual muita honra me deu ter ao meu lado tão ilustre personagem da igreja. Antes tinha-mos sido simpaticamente recebidos pelo Sr. Padre em sua casa, que muito amavelmente nos abriu e nos mostrou os seus aposentos bem como muita das histórias documentais que tem no seu espolio pessoal. De referenciar que em Montalegre no edifício do Turismo, junto ao castelo, existe um espaço museu da autoria do Padre Fontes, que explica ao turista todas as atrações do concelho, bem como toda a informação necessária para uma visita profunda. Um agradecimento especial para o Sr. Padre Fontes deste Portal bem como do Grupo AuToCaRaVaNiStA. Bem haja.

               HISTÓRIA:
BIOGRAFIA DO PADRE FONTES:

DAS ERVAS À BRUXARIA:
Uma escola aberta a toda a mentira e a toda a verdade
Vendem-se quilos e quilos de chás para todos os males,
pomadas milagrosas e mezinhas que tudo curam. Por cinco Euros e em cinco minutos promete-se acabar com o seu sofrimento. Acredite quem quiser. Vilar de Perdizes fica lá bem no cimo do nosso país, paredes meias com a Galiza, região do Barroso no sopé da Serra do Larouco e assim como Tourém, Meixedo, Gralhas e outras aldeias, do concelho de Montalegre também é Portugal. Graças aos Congressos de Medicina Popular, Vilar de Perdizes uma freguesia de 400 fogos e 500 habitantes, saiu do anonimato, tem honras televisivas, nas nossas televisões e nas espanholas e, é notícia em muito jornal e revista.

Uma vez por ano, e já lá vão 16 edições, esta aldeia, durante três dias recebe milhares de visitantes, médicos, naturistas, osteropatas, bruxos e adivinhos, ilusionistas e especialistas em curas espirituais, especialistas em terapias de vidas passadas, endireitas, cartomantes, ervanários.
Durante estes três dias, vendem-se quilos e
quilos de chás para todo o mal, pomadas milagrosas, recebem-se massagens, e ouvem-se as palestras num misto de especialistas de medicinas alternativas, juntamente com especialistas de doenças da mente e do espírito.

Vilar de Perdizes é o local por excelência onde tudo é permitido e que segundo o Padre António Fontes um dos dinamizadores do evento, este Congresso é \" uma escola aberta a toda a mentira e a toda a verdade\".
Falar de Vilar de Perdizes obrigatoriamente é falar deste padre, homem por vezes controverso, um defensor acérrimo desta região, que ele tanto ama. E para falar do Padre Fontes temos que recuar um pouco no tempo.


O Padre António Fontes, nasceu em Cambezes do Rio, uma aldeia do Barroso, próxima do Rio Cávado, em 22 de Fevereiro de 1940, seu pai esteve emigrado na América, no longínquo ano de 1927, e teve doze filhos. Ingressou no Seminário em Vila Real, em 1950, saiu em 1962 e diz \" o Seminário ocupou quase toda a minha juventude, não se conta em duas palavras, foi demasiado tempo. E esse fica, deixa marcas vincadas como as negras batinas dos padres que por ali se moviam. Alguns poucos quase santos, outros, talvez a maior parte, mais que diabos\".

Desde pequeno que sempre disse que queria ser padre, e aos 10 anos, escola primária feita, já estava no Seminário. \" Enquanto andei no Seminário, meus pais, sabe Deus como, viram-se aflitos para suportar aquela despesa. Na agricultura ninguém tinha salário e todos os trimestres era necessário pagar. Quando não havia a quantia necessária, pedíamos dinheiro aos vizinhos ou vendíamos qualquer coisa\".
Foi ordenado em 1963, e foi colocado em Tourém, aí esteve oito anos.


Deixou a sua marca nesta terra, paredes meias com a Serra do Gerês e com a Espanha, mais com a Espanha que com Portugal. O seu meio de transporte, um cavalo, atendendo a que não havia estradas dignas desse nome, servia-lhe para ir de para as paróquias celebrar a missa. Em Tourém criou uma escola, iniciou cursos agrícolas, cursos de bordadura, requisitou leite, farinha, manteiga e óleo à Caritas, começou por dar as refeições confeccionadas na casa paroquial, onde vivia com uma irmã, já que se desse os alimentos, alguns vendiam-nos. O seu nome começou a ficar pelas aldeias, que percorria no seu cavalo, ia celebrar missa a Pitões das Júnias e Covelães. Ao fim de dois anos o seu meio de transporte muar foi substituído por uma motorizada.

Deixou Tourém em 1971 e foi para Vilar de Perdizes, já lá vão 32 anos. Para além desta paróquia têm a seu cargo Mexide e Soutelinho da Raia. Todos os dias celebra missa em Vilar de Perdizes às oito e meia da manhã.
\"Mudei de local, não mudei de gente. Tourém ficou sem padre propus, com mais 12 párocos, uma forma rotativa de, um em cada mês, ir à aldeia celebrar aos Domingos a Eucaristia, para manter viva a paróquia\" e continua \"estou ao serviço das pessoas nos locais onde permaneço e caminho.



Nunca exigi nada em troca. Faço o que me pedem com generosidade e nunca me senti obrigado a nada. Faço parte da crença das gentes, por isso não marco a ferro a minha religião. Estou perto das pessoas, faço parte delas e tento aproximá-las da minha fé e mensagem que quero transmitir. Os inícios da vida de um padre marcam. Talvez a minha fosse diferente se tivesse ido para Roma quando acabei o Seminário. Nessa altura queria continuara a estudar e pedi ao bispo que me desse essa oportunidade.




Ele na sua simpatia, chegou à conclusão que alguém iria para a capital italiana. Mas não eu. Escolheu alguém mais inteligente, mais estudioso e, como havia só lugar para um, fiquei em Barroso\". De 1975 a 1980 frequentou a Faculdade de Letras da Universidade do Porto , inscrevendo-se em História. Terminado o curso um Professor convida-o para ficar a dar aulas de Etnografia no Porto, mas sempre rápido e decidido dá logo a resposta \" o Porto sem mim cresce e a a minha terra, sem mim, míngua\".



Feitas as apresentações, que dariam para escrever um vasto livro, e há livros sobre o Padre Fontes, encontramos este homem não na mesa do Congresso como se esperava, mas entre a multidão na assistência. Procurado nos intervalos por todos os jornalistas, por todas as televisões, que nestes dias assentam praça, em Vilar de Perdizes. Reparo que o povo da aldeia, já não liga a estas tecnologias de carros de exteriores, com grandes parabólicas, emaranhados de fios, tripés muitas câmaras, repórteres em acção, olhando o relógio, à espera de entrarem nos directos nos telejornais. Já ninguém liga, pois já são 16 eventos (2002)e estão habituados. O padre António Fontes tem sempre tempo para a Comunicação Social, habituado a falar, comunicador por excelência, responde sem hesitar às inúmeras questões e começa por nos falar dos Congressos.



Tem a palavra o Padre Fontes:
M. P.- Padre Fontes como e porquê nasceram estes Congressos de Medicina Popular?
A. F. - Os Congressos de medicina popular nasceram depois de ter registado, inventariado, escrito algumas coisas sobre medicina popular, num livro que escrevi e com o título de, \"Crenças e Tradições de Barroso\". Recolhi grande parte da matéria do livro que se baseava na magia, na superstição, nos curandeiros na aldeia de Tourém. Na década de 70, quando vim para Vilar de Perdizes, começaram a chegar médicos para todo o concelho de Montalegre, abriam-se as Casas do Povo, e esse valor cultural de uma medicina popular que sempre susteve este mundo, começou a cair nas práticas ditas científicas. Pensei na necessidade de chamar a atenção para o valor do que estava criado, das tradições, da cultura, das formas existentes de cura, e, em 1983, foi realizado o primeiro Congresso. Um êxito. As pessoas pediram repetição. Era uma ideia interessante, algo que não existia. No fundo, o primeiro Congresso foi uma reunião de pessoas com objectivos de discussão de determinados objectivos esquecidos no país. Aliado aos congressos existia a vontade de desenvolvimento da região. Como não havia alojamentos pedi às pessoas para oferecerem alojamento aos que vinham de fora . Para além do Congresso, sempre houve a intenção de mostrar a região e as suas potencialidades turísticas nas vertentes cultural, paisagística, gastronómica. Durante os congressos tentei organizar os restaurantes de forma a que servissem pratos regionais em função dos dias do evento. Nos congressos os congressistas vem exercer a medicina deles. A medicina popular é natural para a região e para o meio. Aqui em Vilar das Perdizes, há médico duas vezes por semana. Dizem as pessoas que não é para todas as doenças. Há males que não são do médico. Sei que o problema é criado pelos médicos, pois não ouvem as pessoas, não têm tempo. Talvez seja de tempo e atenção, algum carinho, que os pacientes necessitem.
M. P. Para o povo de Vilar, os congressos servem para divulgar a região e a terra. O senhor como dinamizador, conseguiu por esta via, meter a aldeia no nosso mapa, já que estamos numa região tão bonita, mas um pouco esquecida.
P. F. Este extremo norte de Portugal quase não existia. era Chaves, Montalegre e agora já se começa a ter um mapa mais detalhado. Já há mais caminhos, antigamente não havia caminhos. Não há auto estradas, ainda não conseguimos por no mapa das auto- estradas Vilar de Perdizes. O país real começa no Algarve e chega aqui, não é Porto, Lisboa e o resto é paisagem. Agora a paisagem começa aqui e quem quiser conhecer o país real, tem que sair do seu litoral e chegar aqui à montanha, aos pés do Larouco e descobrir, o encanto mágico atraente, cultural, paisagístico, social, religioso, que é Vilar de Perdizes.
M.P. O senhor é um defensor da sua terra, da sua região do seu povo, das suas origens. Considera-se um lutador?
P.F. Agora estou a querer fazer-me em arauto do mundo rural. Na medida em que ele está acabar, estou a pedir socorro e isto é uma espécie de injecção do mundo rural e das capacidades que o mundo rural tem. Não é apenas Vilar de Perdizes que pode ter isto. Qualquer aldeia do interior, do Minho, do Algarve, do Alentejo ou do Ribatejo pode ter a mesma coisa que aqui temos e sair do anonimato e pôr-se no mapa.
M. P. Mas não há muitos mais padres Fontes...
P. F.- Bem realmente isso tem alguns dessasosegos, alguma falta de privacidade, mas tudo isso é saudável quando alguém beneficia, sobretudo o mundo esquecido, e marginalizado, que hoje fala e tem voz, através da Comunicação Social, através da gente que aqui vem, e que, satisfaz uma curiosidade justa e agradável de descobrir o que é a erva natural , os valores, os cheiros e aromas das ervas do chás, descobri-las, usá-las e levá-las para casa e desintoxicar-se com o ar puro que aqui se respira, com a alimentação agradável que aqui é saborosíssima, com a água límpisima que aqui se bebe, com o ambiente sossegado de pessoas, tranquilas à procura do sagrado, do mítico, do religioso, à procura do naturista, e à procura também do ilusório, do mágico do supersticioso.
M. P. Que faz parte também da nossa vida e da nossa cultura
P:F.- A cultura portuguesa , celta um místico de Africo-Brasileiro e Nórdico e isso está na raiz e no sangue de todo o português.
M.P. Pensei encontrar o Padre Fontes na mesa do Congresso, dirigindo, organizando, conduzindo o evento que criou. Vejo-o porém na assistência, no meio das centenas de pessoas que assistem. A hierarquia da Igreja Católica, não vê com bons olhos esta sua envolvência?
P. F.- Bom disseram-me para não organizar e eu desorganizo. Não organizo, desorganizo. Isto é imparável. O dia está marcado, daqui a um ano é a mesma história. Não é preciso dizer a ninguém que venha. Até dissemos que não venham. Isto é demasiado pequeno para quem queira vir cá. Mas repare não é bem a Igreja é o Bispo de Vila Real, e um Bispo só, não é a Igreja.
M. P. E porquê?
P.F. Pela mistura do sagrado com o profano, do religioso com o mítico, do bruxedo com a Igreja e um padre nisto parece-lhe confuso, e há muita pessoa que se confunde. Mas é bom ver e é preciso desmontar confusões não só à Igreja mas também às pessoas, para verem onde está um charlatão e ficarem a saber quem é ele ou verem onde pode estar a verdade, para ficarem a saber. O que se passa nesta data não é mais que uma descentralização do religioso pela medicina natural. Assentamos ainda muito no sagrado que não é virado para nenhuma entidade específica. É voltada apenas para a Divindade Máxima que é a fé das pessoas num Deus criador e potencialhumano de toda a gente.
Tornou-se numa atracção nacional pelo facto de não haver quem pegue neste tema por receio de mexer com coisas do oculto, medo da vingança dos demónios, dos espíritos e dos bruxos e videntes, das ameaças que essas pessoas podem fazer quando não são tratadas com delicadeza e humanismo.
M. P. Mas desculpe-me é sabido que em tempos remotos eram os padres que praticavam o exorcismo. Ou ainda hoje se pratica.
P. F. O novo Bispo de Vila Real D. Joaquim, não encarou bem o meu envolvimento no Congresso. Talvez por impressões ou pressões de gente menos bem intencionada, viu na minha actividade uma mistura de sagrado e supersticioso. Tentei fazer ver que isso não corresponde á verdade.
Talvez, por não ter acreditado, pediu para me afastar da organização. Acedi ao seu pedido, embora participe no Congresso como um animador cultural e dou apoio às pessoas que aqui vêm. Mas o meu objectivo é o confronte de ideias, formas de estar, conhecimentos e tradições, que depois são postos em questão, em debate , em evidência.
O público que aqui vem já não é parvo, felizmente que vai havendo evolução no conhecimento e descoberta dos truques de quem tenta enganar as pessoas com poderes, que nem sempre correspondem á realidade, com dons que não têm. Se não houvesse congresso, o charlatanismo seria maior, estaria mais encoberto e a comunicação social vai alertando que nem tudo o que acontece no Congresso é para engolir. Digo-lhe ainda que Medicina é aquilo que nos cura, o que previne a nossa saúde. Popular é tudo o que é à base do não científico, do não erudito, do tradicional, do caseiro, do amadorístico, da natureza.
Contudo, há curandeiros que têm capacidade de curar. E não é por sugestão. Existe a cura pelas mãos, pelas palavras, pelos olhos, pelas massagens. Umas vezes melhor, outras vezes pior.
Sobre os exorcismos. Toda a gente faz exorcismos. Exorcismo é um palavrão, que traduz o que antigamente seria tirar o diabo do corpo. Isso era exclusivo dos padres. Havia um ritual próprio, mas acho que a igreja acabou com os exorcismos há alguns anos, embora existam padres que os façam. Actualmente, o pseudo-exorcista é feito por qualquer curandeiro, qualquer pessoa pelos meios que conhece, e outros por imitação dos padres.
No fundo não é fazer exorcismo. É uma farsa, uma representação entre o actor e o espectador. Eu não acredito em bruxas, nem em feitiços, nem sequer no diabo.
Não se pode ser padre numa região cheia de miséria e injustiça e ficar a olhar para o lado. É por isso que as gentes do Barroso nunca abandonaram o seu paganismo fundamental. O paganismo dava-lhes curas, mezinhas, vida comunitária, assistência na desgraça. E a igreja veio para aqui falar de cátedra, nunca entendeu estas gentes. Por isso nunca conseguiu fazê-las deixar de acreditar em bruxas e fantasmas. Eu farto-me de disser às pessoas que essas coisas não existem, estão dentro de nós, e até já me torneio conselheiro de muita gente que pensa que sou bruxo.
M.P.- Falemos destas terras, desta região que vão perdendo as pessoas. Houve por aqui muita emigração?
P.F.- Aqui foi das aldeias em que menos emigraram. Houve contrabando até 1992, quando acabou o contrabando com a abertura das fronteiras, houve emigração das pessoas para a Suíça, embora tivessem emigrado alguns para a Holanda, França, Alemanha, Brasil.
M.P. E não estão a regressar?
P.F. Alguns já vão vindo e eu estou a tentar criar o mito de Vilar de Perdizes para que eles voltem. É raro o emigrante que aqui não faça uma casa nova.
M.P. E quanto a juventude, tem muitas crianças.
P.F. Isso é que é pior. São dez crianças para quatro salas de aula.
M. P. Acredita que os Congressos não vão parar.
P.F. Acho que não, é impossível parar, parar é morrer. O mesmo é útil para quem vêm e, e faz \"esticar o país\" o país chega até aqui.
M.P. Mesmo que os telemóveis só apanhem a rede espanhola...
P.F. Sim mesmo apanhando a rede espanhola, estamos em Portugal
M. P. Não quer mandar uma mensagem para as suas gentes emigradas e que leiam este jornal?
P.F. Gosto que vivam na sua terra de origem e que deixem essas terras de escravatura, que embora lá se viva bem, o nosso país é sempre a nossa pátria, a nossa língua é sempre a nossa língua, as nossas tradições é sempre a nossa identidade e já se vive bem em Portugal.
MPortuguês, 2002-09-23
Fonte: www.diariodetrasosmontes.com

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SENHORA DA LAPA - SERNANCELHE - VISEU


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
O Santuário da Senhora da Lapa fica em Sernancelhe que pertence à Diocese de Lamego mas ao Distrito de Viseu. Este Santuário granítico é já muito antigo, e alberga dentro um enorme penedo (Lapa) que reza a história foi encontrada após mais de 500 anos escondida na gruta onde as irmãs perseguidas a depositaram. A história toda está já a seguir. O curioso é que pela abertura do penedo, que diga-se é bastante estreito, diz-se passa o gordo e passa o magro, e parece que assim é com algum jeitinho na barriga. Passagens por aquí em 2008, 2009, 2011, e agora 2014. As fotos estáticas são de Março de 2008, o video You Tube de Março de 2014.



              HISTÓRIA:
A Lapa é uma terra de fé, um sítio de mistério natural e de alcance transcendal. De qualquer ponto que o circunstante lance o olhar, de perto ou de longe, encontra como ponto de contacto ou a torre da igreja ou um cruzeiro ou mesmo um dos quatro consagrados miradouros. Está a povoação situada quase no cimo da serra com o mesmo nome, a 915 metros de altitude. Localiza-se junto às nascentes do rio Vouga, na Freguesia de Quintela, Concelho de Sernancelhe, diocese de Lamego, Distrito de Viseu.

Joana, a muda pastorinha de Quintela, nunca sonhara que a imagem da Srª da Lapa, a nena que guardava ciosamente na cestinha da merenda, fosse motivo para que à serra ou ao Santuário acolhessem milhares de romeiros, tantos que houvessem de a assustar. A história da Lapa inicia-se nos finais do século XV, mais propriamente no ano de 1498. Percebido o sinal miraculoso, os romeiros empreenderam a espontânea construção de uma capela. E a seguir uma proteção para os devotos que faziam a romaria à volta da gruta inserida no enorme fraguedo.

Isto da sua história passou-se assim: O célebre e hábil general mouro, Al-Mançor, pelo ano de 982, atravessou o Douro para a margem esquerda. Havendo destruído Lamego, progrediu para Trancoso. No trânsito arrasou o Convento de Arcas, onde martirizou muitas das religiosas. Atravessada a serra de Pêra, chegaram ao convento de Sisimiro, sito na actual Quinta das Lameiras, freguesia de Pinheiro, concelho de Aguiar da Beira. Parte das religiosas sofreram o martírio, outras escaparam levando consigo uma imagem de Nossa Senhora, procurando abrigo nos matos por onde se embrenharam. Acharam a gruta ou lapa, onde guardaram a dita imagem que ali resistiu à agrura dos séculos, durante uns 515 anos.


O penedo por onde passam os não pecadores

Em 1498, uma pastorinha chamada Joana, muda de nascença, da freguesia e lugar de Quintela, andando a guardar o gado de seus pais, lembrou-se um dia de entrar ali na gruta e encontrou a santa imagem que meteu na cesta onde guardava as maçarocas e a merenda. A imagem era de pequena dimensão, mas muito formosa. E a pastorinha guardou-a e enfeitava-a como podia e sabia, com as mais lindas flores que topava nos campos ou no monte. Ao voltar a casa, no fim do dia, cuidava da roupa da imagem.



As ovelhas, apesar de fartas e nédias, eram apresentadas quase sempre nos mesmos lugares, o que motivou acusações por parte de outrem à mãe de Joana. Tudo isto e as teimosias da filha a fizeram enervar e, sem mais, tirou-lhe a imagem, que teve por uma vulgar nena ou boneca, e atirou-a ao lume. A menina, transida de pavor, gritou; “Tá! Minha Mãe! É Nossa Senhora! Ai! Que fez?”. A fala começou a prender irreversivelmente a mocinha pastora e a mãe ficou com o braço paralizado, transe de que se curou com a oração de ambas.

A imagem foi levada para a Lapa, sob a orientação do percurso por Joana e todos a acompanharam. Porém, tal não terá sucedido sem que antes o cura de Quintela houvesse tentado a entronização da veneranda imagem no interior da Igreja Paroquial, donde a mesma imagem desaparecia de modo insólito. Para abrigo da imagem de Nossa Senhora e para resguardo temporário dos fieis, sobretudo na época de maior afluência destes, foi construído um Oratório e levantadas algumas barracas. O Oratório e barracas adjacentes estavam sob a jurisdição do reitor da Vila da Rua.

 Foi este o princípio da localidade de Lapa, onde por força destas circunstâncias começaram a edificar-se as principais habitações e bem assim as subsequentes, o que transformou um lugar inóspito num aglomerado que logrou alcançar numa certa projecção e que hoje mantém a atmosfera de mística espiritualidade e de estranha grandeza. Entretanto, como a Companhia de Jesus se instalasse em Portugal e gozasse de gerais simpatias, foi permitido aos Jesuítas, a título transitório, que dirigissem o culto da Lapa, auxiliando os fieis e atendendo-os de confissão. Porém, no ano de 1575, o padroado da Abadia de Vila da Rua passa a jurisdição e posse da Coroa Portuguesa, com o curato de Quintela que lhe estava adstrito e em cujo limite se encontrava a Ermida da Senhora da Lapa.

Em 1576, sob autorização do Papa Gregório XIII, D. Sebastião, deu a Igreja da Rua, com metade dos seus réditos, ao Colégio de Jesus, que os Jesuítas fundaram em 1542 e possuíam em Coimbra, ficando-lhes a pertencer tamcbém o Oratório da Lapa. Efectivamente, D. João III tinha-lhes entregue o Colégio das Artes, com a promessa de um dote, para côngrua sustentação, promessa que não satisfez na totalidade, cabendo o ónus do cumprimento ao seu sucessor. Vindo estabelecer-se na Lapa, os Jesuítas dão corpo, com o auxílio de particulares, à edificação do Santuário e do Colégio, obras iniciadas no século XVI.


Dentro da Igreja, ou melhor junto dela mandou levantar, em 1586, Pedro do Sovral, Senhor do Morgado de Sernancelhe, a actual capela do Santíssimo Sacramento, para abrigo do túmulo de família. Antes de ter a função hodierna e de albergar aquele altar de boa talha joaninha, serviu de sacristia. O Colégio, junto ao Santuário, começou nos finais do século XVII, mais exactamente em 1685 e ficou sempre obra não acabada.



O complexo religioso e escolar afirma-se progressivamente como um prestigiado e prestigiante santuário de peregrinação nacional e um notável pólo de de aquisição e consolidação de cultura. O colégio locupleta-se de escolares. E a Senhora da Lapa impõe-se como um centro de irradiação do culto à Virgem e como fermento de mais povoações, cidades, dioceses e santuários um pouco por todo o mundo, sobretudo pelas inúmeras estâncias por que andarilharam os padres jesuítas.



Fonte: (Texto) Abílio Louro de Carvalho



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TRANCOSO - GUARDA


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Trancoso é uma Cidade Portuguesa, pertencente ao Distrito da Guarda, região Centro. Destaque para o Castelo, e a entrada muralhada para a zona histórica da cidade, onde se pode encontrar o Pelourinho, e toda a envolvência das muralhas e torres. Trancoso é também conhecido pelo seu fumeiro, referencia para a feira do fumeiro que habitualmente se realiza por alturas das festas das amendoeiras em flor, a sua doçaria regional variada, como as sardinhas doces, etc. Mais um registo atualizado em 2014 com o céu bastante nublado, em contraste com o sol nas fotos estáticas, já que são de 2008.



             HISTÓRIA:
CASTELO E MURALHAS:

O Castelo e as Muralhas que cercam o centro histórico (com 15 torres e cubelos, entre as quais se abriam 4 portas e 3 postigos), são os mais importantes e mais antigos monumentos do concelho de Trancoso. Fortaleza anterior à nacionalidade, reforçada por D. Dinis, com sete torres amuralhadas, quatro das quais vãs. A torre de Menagem possui uma janela árabe, com arco de volta de ferradura. Encontra-se em bom estado de conservação. Das suas muralhas avista-se um vastíssimo panorama.


Possui restos de uma torre, que foi capela da cidadela, sob a invocação de Stª Maria Madalena. Este Castelo e as Muralhas que circundam a Cidade estão classificados como Monumento Nacional, por decreto 7586, de 8 de Junho de 1921.
PORTAS D'EL REI Ficam situadas nas muralhas que rodeiam o centro histórico da cidade, a sul, encontram-se abertas entre duas torres ameadas e ostentam o escudo de Trancoso. Exteriormente formam um arco abatido e, interiormente, um arco em ogiva. O arco exterior, que também era em ogiva, foi alterado. As duas torres serviam de defesa das portas, que fechavam com grades de pau e porta em madeira. O largo frontal foi entretanto totalmente remodelado com base num projecto do Arq. Gonçalo Byrne.


PELOURINHO DE TRANCOSO:
É um monumento manuelino, contemporâneo do foral novo. O fusto é facetado, sobre quatro degraus, e remata com colunelos que formam a gaiola, em número de cinco. A cimeira é cónica e remata com uma esfera armilar. É um dos mais belos pelourinhos da Beira Alta. Considerado Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910.
IGREJA DE SÃO PEDRO Em estilo românico, foi do Padroado Real no século XVI. Na porta principal, entre esta e a janela da fachada, encontra-se o brasão, duas chaves cruzadas sobrepujadas por uma teara, simbolizando S. Pedro. Na parede Sul encontra-se um mausoléu mandado erigir em 1641, túmulo do profeta e poeta, Bandarra.
Fonte: www.cm-trancoso.pt


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AGUIAR DA BEIRA - GUARDA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Aguiar da Beira, é uma Vila Portuguesa, província da Beira Alta, e pertence ao Distrito da Guarda.
Aguiar da Beira estava no agendamento da viagem de retorno do Sabugal, com destino à Srª da Lapa, uma visita sempre repetida com agrado, já que alguns companheiros ainda não conheciam o santuário com a sua lapa interior, bem como a sua história, e a visita foi uma agradável surpresa para quem a visita pela primeira vez.


              HISTÓRIA:
Aguiar da Beira é um município pertencente à Beira Alta, da comarca de Trancoso, distrito da Guarda, diocese de Viseu e Região de Turismo do Centro.
Integra a Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões. Aguiar da Beira é uma vila muito antiga e não se conhece a sua origem exacta. Inclui apenas a freguesia de Aguiar da Beira. De entre os lugares do município, somente Aguiar da Beira tem estatuto de vila, sendo os restantes aldeias. O concelho de Aguiar da Beira recebeu foral de Dona Teresa em 1120.
É sede de um município com 203,68 km² de área, ergue-se a 781 m de altitude e 5 521 habitantes (2011), subdividido em 13 freguesias.

O município é limitado a norte pelo município de Sernancelhe, a leste por Trancoso, a sueste por Fornos de Algodres, a sudoeste por Penalva do Castelo e a oeste por Sátão. Feriado Municipal – 10 de Fevereiro.
A análise do património arqueológico na região sugere a hipótese de que a ocupação humana remonta, pelo menos, até ao IV milénio a.c., teoria alicerçada nas investigações levadas a cabo no Núcleo Megalítico de Carapito, constituído por quatro estruturas megalíticas, de entre as quais se destaca o Dólmen de Carapito (classificado como Monumento Nacional pelo decreto-lei n.º 735/74 de 21 de Dezembro).


IGREJA MATRIZ
Do período proto-histórico existem três povoados, de possíveis origens castrejas, nomeadamente o Castro de Carapito, o Castro da Gralheira  e o Castro das Abelhas, sendo possível aí vislumbrar vestígios de construções. A presença de tegulae (telhas) romanas no Castro das Abelhas e Gralheira parecem apontar ainda para posterior ocupação romana.



Da presença romana na região subsistem também outros vestígios, como é o caso de uma edícula em granito, descoberta na aldeia de Penaverde (e actualmente conservada no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa), e vários silhares almofadados  que foram reutilizados na construção do pano da muralha do castelo medieval da vila de Aguiar da Beira, bem como mais exemplares encontrados em restantes aldeias do concelho, na maioria dos casos fazendo parte do aparelho de construção de casas de habitação.


Após o século V, e apesar da instabilidade provocada por sucessivos conflitos consequentes da derrocada da administração romana (invasões bárbaras, ocupação islâmica, guerras da Reconquista) e do fenómeno de ermamento que se verificou em muitas zonas do interior do país, a ocupação da região manteve-se durante a Alta Idade Média, o que talvez possa ser comprovado pela existência de sepulturas talhadas na rocha, bem como sarcófagos, que em algumas áreas constituem autênticas necrópoles, como acontece em Aguiar da Beira (Núcleo de Sepulturas da Regada) e Moreira, enquanto noutros casos se encontram totalmente isoladas, como se observa em Penaverde ou Mosteiro. Mais exemplos de semelhantes sepulturas e sarcófagos podem ser encontradas em Colherinhas, Pinheiro e Sequeiros. Estes espaços de morte apontam para presença humana entre os séculos VII e XII.


À Baixa Idade Média, com a relativa pacificação do território, corresponde uma fase de reforço da administração, e desenvolvimento de um novo sistema judicial e socioeconómico, que encontra expressão na concessão de cartas de foral a determinadas regiões, com o objectivo de fomentar a ocupação de determinado espaço, ou legalizá-la, caso ela já exista. É assim que Aguiar da Beira, bem como Penaverde, receberão os seus forais no século XIII. Em inícios do século XVI também Carapito será elevado ao estatuto de Concelho, por via de carta de foral, reinando então D. Manuel.

A concessão de Carta de Feira à vila de Aguiar da Beira por D. Dinis, em 1308, é revelador da importância que este aglomerado assumia já na altura em termos de dinâmica económica.
Após o século XVI, e durante toda a época moderna, o território actualmente compreendido pelo Concelho de Aguiar da Beira estava dividido entre os Concelhos de Aguiar, Carapito e Penaverde. Circunscrição que se haveria de manter até ao século XIX, altura em que a reforma administrativa levada a cabo pelo governo liberal dissolveu, em 1836, os Concelhos de Carapito e Penaverde, sendo o primeiro incorporado no Concelho de Aguiar da Beira, e tornando-se o segundo uma freguesia de Trancoso, vindo posteriormente (1840) a transitar para o Concelho de Aguiar. Também este último chegou, por um breve período, a perder a sua autonomia, a partir de 1896, altura em que se tornou freguesia do Concelho de Trancoso, vindo a readquirir o seu estatuto concelhio em 1898, agregando a si os antigos concelhos de Carapito e Penaverde.
No que a património histórico se refere existem elementos de destaque no Concelho de Aguiar da Beira. Para além das já mencionadas estruturas pré-históricas e castrejas é possível ao visitante contemplar património histórico e artístico de épocas posteriores, de não menor interesse e importância.

A nível de arquitectura religiosa, é de destacar, na própria vila de Aguiar da Beira, a antiga Capela de Nossa Senhora do Castelo, ou de Nossa Senhora do Leite, edifício medieval, de fundações românicas (século XIII?), bem como a Igreja da Misericórdia, edifício do século XVIII, em estilo barroco. Na freguesia de Forninhos, pode visitar-se a Capela de Nossa Senhora dos Verdes, seguindo também uma estética barroca, com decoração interior constituída por altar-mor e arco triunfal revestidos a talha dourada, sendo a cobertura do santuário totalmente preenchida por caixotões em talha representando santos, assim como cenas da vida de Cristo e da Virgem Maria. O imóvel beneficiou de protecção legal, sendo considerado de interesse público. Para além destas já referidas, inúmeras outras capelas e igrejas podem ser visitadas em praticamente todas as freguesias do Concelho de Aguiar onde, além de apreciar a arquitectura, o observador pode desfrutar do espólio de arte sacra, como é o caso dos altares barrocos, em talha, ou vários exemplares escultóricos indo desde o gótico até à actualidade.


Também na arquitectura civil se encontram elementos de invulgar interesse por todo o concelho de Aguiar da Beira. Coroando a própria vila de Aguiar destacam-se as ruínas do castelo, estrutura inserida dentro do género dos castelos roqueiros, e cuja origem será provavelmente anterior à nacionalidade (séculos VII a XI), destinada talvez a funções de vigilância e posto avançado para a zona de defesa fronteiriça do vale do Mondego e Távora. Não muito longe das ruínas da fortificação, e na parte da vila conhecida por “Largo dos Monumentos”, encontra-se implantado o Pelourinho Manuelino (séc. XVI), a antiga Torre do Relógio, e a Fonte Ameada, sendo estas três estruturas um dos principais ex-libris da vila, e beneficiando cada uma delas de protecção legal, enquanto imóveis de interesse público. Também neste largo se encontram a Casa dos Magistrados (séc. XV) e o edifício dos antigos Paços do Concelho (séc. XVIII).

Para além de Aguiar, também na aldeia de Penaverde e Carapito se podem ver os pelourinhos (ambos de origem quinhentista), símbolos de estatuto e autonomia concelhias. O pelourinho de Penaverde apresenta-se muito delapidado, tendo perdido o escudo e esfera armilar que antes possuía. Quanto ao pelourinho de Carapito, este apresenta um remate em forma de gaiola relativamente bem conservado, sendo o mais elaborado e completo de todos os três.

Por todo o concelho encontram-se vários exemplos de casas senhoriais (grande parte delas edificada por volta de finais do século XVII / XVIII), reflexo da prosperidade ou categoria nobiliárquica de alguns habitantes.

Em muitas casas de aldeias do Concelho foram identificadas marcas cruciformes, que indiciam a permanência na região de comunidades de cristãos-novos, que através da exibição deste tipo de símbolos, pretendiam evitar qualquer suspeita de práticas judaízantes. Contudo, estas marcas cumpririam ao mesmo tempo funções de agregação (contribuindo para a coesão dos elementos de tais minorias), bem como de discriminação (de maneira a que todos os cristãos-velhos tivessem consciência de que tais indivíduos tinham sangue judaico), para além de actuarem como símbolos de protecção contra as forças do mal.

Finalmente, refira-se ainda a Ponte do Candal que atravessa o rio Coja, na freguesia de Coruche, ponte de origem medieval, talvez anterior à fundação da nacionalidade, e que apesar da simplicidade da estrutura, se oferece como exemplo da engenharia medieval.
Fonte www.cm-aguiardabeira.pt

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VALE DE ESPINHO - SABUGAL - GUARDA


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Vale de Espinho, é uma Freguesia Portuguesa, pertencente ao Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda.
Depois de Aldeia do Bispo, da manutenção das autocaravanas em Fóios (área em mau estado funcional), fomos pernoitar em Vale de Espinho, que diga-se tem uma praça central bastante espaçosa, e foi uma boa aposta a opção da pernoita aqui. Mal tinhamos aparcado as ACs e já nos estavam a convidar para visitar a nova associação da freguesia de Vale de Espinho para uma petiscada. Não nos fizemos rogados, e como estava já próxima a hora do jantar juntamos umas mesas e logo um amigo da terra se ofereceu para nos colocar vinho na mesa, oferta pessoal em nome da hospitalidade Vale Espinhense. 

Depois de uns petiscos servidos com a cortesia que só um Presidente de Junta com grande categoria o faria, com a pompa e circunstancia possiveis e disponível numa inesperada presença turistica, (nós). Foi uma petiscada ajantarada, desde a dobrada às filhoses, passando por queijo da serra da região, bifanas, pão, e azeitonas a finalizar esta ementa improvisada, e que nos soube tão bem. E como o mundo é pequeno, um conterrâneo da Feira estava lá a passar umas mini férias do Carnaval, já que a esposa era natural de lá. Fica aqui uma breve reportagem desta aldeia muito bem equipada ao nível social, com pessoas simpáticas, e um Presidente de Junta do melhor. Um bem haja para Vale de Espinho.



              HISTÓRIA:
Vale de Espinho é uma freguesia portuguesa do concelho do Sabugal, com 32,15 km² de área e 380 habitantes (2001). Densidade: 13,4 hab/km².
As freguesias mais próximas são Fóios e Quadrazais, a aproximadamente 6 km. Situa-se numa zona de serrania, o que lhe tira bastante visibilidade principalmente a Sul.
Pensa-se que Vale de Espinho foi povoada desde a época castreja. Contudo, a documentação que existe faz-lhe referência apenas depois da fundação da Nacionalidade.

A sua Igreja foi construída entre os séculos XII e XIII. Inicialmente foi dedicada à Virgem e só mais tarde a Santa Maria Madalena, que é hoje a sua Padroeira.
Devido à sua situação geográfica, Vale de Espinho foi por diversas vezes vítima da passagem das tropas em épocas de guerra.
A gastronomia local baseia-se sobretudo em: javali, cabrito, enchidos, queijo da região, trutas do Côa, pão-de-ló e bolo de leite. Heráldica de Vale de Espinho.


Fonte: www.memoriaportuguesa.com/vale-de-espinho

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SORTELHA 2014 - SABUGAL - GUARDA


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Viagem ao Sabugal nomeadamente a Sortelha, feita por altura do Carnaval 2014, já efectuada em viagens anteriores, e publicada aqui com a história toda: Click - SORTELHA

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PALÁCIO DAS TERMAS DE ÁGUA RADIUM - SORTELHA - SABUGAL



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O Palácio das Termas de Água Radium, fica situado na Freguesia de Sortelha, Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda, Portugal.
Este bonito e abandonado complexo acastelado tem vários nomes atribuídos como: Castelo, Palácio, Termas, e presentemente apelidado de "eventual" Hotel Serra da Pena. Situa-se próximo da aldeia de Quarta-Feira, Freguesia de Sortelha, no Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda, Portugal. Situado num ermo, e isolado das povoações, diz-se que a extracção e exportação de urânio deste local no início do Século XX, foi usado nas investigações e eventualmente na fabricação da bomba atómica. No meio de nenhures, este edifício acastelado destaca-se pela sua imponência no horizonte longínquo de serrania, e inacessível, já que está interdito o seu acesso.

Breve apontamento sobre o edifício termal:

Originalmente pertenceu a um conde espanhol, Don Rodrigo, mas no início do século XX ficou conhecida como Termas de Água de Radium. As suas águas tinham um grau de radioactividade bastante elevado. Talvez esta particularidade tenha atraído Maria Curie, física francesa que recebeu o prémio Nobel por descobrir os efeitos da radiação. Com os seus efeitos medicinais eram engarrafadas e exportavam-se para a Europa no início do referido século.
Don Rodrigo deverá ter abandonado as termas mais tarde. 


Em 1929, a exploração termal é arrendada à empresa Sociedade Águas Radium Lda, por contrato até 1940. Esta sociedade introduz outro tipo de tratamentos para além dos de balneoterapia, como seja a aplicação de lamas, compressas eléctricas radioactivas e a “studa chair” para lavagem do cólon. Em 1940, terminado o contrato de arrendamento, a concessão continua nas mãos dos herdeiros Enrique Gosalez Fuentes. O complexo termal foi leiloado em Lisboa, e posteriormente comprado por Ramiro Lopes, com a intenção de transformar o local num hotel de luxo. Em 2000, Ramiro Lopes vendeu a propriedade ao seu irmão, com o projecto de construir, numa primeira fase, um hotel de luxo (a partir das actuais ruínas) com campo de golfe e piscinas, e numa segunda fase seria trabalhada a parte termal.


                HISTORIA:

A história deste sítio de águas minerais, embora recente (inícios do século XX), está envolta na lenda que começa com um conde espanhol, Don Rodrigo, que aqui teria curado uma filha de uma grave doença de pele, mandando posteriormente construir o hotel termal, de que hoje restam as ruínas com o seu ar acastelado.Mas o que vem ainda a adensar o mistério é a própria história oficial relatada por Acciaiuoli: 


“Até 1920 as águas não eram conhecidas e, naquele ano, o Prof. Charles Lepierre, declarou que as nascentes deste grupo denominado «Curie», eram dotados de propriedades radioactivas.” (Acciauoli 1944, III). Nunca o autor nos seus vários textos monográficos ou relatórios como engenheiro-chefe da Inspecção de Águas, nomeia o lendário conde espanhol; aliás, o único espanhol nomeado no processo é Enrique Gonsalvez Fuentes como concessionário das águas por alvará de 17 de Agosto de 1923.

Mas o hotel termal já existia nesta data.Outro dado a equacionar nesta história é a vizinhança das Minas de Quarta-feira, com exploração iniciada em 1910 pela companhia francesa Societé d’Uraine e Radium, de onde partiu muito minério de urânio que foi trabalhado nos laboratórios de Paris, onde Madame Curie (1867-1934) trabalhava. É muito provável que fossem os franceses desta empresa mineira que denominassem as nascentes com o nome desta cientista galardoada com dois prémios Nobel. Sendo assim, o trabalho de Lepierre será enquadrado no processo de legalização da concessão de nascentes que já estavam em exploração. Segundo Luís Paulo “A Madame Curie esteve lá cerca de 4 meses”, mas não encontrámos nenhuma referência a possíveis estadias de Curie em Portugal.A história destas termas é descrita do seguinte modo pelo presidente da Junta de Freguesia: ”O fundador das águas de Radião foi o D. Rodrigo, ele tinha um nome diferente mas aqui ficou conhecido como o D. Rodrigo. Foi ele que mandou construir as termas, que mais tarde foram vendidas aos ingleses. Isto é assim, o D. Rodrigo deve ter abandonado a empresa mais ou menos pelos anos 30. 
Depois começou a exploração inglesa que como termas durou muito pouco, ficou só a exploração hoteleira. Foi durante esta exploração inglesa que houve um gerente que levou a empresa à falência, por volta de 1951 ou 52, era residente no Casteleiro, embora não fosse de lá. Depois foi leiloado em Lisboa, a uma família de lá, e depois os herdeiros desses, que eram muitos, vêm a vender ao Ramiro Lopes em 1984 ou 85. Ele ainda fez muitas obras, há coisa de 4 anos vendeu ao irmão. Actualmente o projecto está a andar, andam pessoas lá a trabalhar." (Luís Paulo). Em 1929 a exploração termal é arrendada à empresa Sociedade Águas Radium Lda, por contrato até 1940. Esta sociedade introduz outro tipo de tratamentos para além dos de balneoterapia, como seja a aplicação de lamas, compressas eléctricas radioactivas e a “studa chair” para lavagem do cólon.
Em 1940 terminou o contrato de arrendamento, mas a concessão continua nas mãos dos herdeiros Enrique Gosalez Fuentes. Acciaiuoli (1947), no relatório da actividade Inspecção de Águas de 1943-46, informa-nos que “a actividade desta Estância está suspensa desde 1945, sendo muito pequena a sua frequência: 35 inscrições em 1944 e 36 no ano anterior”. Em 1951 a sociedade francesa dá lugar à Companhia Portuguesa de Radium, de capitais ingleses, e terá sido esta empresa que toma conta do hotel, explorando apenas a parte hoteleira do complexo, conforme a descrição do presidente da junta, Luís Paulo, estando neste caso as suas datas desfasadas de 10 anos. Esta companhia mineira cessaria a sua actividade em 1961, mas nessa ocasião já o hotel termal estaria abandonado. O complexo termal foi leiloado em Lisboa (segundo Luís Paulo), e posteriormente comprado por Ramiro Lopes, residente na Panasqueira, com a intenção de transformar o local num hotel de luxo. 
Em 2000 este senhor vendeu a propriedade a seu irmão António Lopes, com o projecto de construir, numa primeira fase, um hotel de luxo (a partir das actuais ruínas) com campo de golfe e piscinas, e numa segunda fase seria trabalhada a parte termal.Em Acta de Reunião Ordinária n.º 3 da CM do Sabugal, de 28 de Janeiro de 2000, pode ler-se o seguinte ponto: "Presente ofício da Firma GOLFIBÉRICA referente ao projecto turístico da Águas Rádio – Serra da Pena – Sortelha, tendo o Presidente dado conhecimento da reunião com a gerência da empresa onde lhe foi dado a conhecer o interesse por parte de investidores estrangeiros naquele investimento, estimando-se a criação de cerca de 150 postos de trabalho. Propôs que a Câmara Municipal disponibilize a colaboração técnica possível e que se considere o investimento de interesse municipal, propostas que foram aprovadas por unanimidade." Mas no local pouco foi feito, para além de bloquearem as entradas na propriedade.

Fonte: www.aguas.ics.ul.pt

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XII PROVA DE VINHOS E PETISCOS DE SOBRADO/BAIRROS - C. PAIVA



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A convite da Ex.ma Junta de Freguesia do Sobrado/Bairros - Castelo de Paiva, o Grupo AuToCaRaVaNiStA participou uma vez mais, desta feita na XII Prova de Vinhos e Petiscos de Bairros, uma prova conceituada desta região de vinhos verdes, considerada como a que produz o melhor verde tinto do mundo. Agradecemos ao Sr. Presidente José António pela simpatia com que nos recebeu, já que está apenas há alguns meses à frente dos destinos de Bairros, por agregação das duas freguesias, ficando a promessa de nos dar melhores condições logísticas para o ano. Este ano foi anfitrião da XII Prova, o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Dr. Emidio Sousa, amigo dos tempos da adolescência, e rival na disputa de alguns jogos de futebol entre lugares vizinhos, e para quem mando um grande abraço, e desejo de sucesso na missão que agora desempenha.




Uma saudação também para a associação "OS CUCOS" que exploraram a restauração onde fomos servidos majestosamente em qualidade, quantidade, e preço low cost. A todos os intervenientes, e presentes neste convite do Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, um grande abraço, e não esqueçam que a convite do Sr. Presidente da Junta de Real - Castelo de Paiva O Grupo AuToCaRaVaNiStA está já convidado para o fim de semana de Ramos, 11, 12, 13, de Abril, para a sua Mostra de Vinhos e Petiscos. A não perder.





*Como o estacionamento estará limitado a um máximo de 30 autocaravanas, estão convidados apenas os confrades da Confraria da Panela de Ferro do Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, e os convidados ACs presentes em Bairros, pelo que as inscrições antes de abrirem, já estão fechadas. 


Pedimos desculpa, mas são as contingências da logística disponibilizada pela junta de Freguesia por limitação de espaço para estacionar. A Pernoita faz-se na sexta feira 11 de Abril, como habitualmente no largo da Feira junto à A.S. para autocaravanas de Castelo de Paiva. Sábado cerca das 10H00 seguiremos para o estacionamento reservado ao Grupo AuToCaRaVaNiStA Português na Freguesia de REAL, que fica situado bem junto à Mostra dos Vinhos, Petiscos, e Prod. Rurais.

Oportunamente daremos as indicações necessárias, bem como toda a informação por SMS*.

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