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OPERAÇÃO CHANFANA II - MIRANDA DO CORVO

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Pela segunda vez o Grupo AuToCaRaVaNiStA visitou a Capital da Chanfana, para degustar uma vez mais, esta maravilha da gastronomia Portuguesa. Desta feita o local escolhido para o repasto foi o Restaurante Parreirinha, bem no centro de Miranda do Corvo. Convívio de Confraternização do Grupo AuToCaRaVaNiStA de eleição, que normalmente são os membros da nossa muito estimada Confraria da Panela de Ferro. Por imposição de alguns contratempos pessoais, não pudemos reunir toda a gente, mas mesmo assim totalizamos 40 pessoas sentadas à mesa, para saborear ao jantar este excecional repasto que foi a chanfana. Para que fique registado, foi aos 18 de Maio de 2013, pelas 19h30, no Restaurante Parreirinha.



                           HISTÓRIA:
A gastronomia principal está ligada à criação de cabras que nestas pastagens de montanha encontram o local ideal para se desenvolverem. Assim os principais pratos feitos à base de carne de cabra são: Chanfana; Negalhos; Chispe e Sopa de Casamento.
A Chanfana teria surgido no Mosteiro de Santa Maria em Semide, instituição religiosa pertencente actualmente à nossa freguesia de Semide, generalizando-se o seu consumo após a 3ª Invasão Francesa, apoiada numa região com tradição na produção vinícola e com uma indústria de transformação de barro ancestral.


Até finais do séc. XIX, todos os agricultores e rendeiros eram obrigados ao pagamento dos foros. Muitos dos moradores, porque eram pastores, pagavam com cabras e ovelhas. Os foreiros libertavam-se dos animais mais velhos que já não lhes davam leite nem se reproduziam. Ora, como as freiras não tinham disponibilidade nem meios para manter tão grande rebanho, descobriram uma fórmula para cozinhar e conservar a respectiva carne, aproveitando o vinho que lhes era entregue pelos rendeiros, o louro que tinham na sua quinta, bem como os alhos e demais ingredientes.


Surge, assim, a Chanfana que era religiosamente guardada, ao longo do ano, nas caves frescas do mosteiro. A carne assada no vinho mantinha-se no molho gorduroso solidificado, durante largos meses. É inegável, em termos históricos, a contribuição das ordens religiosos no aparecimento de muita da nossa gastronomia. Basta lembrarmo-nos da doçaria conventual. O vinho tinto utilizado era de grande qualidade, pois só assim a carne ficaria mais tenra. Não se pode deixar de associar a utilização deste líquido ao facto do concelho de Miranda do Corvo, nomeadamente a freguesia de Lamas, onde o Mosteiro possuía inúmeros coutos, ser conhecida pela qualidade do seu vinho tinto “carrascão”, ainda hoje produzido em abundância.

Durante a terceira Invasão Francesa, as freiras terão divulgado esta fórmula gastronómica, devido a necessidades imperiosas da própria conjuntura histórica, concretamente, para evitar que os soldados franceses roubassem as cabras e as ovelhas da região. Diz-se, então, que quando as tropas francesas circularam pela região de Miranda do Corvo, a população envenenou as águas para matar os franceses. Mas, como era necessário cozinhar a carne habitualmente consumida, utilizou-se o vinho da região. A Chanfana é um prato típico do concelho de Miranda do Corvo, de onde cremos ser originária, que se expandiu praticamente por toda a região centro onde adquiriu várias nuances. É muito apreciada e servida em quase todos os restaurantes do nosso concelho. De salientar que constitui o prato «obrigatório» quando decorrem as festas religiosas em todos os lugares da Freguesia de Semide, e é ainda hoje imprescindível na ementa dos casamentos, sendo como tal também chamada “Carne de Casamento”.

Assim a gastronomia característica da freguesia de Semide nasce com o modo de vida e criatividade das monjas do Mosteiro de Santa Maria de Semide, importante núcleo religioso e administrativo; no contexto político, social e económico da 3ª Invasão Francesa; condicionada pela presença de um complexo industrial de oleiros do barro vermelho e uma boa produção vinícola. Numa época em que as dificuldades económicas prevaleciam na maior parte da população, tudo tinha de ser minuciosamente aproveitado. Assim, com a carne temos a Chanfana; com o molho e as sobras, a Sopa de Casamento; com as peles (depois de limpas e secas ao sol) faziam-se os “foles” para levar os cereais aos moinhos e o azeite às feiras. Consta que também os Negalhos remontem a esse difícil período da época da terceira Invasão Francesa, em que as necessidades de sobrevivência e de miséria se acentuaram ainda mais.

Estando a rarear a carne, porque os invasores franceses roubavam os rebanhos, a população teve de aproveitar tudo, inclusivamente as tripas dos animais cuja carne – preciosa e agora rara - utilizava na sua alimentação. Experimentaram, então, cozinhar as tripas segundo a receita da Chanfana e terá dado resultado. Há um factor extremamente importante para o sucesso destes pratos, que se prende com as condições de cozedura. Tanto a Chanfana, como os Negalhos são cozinhados em caçoilas de barro tapadas com folhas de couve. Neste concelho desenvolveu-se uma indústria artesanal de olaria de barro vermelho de que há notícias, pelo menos, desde o séc. XVI. O forno de lenha, elemento fundamental na cozedura da broa, é previamente aquecido e, depois de fechada a boca, deve ser vedado com barro. Como estes pratos apenas são consumidos no dia seguinte, devem ser mantidos no forno até à hora de serem servidos. Nessa altura o barro é picado para abrir a porta e a caçoila é retirada e colocada sobre as trempes junto à lareira para aquecer lentamente. Comia-se carne apenas em épocas especiais – festas, casamentos - e os legumes plantados em pequenas hortas, a par do pão, foram, desde sempre, os alimentos de maior consumo pela população portuguesa. Como tal o aproveitamento de um produto tão precioso como a carne tinha que ser total, evitando todo e qualquer desperdício.

Assim, comida a Chanfana, com o molho faz-se a “Sopa de Casamento”. Era tradição dar aos convidados o almoço no dia seguinte ao casamento, e como já não havia carne suficiente, com o molho fazia-se a dita sopa e enfeitava-se com os restantes pedaços de carne. Trata-se de um aproveitamento óptimo do molho da chanfana, que nunca é totalmente consumido. Como é muito saboroso e rico, não só em gordura mas também nos sucos de carne, seria uma pena desperdiçá-lo. Tal como a Chanfana, este prato é cozinhado em recipiente de barro vermelho para depois ir ao forno apurar. A Sopa de Casamento acaba por ser o fechar do ciclo de aproveitamento da cabra.
Chanfana:
Segundo a lenda, a chanfana terá surgido no Mosteiro de Semide. Até ao final do século XIX, todos os agricultores eram obrigados ao pagamento de foros. O mosteiro de Semide era quem recebia os foros dos moradores do seu couto. Muitos dos moradores, porque eram pastores, pagavam as suas «rendas» com cabras e ovelhas. Como as freiras não tinham possibilidade de manter tão grande rebanho, descobriram esta fórmula para cozinhar e conservar a respectiva carne, aproveitando também o vinho que lhes era entregue pelos rendeiros, o louro, que tinham na quinta, bem como os alhos e demais ingredientes. Surge, assim a chanfana que era religiosamente guardada ao longo do ano nas caves do convento.
Adaptado de “Gastronomia – Miranda do Corvo” de Mª Teresa Osório e Mª Helena Duarte



      CHANFANA:


Ingredientes por caçoilo:
1, 5 kg de carne de cabra, 2 ou 3 cabeças de alho, 1 colher de sopa de colorau, cravinho, 2, ou 3 folhas de louro, sal q.b., 1 a 1,5 l de vinho tinto.
Corta-se a carne em postas. No caçoilo colocam-se as cabeças de alho limpas e as folhas de louro. Em seguida, coloca-se a carne, o colorau, o cravinho e o sal. Por fim, cobre-se tudo com o vinho tinto e com algumas gorduras da cabra.
Aquece-se o forno bem quente (normalmente é o forno da broa). Deixam-se ficar as brasas que vão servir para manter a temperatura e introduzem-se os caçoilos e «esquece-se» até o forno esfriar, o que leva cerca de 3 horas. A entrada do forno é barrada com cinza ou farinha para manter o calor. Ao fim deste tempo, tiram-se os caçoilos, rectificando de sal, se for necessário.
Serve-se no caçoilo em que cozeu, com batatas cozidas e com os famosos grelos do Senhor da Serra.
Este prato é rigorosamente obrigatório em todas as festas e bodas desta região. Nunca deverá ser feito no dia em que é servido, mas na véspera ou antevéspera, aquecendo-se muito bem antes de servir.



SOPA DE CASAMENTO:

Trata-se de um aproveitamento óptimo do molho da Chanfana, que nunca é totalmente consumido. Como é muito saboroso e rico não só em gordura mas também nos sucos de carne, seria pena desperdiçá-lo.
Confecção:
Cozem-se as couves, preferência lombarda ou troncha.
Numa caçoila de barro dispõe-se uma camada de couves cozidas, uma camada de pão em fatias e assim sucessivamente até acabar com as couves. Deita-se por cima o molho, aquecido, da chanfana. Vai ao forno quente para apurar e tostar um pouco.
            


             NEGALHOS:

Consta que a origem dos negalhos remonta à época da terceira invasão francesa. Estando a rarear a carne porque os franceses roubavam os rebanhos, a população teve de aproveitar tudo, inclusivamente as tripas dos animais, cuja carne utilizava habitualmente na sua alimentação.
Experimentaram, então, cozinhar as tripas segundo a receita da chanfana e deu resultado.
Ingredientes:
Bucho de cabra cortado aos bocados grandes
Tripas de cabra cortadas em bocados grandes
Vinho tinto
Cabeças de alho inteira
Hortelã
Sal
Colorau
Louro
Piripiri
Água
Confecção:
Lavam-se muito bem as tripas e o bucho e deixam-se ficar com limão e sal durante algumas horas. Temperam-se depois com sal, colorau e piripiri.
Dentro de cada bocado de bucho colocam-se bocadinhos de tripas e de toucinho e uma folha de hortelã, fazendo-se uma “bola” que se cose com linha.
Deitam-se as bolas numa caçoila de barro preto com vinho tinto. Junta-se toucinho de porco cortado aos bocados e tempera-se, a gosto, com louro, colorau e cabeças de alho inteiras esmagadas.
Leva-se a caçoila ao forno de lenha bem quente. A porta do forno deve ser vedada com barro, como para a chanfana. Também como para a chanfana, os negalhos ficam no forno até ao dia seguinte e, antes de os servir, com batata cozida, aquecem-se à lareira.



           ARROZ DOCE:

O arroz-doce é uma sobremesa obrigatória nas bodas de baptizado e de casamento.
É ainda hoje usado nesta região como participação de casamento e pretexto para apresentação do noivo. As raparigas do povo, juntamente com a mãe e o noivo, visitam as famílias que conhecem e que não foram convidadas para o casamento, oferecendo uma travessa de arroz-doce, transportada numa cesta e coberta com um pano de linho feito nos teares manuais. Ao fazerem a devolução das travessas, entregavam também os seus presentes de casamento.
Ingredientes: 
250 grs de arroz
1 Litro de leite
300grs de açúcar
1 Limão
Canela em pó
Confecção
Coze-se o arroz em água com umas pedrinhas de sal.
Coloca-se o leite ao lume com o açúcar e a casca de limão cortada fininha e, logo que o arroz esteja a meio da cozedura, deita-se sobre ele o leite, que também deve estar a ferver.
Deixa-se cozer bem e serve-se em travessas polvilhado de canela



NABADA: (Doce conventual de Semide)

1 Kg de nabos;
cerca de 500 g de açúcar;
50 g de amêndoas;
sal.
Escolhem-se nabos muito bons e doces.
Descascam-se, cortam-se às rodelas e cozem-se em água ligeiramente temperada com sal. Escorrem-se e colocam-se as rodelas de nabo em água fria durante quarto dias, renovando a água diariamente. A esta operação dá-se o nome de corar. Escorrem-se os nabos, espremem-se muito bem num pano e pisam-se num almofariz, tendo o cuidado de retirar os fios e algumas pontas mais duras dos nabos. Pesa-se o puré dos nabos e toma-se igual porção de açúcar. Regra geral, 1 kg de nabos dá 500 g de puré. Leva-se o açúcar ao lume com um copo de água e deixa-se ferver até fazer ponto de cabelo. Nesta altura, juntam-se o puré de nabos e as amêndoas previamente peladas e raladas. Deixa-se o doce ferver como se fosse marmelada, isto é, até se ver o fundo do tacho, tendo o cuidado de mexer constantemente. Guarda-se em tigelas cobertas com papel vegetal, passado por aguardente.
Nota: A operação de «corar» pode ser efectuada, sem prejuízo, no frigorífico.



SÚPLICAS:  (Doce conventual de Semide)

4 Ovos inteiros + 8 gemas;
400 g de açúcar;
500 g de farinhas;
1 Colher de sopa de canela;
Raspa de um limão grande
Batem-se os ovos inteiros e as gemas com o açúcar até estar bem branco.
Junta-se a canela, a raspa do limão e a farinha. Mistura-se tudo muito bem e cozem-se as súplicas no forno em forminhas de queques untadas e polvilhas com farinha.




   VINHOS DA REGIÃO:

 São néctares da região, os vinhos Maduros (branco e tinto) cultivados na Região, sendo os mais afamados o da localidade de Lamas.

Fonte: http://www.freguesiadesemide.eu                                                                                                                                              




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CHAVES - VILA REAL


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
2013:
Chaves, uma cidade que já visitei várias vezes, porém é a primeira vez que lhe dedico uma reportagem fotográfica express. O estacionamento não é muito fácil, até porque interditaram em altura o parque na zona ribeirinha, e por isso não é muito abundante espaços para aparcar autocaravanas no centro da cidade. O local que encontramos foi na zona do Castelo. Um breve passeio pela zona Histórica, incluindo a degustação de um pastel de chaves a sair do forno.


2017: 
O aparcamento das autocaravanas faz-se sem dificuldade na zona ribeirinha do parque da cidade, juntamente com o aparcamento dos autocarros.




Desta vez viemos de um passeio do Carnaval Careto em Trás-os-Montes, Macedode Cavaleiros - Podense, e Bragança - Gimonde, etc.
Chaves é sempre um destino agradável para se visitar em qualquer altura, em transição de outros destinos. Não perdemos a oportunidade de degustar as especialidades da Região, e o local escolhido é o Benito, com as suas especialidades na posta, e no cabrito ao Domingo, etc. Nesta quadra do carnaval não podia faltar o cozido à portuguesa, que diga-se uma dose dá para 4 pessoas.
Como nada se perde tudo se transforma e o cozido veio apenas para dois, e sobrou muitas carnes, serviu de pretexto para fazer no dia seguinte uma feijoada à transmontana. Resumindo, Benito junto à ponte romana. 


               HISTÓRIA:
São numerosos os vestígios aqui presentes, legados por civilizações pré-históricas que levam a admitir mesmo a existência de povoamentos no longínquo período Paleolítico. É considerado deste período um instrumento de pedra encontrado na encosta da serra do Brunheiro. Porém, são abundantes os achados procedentes do Neolítico, do Calcolítico de Mairos, Pastoria, S.Lourenço,etc e das civilizações proto-históricas, nomeadamente nos múltiplos Castros situados no alto dos montes que envolvem toda a região do Alto Tâmega.

Foram as legiões romanas, que há dois milénios, dominaram esses homens, que até aí tinham vivido, como deuses, alcandorados no cimo das montanhas e se instalaram de modo especial no vale, fertilíssimo do Tâmega. Fixaram-se onde hoje é a cidade e distribuíram pequenas fortificações pelas alturas circundantes, aproveitando, para tais guardas-avançadas, alguns dos castros conquistados. Edificaram, presumivelmente, a primeira muralha que envolveu o aglomerado populacional; construíram a imponente ponte de Trajano, sobre a via Bracara-Asturica; tiraram proveito das águas quentes mínero-medicinais, implantando balneários termais; exploraram filões auríferos e outros recursos do solo e subsolo.

Tanta importância adquiriu este núcleo urbano, nessa época, que foi elevado à categoria de Município, quando no ano 79 dominava Vespasiano, primeiro César da Família Flavia. Será esta a origem de Aquae Flaviae, designação antiga da atual cidade de Chaves.
Situar-se-ia o imponente núcleo monumental e centro cívico da cidade no cerro envolvente da área hoje ocupada pela Igreja Matriz. O seu actual recorte lembra ainda o traçado de um acampamento romano, com o Fórum, o Capitólio e a Decumana que seria a rua Direita. 


De facto, neste perímetro foram encontrados os mais relevantes vestígios arqueológicos a testemunhá-lo, expostos no Museu da Região Flaviense, sendo mesmo de evidenciar uma lápide alusiva a um combate de gladiadores. A florescência da dominação romana verificou-se até ao início do século III, apagando-se gradualmente com a invasão dos povos denominados vulgarmente por Bárbaros. As invasões dos Suevos, Visigodos e Alanos, provenientes do leste europeu, puseram termo à colonização romana. As guerras entre Remismundo e Frumário que disputavam o direito ao trono, tiveram como consequência uma quase total destruição da cidade, a vitória de Frumário e a prisão do Idácio, notável Bispo de Chaves.


O período de dominação bárbara durou até que os mouros, povos do Norte de África, invadiram a região e venceram Rodrigo, o último monarca visigodo, no início do século VIII.

Com a invasão dos árabes, também o islamismo invadiu o espaço ocupado pelo cristianismo o que determinou uma azeda querela religiosa e provocou a fuga das populações residentes para as montanhas noroestinas com as inevitáveis destruições. As escaramuças entre mouros e cristãos duraram até ao século XI.

A cidade começou por ser reconquistada aos mouros no século IX, por D. Afonso, rei de Leão que a reconstruiu parcialmente. Porém, logo depois, no primeiro quartel do século X, voltou a cair no poder dos mouros, até que no século XI, D. Afonso III, rei de Leão, a resgatou, mandou reconstruir, povoar e cercar de muralhas.

Da presença islâmica remanesce, quase tão somente na cultura popular, uma grande variedade de lendas interligando castros, tesouros fabulosos e mouras encantadas.

Foi, provavelmente, por volta de 1160 que Chaves foi integrada no país que já era então Portugal, com a relevante intervenção dos lendários Ruy e Garcia Lopes tão intimamente ligados à história desta terra.

Pela sua situação fronteiriça, Chaves era vulnerável ao ataque dos invasores. D. Dinis, como medida de protecção, mandou levantar o Castelo e a fortificação muralhada que ainda hoje dominam o burgo citadino e a sua periferia, num grande raio.

Em 1253 realizou-se em Chaves. o casamento de D. Afonso III com a sua sobrinha D. Beatriz, filha de Afonso X, o Sábio; foi o Bolonhês quem concedeu à povoação o seu 1º foral, a 15 de Maio de 1258; D. Manuel I outorgaria novo foral em 1514. Aquando da Guerra da Independência, D. João I montou em redor de Chaves um cerco que durou 4 meses; tendo-se-lhe rendido a praça,.O senhorio da vila foi então dada a D. Nuno Alvares Pereira, que o viria a ceder a D. Afonso, seu genro, fundador da Casa de Bragança, na qual Chaves, se conservou durante vários séculos.

A Cidade foi cenário de diversos episódios bélicos no século XIX, nela se tendo celebrado, a 20 de Setembro de 1837, a designada Convenção de Chaves, após o combate de Ruivães, pondo termo à revolta cartista de 1837, conhecida pela revolta dos marechais. Em Chaves travou-se a 8 de Julho de 1912, o combate entre as forças realistas de Paiva Couceiro e as do governo republicano, chefiadas pelo coronel Ribeiro de Carvalho, de que resultou o fim da 1ª incursão monárquica.

A 12 de Março de 1929 Chaves foi elevada à categoria de cidade.

Fonte: www.cm-chaves.pt

HISTÓRIA: Castelo de Chaves


A primitiva ocupação humana desta região remonta à pré-história, conforme os testemunhos arqueológicos abundantes na zona.


Certamente refazendo o cenário a um castro pré-romano, à época da ocupação Romana na Península Ibérica, a actual cidade de Chaves foi um importante centro urbano, conforme testemunharam os vários vestígios arqueológicos.


A partir de 78 d.C. tornou-se sede de Município fundado por Tito Flávio Vespasiano, que a denominou Aquae Flaviae, em homenagem à excelência das águas termais em que a região é abundante.
Para unir as duas margens do rio, cortado pela estrada Romana que unia Bracara Augusta (actual cidade de Braga), e Asturica Augusta (actual Astorga, pertencente a Espanha), foi erguida a ponte de Trajano, datada do século I.

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BOTICAS - VILA REAL

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
A bonita Vila de Boticas é sede de Concelho, e é constituída por 16 freguesias, pertence à denominada região de "Terras de Barroso", e é bastante conhecida e apreciada no mundo gastronómico pela sua carne Barrosã. Sempre que atravesso estas terras não há vez que não tire a prova a esta saborosa carne, que deve ser servida preferencialmente de corte alto, mal passado para que a carne rosada sobressaia, e apenas umas pitadas de sal no seu tempero, é quanto basta para uma degustação apaladada e intensa de uma das melhores carnes Portuguesas, a par de outras como a Mirandesa, ou Arouquesa. É aqui em Boticas que brota a famosa água mineral "Carvalhelhos".


             HISTÓRIA:

Com base nos Livros de Linhagens (Livro Velho 3), Título XXX.º, página 107; na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, página 313 do 4º volume; no Armorial Lusitano, página 88; e no Historial do Apelido de Família do CAPB, o apelido "Barroso", de raiz toponímica, teve a sua origem nas Terras de Barroso, em Trás-os-Montes. O primeiro que o usou, e que provinha da antiga linhagem dos Guedeões, retirou-o de uma torre no lugar de "Sipiões", naquela região, da qual foi Senhor.



Foi ele D. Egas Gomes Barroso, filho de D. Gomes Mendes Guedeão e de sua mulher D. Chamôa Mendes de Sousa, ambos tratados no Nobilário do Conde D. Pedro, filho de D. Dinis, onde se vê ainda ser neto de D. Gueda, o Velho.

Foi D. Egas rico-homem dos Reis D. Sancho II e D. Afonso III, tendo ido em 1247, durante o reinado deste último soberano, ao cerco de Sevilha, em auxílio do Rei D. Fernando, o Santo, de Castela. Dos dois filhos de D. Egas vêm duas distintas linhagens: a dos Bastos, descendentes de seu filho segundo, D. Gomes Viegas de Basto, e os Barroso, provenientes do casamento do primogénito Gonçalo Viegas Barroso com D. Maria Fernandes de Lima. Destes ficou vasta geração, a qual manteve o uso do apelido, muitas vezes até por linha feminina. 

Fixando-se na região de Braga e Barcelos vieram a ser Senhores e administradores de bons Vínculos e Morgados, como os das Quintas da Falperra, do Eixidio, de Oleiros, ou de S. Jorge, que tinha Capela em S. Francisco, no Porto. As armas usadas por esta família são: de vermelho, cinco leões de púrpura, armados e linguados de ouro, cada um carregado de três ou de duas faixas também de ouro.

O concelho de Boticas está situado na parte noroeste de Portugal, província de Trás-os-Montes, Distrito de Vila Real. Criado no âmbito da reforma administrativa de 1836, o actual concelho de Boticas corresponde a uma parte da antiga terra do Barroso à qual deu o nome, pois é na sua área geográfica que existe a serra do Barroso e as povoações de Alturas do Barroso e Covas do Barroso, divisão administrativa e territorial que até então incorporava também o actual concelho de Montalegre e o extinto concelho de Ruivães, este hoje parte do concelho de Vieira do Minho.

A Vila de Boticas, então já lugar central, é, desde a criação do Concelho, a sede do Município. As armas e a bandeira do concelho de Boticas, são, de acordo com o parecer da Associação dos Arqueólogos Portugueses, de prata, com uma abelha de negro realçada a ouro, acompanhada de quatro espigas de trigo verde, cruzadas em ponta e atadas de vermelho. Coroa mural de quatro torres. Bandeira azul.

Fonte: http://www.cm-boticas.pt


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CASTELO DE MONTERREI - MONTERREI - OURENSE - ESPANHA



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O Castelo de Monterrei fica situado na Freguesia de Santa Maria, no Concelho de Monterrei, Província de Ourense, a poucos metros da entrada na Vila de Verín.
O acesso ao castelo é muito difícil, a entrada faz-se através do casario, por ruas estreitas e sinuosas, com varandas salientes, e o restante caminho até ao Castelo só dá para um veículo. À chegada ao cimo do Castelo, é necessário transpor mais 2 barreiras estreitas, que são as primeiras portadas do Castelo, que fiz com bastante cuidado, até aceder à última porta de acesso ao interior da muralha, e aí sim, as autocaravanas (espaço só para 3, caso esteja vazio) tiveram que ficar por ali, sendo que em veículo ligeiro normal, ainda passa essa portada até ao cimo onde se ergue o Castelo.

             HISTÓRIA:

Este monumental conjunto fortificado, onde se assentaram as linhagens de Ulloa, os Zúñiga, os Viedma, os Fonseca, os Acevedo e os Duques de Alba, foi enclave estratégico desde a Idade Média na fronteira com Portugal. Sua história é longa porque o vale foi povoado no século X. O castelo foi construído no século XII por D. Afonso Henríquez, neto de Afonso VI, e adquiriu importância no XIV com Pedro I, El Cruel. Em 1506 chegou aqui Felipe El Hermoso para se encontrar com o Cardeal Cisneros e mostrar o seu papel como Rei de Espanha.



A fortaleza foi-se adaptando a diferentes estilos ao longo de sua história. A Torre das Damas foi edificada em séculos XIV. Entre os século XV e XVII os sucessivos condes de Monterrei construíram o palácio renascentista, a torre da Homenagem, o Hospital de Peregrinos ea igreja gótica de Santa Maria. Na Idade Moderna construíram dois recintos abaluartados que encerravam os conventos de franciscanos e jesuítas, sob a orientação dos engenheiros militares de Felipe IV, Juan de Villarroel e Carlos de Grunemberg. A função militar do conjunto fortificado complementou-se com a importante vida cultural da pequena corte nobre, onde se imprimiu o primeiro incunábulos galego e se dava docência em gramática, artes e teologia.

DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

O monumental conjunto fortificado de Monterrei constitui a "Acrópole" maior da Galícia, e forma um conjunto de evidente interesse. Possui três recintos amuralhados sobre uma alongada lomba, entre outros itens defensivos essenciais destacam a torre de menagem ea Torre das Damas. Um dos acessos ao recinto tem uma ponte levadiça, elemento próprio dessas fortalezas. As almeas, os pequenos vãos e um poço de 14 metros localizado no pátio interior completam as defesas do edifício. O pátio de armas do castelo entra por uma porta praticada em uma muralha.

O destaque do castelo é, sem dúvida alguma, a Torre de Menagem, que foi construída no século XV, na época dos Reis Católicos, por Dom Sancho Sánchez de Ulloa, primeiro Conde de Monterrei. Sua planta é quadrada, tem alguns buracos no exterior, conta com pequenos vãos ao longo de seus muros, e é coroada por uma barbacana com oito cubos redondos que interrompem os cantos e pinturas.
entra pelo primeiro andar, onde se localiza a ponte levadiça.
Suas proporções são consideráveis, com paredes de grande espessura e elevada altura (22,5 m), o que lhe confere um caráter impressionante.



A Torre das Damas, do século XIV, é de proporções mais reduzidas e contígua ao palácio. Nesta descansa a galeria de colunas com pedras de armas nas enxutas.
Dentro do recinto do castelo também se encontra o Palácio dos Condes, em estilo renascentista, possui grandes galerias de arcos rebaixados. As colunas da referida galeria têm um escudo diferente a cada uma delas. Este palácio foi construído no século XVI e início do XVII. Todas as pedras do recinto do castelo está gravado com marcas de canteiro.

Pertence ao conjunto a igreja paroquial de Santa. Maria é um templo de estilo gótico dos séculos XIV a XV, com uma só nave coberta de madeira e ábside rectangular com abóbada de cruceiría. Destacam-se na arte um belo retábulo gótico de pedra e a capa lateral, formada por três arquivoltas muito decoradas e tímpano presido por Cristo e tetramorfos.



Muito perto da fortaleza encontram-se os restos de outra fortificação denominada Atalaia, que data de 1664 e servia de complemento defensivo.



MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

O material é pedra, que é a matéria-prima empregada na maioria dessas edificações por sua grande resistência e dureza. Podemos observá-los cantaria bem colocados e enquadrados de suas torres. Aprecia-se bem o valor artístico eo esforço humano da obra.

HERÁLDICA

Em um de seus acessos podemos apreciar o brasão pertencente aos primeiros moradores do castelo, os condes de Monterrei. Não só aparece o distintivo de sua família, mas também os elementos mais importantes dos escudos de outras famílias e linhagens com as que mantiveram um vínculo.

               CONDIÇÃO

O estado do castelo é muito bom. No interior conservam-se ainda hoje os ornamentos que se foram adicionando os diferentes estilos artísticos. Pelo seu grande valor e beleza do castelo de Monterrei foi transformado em Parador Nacional.
Encontra-se declarado Monumento Nacional.

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TERMAS DE OUTARIZ - OURENSE - ESPANHA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
As Termas de Outariz ficam a muitos poucos quilómetros das Termas da Chavasqueira e Tinteiro, Ourense. A diferença é que para além das Termas propriamente ditas, pagas, existem as Burgas  de Outariz que são públicas, de acesso livre a quem as quiser utilizar, tem acompanhamento de funcionários na sua manutenção, e isso faz toda a diferença. Pontos negativos: O parque de estacionamento até ao local, que fica do outro lado do rio, faz-se atravessando uma ponte pedonal, e ainda são cerca de 1 quilómetro de distancia no regresso ao parque, o que arrefece bastante para quem vem das águas quentes. Talvez seja pior o remédio que a doença! - Digo eu!.

Apontamento sobre as Termas:

As Termas de Outariz é um edifício de dois andares de 200 m2 com um terreno de 400 m2 construído na natureza ao longo do rio Minho.
Primeiro Andar.
Recepção, sushi bar, Cafeteria, Tatami japonês, Tea Room, Sala Multiusos Taichi, Yoga, Convenções e Festas, Salão com armários e vestiários para até 180 pessoas.

Térreo;
Área com banheiras de hidromassagem térmica, Sauna térmica, jacuzzi e barris de água fria, contraste térmico.Tratamentos zona, Massagens estéticas banheiras, barris de madeira e tratamento individualizado de algas, lodo e até mesmo chocolate.Temperatura da água até 50º.
Exterior zona.
Spa Thermal Ativo, Catarata, Caverna, Sauna e banheiras de hidromassagem de madeira construídas na floresta.
Área privada na floresta para celebrações familiares. A capacidade da instalação é 120-150 pessoas simultaneamente.


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CELANOVA - OURENSE - ESPANHA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Celanova é um Município de Espanha pertencente à Província de Ourense e Comunidade Autónoma da Galiza. A poucos quilómetros de Portugal, Celanova tem no seu imponente Mosteiro o seu ex-libris, o seu tesouro mais importante. Local com bom aparcamento para autocaravanas na zona do Mosteiro. Pareceu-me seguro para pernoita, e interessante para visita. As visitas programadas passam por um passeio pela Vila à casa dos Poetas, e ao interior do Mosteiro. Estas Visitas são pagas, tem que ser Grupos mínimos de 10 pessoas, e máximos de 25, o preço por bilhete são 5€.


            HISTÓRIA:
O Mosteiro de Celanova:
O poder monacal das grandes congregações, o esplendor do barroco e os processos desamortizadores.

O mosteiro, eixo central da vida comercial e social da região e centro de educação e cultura, expressa em sua fábrica as épocas de maior esplendor da arquitetura monástica portuguesa. Composto por uma igreja de grandes dimensões, com planta de cruz latina, com três naves de três tramos cada uma e uma transversal que faz o cruzeiro, onde se destacam o grande retábulo-mor de Castro Canseco, bem como os dois coros eo magnífico órgão, hoje totalmente restaurado e habilitado para a realização de magnos shows. Conta ainda com causaram claustros em torno dos quais se distribuem todas as dependências monacal, destacando em todas elas a torre dos sinos, que por sua vez recebeu a câmara abacial.

Este é o terceiro edifício desde os tempos do fundador e ainda que foi começado a construir em meados do século XVI, a maior parte da edificação data do século XVII.

A fachada, solene e classicista, foi a primeira grande realização arquitectónica do novo edifício e com a qual se inicia a transformação da antiga igreja ro * Manica em um suntuoso templo barroco. Nela destacam-se as imagens de São Bento, de São Rosendo e de San Torcuato, bispo de Guadix.

Como já foi referenciado, o mosteiro organiza-se em torno de dois claustros. O Barroco ou processional, do século XVI, é o imediato à igreja, com abóbadas de cruzaria e medalhões com bustos de personagens históricos (Carlos V, Felipe II, Juan de Áustria ...). No século XVIII foi ornamentado em suas fachadas exteriores, um barroco muito carregado, por frei Plácido Iglesias, monge arquiteto de Celanova, a quem é atribuído a solene escadaria que liga os dois andares do claustro e dá acesso à torre dos abades. O segundo, conhecido popularmente como "poleiro", foi concluído em 1722. 
É mais simples, neoclássico e curioso por uma varanda ou "poleiro", que possibilita o acesso às células localizadas entre apartamentos e mantida por grandes consolas características da arquitectura popular portuguesa. A biblioteca, outras escadas e diferentes dependências oferecem interessantes soluções arquitectónica que fazem deste edifício um dos exemplos mais marcantes do chamado barroco galego.

Fonte: http://www.concellodecelanova.com


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