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MOSTEIRO DE ALCOBAÇA - LEIRIA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

MOSTEIRO DE ALCOBAÇA:
Alcobaça é uma cidade Portuguesa inserida na Estremadura Litoral, e pertencente ao Distrito de Leiria.
O nome Alcobaça é associado primeiro ao Monumental Mosteiro, e depois à famosa louça de Alcobaça. O Mosteiro é realmente uma obra de arquitetura ímpar, e o espólio interior de grande envergadura e digna de ser vista e revista.


Não esquecer de provar os deliciosos pasteis conventuais, bem como os seus licores.
"Quem vai a Alcobaça não passa sem lá voltar".

GASTRONOMIA:
Restaurante Tradicional "ANTÓNIO PADEIRO"
Restaurante Antonio Padeiro - Alcobaça

"CERTIFICADO PELA CPF PORTUGAL"
Um dos pratos gastronómicos mais conhecidos em Alcobaça, é o Frango na Púcara, o qual a nossa CPF Portugal degustou e recomenda. O "António Padeiro" é apenas uma sugestão comprovada pela nossa secção de gastronomia CPF Portugal.


                HISTÓRIA:
Alcobaça, perfeitamente integrada no contexto geral da Estremadura Litoral a Norte do Tejo, encerra testemunhos de ocupações humanas de épocas bem remotas. Dos abundantes vestígios paleolíticos de Castanheira e Montes às numerosas ocupações dos primeiros agricultores pastores que ocuparam as grutas do Carvalhal de Aljubarrota, não faltam provas da presença dos primeiros homens nesta região. As grutas de Carvalhal de Aljubarrota (Cabeço da Ministra e Calatras), ocupadas para enterramentos ou como locais de ocupação temporária, são alguns exemplos.

As primeiras sociedades de metalurgistas do Calcolítico também deixaram as suas marcas, ao longo do IIIº milénio a . C. Ervideira, as grutas do Carvalhal de Aljubarrota e o Algar de João Ramos são alguns dos locais onde a sua presença foi detectada. Os achados de machados e pontas de lança de cobre no Carvalhal de Turquel, em Évora de Alcobaça, Fonte Santa, Casais de Santa Teresa, Carris e na gruta X de Cabeço Rastinho também contribuem para reafirmar uma forte presença neste período.


A Idade do Bronze, em subsequência cronológica directa do Calcolítico, com uma cronologia que se estende de 1800/1700 a. C. à transição dos séculos VIII/VII a.C., revela-nos uma região de forte substrato calcolítico, principalmente no seu período inicial. Os hábitos sepulcrais apontam para a reutilização de locais de enterramento anteriores, designadamente em Carvalhal de Aljubarrota. Do final deste período, o Bronze Final, conhecem-se vários achados que comprovam ligações culturais com as comunidades do chamado Bronze Atlântico.


Destacam-se, neste caso, os machados de dois anéis de Carvalhal de Aljubarrota, Fonte Santa, Carris e da gruta de Redondas. Entre os meados do século VIII a. C. e meados do século V a. C., desenvolve-se, no extremo ocidental peninsular um ambiente cultural de influência mediterrânica que conta com o contributo de fenícios, gregos e cartagineses. É a chamada Iª Idade do Ferro. Este ambiente cultural, conhecido sob a designação de horizonte orientalizante é testemunhado, em Alcobaça, pelas fíbulas de Parreitas, dos séculos VIII/VII a. C.


A convencionalmente chamada IIª Idade do Ferro caracteriza-se por grandes alterações na geografia étnica, processo intimamente relacionado com as deslocações de povos de origem indo-europeia para Ocidente, mas também com a decadência do horizonte fenício. É assim que os túrdulos, herdeiros étnicos e culturais de Tartesso, e na sequência da decadência deste potentado, terão empreendido expedições para regiões peninsulares mais setentrionais, tendo fundado novos povoados, entre os quais Collipo (S. Sebastião do Freixo) e Eburobrittium (nas cercanias de Óbidos).




Esta chegada de novas comunidades terá significado a introdução ou a generalização de inovações técnicas, das quais se destaca a metalurgia do ferro.
Também os romanos marcaram uma forte presença na região de Alcobaça, onde terão estado de forma mais perene a partir do século II a .C.



Deles nos ficaram valiosos vestígios, dos quais se destacam o povoado de Parreitas, a villa de Póvoa de Cós e todo um conjunto de ocupações menores ainda por investigar.
Visigodos, com presença reconhecida em S. Gião da Nazaré, e muçulmanos, dos quais nos chegam referências vagas que os situam em Alfeizerão e na Torre de D. Framondo, pouco sabemos com segurança. Já o mesmo não se pode afirmar do período medieval cristão, nitidamente marcado pela presença da Ordem de Cister.




No período de reconquista cristã e de formação do reino, D. Afonso Henriques terá conquistado as terras de Alcobaça aos muçulmanos por volta de 1148. Com a carta de doação de 8 de Abril de 1153, inaugura-se um longo período que irá durar até à extinção das ordens religiosas, já no século XIX, período esse ao longo do qual foi ganhando forma um imenso complexo arquitectónico, o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.


    DOÇARIA CONVENTUAL:
Em torno deste, ganhou forma um território estruturado que beneficiou desta imensa fonte de saber monacal. Desenvolveram-se as granjas e quintas, levou-se por diante a conquista das pedregosas encostas da serra, com a introdução sistemática da oliveira, desenvolveram-se os sectores industriais com recurso à energia hidráulica. Enfim, foi-se definindo um território que ainda hoje é conhecido pelo nome de Coutos de Alcobaça… e sempre a Oeste da Serra dos Candeeiros.


Fonte: www.cm-alcobaca.pt

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ALANDROAL - ALENTEJO - ÉVORA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

CASTELO DO ALANDROAL:

O Alandroal é uma Vila Alentejana Portuguesa pertencente ao Distrito de Évora. Destaca-se sobretudo pelo seu Castelo, e toda a circunferência agregada ao Município do Alandroal, tal como Terena e Jurumenha, que se destacam pelas suas fortificações, talvez pela proximidade com Espanha, já que toda esta zona de proximidade é fortificada, e era considerada por isso zona estratégica de defesa Nacional. Quanto à gastronomia, merece sem qualquer dúvida uma prova de sabores, sem nunca esquecer o excelente vinho desta região Alentejana.




              HISTÓRIA:

O Alandroal foi elevado à categoria de vila em 1486, por uma Carta de Foral atribuída por D. João II. A vila incluía apenas a freguesia de Nossa Senhora da Conceição, ao concelho do Alandroal foram anexados, no século XIX, os territórios dos antigos municípios de Terena e Juromenha. O Alandroal ergue-se a 341 m de altitude, e localiza-se na margem direita do rio Guadiana, a nordeste da cidade de Évora e a sudeste da cidade de Estremoz.



É sede de um município com 544,86 km² de área e 6 585 habitantes (2001), subdividido em 6 freguesias (Nossa Senhora da Conceição, Santo António de Capelins, Nossa Senhora do Loreto, São Brás dos Matos, Santiago Maior e São Pedro). O município é limitado a norte pelo município de Vila Viçosa, a leste pela Espanha, a sul por Mourão e por Reguengos de Monsaraz e a oeste pelo Redondo. Ao concelho do Alandroal foram anexados, no século XIX, os territórios dos antigos municípios de Terena e Juromenha. O próprio Alandroal é uma das três vilas do concelho, juntamente com Terena e Juromenha.



Fonte: www.cm-alandroal.pt

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LOUREDO - FORCA E PELOURINHO - PAREDES

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Louredo é uma freguesia pertencente ao Concelho de Paredes, Distrito do Porto, Portugal.
O lugar do Facho, nome por que é conhecido o sitio onde está implantada a Forca e o Pelourinho, estão situados num espaço largo, bem ajardinado e tratado. A Casa de Louredo, é também um Ex-Libbris do lugar da Herdade da freguesia de Louredo, classificada como a típica casa rural e Senhorial Nortenha, agora transformada em restaurante tipicamente rural de luxo.



              HISTÓRIA:
FORCA:

Estrutura arquitectónica conhecida como forca, desconhecendo-se, no entanto, a sua verdadeira função.
Caracteriza-se por planta quadrangular formada por três corpos sobrepostos escalonados remate central piramidal. O monumento possui uma altura de 11,70 m, sem contar com o soco de 4 degraus.



PELOURINHO:


O Pelourinho é constituído por dois degraus de planta quadrada assentes numa plataforma.
Fuste cilíndrico rematado por um cubo com as armas de Portugal numa das faces, escudo com as cinco quinas, sete castelos e a coroa real.



CASA DE LOUREDO:

A Casa de Louredo compõe-se por um conjunto de edifícios enquadrados na tipologia da casa rural nortenha, mais especificamente da região de Entre-Douro-e-Minho, evidenciando-se como um produto do Homem com o meio rural que o rodeia, designadamente com o sistema de economia e formas de sobrevivência. Manifesta-se como um instrumento agrícola adaptado às necessidades de exploração da terra, nomeadamente, no que concerne às dimensões, à forma de distribuição do alojamento das pessoas, dos estábulos e das lojas de arrumação das alfaias agrícolas, numa linha de tradição dos séculos XVII e XVIII.



A Casa de Louredo caracteriza-se por uma planta em semi-círculo irregular com um conjunto de estruturas arquitectónicas de tendências rectangulares que marginam vias públicas, definindo no seu interior dois amplos quinteiros, divididos por um corpo central. As fachadas são lisas, de blocos de granito à vista, paralelepipédicos, bem aparelhados, em fiadas horizontais. Nos pisos superiores rasgam-se janelas em guilhotina, sistema difundido a partir do início do século XVII, que apesar de baixas, têm a particularidade de serem em guilhotina tripla.


Dentro desta rusticidade destaca-se na fachada principal uma escadaria em granito, com patamar a dividir dois lanços opostos que ligam a varandas abertas, situadas no segundo piso. As guardas da escada são em blocos de granito e começam com um elemento decorativo curvilíneo. As varandas são em blocos de cantaria, abertas, na tradição dos séculos XVII e XVIII, soalhadas, cobertas com um prolongamento do telhado da casa que deste lado desce muito abaixo, pousado em colunas de granito com bases e capitéis, num neoclassicismo rústico e singelo. Pela escadaria principal e respectivas varandas entrava-se para todas as dependências da casa. Esta tipicidade é ainda manifestamente visível na ampla cozinha, compartimento essencial da casa, situada no segundo piso, onde sobressai uma enorme “saia” de pedra apoiada em dois prumos de granito, que recobre a lareira, o trafogueiro, a borralheira e o forno.

Em oposição à habitabilidade dos pisos superiores, o piso térreo tinha como função albergar o gado, as alfaias agrícolas, as caixas e tulhas para guardar os cereais, os lagares e a adega. No alinhamento do corpo central, também térreo, remata a Oeste a casa da eira com sequeiro e respectiva eira em lajes de granito. Apesar das alterações e transformações efectuadas ao logo dos tempos na Casa de Louredo é ainda, possível estabelecer as relações que se verificavam entre os homens, o gado e as coisas, de acordo com a sua função agrícola, numa verdadeira expressão do ambiente natural, tipificando-a e imprimindo-lhe originalidade como casa campesina nortenha.

Fonte: http://www.cm-paredes.pt/

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BUSTELO - MOSTEIRO - PENAFIEL

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O Mosteiro de S. Miguel de Bustelo, está situado na Freguesia de Bustelo, pertencente ao Concelho de Penafiel, Distrito do Porto, Portugal. Como grande parte dos Mosteiros e Conventos está situado num local puramente rural. A estrada abriu ao meio o Aqueduto que abastecia a agua ao Mosteiro, que diga-se tem as suas paredes  apenas escoradas, já com placa, para segurar, mas bastante danificado. Pelo andamento não me parece que haja verba tão cedo para reabilitar este espaço. Já a igreja, está restaurada, mas encontrava-se fechada.



             HISTÓRIA:

O Mosteiro de Bustelo, situado na Freguesia do mesmo nome e distando da Cidade de Penafiel apenas 3 km, tem a sua história desconhecida para uma grande parte da população.
De traça barroca, aparece-nos isolado na paisagem campestre, com a Igreja de um lado e, a fazer “L”, o corpo do Mosteiro, bastante degradado, do outro.
Sofrendo profunda reforma no Séc. XVII, fontes há a apontar a existência de um anterior Mosteiro, românico, com fundação em 1065 o qual teria dado origem ao actual Mosteiro.

Estando em permanentes obras até ao início do Séc. XIX, tem a primeira pedra lançada a 13 de Agosto de 1633. Durante a sua existência, o Mosteiro pertenceu à Ordem de São Bento, sendo por isso, habitado por Monges Beneditinos.
A chefia do Mosteiro cabia a um Abade eleito por um triénio, o qual tinha a obrigatoriedade da apresentação do relatório de contas trienal.
Dependendo este Mosteiro directamente do Mosteiro de Tibães em Braga, consegue-se saber da existência de actividade no Mosteiro em 1629, a qual se terá prolongado até 1822, altura em que foi emitido o último relatório.


Entre esta data e 1834, data em que as Ordens Religiosas foram extinguidas, desconhece-se o que se terá passado nestes 12 anos. A partir daí a ruína apoderou-se de uma parte do Mosteiro, tendo chegado ao final do Séc. XX, quase sobrando apenas as paredes. Felizmente já se prevê a reconstrução, uma difícil caminhada, que o Mosteiro de Bustelo legou às gentes do Séc. XXI. Nos finais dos anos 50 do passado século XX, A. Guimarães, escreve um artigo sobre o Mosteiro.


É, em muito, com base nesse artigo, que se passa a expor:
“É agradabilíssimo o passeio pelas estradas fora, cheias de sombras acolhedoras.É de velha usança a realização de casamentos à capucha na antiga Igreja de Bustêlo; nanja que hoje assim seja, pois tudo é de dar nas vistas e por isso os noivos acorrem às igrejas mais frequentadas, para se mostrarem e à comitiva.”.Fica o vetusto Mosteiro no centro da Freguesia, tendo largo adro no interior do “L” que faz com a Igreja e de onde lindas vistas que prendem até ao horizonte.

Imponente escadaria de pedra, muito ampla e bem lançada, conduz junto ao elegante cruzeiro de granito.
É ali que se realiza uma das mais típicas romarias do Norte; a Nossa Senhora da Saúde, que tem lugar na Segunda-feira de Páscoa.
As raparigas ocorrem de todas as bandas aos milhares e milhares, apinhando-se junto à igreja, estendendo-se a perder de vista pelos campos e montes, com os seus farnéis, toalha branca a «manchar» os verdes garridos.
A romaria prolonga-se desde o dealbar até ser noite fechada em constante animação, com o cantar das novenas à porfia: «A Senhora da Saúde, deita as fita a boar...».

Os cânticos da gente moça das aldeias ecoam noite fora, e grande é a crença das moçoilas pela Santa que ali se venera no seu altar. É muito velhinho o Mosteiro de Bustelo - já se dera pela sua existência no ano de 1065. Sendo seu Orago, S. Miguel Arcanjo ali é invocado, e por cima da porta da Igreja, como que a protegê-la, num pétreo nicho está colocado.
S. Bento, é venerado na Igreja cheia de relíquias, onde os folares eram oferecidos, na primeira oitava da Páscoa, pelos habitantes da antiga Arrifana de Sousa.

Assim está nos antigos manuscritos, onde também se pode ler que as Freguesias de Croca, Santa Marta e Melhundes, (assim se chamava na época) à Igreja do Convento de Frades Bentos estavam anexas, sendo que as duas primeiras tinham obrigação de virem assistir à Missa Principal desta Igreja, nas quatro festas do ano.
Abrangendo, a Freguesia de Bustelo, parte das de Croca e Novelas, do Concelho de Penafiel e Meinedo, do Concelho de Lousada, era couto dos Frades locais, sendo o mesmo constituído por 340 fogos e 43 aldeias. O Pároco, tinha sempre de ser um Frade, com direito a Coadjutor - clérigo secular – sendo-lhe atribuído um rendimento anual de cem mil reis
.
Sendo donatário do couto o D. Abade do Convento fazia eleger, no primeiro dia de cada ano, um Juiz Ordinário do Civil e Órfãos, podendo haver apelação das decisões para o D. Abade como ouvidor.
As audiências tinham lugar em formosa «casa». Sendo o Porteiro eleito pelo Juiz, já o Procurador, o Meirinho, o Quadrilheiro e mai-lo Jurado eram eleitos, por votação, pelo povo.
No final, todos prestavam juramento nas mãos do D. Abade.
A fundação do Convento de Bustelo segundo velhos alfarrábios, ter-se-ia dado pelos anos de 900, pela mão de um filho de D. Fayão Soares, (fundador de Penafiel), antepassado de marqueses de nomeada, e do famosíssimo Rey Dias de Bivar, o «Cid».
O Séc. XVII, nos seus finais, assiste à reedificação da sumptuosa Igreja de estilo barroco - jesuítico, de artísticas talhas e transepto - cruciforme.
Entre algumas curiosidades que aos arqueólogos dizem respeito, citaremos a existência de uma pedra tumular Visigótica do Séc. VII, em uma das paredes do Claustro.
Outras pedras, a que se atribui incalculável valor, de pórtico romano, foram encontradas agora nas paredes da Igreja e dali retiradas.
Serão, porém, ali guardadas em Museu.
Junto à Igreja, com colunas dóricas estilo renascença e tendo uma taça a erguer-se no seu meio, o Claustro, tendo sido começado pelo lado Poente em 1635 e tendo a sua conclusão com o lado Nascente em 1689, demorou mais de meio século a ser construído.
Este lanço final implicaria a destruição de uma Capela dedicada a São Tiago.
A obra do Claustro ficou completa no triénio de 1777-1780 com a colocação de uma estátua de Hércules e servindo como chafariz as sete bocas das “hidras” sobre as quais se apoia o deus pagão.
De notar ainda que a representação de Hércules é frequentemente confundida pela de São Miguel, seu “sucessor” e Padroeiro da Paróquia de Bustelo, derrotando Lúcifer.
A última grande obra dos Beneditinos no Claustro do Mosteiro, terá sido a reforma de um dos lanços, entre 1816 e 1819, por este ameaçar ruir.
A rematar o lado Norte do Claustro e virado a Sul, com data de colocação desconhecida, um relógio de sol.
Sabe-se que as obras do edifício do Mosteiro foram anteriores às da Igreja. As obras teriam começado pela portaria e galeria estendendo-se depois para o lado Norte.
A porta na fachada do edifício que, do interior do Claustro, dava acesso ao terreiro, fez-se em 1638, tendo a mesma recebido benefícios de assentos de pedra lavrada para os três lados em 1653.
Novas portas lhe são construídas sendo as mesmas substituídas por outras em 1764, ano em que, de cada lado da porta se construíram duas janelas de ferro grandes.
Em 1650, um painel de S. Bento é colocado sobre a portaria e, aproveitando-se as obras, sobre a janela da escada foi colocado um outro de Santa Escolástica, sua irmã.
Finalmente, em 1777 abaixou-se a Portaria do Carro, construindo-se por cima uma varanda com pilares de pedra e uma janela.
A rematar o conjunto, um frontão triangular em cujo tímpano se colocou o brasão de São Bento.
Deste modo se concluiu a frontaria do Mosteiro.
Em 1680 juntamente com as obras do terreiro da portaria construiu-se o Cruzeiro.
A primitiva igreja possuiria apenas uma torre, tendo o frontispício ficado com duas torres laterais como hoje se vêm, após as obras de reedificação.
Sabe-se da sua existência desde 1713 e, devido sobretudo a raios de trovoada sofreram vários consertos, pelo menos até 1800.
Os seus sinos foram colocados em 1716 e, sem que se conheça a data, também um relógio foi colocado numa das torres, conhecendo-se porém parte da sua existência através da data do conserto que sofreu entre 1804 e 1807.
No interior do velhíssimo templo, deparamo-nos à entrada com a Pia Baptismal tendo por fundo uma imagem representativa do Baptismo de Jesus.
Caminhando pela Nave Central logo se nos prende a atenção com o Altar-mor, finamente trabalhado em riquíssima talha dourada.
A influência da talha da Capela-mor da Igreja de Santo Ildefonso de autoria de Nicolau Nazoni é aqui notada.
À sua direita a imagem do Padroeiro S. Miguel, e à esquerda a de S. Bento, fundador da ordem Beneditina.
Do lado do Evangelho, o Altar de Nossa Senhora do Rosário onde, no nicho do meio está a Senhora do Rosário, num dos lados as Santas Mães e no outro a Santa Gertrudes.
Neste corpo, existe saída para o Claustro e uma comunicação com a Sacristia com Altar de Jesus Crucificado. 
Do lado da Epístola, a imagem de São Bento, que dá o nome ao Altar, tendo de um lado Nossa Senhora da Saúde e do outro Santo Amaro.
O outro Altar, também do lado da Epístola, consiste num Sacrário, adornado por dois Anjos, onde se colocou o Coração de Jesus no meio de um resplendor de raios de luz.
No corpo da igreja existem quatro Altares, sendo que um dos do lado da Epístola é em forma, inferior aos outros.
Nele se representam cenas do Purgatório, sem colunas. Actualmente no nicho central está colocado o Senhor dos Passos.
No outro do mesmo lado estaria a imagem de Santa Escolástica e de São Vicente Ferreira. Actualmente está colocada a imagem de Jesus Ressuscitado mostrando o seu Coração.
Do lado do Evangelho, próximo do coro, estaria a imagem do Patriarca São Bento. No outro deste lado colocou-se uma imagem de Nossa Senhora da Piedade e um Santo Cristo Morto.
Situado sobre a porta principal, debaixo das duas torres sineiras, o coro teve como primeira peça nele colocada um quadro de 12 palmos com a imagem de São Bento de pé com o seu báculo na mão, que se situou no centro da parede interna do frontispício.
A par do quadro de São Bento, foram colocados mais 10 telas a óleo, antiquíssimas, e cujo autor não se menciona, que descrevem a vida de São Bento e Santa Escolástica.
Encomendado em 1758 juntamente com um órgão, o cadeiral do coro da Igreja de Bustelo, é referido por Robert Smith como um dos melhores conjuntos em talha ròcòcó do Minho, atribuindo a sua autoria ao mesmo entalhador que trabalhou para o Mosteiro de Tibães mas cuja identificação se desconhece.
Tendo-se construído uma varanda para se assentar o órgão, fez-se outra igual na parte oposta a esta e, para que a mesma fosse aproveitada, construiu-se um Altar novo com um painel de Nossa Senhora da Conceição.
O órgão de tubos, viria a ser levado para a Igreja da Misericórdia em 1834, segundo consta, já que este facto padece de falta de informação.
Só no início deste século se adquiriu um novo órgão de tubos que a igreja tanto merecia.
No decorrer das obras de reparação e restauro, iniciadas em meados do passado Séc XX (1957), ao ser retirado o sarrafão, no arco-cruzeiro, descobriu-se o brazão dos Beneditinos, em cantaria, com castelo, leão, báculo, mitra de Abade dentro de uma coroa.
Para esta obra de restauro, o Prelado transferiu para esta freguesia o rev. Pároco Celestino da Silva Ramos, que vindo de Gôve (Baião), ali dera mostras já do seu espírito empreendedor, e a direcção da mesma foi confiada ao Penafidelense engenheiro António Barbosa de Abreu.
A avaliar pela existência de inúmeros monumentos e valores arqueológicos e arquitectónicos que existem no Concelho de Penafiel, deve-se concluir que este «velho Concelho de Arrifana de Sousa» é, talvez, no género, um dos mais ricos do País.

Fonte: http://www.regional-editora.com


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PODENCE - MACEDO DE CAVALEIROS - BRAGANÇA

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Podence é uma Freguesia Portuguesa pertencente ao Município de Macedo de Cavaleiros Distrito de Bragança.
Está situado na periferia dos concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais, está inserido no centro de Trás-os-Montes. 
Tem Área de Serviço para Autocaravanas aqui próximo, na praia fluvial do Azibo.
Veja as coordenadas aqui no Portal na nossa base de dados




        Património Natural :

Área de Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, Rede Natura do Monte de Morais, dos Vales de Sabor Maçãs, e das Serras de Montesinho Nogueira, e do Romeu.
A construção da Barragem do Azibo foi uma mais valia para todo o concelho de Macedo de Cavaleiros, mas principalmente para as povoações próximas que propicia ótimas condições para a prática de desportos náuticos não motorizados. Existem aquí no Azibo por arte e obra da natureza duas praias fluviais ambas com Bandeira Azul. Está em curso um projeto para implantar nesta zona um campo de golfe, com percursos pedestres sinalizados e ciclovia.
A tradição e o Ex-Libbris desta terra são os conhecidos caretos os quais têm um museu na terra, e são uma tradição incontornável da Freguesia de Podence e do turismo de trás os montes. Por último salientar a Área de Serviço para Autocaravanas de Izeda, onde pode consultar as coordenadas na nossa Base de Dados neste Portal.


              HISTÓRIA:

A antiga freguesia de Nossa Senhora da Purificação pertencia ao concelho de Bragança em 1832, ao concelho de Izeda e comarca de Chacim em 1852 e, desde 1878, ao concelho de Macedo de Cavaleiros. A Igreja Matriz de Podence, consagrada a Nossa Senhora da Purificação, reconstruida em 1703, é das mais importantes do concelho, com talha e retábulos pintados muito importantes, bem como um túmulo armoriado, no chão. De salientar ainda a capela de Santa Eufémia, situada no recinto do santuário, e a capela de Santa Rita.



Museu do Careto em Lazarim
A freguesia tem como anexa a localidade de Azibeiro, cujo património religioso se resume à capela da Senhora da Penha onde há uma importante pintura de Bustamante e uma ponte do tempo do Fontismo.
A sua singular tradição etnográfica, ligada à figura do Careto, é o ex-libris da freguesia, que poderá ser apreciado por alturas dos festejos carnavalescos na povoação e na Casa do Careto.
Há duas unidades de Turismo Rural nesta aldeia, a Quinta da Moagem João do Padre e a Quinta do Azibo.

Fonte: www.cm-macedodecavaleiros.pt


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MACEDO DE CAVALEIROS - BRAGANÇA

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A cidade de Macedo de Cavaleiros pertence ao Distrito de Bragança, e está inserida na Região Norte e sub-região de Alto Trás-os-Montes. 
De passagem pelo IP4 em direção a Bragança, quem precisar de abastecer agua na Área de Serviço para Autocaravanas de Macedo de Cavaleiros pode-o fazer com a introdução de uma moeda de 2€. Os despejos das aguas residuais são gratuitos. Está situada nas traseiras das piscinas Municipais. Na cidade de Bragança por traz do Castelo também existe uma Área de Serviço e Pernoita para autocaravanas.Veja as coordenadas desta, e de outras Áreas em Portugal Continental, na nossa base de dados, aqui no Portal AuToCaRaVaNiStA.

 
              HISTÓRIA:
O nome de Macedo de Cavaleiros tem a ver com a designação de terra fértil para maçãs (‘macedo’ em português medieval), bem como ao ato heróico de Martim Gonçalves de Macedo, na Batalha de Aljubarrota. A 14 de agosto de 1385, o Mestre de Avis, futuro Rei de Portugal, é atacado por Álvaro Gonçalves de Sandoval e, ao receber um golpe do castelhano, cai por terra. Apercebendo-se, o cavaleiro Martim Gonçalves de Macedo, desfere golpe fatal ao castelhano e levanta o Mestre de Avis do chão, salvando assim, a vida ao futuro Rei e a nacionalidade portuguesa.

Já Rei, D. João I reconheceu e gratificou Martim Gonçalves de Macedo, e, a partir deste episódio da Batalha de Aljubarrota, o brasão de armas dos “Macedo” passou a incluir um braço vestido de azul, com uma maça de armas de prata. 




O atual concelho de Macedo de Cavaleiros foi criado em 1853. Dez anos depois, a aldeia de Macedo, que já no tempo de D. João V passara a ser reguengo real, recebe o título de Vila. Em 1999, o de cidade. Este é, assim, um concelho recente, com 160 anos de existência, que se estende por uma área de 699,3 km2, composto por 38 Freguesias que agregam 67 localidades. Integra a região Norte (NUT II) e a sub-região do Alto Trás-os-Montes (NUT III). Administrativamente pertencente ao distrito de Bragança, sendo o centro deste e fazendo fronteira com 6 outros concelhos. 


O território concelhio encontra-se em pleno planalto transmontano, com altitudes dominantes compreendidas entre 400 e 800 m, tendo a norte a Serra de Nogueira (1268 m), ao centro a de Ala e a do Cubo, a sul a Serra de Bornes (1199 m) e, a Este, o Monte de Morais. Apresenta uma paisagem com um mosaico cultural diversificado e caraterístico de Trás-os-Montes, onde no planalto predominam olivais, soutos e ainda alguns carvalhais.

As condições climáticas e a fertilidade do solo fazem do concelho um bom produtor de excelentes vinhos, cereais, carne de bovino, ovino e caprino, azeite e castanha. Uma vasta área é Rede Natura 2000, com a particularidade única em Portugal do Maciço de Morais, o “umbigo do mundo”, na gíria dos geólogos, a criar um ecossistema extraordinário com plantas raras. A Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, possível após a construção de uma barragem em 1980-82, é o exemplo de que a ação do homem e a natureza podem ser compatíveis e enriquecedoras do ambiente natural.
Fonte: www.cm-macedodecavaleiros.pt/ 


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SORTELHA - SABUGAL - GUARDA

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Sortelha é uma Freguesia Portuguesa, pertencente ao Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda. Sortelha Medieval, é uma povoação que assenta num local rochoso e acidentado, numa estrutura muito bem concebida, instalada dentro das muralhas do Castelo. Uma fortaleza bem guardada, e actualmente bem preservada, já que foram restauradas as casas do seu interior, estando agora a serem utilizadas com fins comerciais como: bar de apoio, venda de artesanato, alguns pequenos museus particulares com artefactos medievais, etc. O estacionamento, e os acessos, não são adequados para aparcamento de Autocaravanas, pelo que o melhor é ir ver a pé, se tem lugar para estacionar, antes de se dirigirem para lá, porque é extremamente difil fazer manobras naquel local.



            HISTÓRIA:
A primitiva ocupação humana do local remonta à pré-história, possívelmente a um castro Neolítico. Atraídos pela riqueza mineral da região e pela posição estratégica do local, este teria sido sucessivamente ocupado por Romanos, Visigodos e Muçulmanos. O castelo medieval Castelo de Sortelha, Portugal: praça da vila.À época da Reconquista cristã da península Ibérica, Pena Sortelha, como então era chamada, constituiu-se em defesa da região fronteiriça, disputada entre Portugal e Castela.


A partir de 1187, D. Sancho I (1185-1211) tomou medidas para repovoar o lugar, e foi o seu neto homónimo, D. Sancho II que concedeu foral à vila (1228), época provável da edificação do castelo. A cerca da vila seria beneficiada por D. Dinis no século XIII que, a partir da assinatura do Tratado de Alcanises (1297), fixou as fronteiras para além das terras de Riba-Côa. No século seguinte, foi erguida uma nova cerca por iniciativa de D. Fernando. No século XV sabe-se que o alcaide do castelo era Manuel Sardinha, sucedendo-lhe Pêro Zuzarte.


Em 1510, D. Manuel I (1495-1521) renovou o foral da Vila, mencionando que os seus habitantes não estavam obrigados a dar hospedaria aos grandes e pequenos do reino, se essa fosse a vontade do povo de Sortelha. Esse soberano também iniciou uma campanha de obras no castelo, dentre as quais subsiste a emblemática manuelina sobre a porta. Em 1522 Garcia Zuzarte tornou-se alcaide-mor. Nesse século ainda, o nobre D. Luís da Silveira, guarda-mor de D. Manuel I e de D. João III (1521-1557), adquiriu o castelo, tornando-se seu alcaide, conferindo-lhe D. João III o título de Conde de Sortelha.
Fonte: www.cm-sabugal.pt


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SABUGAL - GUARDA

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Sabugal é uma Vila Portuguesa, pertencente ao Distrito da Guarda.
Falar do Sabugal, é falar de história, do seu Castelo banhado pelo rio Côa. Este é o Castelo mais alto e imponente de todos os Castelos espalhados pelas diversas Freguesias do Sabugal, é espantoso observar a quantidade de pedra usada nas paredes da sua construção. Recentemente restaurado e bem conservado, está normalmente de portas abertas, tem o custo de 1€ que dá também para o acesso ao museu. Este, é apenas 1, de 5 Castelos pertencentes ao Concelho do Sabugal.



             HISTÓRIA:

O Concelho do Sabugal integra-se na ampla unidade geográfica do Alto Côa, correspondente às terras irrigadas pelas linhas de água afluentes do curso superior deste rio. A região tem vindo a revelar indícios de importante ocupação humana, desde a Antiguidade, apesar das suas condições naturais não serem as mais propícias ao assentamento populacional, pelo rigor do seu clima.



Os vestígios mais antigos identificados neste território recuam ao Neolítico e ao Calcolítico. Desde as referências às desaparecidas antas de Ruivós, Aldeia da Ribeira e Bendada, e a recentemente descoberta em Sacaparte (Alfaiates), às escavações realizadas no centro histórico do Sabugal (onde se obteve cerâmica com decoração penteada e picotada, artefactos lascados de sílex, machados e enxós, e um machado de cobre) e no habitat das Carvalheiras (Casteleiro), cujas datações de C14 provenientes de amostras aí obtidas proporcionaram uma datação rigorosa de meados do III milénio a.C., possuímos uma ampla panorâmica da presença das primeiras comunidades humanas na região.

A ocupação humana foi pródiga sobretudo na Idade do Bronze, à qual são atribuídos diversos povoados de altitude e inúmeros achados avulsos. Em Vilar Maior, no Sabugal, na Serra Gorda (Águas Belas), no Castelejo (Sortelha), no Cabeço das Fráguas (Pousafoles do Bispo), em Caria Talaya (Ruvina), em Vila do Touro, e em muitos outros topos de cabeços da região ocidental do Alto Côa, habitaram diversas comunidades pastoris, agrícolas e mineiras. A riqueza destas terras em mineração de estanho e cobre (matéria indispensável para a produção do bronze) consolidou a importância regional do Alto Côa. Deste período conhecem-se as mais belas peças arqueológicas, como as estelas decoradas dos Fóios e do Baraçal; a espada de Vilar Maior; os machados da Quarta-Feira, Soito e Lageosa da Raia e, recentemente, as gravuras rupestres de arte esquemática de Vilar Maior.

As comunidades da Idade do Ferro também ocuparam diversos relevos, deixando-nos vestígios dos seus povoados fortificados. Para além dos mais conhecidos castros da Serra das Vinhas (Penalobo), dos Castelos de Ozendo (Quadrazais), do Cabeço de São Cornélio (Sortelha) e da Serra da Opa (Casteleiro), destacam-se o Sabugal Velho (Aldeia Velha) e o próprio Sabugal. Desde cedo aqui terão existido dois povoados centralizadores de toda a região superior do Vale do Côa, seguramente devido à sua posição estratégica no território, onde as escavações revelaram uma grande riqueza material: artefactos metálicos e líticos, cerâmicas, contas de pasta vítrea e estruturas habitacionais circulares e rectangulares. Os romanos ocuparam, no final do séc. I a.C., o vale superior do rio Côa de forma militarmente planificada, através da força dos seus exércitos, ocupando o território por meio de guarnições em pequenos assentamentos militares que, nesta região, poderiam ter existido na actual freguesia de Aldeia de Santo António ou em Alfaiates. Nesta última povoação foi encontrada até uma inscrição do Imperador Augusto que parece testemunhar um marco militar, dado que a sua cronologia é bastante recuada. São conhecidas numerosas estações arqueológicas da Época Clássica pelo restante Alto Côa, e alguns materiais, que demonstram a potencialidade da romanização desta região: aldeias, vici, villae, granjas e casais; calçadas e miliários. Destacam-se entre estes testemunhos romanos, a enorme quantidade de epígrafes votivas e funerárias que revelam a enorme aculturação romana da população indígena local. Os dados históricos escasseiam com o declínio da civilização clássica e são raros os vestígios da passagem dos suevos, visigodos e árabes. Apenas alguns topónimos persistem na paisagem. Entre eles teríamos de destacar o cabeço de Caria Talaya (‘pousada-vigia’) e até o próprio nome de Alfaiates (possivelmente oriundo de Al-haet = ‘muralha’).

Os episódios históricos que ocorreram no Alto Côa tornam-se mais conhecidos com o início da reconquista cristã da Península Ibérica e a formação da nacionalidade por D. Afonso Henriques. Durante o seu reinado, o território foi consideravelmente alargado até ao rio Tejo, tendo o vale superior do rio Côa sido abrangido pelo seu esforço militar. Mas, nos finais do séc. XI, a nova investida Almorávida voltou a criar uma desestabilização e desagregação, rompendo o equilíbrio instaurado na região. Serão as comunidades leonesas, mais tarde, que irão, pouco a pouco, retomando estas terras do Alto Côa, repovoando-as e dando-lhe o ordenamento administrativo necessário. Os primeiros burgos desta região, logo após a reocupação, eram constituídos por comunidades autóctones e gentes oriundas do norte da Península, procurando novas terras. Assim, pelos finais do séc. XII, Afonso IX de Leão desanexa uma extensa área do termo de Ciudad Rodrigo e funda aí um novo concelho, escolhendo para sua sede a povoação do Sabugal. No seu termo integravam-se diversas aldeias que começavam a afirmar-se na região, como por exemplo Alfaiates, Vilar Maior, Caria Talaya e o Sabugal Velho. Um testemunho vivo do urbanismo, arquitectura e quotidiano das sociedades que aqui habitavam, neste período de domínio leonês, encontra-se no Sabugal Velho, cujo primitivo nome é ainda desconhecido. Com a sua intrincada linha dupla de muralhas, o seu urbanismo ortogonal, a importância da sua economia mineira e os seus vestígios materiais (cerâmica comum doméstica, mós circulares, ferragens, moedas, contas de colar e fivelas de cinturão), seria seguramente um dos centros populacionais mais importantes da região. Do lado português, a coroa e os municípios da Guarda e da Covilhã trataram também de alargar o território para sul, retomando terras aos mouros, como repovoando as terras mais ermas e ocupando territórios de posse indefinida com Leão. D. Sancho I fomenta o povoamento do novo lugar de Sortelha (retirado do termo da Covilhã), e mais tarde, o seu neto D. Sancho II outorga-lhe carta de foral (1229), passando a ser o concelho português confinante com o Sabugal leonês. Mais a norte, em 1215, forma-se outro município português na margem esquerda do Côa, quando o concelho da Guarda concede aos Templários as terras de Touro, de forma a defendê-las e repovoá-las. Será o mestre da Ordem do Templo, D. Pedro Alvito, a conceder-lhe o foral em 1220, criando, desta forma, uma zona tampão nas terras de fronteira com Leão. Para fazer face a este castelo de Vila do Touro, o monarca leonês promoveu, do seu lado, a construção de uma fortaleza num cabeço sobranceiro à margem direita do rio Côa, denominado de Caria Talaya (Ruvina). Aí fundou-se uma povoação, já desde os inícios do séc. XIII, que esteve para ser sede de concelho, mas que foi abandonada por volta do séc. XIV e as suas muralhas nunca foram concluídas (tal como a fortaleza de Vila do Touro), pois deixou por essa altura de ter importância estratégica e militar, com o avanço da fronteira para leste. O grande termo do Sabugal começou a ser espartilhado, na 1ª metade do séc. XIII, por dois outros concelhos recém criados: a povoação de Alfaiates terá retirado o seu alfoz do Sabugal e delimitado o seu território, já antes de 1219; e Vilar Maior terá recebido Carta de Povoamento (retirando o seu alfoz, por sua vez, de Alfaiates), por volta de 1227. Estes três concelhos da margem direita do rio Côa serão integrados no território português em 1296, após uma investida militar que D. Dinis efectua por estas terras, até Ciudad Rodrigo, justificando a legítima e ancestral posse destas terras, desde os tempos de Afonso Henriques. Esta desavença será sanada apenas com a assinatura do Tratado de Alcanizes entre D. Dinis e D. Fernando IV de Leão e Castela, em 1297. Com este acordo, a coroa portuguesa fica com a posse legítima e perpétua de todas as terras de Riba-Côa, sendo criado um novo limite fronteiriço que, praticamente, se manterá até aos nossos dias. A partir de aqui, todo o vale superior do rio Côa e parte das terras baixas do Casteleiro e Bendada, serão divididas por cinco Vilas, sedes de concelho, guarnecidas de muralhas e castelos, cujo principal fomento de construção e reforma se deve ao rei D. Dinis e seus descendentes. No final do século XIV, Riba-Côa é afectada pelas guerras fernandinas (1373-1383) e pela consequente luta pela restauração da nacionalidade (1383-84), sendo palco das invasões castelhanas e da tomada dos seus castelos. O Sabugal terá sido uma das últimas praças a ser devolvidas por Castela, já em 1393, depois do Tratado de Lisboa entre as duas coroas. Nova e importante intervenção régia se faz sentir nesta região, mais tarde, com D. Manuel. Deve-se a este monarca, uma das maiores reformas políticas e administrativas dos cinco concelhos do Alto Côa. Em 1510, procede à concessão de novos forais a Sortelha, a Vila do Touro e a Vilar Maior e, posteriormente, em 1515, ao Sabugal e a Alfaiates. Nos seus castelos empreende reformas de melhoramento, ampliação e adaptação aos novos sistemas de artilharia militar do século XVI. Nestas localidades ainda é possível admirar os antigos Paços de Concelho, cadeias e respectivos pelourinhos, datados em grande parte deste período, que reflectem a pujança destas Vilas. O território estava também, todo ele, estruturado ao nível das vias de comunicação. Estes eixos ligavam a região à Guarda, a Salamanca, a Belmonte, à Covilhã e a Penamacor. A sua passagem sobre os rios e ribeiras era marcada pela construção de pontes de pedra, pontões e poldras. Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (já desaparecida), a do Sabugal e a de Aldeia da Ponte. Outras serão de época medieval e moderna, como a de Vilar Maior e a de Sequeiros (única pelo seu torreão construído no séc. XVII, situada no local de passagem de uma via sobre o Côa). Lembramos ainda a grande repercussão político-militar que se deu nesta região durante as Guerras de Restauração contra Espanha (1640-1668), que exigiu a reorganização do exército português e a reconstrução de fortalezas, até à assinatura do tratado de paz definitivo. Este conflito causou danos e mortandades no Alto Côa durante quase três décadas. Muitas povoações ribacudanas foram até incendiadas pelos castelhanos. Próximo a Alfaiates, encontram-se as ruínas do antigo Convento de Sacaparte, de fundação no século XVIII, pertencente à Congregação dos Clérigos Agonizantes da Tomina, ligados à assistência aos enfermos, dadas as propriedades curativas das suas águas. Em Aldeia da Ponte, para além de um cruzeiro setecentista, situa-se também o Colégio dos Marianos. Estes dois imóveis revelam a importância das tradições religiosas e do estabelecimento de algumas ordens monásticas em Ribacôa, seguramente associadas à passagem de algumas grandes vias pela região. No âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814), esta região foi palco da travessia das tropas francesas de Napoleão. Na derradeira invasão napoleónica ao território português, na tentativa frustrada de conquistar Lisboa, após a retirada, as tropas francesas sofreram uma pesada derrota infligida pelas tropas luso-inglesas já nas proximidades do Sabugal, na Batalha do Gravato (1811). Pelo caminho, a enorme massa de soldados esfomeados iam delapidando as aldeias dos seus bens e habitantes. Nos meados do século XIX, a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira dividiu o território nacional em províncias, comarcas, concelhos e freguesias. Esta política provocou no Alto Côa a extinção dos concelhos de Alfaiates e Vila do Touro em 1836, e de Sortelha e Vilar Maior em 1855, sendo todos integrados no grande concelho do Sabugal. Este município passou a ter 40 freguesias, com outras numerosas pequenas povoações e quintas. Os Paços de Concelho destas antigas Vilas foram então convertidos em escolas públicas, e as prisões fechadas, como foi o caso de Vilar Maior e Sortelha, mantendo-se, porém, os monumentos representativos da sua primitiva municipalidade – património classificado da nossa região.

Fonte: www.cm-sabugal.pt

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VILAR MAIOR - SABUGAL

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Vilar Maior, é uma Freguesia Portuguesa, pertencente ao Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda.
Vilar Maior, ficou-nos no coração, não só pela beleza desta aldeia típica de origens rurais, mas sobretudo pela simpatia das pessoas. Neste mundo globalizado, em que as pessoas contam muito pouco, felizmente que estas pessoas que vivem no interior não perderam as suas boas raízes ancestrais, e a genuinidade de serem boas pessoas, que mesmo tendo pouco ainda partilham com os outros. Aqui a solidariedade ainda é uma palavra com valor e significado. 

Chegados ao centro de Vilar Maior logo fomos bafejados pela simpatia de um habitante que ali logo na hora nos convidou a visitar o seu lagar, que por acaso até estava a fermentar vinho doce, e nos deu à prova vinho doce, vinho novo, e jeropiga, e como se isso não bastasse, ainda ofereceu alguns garrafões de vinho pelos companheiros interessados, seguido de uma agradável visita pelo rico e bonito centro histórico, num belo dia soalheiro e quente. 


Com tanta boa energia que nos acompanhava, ainda deu para apanhar com autorização, marmelos, uvas e maças, que abundam por todos os cantos, e as pessoas já nem ligam a tanta fartura que a natureza lhes ofereceu. Pena que as centenas de castanheiros ainda estavam verdes. No final da manhã dirigi-mo-nos para as autocaravanas a fim de almoçar, quando em conversa fomos abordados por duas simpáticas senhoras, que vendo que estava bastante calor, nos disponibilizaram o parque e o refeitório da Santa Casa da Misericórdia desta simpática terra chamada Vilar Maior. Com tão boas instalações, e  um ambiente fresquinho e agradável, e com o castelo ali tão perto, só poderia ser um belo banquete real. Um grande beijinho para as Senhoras da Santa Casa da Misericórdia de Vilar Maior de todos nós, Grupo AuToCaRaVaNiStA, pela inenarrável simpatia com que nos acolheram. Muito obrigado Vilar Maior, gostamos muito de vos visitar.


               HISTÓRIA:
A origem de Vilar Maior recua à Pré-História, sobretudo à Idade do Bronze, altura em que se terá instalado ali uma comunidade. Deste período, como atesta Marcos Osório, arqueólogo, num folheto informativo editado pela Câmara Municipal do Sabugal, já foram identificados vestígios cerâmicos e uma espada de cobre. Segundo o mesmo, na época romana o povoado ter-se-á desenvolvido sobretudo pela encosta sul. Durante o século XII, D. Afonso IX de Leão concede-lhe a primeira Carta de Povoamento. Mais tarde, em 1297, é integrada em território português pelo Tratado de Alcanizes. D. Dinis confirma o anterior foral e efectua obras de restauro na fortificação, construindo uma torre de menagem adossada à cidadela primitiva. Em 1510, D. Manuel atribui-lhe um novo foral, de forma a motivar o seu repovoamento. O concelho de Vilar Maior foi extinto em 1855, a par do de Sortelha.


Vilar Maior dispõe de um vasto património edificado, sendo que o castelo do século XIII é certamente a “imagem de marca” daquela localidade raiana. É na parte mais alta da aldeia que se encontram os monumentos mais importantes, das quais se destaca a Igreja Matriz, com um tecto em abóbada, toda construída em granito e dedicada a S. Pedro. O altar-mor é em talha dourada, vinda do convento de S. Francisco da Guarda. Em frente ao altar de Nossa Senhora do Castelo, imagem da roca, uma pia baptismal visigótica vinda das ruínas da Igreja de Santa Maria do Castelo. Do castelo, classificado como imóvel de interesse público, ainda são visíveis as três cinturas de muralhas, ainda que a segunda e terceira cintura tenham sido destruídas pelas guerras. A torre de menagem do castelo é uma das mais altas torres de Portugal.

São ainda pontos de interesse as sepulturas antropomórficas, as ruínas da já referida Igreja Românica de Santa Maria do Castelo, o Pelourinho, a prisão, os solares do condes de Tavarede e dos Quevedos Pessanha, várias capelas (como a Capela de S. Sebastião), o edifício do antigo forno comunitário. Além disso, o aglomerado encontra-se inserido numa região de «profunda riqueza natural», como descreve Marcos Osório. Localizada entre duas ribeiras, no ponto de confluência com o Côa, «possui uma qualidade paisagística excepcional». Este valor natural é complementado pela existência de uma mata de carvalhal negral classificada. Vilar Maior apresenta uma marcada presença judaica, sobretudo pelos sinais hebraicos, inscrições judaicas na igreja matriz e nas casas perto do Largo das Portas, e a sinagoga ostentando o seu imponente altar feito em pedra granítica alisada a cinzel, onde eram guardadas as Leis, ou Torá.
Fonte: Terras da Beira ed. 4 de Setembro de 2003

www.terrasdabeira.com

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VALE LONGO - PONTE MEDIEVAL DE SEQUEIROS - SABUGAL

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A Ponte de Sequeiros localiza-se na Freguesia do Vale Longo, Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda, Portugal.
A Ponte de Sequeiros é uma ponte medieval de estilo romano, com estrutura única e peculiar, porque existe no final da sua travessia, um arco de fecho que fazia a fronteira entre Espanha e Portugal, no tempo em que estes territórios do Sabugal pertenciam ao Reino de Espanha. O acesso a este local é bastante estreito, sem margem para cruzamento de 2 veículos, estrada sem saída, e com pouco espaço de estacionamento. Atualmente é uma ponte de uso meramente pedonal numa zona natural muito bonita, com um pequeno parque de merendas e com churrasqueira, embelezado pela passagem do rio Côa. Espaço sem edifícios na zona, e uma natureza ímpar.


                HISTÓRIA:

Trata-se de uma ponte fortificada por onde passa o rio Côa, no leito do seu rio por baixo da ponte existem grandes afloramentos graníticos, criando uma defesa natural em alturas de inverno em que o seu caudal se avoluma.
A construção provável desta ponte está situada por volta do século XIII. Provavelmente esta ponte seria uma passagem de fronteira antes da incorporação nas terras do Riba-Côa inclusa no Território Nacional pelo Tratado de Alcanizes.
Fonte: www.cm-sabugal.pt


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