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Oradour-sur-Glane é uma aldeia Francesa da Região do Limousin. O massacre e a destruição de Oradour-sur-Glane ocorreu em 10 de Junho de 1944. 642 habitantes homens, mulheres e crianças, foram mortos sem dó nem piedade pelas tropas Nazis, uma unidade da Divisão SS 2 "Das Reich".
Oradour-sur-Glane ficou batizada como a aldeia mártir.
Quem visita este memorial, não visita apenas ruínas de edifícios e destroços sem qualquer valor! Visita sobretudo uma parte importante da história da humanidade, cada casa, cada objecto, tem uma história, e quem conhece essa história, vive-a ali no momento em que olha ao seu redor e imagina, recria, e até vive esta história real de terror.
Monumento histórico desde 1946, as ruínas da aldeia mártir é visitado anualmente por 300.000 pessoas oriundas de todas as partes do mundo. Enquanto isto acontecia em França, o holocausto estava em marcha noutros Países como Áustria, Polónia, etc. Para que a memoria perdure, e sirvam de exemplo, ficam as imagens chocantes do holocausto nazí, na postagem e no slide anterior a este com a mesma etiqueta, "ORADOUR-SUR-GLANE". Para que a memória não se apague.
HISTÓRIA:
As tropas Nazis tinham ordens para atravessar o país para chegarem aos combates que estavam a ocorrer na Normandia. Ao longo do caminho, a unidade militar Alemã foi constantemente atacada por membros da Resistência Francesa. Na manhã de 10 de junho, dois civis franceses relataram aos oficiais Alemães que os habitantes de Oradour-sur-Glane estavam a comemorar a vitória dos Aliados e a colaborar com eles, e que tinham feito prisioneiro um Oficial Alemão.
Mais tarde, naquele 10 de junho de 1944, o 1 º Batalhão do Regimento de SS "Der Führer", comandada por Otto Dickmann SS-Sturmbannführer, cercaram a aldeia de Oradour-sur-Glane e ordenaram que todos os moradores se reunissem na praça pública perto do centro da aldeia. Todas as mulheres e crianças foram trancadas na igreja, enquanto os homens foram mortos a tiro e queimados, apenas cinco homens escaparam, e 197 morreram, mais tarde, as SS entraram na igreja e queimaram mulheres e crianças, os que tentavam fugir foram metralhados, apenas uma mulher sobreviveu, 240 mulheres e 205 crianças morreram. Um pequeno grupo de pessoas que fugiram antes da chegada das SS, também foram capturados nessa mesma noite.
Oradour-sur-Glane não foi a única chacina coletiva deste tipo cometidos por tropas alemãs, outros exemplos bem documentados que incluem as aldeias de Kortelisy da União Soviética (hoje na Ucrânia), Lídice da Tchecoslováquia (hoje República Checa), a aldeia holandesa de Putten, e povos de algumas terras italianas como por exemplo, Sant'Anna di Stazzema e Marzabotto. Além disso, as tropas alemãs executaram reféns (individualmente e em grupos) hipoteticamente pertencentes à resistência francesa.
A versão oficial do massacre deixa claro que a população desta aldeia era completamente inocente. Embora Limosin, região, fosse o centro do movimento de resistência comunista, os habitantes de Oradour-sur-Glane estavam completamente inocentes nesta guerra. Portanto, não há desculpa para que o exercito Alemão escolhesse Oradour- sur-Glane para a execução deste massacre. Uma das possíveis razões para o ataque é a semelhança do nome com a de Oradour-sur-Vayres, uma cidade vizinha que, essa sim, tinha uma notável actividade de resistência.
A criação do memorial:
Depois da guerra, decidiu-se deixar as ruínas como estavam, e reconstruir a nova cidade de Oradour a algumas centenas de metros de distância, para preservar a memória deste ato de destruição e chacina. Atualmente, cerca de 300 mil pessoas visitam o memorial todos os anos. Em 1992, o Conselho Geral de Haute-Vienne deu os primeiros passos para se estabelecer um memorial. Em 1994, iniciou-se um projeto internacional para projetar o sitio da aldeia mártir. Inaugurado em 1999, o Centro de Memória e Documentação, teve a presença do presidente Jacques Chirac. O memorial está localizado no terreno entre as ruínas da cidade velha e da nova localização da cidade nova. No interior, os visitantes fazem uma viagem através dos momentos mais sombrios da história de França: a ascensão do nazismo, a declaração de guerra, a França de Vichy e Oradour-sur-Glane, etc.
Desde o início do projeto, foi estabelecido que não deveriam ser adicionados ou removidos quais-queres objetos das ruínas, eles devem ficar como no dia do massacre, com excepção de algumas cinzas que foram movidos para o cemitério, e algumas peças mais pequenas e frágeis que foram para o museu. A única entrada para as ruínas da aldeia faz-se através do Centro de Memória, ao lado da nova cidade, passando pelo centro de recepção que tem um túnel que leva os visitantes para o outro lado da aldeia mártir. O edifício está parcialmente enterrado, na recepção, uma enorme fotografia mostra Hitler na frente de uma multidão, a fazer um discurso em Munique em 1936, o quadro reflete o tema do Centro de Memória: Hitler e os nazis, que foram culpados pela tragédia de Oradour-sur-Glane. O centro também tem uma biblioteca que oferece um grande número de livros e catálogos, cartas, jornais e revistas.
A preservação das ruínas começou no final de 1944, e em 1946 foi aprovada uma lei que garante que as ruínas permaneceriam como haviam sido encontrado depois do massacre. Em março de 1945, o general Charles de Gaulle, líder do governo provisório francês, visitou as ruínas e prestou homenagem às vítimas. A partir deste momento, Oradour-sur-Glane têm um lugar especial na memória coletiva dos franceses. No cemitério, existe uma coluna que contém as cinzas das vítimas não identificadas do massacre de 10 de junho de 1944. O monumento foi financiado por um dos sobreviventes que perderam toda a sua família no massacre. Originalmente, os restos mortais foram colocados numa cripta que foi construído pelo Estado, mas as famílias dos sobreviventes rejeitaram. Perto do pilar há dois urnas de vidro contendo ossos. Apenas os corpos de 52 das 642 vítimas foram identificadas, o resto foram oficialmente declarados desaparecidos ou dados como mortos.
No cemitério há placas de mármore preto montado na parede atrás da coluna, com os nomes e idades das 642 vítimas do massacre. Atrás da coluna há um número de placas individuais, memoriais, colocadas há anos por grupos de veteranos, sindicatos, associações e viúvas, cidades, partidos políticos, e membros do movimento de resistência francesa, também tem uma placa do Comitê Internacional do campo de concentração de Buchenwald, uma organização comunista formada pelos prisioneiros deste campo de concentração.
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