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SOALHÃES - MARCO DE CANAVESES


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Soalhães é uma freguesia Portuguesa, pertencente ao Município de Marco de Canaveses, Distrito do Porto. porque já foi sede de Concelho, possui algumas infraestruturas relacionadas com pergaminhos associadps, como a representação de um Pelourinho, ou mesmo da fabulosa Igreja Matriz, um monumento de estilo Românico, que no seu interior ostenta um valioso tesouro em talha dourada, os admiráveis painéis laterais trabalhados em madeira, ou mesmo na arte sacra presente. Um monumento único para admirar e contemplar.

HISTÓRIA:
Soalhães é uma Freguesia do Concelho de Marco de Canaveses com muitas tradições históricas, sendo também a maior Freguesia do concelho com cerca de 23,4 Km2.

Situada na margem direita do Rio Douro, estende-se desde a Serra da Aboboreira, que acompanha em grande extensão, até à ribeira do Juncal. Pela sua localização, seria fácil de prever um forte povoamento pré-histórico. Os dados arqueológicos confirmam-no. Entre os lugares de Quintela e Vinheiros, encontra-se o Castro de São Tiago, perto de duas elevações cónicas, uma das quais tem no topo uma pequena ermida daquela invocação, sendo um dos lugares a visitar e de onde se pode admirar uma paisagem magnífica e passar bons momentos de lazer.

No monte referido são ainda visíveis troços de três ordens de muralhas, formando o mesmo núcleo de anéis, e algumas habitações castrejas, das quais restam apenas várias pedras amontoadas. Do espólio reunido, regista-se um fragmento de asa de ânfora, pedaços de “Tégula” e um cossoiro.

Mas não fica por aqui o património arqueológico de Soalhães. Entre muitos dos vestígios que poderíamos analisar, nos lugares de Miras, Poço, Lavra, Eido, Pinhão (conforme estudos de João Belmiro da Silva), destacaremos a Gruta das Curiscadas, no lugar do mesmo nome, que foi alvo de diversas interpretações por parte da população local. Pensavam ser aquele sítio uma vala comum, dada a grande quantidade de ossadas ali encontradas, bem como outros achados pré-históricos, tais como duas facas de Sílex, dois machados de deorite, e pontas de flechas lascadas e polidas, (estes objectos encontram-se guardados no Museu Martins Sarmento em Guimarães) o que demonstra que povos da época terciária e quaternária já habitavam esta região, o que atesta claramente a antiguidade de Soalhães. É um espaço existente sob um penedo arredondado, o «Penedo de Cuba», com cerca de cinco metros quadrados. Uma gruta natural, ou fenda aproveitada para tumulação desde os tempos pré históricos, classificado como património cultural por decreto n.º 147 de 05/01/1951.

Se a arqueologia comprova o povoamento castrejo de Soalhães, a toponímia atesta a passagem dos godos por aqui. Assim acontece com o próprio nome da freguesia. Segundo Joseph Piel, Soalhães é significativo do antropónimo Sunila ou Soela, nome geográfico abundantemente documentado na Idade Média. O mesmo sucede com Telhe, cujo genitivo, Telli, é um nome pessoal de origem germânica. Ou Mirás, patronímico de um antropónimo da mesma origem.

Soalhães encontra-se documentada a partir de 857, como núcleo da futura freguesia: «Villa de Suylanes». Do ano de 875, é o primeiro diploma relativo ao seu Mosteiro, ao que parece – embora haja dúvidas – fundado por Sancho Ortiz.

Naquele, o tal «humilde et servo Dei Santom presbítero» doa à «baselice sancti Martini episcopi que est fundada in villa de Suylanes», casais, objectos e alfaias de culto.

Em meados do século XI, encontramos novas referências a um Mosteiro que estava então a ser disputado por elementos da estirpe dos gascos, sem grande sucesso. Foi D. Sancho II, antes de 1245, que o extinguiu e o converteu em simples Igreja Paroquial. As próprias Inquirições de 1258 referem-na apenas como tal.

Morgado de Soalhães, por sua vez, iria ser instituído em Maio de 1304 por D. João Martins, Bispo de Lisboa. Filho de Gonçalo Gonçalves de Portocarreiro, Arcebispo de Braga, nomeou para administrador daquele o seu filho Vasco Anes. Um morgado importantíssimo em rendas e honras, pois tinha um património que englobava Lisboa, Porto, Coimbra e Viseu.

Por carta de Julho de 1373, o Rei D. Fernando doou a Gonçalo Mendes de Vasconcelos a terra de Soalhães, concedendo-lhe sobre ela toda a jurisdição. Foi ele, assim o podemos considerar, o primeiro senhor de Soalhães.

Julgado ou Concelho de Soalhães já existia no século XIII. Abrangia as seguintes povoações: Folhada, Fornos, Mesquinhata, Soalhães, Tabuado e Várzea de Ovelha (Aliviada). O concelho recebeu foral de D. Manuel I, em Lisboa, em 15 de Julho de 1514. Iria ser extinto em 30 de Novembro de 1852 por motivos administrativos, ligados à força que então deteve o actual Concelho de Marco de Canaveses.

Símbolo do extinto Concelho é o pelourinho, monumento nacional por decreto n.º 38147 de 05/01/1951 pelo valor histórico e artístico que ostenta. Igual importância, ou talvez mais, tem a Igreja Matriz, originalmente românica, monumento nacional por decreto n.º 129 de 29/09/1977, despacho da SEC de 26/03/1990. Apesar dos restauros que sofreu, ainda apresenta algumas características desse período, como a porta principal, com duas ordens de colunas de cada lado e três arquivoltas quebradas. Os capitéis estão decorados com elementos vegetais e são protogóticos.

Ao lado da fachada, ergue-se uma robusta torre, medieval mas muito desfigurada. No interior do templo destacam-se os 91 caixotões do tecto e os azulejos setecentistas das paredes das naves. O azul dos azulejos e o dourado da talha tornam este monumento uma obra riquíssima, não pela sua grandiosidade, mas pelo cuidado dos pormenores. “O tecto da nave é todo coberto de painéis pintados separados por belas molduras de talha, o mesmo acontecendo nas paredes da mesma quadra. Tudo o resto é azulejo azul, que contorna as molduras, as portas de todos os acidentes arquitectónicos”. (Azularia em Portugal no século XVIII).

Do lado direito de quem entra, ocupando quase totalmente a parede, emerge um painel alusivo a Moisés e à rocha da qual brotou água para manter a sede ao povo no deserto: «E o Senhor disse a Moisés: “Passa diante do povo e toma contigo alguns anciãos de Israel, e toma também em tua mão a tua vara, com que golpeaste o Nilo, e vai. Eis que eu estarei diante de ti, lá sobre a rocha de Horeb, golpearás a rocha e dela jorrará a água para que o povo beba”. E Moisés fez assim na presença dos anciãos de Israel. E pôs àquele lugar o nome Massa e Meriba» (Ex 17, 5-7 A). O painel destaca-se pela grandiosidade da sua área e pelo gosto estético das suas imagens. Apresenta 20x48 azulejos, somente interrompidos por um púlpito entalhado e por dois nichos: um com imagem representando as santas mães, outro representando Nossa Senhora do Rosário, colocadas, ambas em pedestais ornamentados por azulejo de figuras avulsas (restauro efectuado em 1992).

Do lado esquerdo, ocupando quase toda a parede, três painéis a evocarem passagens bíblicas. No primeiro, a de Moisés e a serpente de bronze no deserto: «O Senhor disse a Moisés: “Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre uma haste e todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado”» (Num 21, 8-9). No segundo, Jesus e a samaritana sentados junto do poço de Jacob: «Existia ali um poço de Jacob... Veio uma mulher samaritana, para tirar água. Diz-lhe Jesus: “Dá-me de beber”» (Jo 4, 6-8). No terceiro, Jesus fala aos seus discípulos.

As molduras são de cabeceiras lisas, separadas por emolduramentos de pilastras e centradas por grinaldas, seguras por medalhões. (Azulejaria em Portugal no século XVIII).

Ainda deste lado, um outro painel representa Melquisedec: «E Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho, pois era sacerdote do Deus Altíssimo e abençoou Abraão dizendo: “Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo, Senhor do Céu e da terra. Bendito seja Deus Altíssimo que pôs os teus inimigos em tuas mãos.” E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo.» (Gen 14, 18-19).

Na capela lateral, denominada Capela das Almas, do lado esquerdo, com 22 azulejos de alto, representa-se S. Miguel a salvar as almas do Purgatório. A moldura apresenta pilastras e medalhões a que os anjos servem de suporte. No lado direito está representado S. Miguel a lutar com o diabo, enquanto as almas sobem ao céu.

Pelourinho de Soalhães
Na sacristia, por seu turno, existe um conjunto de azulejos de figura avulsa, com cantos de estrelas e motivos diversos: barcos, flores, aves, figuras humanas, entre outras representações. E ladeando um pequeno retábulo de altar, encontram-se dois anjos azuis talvez provenientes de outro lado. A partir da análise destes azulejos coloca-se a hipótese do seu autor Policarpo de Oliveira Bernardes, discípulo de Francisco Ferreira de Araújo e filho de António de Oliveira Bernardes, mestres da escola de Coimbra. A sua obra é essencialmente constituída por painéis figurativos de enquadramentos rectilíneos simples, de grande qualidade quanto à composição e configuração das suas figuras.

É de facto, um monumento de imprescindível visita.

Actualmente, Soalhães é a Segunda Freguesia mais populosa do Concelho. Um presente que bem honra o seu passado.

Soalhães, tem como limites a nordeste e leste o concelho de Baião, a sul Paredes de Viadores, a noroeste Tabuado, a poente Manhuncelos, Freixo e Rio de Galinhas.

Os pontos mais altos desta freguesia são a Aboboreira com 793 metros de altitude, a Abogalheira com 962 metros junto ao marco geodésico, a Rua de Eiró com 436 metros.

Esta Freguesia detém bons e bonitos edifícios, agora grandemente modificados. Um dos solares mais importantes desta região, situa-se nesta freguesia «a Casa de Quintã». Construído segundo estilo de D. João V, foi acabado no ano de 1742. É o primeiro edifício do concelho e um dos primeiros de todo o distrito pela sua grandeza. Arquitectura e magnificência tanto no exterior como no interior. Está edificado em quadrado com um artístico chafariz no claustro interno.

Soalhães tem como patrono “ S. Martinho”, Bispo de Tours.

Tem brasão próprio composto por escudo de verde, uma mitra episcopal de prata, forrada e guarnecida de vermelho e dois ramos de três espigas de ouro, folhadas do mesmo, tudo em roquete. O próprio conceito de antiga Vila, é mencionado na coroa mural de quatro torres que por esta razão é atribuída à Freguesia. Listel branco com a legenda a negro ”SOALHÃES”.
Fonte: www.jf-soalhaes.pt

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MARCO DE CANAVESES - PORTO


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Marco de Canaveses é uma cidade do Norte de Portugal, pertencente ao Distrito do Porto.
Numa incursão pelo Marco, por altura dos Fins de Semana Gastronómicos, que o Turismo do Norte, promove um pouco por todas as cidades do Grande Porto, viemos com intenção de degustar o famoso anho assado no forno, e como sobremesa as não menos famosas Fatias do Freixo, que são uma especie de pão de ló cremoso com doce de ovos, com uma ligeira cobertura de açúcar mascavado por cima. 


Um doce muito guloso e agradável ao palato.
Experimentamos vários tipos de gastronomia, por terras do Marco, começando pelo Gourmet, passando pelo Tradicional, e acabando com um tipico low-cost Regional.

Todos bons, embora uns melhores que os outros, também no preço. Destacamos aqui bem no centro do Marco de canaveses, o Restaurante Cancela Velha, que alia o tradicional ao moderno, num ambiente de requinte e conforto. Restaurante implantado num edifício antigo mas renovado, e brazonado, com pergaminhos na boa cozinha da Região.

Possui uma boa garrafeira, com um vinho da casa, 14º, com marca própria "Cancela Velha". Um Reserva tinto de 2013, com notas de ter estagiado em pipas de madeira. A gastronomia no geral estava no ponto, o que levou a delegação da CPF - Portugal, uma secção da Confraria da Panela de Ferro, a certificar no final o restaurante "CANCELA VELHA" com certificado de Excelencia. Restaurante Recomendado, onde se poderá ver toda a reportagem na página da CPF - Portugal, (Ver Distrito do Porto) "CLICK AQUI:"



              HISTÓRIA:


O topónimo principal "Marco de Canaveses" é composto por dois elementos, sendo que o segundo será certamente uma alusão à cultura do cânhamo, outrora abundante nesta região. O primeiro elemento do topónimo, "Marco" derivaria de uma marca de pedra, divisória das freguesias de Fornos, S. Nicolau e Tuias. Uma outra explicação para o topónimo tem origem numa lenda. Conta-se, que a rainha D. Mafalda teria passado pelas obras da ponte que mandara construir, e cheia de sede, pediu água aos pedreiros. 

Como o acesso ao rio era muito difícil, um deles ofereceu uma cana para que a rainha bebesse directamente do rio. A rainha, ao devolve-la terá dito "Guardai-a porque a cana é boa às vezes".
Foto de vista parcial de Tongobriga. O povoamento do território a que corresponde o actual concelho de Marco de Canaveses remonta a épocas bastante recuadas, tendo sido encontrados importantes vestígios do período neolítico, nomeadamente alguns monumentos funerários. Do tempo da ocupação romana, chegaram até aos nossos dias os vestígios de Tongóbriga, uma povoação romana de que restam as termas, o fórum, zonas habitacionais e uma necrópole.

A história do concelho passa pela história da velha vila de Canaveses. Mendo Gil foi o seu primeiro administrador conhecido. Durante os anos de 1255 a 1384, o senhorio pertenceu a D. Gonçalo Garcia e seus descendentes. Em 1384, D. João I deu-o a João Rodrigues Pereira, parente de Nuno Álvares. Já no reinado de D. João II era posse da coroa, sendo um meirinho nomeado pelo rei que administrava e nomeava os juizes, procuradores e tabeliões. 




No século XIX, foi integrada no concelho de Soalhães e em meados do mesmo século, no de Marco.


O concelho de Marco de Canaveses foi criado em 1852 por decreto de D. Maria II, por anexação dos concelhos de Benviver, Canaveses, Soalhães, Portocarreiro, parte dos de Gouveia e Santa Cruz de Riba Tâmega. A vila foi elevada a cidade em 1993.

Fonte: www.cm-marco-canaveses.pt

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TONGOBRIGA - MARCO DE CANAVESES - PORTO




Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Tongobriga é uma cidade Romana, inserida na área arqueológica do Freixo, na cidade Portuguesa de Marco de Canaveses, Distrito do Porto. Existe ainda uma grande área por explorar desta vasta área de origem Romana. Na zona, para além da pequena aldeia tradicional que lhe está associada, tem ainda um espaço moderno de restauração, com menú gourmet de grande qualidade, que desde já recomendamos, pelo bom gosto na apresentação, na degustação da gastronomia, incluindo uma boa escolha dos vinhos da região. Uma boa experiencia com nome "Sabores da Avó Deolinda".



            HISTÓRIA:
A urbe Tongobriga começou a ser escavada em Agosto de 1980, num sítio chamado "capela dos mouros", designação dada pela população local à pequena parte então visível das ruínas romanas. A estrutura castrejo-romana criada em Tongobriga, possivelmente pelo imperador Augusto, amadureceu política, administrativa e economicamente, resultando daí a instalação de uma cidade. A escavação permite dizer que no final do séc. I, início do séc. II, surge Tongobriga como organismo sócio-económico. 



Podemos pensar que surgiu também nessa época como centro estruturado do poder, civitas, com preponderância sobre a região envolvente.

A construção das termas no final do séc. I, do forum na 1ª metade do séc. II, e demais edifícios públicos identificados, corresponde ao objectivo de dotar este centro urbano de equipamentos colectivos que, pela sua monumentalidade e "riqueza" arquitectónica, impusessem Tongobriga como centro de atracção e decisão.


Esta cidade, cujo auge identificamos na 2ª metade do séc. II, integrava certamente uma política de ordenamento da Tarraconense, particularmente para o Noroeste Peninsular e Norte da Meseta. Tongobriga ocupava cerca de 30 hectares, englobando também o espaço da necrópole. Em comparação com outras cidades romanas, podemos considerá-la de médias dimensões. As áreas habitacionais ocupam cerca de 5 a 7 ha, o que indicia uma população de cerca de 2000 a 2500 pessoas.



No territorium de Tongobriga, marcado pela serra do Marão e pelos rios Tâmega e Douro, são abundantes os vestígios arqueológicos romanos, dos quais identificámos 125 sítios, o que comprova a intensa ocupação desta região, favorecida pela circulação que as vias proporcionavam e pela navegabilidade dos rios Douro e Tâmega.




No séc.V, Tongobriga está documentada como paróquia Sueva, após o que se perde no tempo. Hoje, é uma pequena aldeia, estrutura residual organizada em volta da Igreja Paroquial que poderá estar sobre a primitiva igreja cristã.
Actualmente, estão classificados como Monumento Nacional cerca de 50 hectares, espaço designado por Área Arqueológica de Freixo. O IPPAR, a que o Monumento está afecto, criou aqui um Gabinete responsável pela sua investigação, conservação, gestão e divulgação.
Fonte; cm-marco-canaveses.pt



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ALPALHÃO - NISA - PORTALEGRE


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Alpalhão é uma típica Vila Portuguesa Alentejana, que já foi Município, (ver história) agora pertencente ao Concelho de Nisa, Distrito de Portalegre. Uma pequena Vila que já teve edificado um Castelo no centro da Vila, e que agora está reduzido a umas poucas pedras, da qual penso que ainda resiste uma torre sineira que pertenceria ao interior da muralha. Ainda se pode ver a sinalética da rua do Castelo, com um portão que fecha uma rua estreita que vai de encontro à dita torre da igreja. O antigo edifício da Câmara Municipal ainda exibe as insígnias, mas com a indicação de "Antiga".


             HISTÓRIA:
Não se sabe bem quem foram os fundadores da vila. Fraxinum ou Fraginum, que se julga ter sido a origem da actual vila de Alpalhão, é uma povoação antiquíssima, já existente no tempo dos Romanos. Esta povoação situar-se-ia no chamado Monte dos Sete, sensivelmente 2 km a norte da actual vila. Não se sabe, igualmente, qual a razão da mudança de local.
A romanização da Península Ibérica contribuiu para que Fraxinum evoluísse e se tornasse numa estação importante. Uma das três estradas que ligava Lisboa a Mérida (então capital da Lusitânia), passava por Fraxinum, segundo o itinerário de Antonino. A queda do Império Romano e a invasão da Península pelos Mouros terá alterado a sua etimologia para Alpalhandro.

O prefixo «Al» é uma reminiscência do domínio árabe, existente no nome de muitas povoações portuguesas, especialmente a sul do Tejo.
D. Afonso Henriques, após a independência do condado Portucalense em 1143, inicia a reconquista do Alentejo e Algarve e, em 1160, concede o 1º Foral a Alpalhão que, por ser uma região pouco povoada e fronteiriça, concedia facilidades e garantia de defesa aos indivíduos que nela se fixassem.

Em 1198 já se nota nova evolução etimológica de Alpalhandro para Alpalantri visivel no já existente Mosteiro «Monasterium Alpalantri». Esta evolução talvez surja da necessidade de eliminar lentamente os vestígios da civilização árabe. Esse Mosteiro era uma espécie de quartel ou posto militar pois era necessário consolidar as posições militares sobretudo por duas razões: 1 - era região fronteiriça (a sul dominavam os árabes, a norte os cristãos); 2 - esta povoação localizava-se num ponto estratégico porque passava ali a velha estrada romana que ligava Lisboa a Mérida funcionando como guarda avançada da acção militar e de atalaia.

Em 1215 surge já o termo Alpalham numa concordata celebrada entre o Bispo da Guarda e os Comendadores dos Templários.
Em 1286, o rei D. Afonso III, o Bolhonês, confirma o Foral concedido por D. Afonso Henriques.
Em 1300, no reinado de D. Dinis foi erguido o Castelo de Alpalhão (para mais informações sobre o Castelo consultar o menu Locais e o sub-menu Monumentos) provavelmente no local onde existira o Mosteiro de Alpalantri aproveitando assim algumas instalações existentes.

A 13 de Outubro de 1512, D. Manuel I concede novo Foral a Alpalham.
Em 1762 era Vila na Correição de Portalegre.
Em 1821 era Concelho na divisão eleitoral e Comarca de Portalegre, com uma só freguesia (Sr.ª da Graça).
Em 1835 era Concelho no Julgado de Nisa, Beira-Baixa.
Em 1842 era Concelho no Distrito Administrativo de Portalegre, Alentejo, com três freguesias: Alpalhão, Gáfete e Tolosa.


O Concelho de Alpalhão é extinto em 31 de Dezembro de 1853, por Decreto de 3 de Agosto de 1853 e é publicado no Diário do Governo n.º 244 de 17/10/1853, passando para o Concelho de Nisa.
"Ministério dos Negócios do Reino (Decreto de 3-8-1853)
Atendendo ao que me foi representado acerca do Concelho de Alpalhão, o qual por falta de elementos necessários para a sua regular administração, e por outras circunstâncias igualmente atendíveis, não poderia continuar a existir como Concelho separado sem incómodo dos seus próprios moradores, e prejuízo do serviço público; em vista da Consulta da Junta Geral do Distrito de Portalegre de 18 de Março do corrente ano, e conformando-Me com a informação proposta do respectivo Governador Civil em Concelho de Distrito:

Usando da faculdade concedida ao Governo pela Carta de Lei de vinte e nove de Maio de mil oitocentos quarenta e três, decretar o seguinte:

Artigo 1º - É suprimido o Concelho de Alpalhão, no Distrito Administrativo de Portalegre.

Artigo 2º - Das três freguesias, que constituem o referido Concelho, são incorporadas, no Concelho de Nisa, a de Nossa Senhora da Graça de Alpalhão e a de Nossa Senhora da Encarnação de Tolosa; e no Concelho de Crato, a de S. João Baptista de Gáfete.



O Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino assim o tenha entendido, e faça executar.
Paço de Mafra em 3 de Agosto de 1853 = Rainha
Rodrigo da Fonseca Magalhães"
Memória transcrita do Diário do Governo

Qualquer que fosse a causa da extinção do Concelho, a população de Alpalhão nunca aceitou de bom grado a sua anexação no concelho de Nisa. O inconformismo e o descontentamento da população contribui para que decorridos 42 anos (Decreto de 26 de Setembro de 1895), as freguesias de Alpalhão e Tolosa, fossem integradas no concelho de Crato.
Anexação da Freguesia ao Concelho do Crato
"Direcção Geral da Administração Política e Civil
Artigo 2º - Ao Concelho de Campo Maior é anexada a freguesia de Degolados, que actualmente pertence ao Concelho de Arronches, e ao Concelho do Crato são anexadas as freguesias de Alpalhão e Tolosa, do Concelho de Nisa.

Paço, em 26 de Setembro de 1895"

Memória transcrita do Diário do Governo

Três anos mais tarde, em 1898, por Decreto de 18 de Janeiro, ambas as freguesias são reintegradas no concelho de Nisa.
Regresso de Alpalhão ao Concelho de Nisa
"Ao Concelho de Nisa ficam pertencendo as freguesias de Alpalhão e Tolosa.
Paço em 13 de Janeiro de 1898
José Luciano de Castro"
Diário do Governo n.º 11 de 15 de Janeiro de 1898


              Em resumo:

Alpalhão foi Concelho desde D. Afonso Henriques, em 1160, até 1853. Deixou de ser Concelho no reinado de D. Maria II, em 3-8-1853 passando a fazer parte do Concelho de Nisa até 26-9-1895. Fez parte do Concelho do Crato desde essa data até 13-1-1898 quando voltou a ser integrada no Concelho de Nisa.

Fontes consultadas:
Canatário, Jerónimo M., AL PALH'AM - História e Património
Subtil, Carlos Emídio Lopes, Memórias de Alpalhão

Fonte: www.alpalhaoonline.no.sapo.pt

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VARZEA DA SERRA - MONTE DE SANTA HELENA - TAROUCA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


O Monte de Santa Helena, fica situado na Freguesia de Várzea da Serra, pertencente ao Município de Tarouca, Distrito de Viseu. Subindo por estrada estreita (autocaravana) alcançamos o cimo da também denominada Serra de Santa Helena, para desfrutar de uma vista bastante abrangente de uma vastíssima área do Território Tarouquense. No cimo do monte, que tem área de lazer, existe uma Capela, e uma Lapa que supostamente serviu de habitação a uma única habitante daquela serra, de nome Carolina, uma espécie de ermita, que viveu e morreu naquele local belo mas isolado, local onde o seu corpo foi sepultado.
Descendo a serra, e explorando um pouco a aldeia de Várzea da Serra, que já foi Município, destacamos a sua granítica Igreja Matriz, o Pelourinho, as Capelas, a fonte granítica de 2 bicas, etc.




          HISTÓRIA

Se a vontade férrea dos homens e mulheres de outros tempos nos legaram um vastíssimo património histórico-cultural e arquitectónico, também a natureza foi pródiga em dotar Tarouca de um património natural ímpar.
O Concelho de Tarouca, devido ao seu relevo montanhoso, possui inúmeros recantos de onde é possível desfrutar das belíssimas paisagens que compõem o cenário da região.
No monte de Santa Helena, local de passagem obrigatória, o visitante poderá usufruir de uma visão surpreendente sobre todo o vale e serranias. Aqui, num ambiente bucólico, os visitantes encontram um parque de merendas onde vale a pena gozar alguns momentos de repouso. É também possível a prática de parapente, escalada e outros desportos radicais.
Situada na ponta sudoeste do concelho, para lá do alto da serra de Santa Helena, numa extensa várzea, dista cerca de dez quilómetros da vila de Tarouca.


Considerada por antonomásia a povoação serrana do concelho, está rodeada de cumes que atingem mais de mil metros de altitude, que a abrigam das investidas dos ventos. Elevado planalto, cai, a nordeste e noroeste, para o rio Barosa e seu afluente, antigamente denominado Barosela. É no território da freguesia de Várzea da Serra que nascem estes dois rios: descem, em direcção oposta — norte e sul —, cercando a serra de Santa Helena, apertam-na nos seus flancos, como duas grandes antenas, e correm, fertilizando campos, movendo moinhos, em quase todas as freguesias do concelho, até se fundirem um no outro, perto de Mondim, e assim seguirem até desaguar no rio Douro.



Descrevendo a freguesia da Várzea da Serra, A. de Almeida Fernandes, na sua obra “As Dez Freguesias do Concelho de Tarouca”, refere que “a sua morfologia é realmente a de uma “várzea” orientada de poente para nascente (com a povoação no extremo ocidental), a coberto das fracas elevações do monoclinal que do vale de Tarouca figura de serra e por isso serra se chama — a Serra de Santa Helena. Essa extensão é ravinada por numerosas linhas de água, sendo as maiores os cursos iniciais dos dois rios principais do concelho de Tarouca, os quais aqui nascem”.



A fundação de Várzea da Serra deve datar dos princípios da Nacionalidade. Talvez os seus primeiros habitantes fossem colonos do Minho, que aqui se vieram estabelecer, como a outros lugares do concelho. E as casas mais antigas bem se assemelham, como em nenhuma outra freguesia, às construções minhotas, como se um fragmento dos povoados do Norte fosse transplantado para aqui.
No princípio do século XIII já era vila. Foi seu donatário o conde de Barcelos, D. Pedro, filho bastardo de D. Dinis.




Foi uma das dez terras rurais de Portugal privilegiadas com o foro de beetria (anexa à de Britiande), que, na alta Idade Média, lhe conferia o direito de eleger e tomar livremente os regedores que mais lhe conviessem para a sua defesa e bem-estar, podendo ainda destituí-los quando faltassem aos deveres que lhes incumbiam como tal ou quando traíssem a Pátria.
As beetrias são uma herança de Castela, como os municípios são uma herança de Roma. As beetrias portuguesas, porém, eram de mais restritos privilégios. 




Enquanto que em Espanha os povos que gozavam deste privilégio escolhiam e destituiam o senhor ad nutum (sem condicionalismos), em Portugal deviam escolhê-lo da corte e ficava esta escolha dependente da aprovação real. E só os destituiam nos casos anteriormente apontados. Foi por isso que estas instituições, muito mais democráticas do que as concelhias, tiveram uma existência mais tranquila do que no reino vizinho.


Ainda assim, no século XVI, Várzea da Serra e algumas das outras vilas com os mesmos privilégios (Amarante, Mesão Frio, Britiande, Vila Marim, Cidadelha, Canaveses, Paços de Gaiolo, Louredo, Galegos, Santo Isidro e Campo Benfeito) sustentaram um célebre pleito que correu perante o juízo da Coroa. Este pleito não chegou a ter despacho final, porque D. João III ordenou antes o sequestro de Várzea da Serra e a incorporou na Coroa. Assim terminava ingloriamente o bravo gesto desta vila, lutando, contra o próprio soberano, em defesa do seu privilégio medieval.

Anos volvidos, no século XVIII, teve esta povoação de sustentar nova luta e outra vez contra senhores poderosos: a questão era agora com os limítrofes — Tarouca, Mezio (concelho de Castro Daire), Lalim e Lazarim (Lamego) e o couto da Ermida.
Extinta a sua beetria, sem senhor a defender esta vila, levantaram-se em volta ambições a cobiçar-lhe os montados, que são ainda hoje factor importante da sua riqueza. Várzea da Serra apareceu na arena, mas agora só, contra inimigos poderosos, e venceu.


A 10 de Maio de 1678 veio à freguesia o corregedor de Lamego com a sua numerosa alçada, estudou a questão e, por fim, resolveu-a com honra para esta vila, empossando-a nos seus montados, e assinalou-lhes limites como providência a evitar futuras extorsões.
Várzea da Serra foi concelho, extinto no ano de 1834. Desde 1898 que faz parte do concelho de Tarouca.
Do património monumental da actual freguesia constam o pelourinho e a casa da cadeia, lembrando a existência do antigo concelho; as ruínas da antiga igreja matriz; a nova igreja paroquial; antigas minas de estanho, onde actualmente se extrai scheelite; as interessantes casas de granito com beirais em granitos e, algumas, cobertas de colmo.


Fonte: jf-varzeadaserra.pt



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