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VILA NOVA DE PAIVA - VISEU


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:


Vila Nova de Paiva é uma Vila Portuguesa pertencente ao Distrito de Viseu, inserida na região de Dão e Lafões. Até 1883 chamou-se Fráguas, tendo a partir daí, adquirido o actual nome de Vila Nova de Paiva. Tem na sua Igreja matriz, o seu Ex-libris, digna de ser visto o seu espólio interior, um verdadeiro tesouro de arte  sacra. Para saber mais sobre a história de "Fráguas" Vila Nova de Paiva, socorre-mo-nos do site da Câmara Municipal, a quem atribuímos os respetivos créditos www.cm-vnpaiva.pt/



A primitiva ocupação humana de Vila Nova de Paiva é sete vezes milenar. Datam dessa era cerca de uma centena de túmulos monumentais– as antas ou dólmenes –, localmente conhecidas por orcas, que integram a tipologia de edifícios funerários comuns à fachada atlântica da Europa designados por megálitos.O primeiro ciclo construtivo – o dos dólmenes simples –, corresponde à fixação das primeiras comunidades de pastores e agricultores neolíticos. Apresentam câmaras funerárias de reduzidas dimensões, sem entrada. 




A título de exemplo indicamos, em Vila Nova de Paiva, a Orca da Corga dos Moços, a Orquinha dos Juncais, o monumento de Rapadouro 4 e também a Orca do Aboleiro, em Alhais.De 4000 a. C. a 3700 a. C. as construções funerárias colectivas adquirem maior dimensão e complexidade. Constroem-se então dólmenes abertos, de diferente tipologia, de corredor, de vestíbulo, entre outros. Constituem exemplo desta fase as orcas de Juncais, do Tanque (Queiriga), de Pendilhe, de Picoto do Vasco (Pendilhe) e Castonairas (Fráguas). Estas edificações por vezes evidenciam vestígios de arte, gravuras e pinturas (apreciáveis na Orca de Juncais, Monumento Nacional). A partir de meados do IV milénio a. C. e durante o milénio seguinte, regista-se a reutilização dos dólmenes de grandes dimensões, a par da construção de novos túmulos: as cistas, pequenas sepulturas (pelas dimensões seriam individuais), de pouco destaque na paisagem. O ritual muda e começa-se a procurar outras formas de marcar a paisagem. Dos novos sepulcros deste período existem, entre mais, os monumentos de Travessas da Orca, em Pendilhe, e de Lenteiros, em Touro).



Esta tendência, da construção de sepulcros individuais de menos visibilidade – se comparados com os monumentos de cronologias mais recuadas –, continua a verificar-se durante a Idade do Bronze (cerca de 2000/1800 a. C. a 800 a. C.). Este período é marcado por uma crescente hierarquização social a par com o desenvolvimento da metalurgia. A sua fase final, entre 1200 a. C. e 800 a. C., é caracterizada por uma intensificação dos intercâmbios comerciais e culturais supra-regionais no Ocidente europeu, do qual o Noroeste peninsular foi um dos eixos.





Em Vila Nova de Paiva conhece-se um povoado deste período (que terá sido ocupado aproximadamente entre 950 a. C. e 800 a. C.) Os primeiros resultados de investigação nesse sítio e território envolvente apontam para a existência de comunidades relativamente pequenas que ocupariam locais destacados na paisagem, coexistindo, eventualmente, com pequenos aglomerados populacionais dispersos (casais). Dependiam de uma economia rural, onde o cultivo de cereais e leguminosas seria preponderante, a juntar à criação de gado. Os dados apontam para um fraco envolvimento dessas comunidades nas redes de trocas supra-regionais que se desenvolviam por toda a região atlântica, em parte devido ao isolamento relativamente às grandes vias de comunicação.




O período seguinte, a Idade do Ferro, caracteriza-se genericamente pela difusão deste metal em detrimento do bronze, e pelo uso da roda de oleiro. Os povoados, fortificados, implantam-se em zonas estratégicas fautoras de condições naturais de defesa e abastecimento. Ocorreu nessas condições a ocupação, a partir de 700 a. C., do Castro de Vila Cova-à-Coelheira, num esporão da margem do rio Côvo. Entre o espólio exumado destacam-se moinhos manuais e pesos provavelmente de tear. Da Idade do Ferro poderá ser ainda o santuário rupestre do Outeiro das Medidas (Fráguas)..

Da Romanização às Invasões Bárbaras,



No século I d. C. o Alto Paiva, pacificado pelos Romanos, incluía-se na província da Lusitânia. Nesse período ocorre a integração do território no Império e dá-se um complexo processo de aculturação. O concelho de Vila Nova de Paiva deveria corresponder aos limites entre as civitates (centros urbanos e seu território) de Lamego e de Viseu, pólos de irradiação da cultura dominante. A inscrição monumental de Cavalinho (Alhais) – FINIS – testemunha a importância que terá assumido a demarcação territorial, indicando que aí existiria uma fronteira entre povos.

A malha organizativa de época romana deixava um grande espaço ao mundo rural, pois a área de influência dos centros urbanos estaria limitada pela distância. A estas terras chegariam apenas ecos da presença romanizadora, imperando um modo de vida agro-pastoril, de auto-subsistência. Vila Nova de Paiva seria atravessada por caminhos que corresponderiam a vias secundárias de cronologia antiga e medieval. Estas serviriam a população local, permitindo ligações regionais, e também transregionais. São dois os eixos fundamentais que se desenham na topografia – corredores naturais que cruzam a região sensivelmente nas direcções dos quatro pontos cardeais. No eixo Sul-Norte teríamos uma via a ligar Viseu e Lamego, passando junto a Fráguas e Adomingueiros (Touro). Cruzando esta por alturas de Vila Cova-à-Coelheira, encontra-se o eixo Oeste-Este que, vindo de Castro Daire, demandaria o poente através do vale do Paiva.
A proximidade de linhas de água e da rede viária terão constituído factores determinantes do estabelecimento dos locais de exploração agropastoril – pequenas quintas, casais, e também espaços vocacionados para a assistência aos viandantes, à beira dos caminhos. Regista-se ainda mineração de ouro e estanho em Queiriga e forjas em Fráguas. As populações terão adoptado certo número de novidades introduzidas pelos latinos, designadamente ao nível dos materiais de construção, como a telha, e outros reveladores de algum requinte, no caso da utilização de cerâmica de mesa importada, a sigillata.
Em suma, a Época Romana foi um período de integração das populações do concelho de Vila Nova de Paiva numa rede mais vasta de intercâmbio cultural e económico.
A escalada da instabilidade do poder imperial precipitará as Invasões Bárbaras que se estenderão à Península Ibérica no século V. O Norte de Portugal foi ocupado pelos Suevos, e na centúria seguinte pelos Visigodos. Apesar da aproximação de interesses entre germanos e a elite hispano-romana, resultou afinal um novo quadro ao nível da administração e fiscalidade, de feição ruralizante e permeável à invasão Muçulmana em Setecentos.
O estudo das terras do Alto Paiva dos séculos V a XII está condicionado pela irregularidade ou ausência de fontes, particularmente para o período entre os séculos V e VIII. Os documentos escritos aparecem só escassamente a partir dos finais do século X, e os dados arqueológicos, sobretudo de natureza funerária, não permitem apurar a cronologia fina, ao passo que as contribuições da toponímia levantam ainda muitas dúvidas.

Dos Muçulmanos à Reconquista Cristã:

A reocupação de povoados fortificados, de origem proto-histórica, e os novos encastelamentos, foram uma reacção generalizada de defesa das populações entre os séculos VIII e X. O núcleo habitacional medievo em redor da muralha pétrea do Castro de Vila Cova-à-Coelheira corresponderá à estratégia de aproveitamento das características de invisibilidade oferecidas pela orografia local.
Malgrado Viseu e Lamego se assumirem como cidades estratégicas de acesso a Galiza e a Leão, tendo sido intermitentemente conquistadas por Muçulmanos, sobretudo entre os séculos X-XI, o Alto Paiva terá passado marginalmente ao domínio islâmico efectivo, mais identificado com o modo de vida mediterrânico, sustentáculo da sua vocação urbana e comercial. O avanço cristão, liderado por Fernando I, recuperaria em 1057 aquelas capitais beirãs, e em 1064 Coimbra. À maneira dos seus predecessores, o rei leonês estimulou a presúria, participada então pelos infanções e pequena nobreza local. No Alto Paiva, as famílias de Ribadouro e Garcia Rodrigues (do couto de Leomil) foram os principais agentes senhorializadores da região, em prejuízo do processo municipalista, primeiro sob vassalagem dos monarcas leoneses, depois fidelizando-se à realeza lusa.
Apesar de os assentamentos populacionais estarem testemunhados na documentação escrita somente a partir do século XII, tal não invalida a sua existência anterior. Em abono dessa proposição, é possível que a pressão produtiva associada, desde o século X, à estabilização do povoamento e apropriação feudalizante de espaços anteriormente livres de obrigações tenha estado na origem da exploração de energia hidráulica, podendo conjecturar-se sobre uma tradição medieval do uso de moinhos no Concelho. Equacionáveis com a ocupação do território durante a primeira fase da Reconquista existem importantes vestígios funerários, que prevalecem na forma de sepulturas escavadas na rocha. Dois sítios de grande relevo são a necrópole rupestre de Carvalhais (V. N. de Paiva), com os seus doze sepulcros de morfologia heterogénea, e a necrópole de S. Martinho de Almoneixe (Touro), original concentração de dez sarcófagos monolíticos de tipologia arcaica junto do templo da mesma invocação. A tumulação nas dependências do local de culto beneficiava os mortos das preces dos vivos e da protecção do espaço sagrado. Entre os séculos X a XII é frequente outro género de cemitérios, não rupestres, que se associam a um templo, por desejo de inserção no lugar santo. Os sarcófagos encontrados na Igreja Matriz de Vila Cova-à-Coelheira sugerem a origem pré-nacional da paróquia, entre os séculos X e XII.


O estudo do primitivo povoamento


Antigos moinhos do rio Côvo
Quando, em finais do século XIX, J. Leite de Vasconcelos apresentou a Orca de Juncais à comunidade científica, inicia-se a divulgação da riqueza arqueológica de Vila Nova de Paiva. O pioneirismo é ainda do casal alemão Georg e Vera Leisner que percorreu a região nos anos ‘30 e mais tarde na década de ‘50, fazendo o inventário de vários monumentos megalíticos.
Nos anos ‘70 E. Shee Twohig dedicou-se ao levantamento de pinturas e insculturas em monumentos megalíticos da Beira Alta.
Nova fase significativa começa quando, nos inícios dos anos ‘90, Domingos J. Cruz se interessa pelos monumentos funerários neolíticos e calcolíticos da região. Segue-se a direcção de um projecto de grande diacronia – ‘Alto Paiva: sociedade e estratégias de povoamento desde a Pré-história Recente à Idade Média’ (1998-2002) –, no âmbito do qual empreendeu campanhas de escavações e prospecções.
Actualmente desenvolvem-se três projectos de investigação, para estudar os períodos ainda pouco conhecidos em toda a Beira Alta, nomeadamente a Idade do Bronze Final, Idade do Ferro e Romanização, Antiguidade Tardia e Alta Idade Média.


Estão referenciadas mais de três centenas de sítios arqueológicos no Alto Paiva, compreendendo uma cronologia vasta que começa em cerca de 5000 a. C., testemunhada por habitats diversos, locais fúnebres e de culto, alguns pressupondo já ligações das gentes a um território. De momento são conhecidos cerca de 130 sítios arqueológicos nos limites do Concelho, avultando os de cronologia Neo-calcolítica (entre o V e o II milénios a. C.), não só pelo seu número, como também por representarem uma diversidade tipológica pouco comum a nível nacional. Da Pré e Proto-história sobressaem nesta região beiroa dois importantes povoados, um da Idade do Bronze Final e outro da Idade do Ferro. Destaca-se ainda a grande riqueza dos vestígios da época alto medieval, testemunho da primeva cristandade.


No intuito de auxiliar a descoberta desse património cultural por diversos segmentos de público, no ano de 2000 foi editado um breve roteiro e, em 2001, iniciou-se a construção do Museu Arqueológico do Alto Paiva (MAAP), com a missão de preservar e valorizar, através da divulgação, as colecções, os monumentos e os sítios. Enquanto centro natural de uma unidade geomorfológica que se repercutiu na economia e sociedade do Alto Paiva desde a Pré-História até ao crepúsculo da Alta Idade Média, o Concelho de Vila Nova de Paiva propõe-se acolher no Centro Interpretativo espólios oriundos da região.Praias Fluviais.


Praia fluvial do rio Côvo: 
Banhado pelos Rios Vouga, Paiva, Côvo e Mau, o Concelho de Vila Nova de Paiva tem nas suas linhas de água uma enorme fonte de riqueza, paisagística, e económica, com impacto significativo nas áreas do lazer e do turismo. Ao longo dos cursos de água existem diversas áreas vocacionadas para o lazer, nomeadamente as praias fluviais.


Praia Fluvial do rio Côvo.:
Localiza-se "em Vila Cova" em Vila Cova à Coelheira. É uma área relativamente plana, atravessada pelo rio Covo e com uma pequena ponte de pedra. No local há três azenhas com os respectivos canais de transporte de água.


Praia Fluvial/Parque Urbano do Touro. Uma aposta da Câmara Municipal de Vila Nova de Paiva, não só na criação de uma área de lazer mas também na reabilitação de toda a zona central da povoação do Touro. Criou-se uma zona de banhos e na área envolvente surgiram espaços de lazer, adequados ao repouso, à confraternização e à prática desportiva.social.


Praia Fluvial de Fráguas. Foi recentemente objecto de melhoramentos na área envolvente e é uma das mais frequentadas na Região. Uma atmosfera aprazível e calma. Na margem direita encontra-se o núcleo urbano histórico, a esquerda quase confina com a serra, daí os declives acentuados que a tornam ainda mais sedutora. Quinta da Azenha. Existe uma pequena represa que proporciona condições para banho nas águas “menos poluídas da Europa”, as do rio Paiva. Na margem direita, o Clube de Caça e Pesca de Vila Nova de Paiva, desenvolveu um espaço de lazer propício a encontros familiares.


Fonte: http://www.cm-vnpaiva.pt/

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