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AGUIAR DA BEIRA - GUARDA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Aguiar da Beira, é uma Vila Portuguesa, província da Beira Alta, e pertence ao Distrito da Guarda.
Aguiar da Beira estava no agendamento da viagem de retorno do Sabugal, com destino à Srª da Lapa, uma visita sempre repetida com agrado, já que alguns companheiros ainda não conheciam o santuário com a sua lapa interior, bem como a sua história, e a visita foi uma agradável surpresa para quem a visita pela primeira vez.


              HISTÓRIA:
Aguiar da Beira é um município pertencente à Beira Alta, da comarca de Trancoso, distrito da Guarda, diocese de Viseu e Região de Turismo do Centro.
Integra a Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões. Aguiar da Beira é uma vila muito antiga e não se conhece a sua origem exacta. Inclui apenas a freguesia de Aguiar da Beira. De entre os lugares do município, somente Aguiar da Beira tem estatuto de vila, sendo os restantes aldeias. O concelho de Aguiar da Beira recebeu foral de Dona Teresa em 1120.
É sede de um município com 203,68 km² de área, ergue-se a 781 m de altitude e 5 521 habitantes (2011), subdividido em 13 freguesias.

O município é limitado a norte pelo município de Sernancelhe, a leste por Trancoso, a sueste por Fornos de Algodres, a sudoeste por Penalva do Castelo e a oeste por Sátão. Feriado Municipal – 10 de Fevereiro.
A análise do património arqueológico na região sugere a hipótese de que a ocupação humana remonta, pelo menos, até ao IV milénio a.c., teoria alicerçada nas investigações levadas a cabo no Núcleo Megalítico de Carapito, constituído por quatro estruturas megalíticas, de entre as quais se destaca o Dólmen de Carapito (classificado como Monumento Nacional pelo decreto-lei n.º 735/74 de 21 de Dezembro).


IGREJA MATRIZ
Do período proto-histórico existem três povoados, de possíveis origens castrejas, nomeadamente o Castro de Carapito, o Castro da Gralheira  e o Castro das Abelhas, sendo possível aí vislumbrar vestígios de construções. A presença de tegulae (telhas) romanas no Castro das Abelhas e Gralheira parecem apontar ainda para posterior ocupação romana.



Da presença romana na região subsistem também outros vestígios, como é o caso de uma edícula em granito, descoberta na aldeia de Penaverde (e actualmente conservada no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa), e vários silhares almofadados  que foram reutilizados na construção do pano da muralha do castelo medieval da vila de Aguiar da Beira, bem como mais exemplares encontrados em restantes aldeias do concelho, na maioria dos casos fazendo parte do aparelho de construção de casas de habitação.


Após o século V, e apesar da instabilidade provocada por sucessivos conflitos consequentes da derrocada da administração romana (invasões bárbaras, ocupação islâmica, guerras da Reconquista) e do fenómeno de ermamento que se verificou em muitas zonas do interior do país, a ocupação da região manteve-se durante a Alta Idade Média, o que talvez possa ser comprovado pela existência de sepulturas talhadas na rocha, bem como sarcófagos, que em algumas áreas constituem autênticas necrópoles, como acontece em Aguiar da Beira (Núcleo de Sepulturas da Regada) e Moreira, enquanto noutros casos se encontram totalmente isoladas, como se observa em Penaverde ou Mosteiro. Mais exemplos de semelhantes sepulturas e sarcófagos podem ser encontradas em Colherinhas, Pinheiro e Sequeiros. Estes espaços de morte apontam para presença humana entre os séculos VII e XII.


À Baixa Idade Média, com a relativa pacificação do território, corresponde uma fase de reforço da administração, e desenvolvimento de um novo sistema judicial e socioeconómico, que encontra expressão na concessão de cartas de foral a determinadas regiões, com o objectivo de fomentar a ocupação de determinado espaço, ou legalizá-la, caso ela já exista. É assim que Aguiar da Beira, bem como Penaverde, receberão os seus forais no século XIII. Em inícios do século XVI também Carapito será elevado ao estatuto de Concelho, por via de carta de foral, reinando então D. Manuel.

A concessão de Carta de Feira à vila de Aguiar da Beira por D. Dinis, em 1308, é revelador da importância que este aglomerado assumia já na altura em termos de dinâmica económica.
Após o século XVI, e durante toda a época moderna, o território actualmente compreendido pelo Concelho de Aguiar da Beira estava dividido entre os Concelhos de Aguiar, Carapito e Penaverde. Circunscrição que se haveria de manter até ao século XIX, altura em que a reforma administrativa levada a cabo pelo governo liberal dissolveu, em 1836, os Concelhos de Carapito e Penaverde, sendo o primeiro incorporado no Concelho de Aguiar da Beira, e tornando-se o segundo uma freguesia de Trancoso, vindo posteriormente (1840) a transitar para o Concelho de Aguiar. Também este último chegou, por um breve período, a perder a sua autonomia, a partir de 1896, altura em que se tornou freguesia do Concelho de Trancoso, vindo a readquirir o seu estatuto concelhio em 1898, agregando a si os antigos concelhos de Carapito e Penaverde.
No que a património histórico se refere existem elementos de destaque no Concelho de Aguiar da Beira. Para além das já mencionadas estruturas pré-históricas e castrejas é possível ao visitante contemplar património histórico e artístico de épocas posteriores, de não menor interesse e importância.

A nível de arquitectura religiosa, é de destacar, na própria vila de Aguiar da Beira, a antiga Capela de Nossa Senhora do Castelo, ou de Nossa Senhora do Leite, edifício medieval, de fundações românicas (século XIII?), bem como a Igreja da Misericórdia, edifício do século XVIII, em estilo barroco. Na freguesia de Forninhos, pode visitar-se a Capela de Nossa Senhora dos Verdes, seguindo também uma estética barroca, com decoração interior constituída por altar-mor e arco triunfal revestidos a talha dourada, sendo a cobertura do santuário totalmente preenchida por caixotões em talha representando santos, assim como cenas da vida de Cristo e da Virgem Maria. O imóvel beneficiou de protecção legal, sendo considerado de interesse público. Para além destas já referidas, inúmeras outras capelas e igrejas podem ser visitadas em praticamente todas as freguesias do Concelho de Aguiar onde, além de apreciar a arquitectura, o observador pode desfrutar do espólio de arte sacra, como é o caso dos altares barrocos, em talha, ou vários exemplares escultóricos indo desde o gótico até à actualidade.


Também na arquitectura civil se encontram elementos de invulgar interesse por todo o concelho de Aguiar da Beira. Coroando a própria vila de Aguiar destacam-se as ruínas do castelo, estrutura inserida dentro do género dos castelos roqueiros, e cuja origem será provavelmente anterior à nacionalidade (séculos VII a XI), destinada talvez a funções de vigilância e posto avançado para a zona de defesa fronteiriça do vale do Mondego e Távora. Não muito longe das ruínas da fortificação, e na parte da vila conhecida por “Largo dos Monumentos”, encontra-se implantado o Pelourinho Manuelino (séc. XVI), a antiga Torre do Relógio, e a Fonte Ameada, sendo estas três estruturas um dos principais ex-libris da vila, e beneficiando cada uma delas de protecção legal, enquanto imóveis de interesse público. Também neste largo se encontram a Casa dos Magistrados (séc. XV) e o edifício dos antigos Paços do Concelho (séc. XVIII).

Para além de Aguiar, também na aldeia de Penaverde e Carapito se podem ver os pelourinhos (ambos de origem quinhentista), símbolos de estatuto e autonomia concelhias. O pelourinho de Penaverde apresenta-se muito delapidado, tendo perdido o escudo e esfera armilar que antes possuía. Quanto ao pelourinho de Carapito, este apresenta um remate em forma de gaiola relativamente bem conservado, sendo o mais elaborado e completo de todos os três.

Por todo o concelho encontram-se vários exemplos de casas senhoriais (grande parte delas edificada por volta de finais do século XVII / XVIII), reflexo da prosperidade ou categoria nobiliárquica de alguns habitantes.

Em muitas casas de aldeias do Concelho foram identificadas marcas cruciformes, que indiciam a permanência na região de comunidades de cristãos-novos, que através da exibição deste tipo de símbolos, pretendiam evitar qualquer suspeita de práticas judaízantes. Contudo, estas marcas cumpririam ao mesmo tempo funções de agregação (contribuindo para a coesão dos elementos de tais minorias), bem como de discriminação (de maneira a que todos os cristãos-velhos tivessem consciência de que tais indivíduos tinham sangue judaico), para além de actuarem como símbolos de protecção contra as forças do mal.

Finalmente, refira-se ainda a Ponte do Candal que atravessa o rio Coja, na freguesia de Coruche, ponte de origem medieval, talvez anterior à fundação da nacionalidade, e que apesar da simplicidade da estrutura, se oferece como exemplo da engenharia medieval.
Fonte www.cm-aguiardabeira.pt

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