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VILAR MAIOR - SABUGAL

Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Vilar Maior, é uma Freguesia Portuguesa, pertencente ao Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda.
Vilar Maior, ficou-nos no coração, não só pela beleza desta aldeia típica de origens rurais, mas sobretudo pela simpatia das pessoas. Neste mundo globalizado, em que as pessoas contam muito pouco, felizmente que estas pessoas que vivem no interior não perderam as suas boas raízes ancestrais, e a genuinidade de serem boas pessoas, que mesmo tendo pouco ainda partilham com os outros. Aqui a solidariedade ainda é uma palavra com valor e significado. 

Chegados ao centro de Vilar Maior logo fomos bafejados pela simpatia de um habitante que ali logo na hora nos convidou a visitar o seu lagar, que por acaso até estava a fermentar vinho doce, e nos deu à prova vinho doce, vinho novo, e jeropiga, e como se isso não bastasse, ainda ofereceu alguns garrafões de vinho pelos companheiros interessados, seguido de uma agradável visita pelo rico e bonito centro histórico, num belo dia soalheiro e quente. 


Com tanta boa energia que nos acompanhava, ainda deu para apanhar com autorização, marmelos, uvas e maças, que abundam por todos os cantos, e as pessoas já nem ligam a tanta fartura que a natureza lhes ofereceu. Pena que as centenas de castanheiros ainda estavam verdes. No final da manhã dirigi-mo-nos para as autocaravanas a fim de almoçar, quando em conversa fomos abordados por duas simpáticas senhoras, que vendo que estava bastante calor, nos disponibilizaram o parque e o refeitório da Santa Casa da Misericórdia desta simpática terra chamada Vilar Maior. Com tão boas instalações, e  um ambiente fresquinho e agradável, e com o castelo ali tão perto, só poderia ser um belo banquete real. Um grande beijinho para as Senhoras da Santa Casa da Misericórdia de Vilar Maior de todos nós, Grupo AuToCaRaVaNiStA, pela inenarrável simpatia com que nos acolheram. Muito obrigado Vilar Maior, gostamos muito de vos visitar.


               HISTÓRIA:
A origem de Vilar Maior recua à Pré-História, sobretudo à Idade do Bronze, altura em que se terá instalado ali uma comunidade. Deste período, como atesta Marcos Osório, arqueólogo, num folheto informativo editado pela Câmara Municipal do Sabugal, já foram identificados vestígios cerâmicos e uma espada de cobre. Segundo o mesmo, na época romana o povoado ter-se-á desenvolvido sobretudo pela encosta sul. Durante o século XII, D. Afonso IX de Leão concede-lhe a primeira Carta de Povoamento. Mais tarde, em 1297, é integrada em território português pelo Tratado de Alcanizes. D. Dinis confirma o anterior foral e efectua obras de restauro na fortificação, construindo uma torre de menagem adossada à cidadela primitiva. Em 1510, D. Manuel atribui-lhe um novo foral, de forma a motivar o seu repovoamento. O concelho de Vilar Maior foi extinto em 1855, a par do de Sortelha.


Vilar Maior dispõe de um vasto património edificado, sendo que o castelo do século XIII é certamente a “imagem de marca” daquela localidade raiana. É na parte mais alta da aldeia que se encontram os monumentos mais importantes, das quais se destaca a Igreja Matriz, com um tecto em abóbada, toda construída em granito e dedicada a S. Pedro. O altar-mor é em talha dourada, vinda do convento de S. Francisco da Guarda. Em frente ao altar de Nossa Senhora do Castelo, imagem da roca, uma pia baptismal visigótica vinda das ruínas da Igreja de Santa Maria do Castelo. Do castelo, classificado como imóvel de interesse público, ainda são visíveis as três cinturas de muralhas, ainda que a segunda e terceira cintura tenham sido destruídas pelas guerras. A torre de menagem do castelo é uma das mais altas torres de Portugal.

São ainda pontos de interesse as sepulturas antropomórficas, as ruínas da já referida Igreja Românica de Santa Maria do Castelo, o Pelourinho, a prisão, os solares do condes de Tavarede e dos Quevedos Pessanha, várias capelas (como a Capela de S. Sebastião), o edifício do antigo forno comunitário. Além disso, o aglomerado encontra-se inserido numa região de «profunda riqueza natural», como descreve Marcos Osório. Localizada entre duas ribeiras, no ponto de confluência com o Côa, «possui uma qualidade paisagística excepcional». Este valor natural é complementado pela existência de uma mata de carvalhal negral classificada. Vilar Maior apresenta uma marcada presença judaica, sobretudo pelos sinais hebraicos, inscrições judaicas na igreja matriz e nas casas perto do Largo das Portas, e a sinagoga ostentando o seu imponente altar feito em pedra granítica alisada a cinzel, onde eram guardadas as Leis, ou Torá.
Fonte: Terras da Beira ed. 4 de Setembro de 2003

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