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CANELAS ALDEIA DO XISTO - AROUCA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

A Freguesia de Canelas pertence ao Concelho de Arouca, Distrito de Aveiro, Portugal. A sua zona mais antiga, liga o seu casario predominantemente construído em xisto ao leito do Rio Paiva. Existe no local a última pedreira de lousa, mais conhecida como a pedreira do Valério, onde se faz a extração das tradicionais lousas que muitos de nós usamos na escola no passado, também chamadas ardósias. 


Existe também, não muito distante dalí o Centro Interpretativo e Geológico de Canelas- Arouca. A jazida paleontológica de Canelas, situada no percurso de Arouca a Alvarenga, é uma louseira onde ocorrem invertebrados fósseis de numerosas classes: trilobites*, graptólitos*, braquiópodes, bivalves, gastrópodes, cefalópodes, equinodermes, e icnofósseis. Não deixe de visitar o GeoPark.


O local é especialmente conhecido pelas trilobites gigantes (até 70 cm) de idade ordovícica, várias das quais transitaram já para os melhores museus da Europa. De salientar que estas trilobites são classes de animais, extintas há cerca de 250 mil anos. Os autocaravanistas tem a vantagem de poderem fazer as visitas, e no final da tarde recolherem ao centro da Vila de Arouca, mais propriamente no parque da feira, onde existe a Área de Serviço para Autocaravanas, uma parceria do nosso Portal AuToCaRaVaNiStA - Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, e a Câmara Municipal de Arouca. Inaugurada em 2014 "Veja aqui a inauguração"
Veja as coordenadas GPS na nossa Base de Dados aqui neste Portal, na barra lateral. Não esqueça de ler e imprimir para oferecer as nossas Regras de Ouro. O Portal AuToCaRaVaNiStA - Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, deseja-lhe uma boa estadia em Arouca.

            HISTÓRIA:
CANELAS - AROUCA - (Terras de Xisto):
Canelas é uma freguesia do concelho de Arouca desde o ano de 1843, tendo pertencido até esta data ao extinto concelho de Alvarenga. É constituida pelas aldeias de Gamarão de Baixo, Gamarão de Cima, Mealha, Vilarinho, Estreitinha, Canelas de Baixo, Canelas de Cima. Tem como Padroeiro S. Miguel e pertence à diocese do Porto, depois de ter pertencido à de Lamego até ao ano de 1882. O passado de Canelas... Do passado muito remoto Canelas tem razões palpáveis para se orgulhar da sua sorte.

Os vestígios paleontológicos de trilobites encontrados na exploração das lousas, são fósseis de animais marinhos que viveram no mar da época há cerca de 490 milhões de anos. Estes achados são pela sua riqueza científica, o fenómeno mais raro desta terra. 


Hoje é considerado que Canelas possui as maiores trilobites do Mundo. De um passado mais recente existem vestígios de uma ocupação Romana ao longo do "complexo xisto-Grauváquio" onde exerceram forte actividade mineira, que se comprova pelas inúmeras minas existentes, e que se destinavam à exploração de ouro, destacando-se as minas da "Gralheira D'água " e as da "Ribeira de Mealha" em ambos os locais se encontraram pequenas mós manuais de granito destinadas a triturar as rochas, esta actividade terá sido exercida desde o séc. I d.c. ao séc. 111 d.c. Mais recentemente, mas ainda anterior à nossa nacionalidade existem documentos que referenciam o lugar de " Vilarinho " nesta Freguesia de Canelas datados do ano de 883.
Em Canelas foi proprietário Moço Viegas, filho do Aio e grande amigo da ordem do templo, à qual deu aqui propriedades em Setembro 1139, Moço Viegas doou a Ermígio Viegas seu segundo primo, por ser filho de Egas Ermiges, metade da Vila Agrária de Canelas, no «território lameceuse subtus mons fuste discorrente sibulo Pavia» que lhe tinham sido dados por D. Afonso Henriques. Terá sido nesta época que Canelas se afirma, e terá roteado as suas pobres terras agrícolas, mas que foram suficientes para a sua subsistência até aos nossos dias.

Em 1201 foi feita ao mosteiro de Arouca doação de uma herdade do Toiral, esta Quinta do Toural foi até meados do séc. XX a mais rica e influente de toda a freguesia. Isolada e fechada sobre si mesma há quem a tenha considerado um fendo, auto suficiente.As suas extensas terras, o gado, a castanha e o vinho contribuíram para um evidente acumular de riqueza. Fizeram história nesta Quinta a tentativa de assalto da quadrilha do "Zé do Telhado" em meados do séc. XIX. 


Chegaram até aos nossos dias os relatos que levaram ao esconder da fortuna no estrume do quinteiro, enquanto os proprietários se refugiavam em moreias de palha. Logo depois a luta de influências movida pelos seus donos, junto do Conde de Paiva para afastar dos seus domínios a estrada projectada entre Castelo de Paiva e Alvarenga e que segundo estes traria novos assaltantes a esta Quinta. D. Simões Júnior nos seus subsídios para a monografia de canelas também diz: Foi um Curato muito pobre, pelo que em 21 de julho de 1784 o Dr. João Baptista de Pinho Ferreira, visitador pelo Bispo Dom Manuel de Vasconcelos, capitulava: «Esta Igreja é um curato anual, cuja apresentação e dízimas pertencem à Universidade de Coimbra, de tão ténue, côngrua que em todos os anos obriga a algum sacerdote para aceitar a cura da mesma Igreja» 


 No dia 31 de Maio de 1847, deixou marcas uma horrenda matança levada a cabo pelas tropas sobre o comando do Conde de Casal, que ao passarem na estrada da recosteira, desceram ao Lugar de Cima e aí mataram dois homens matando mais dois junto ao sítio dos Galinheiros, nessa ocasião também morreu um militar que foi sepultado junto da Tapada do Campêlo.


Teve grande importância no futuro de Canelas a descoberta do filão das lousas no ano de 1820 por Manuel da Costa, uma monografia publicada na gazeta de Arouca no ano de 1909 sobre Canelas pelo professor Pinto de Madureira que diz "calculam - se em 400 a 500 carradas de lousas que dali saem annualmente, algumas para freguesias muito distantes. É esta a maior riqueza de Canellas " As lousas vieram substituir o colmo na cobertura de quase todas as casas de Canelas e das freguesias mais próximas. A visita recente do arqueólogo António P. Silva à Freguesia de Canelas considerou lugares de interesse para possíveis estudos sobre o passado, o "Campo da Arrochada" o "Calhau Pedreiro" e o "Forno da Telha".

Extraído do site da J.F.Canelas

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