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CASTELO DE PORTO DE MÓS - LEIRIA






Apontamento AuToCaRaVaNiStA

CASTELO DE PORTO DE MÓS
Porto de Mós é uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Leiria, região Centro.
Falar de Porto de Mós é falar de um dos mais belos Castelos de Portugal. Diferente dos outros na sua arquitetura, serra abaixo ou serra acima ele apresenta-se imponente e majestoso. Uma vila histórica que o Portal AuToCaRaVaNiStA recomenda. Tem Área de Serviço para Autocaravanas situada no parque verde. Veja aqui no nosso site as coordenadas na nossa base de dados de áreas de serviço para autocaravanas.


          HISTÓRIA:
O nome e a história de Porto de Mós (Portus de Molis), nasceu há mais de 2000 anos ao tempo em que o rio Lena era navegável e as jangadas romanas aqui embarcavam as pedras de mós, talhadas na Pedreira do Figueiredo e, mais tarde, o ferro das minas de Alqueidão da Serra. Mas os segredos do passado de Porto de Mós remontam ao tempo em que o mar cobria estas terras e se iniciaram os enrugamentos terrestres do Jurássico. As ossadas de dinossauros e a tartaruga petrificada são alguns dos tesouros que este concelho guarda há mais de 150 milhões de anos e que agora expõe no seu notável Museu Municipal, onde se descreve toda a pré-história desta região, nos machados e nas pontas de pedra lascada do Paleolítico, nas pedras polidas do Neolítico, nas cerâmicas e objectos de cobre do Calcolítico, ou nos pesos de tear, nas pedras de espremer o mel, nas moedas e nas lanças de ferro do Império Romano.

Subindo na História, pela bela calçada romana de Alqueidão da Serra e percorrendo as encostas de calcário, de moinhos e de aldeias de pedra das serras dos Candeeiros, de Santo António e de Aire, separadas por bucólicas depressões e majestosos anfiteatros naturais, descobre-se, desde o Alto dos Moinhos Velhos, o panorama frutícola do Vale do Lena e da vila de Porto de Mós abraçada ao morro dolomítico do castelo, conquistado por D. Afonso Henriques aos mouros em 1148 e que teve no lendário D. Fuas Roupinho o seu primeiro alcaide.

A planta quadrangular do castelo define quatro torreões aos quais D. Afonso - Conde de Ourém deu em 1450 as feições palacianas que o tornaram num dos mais belos castelos de Portugal.

Fonte: www.municipio-portodemos.pt

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PASSADIÇOS DAS RIBEIRAS DO RIO UÍMA - FIÃES - FEIRA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Os passadiços do Parque Natural das Ribeiras do Rio Uíma, situam-se maioritariamente na Freguesia de Fiães, Concelho de Santa Maria da Feira, "Distrito de Aveiro", a cerca de 20 kms do Porto Portugal.
O Rio Uíma tem a sua nascente no lugar de 2 Igrejas em Romariz - Santa Maria da Feira, e desagua em Crestuma - Lever, no Rio Douro, a jusante da barragem hidro-elétrica.
PARQUE SUL: Coordenadas GPS - N 40º59'10" - W 08º30'32"


O Rio às Avessas que percorre e atravessa o Centro de Fiães, desagua igualmente no Rio Uíma, onde se cruzam e misturam, aqui, exatamente nas Ribeiras, que é um paraíso natural e ambiental no seu estado puro e selvagem, e que se pode ver, ouvir e sentir tudo o que a rodeia num ambiente puramente natural, isento de ruídos estranhos, onde apenas se ouve o murmurar do vento (quando há) o chilrear dos pássaros, o som das águas cristalinas, e os aromas da enorme biodiversidade que existe neste espaço idílico e natural. 


O MELHOR QUE FIÃES OFERECE:

É o melhor que a cidade de Fiães tem para oferecer aos visitantes no momento, já que está em curso novas obras de interligação através do Miradouro do Monte das Pedreiras, que está a sofrer também algumas melhorias com a aquisição de uma antiga fábrica de calçado, que irá ser demolida para extensão daquele parque de lazer situado próximo das Piscinas Municipais. 



Existe ainda um projeto no ar, lançado por um órgão de comunicação social não oficial, e independente, "Tribuna Fianense" ao qual o Portal AuToCaRaVaNiStA se associou em parceria, no sentido de se criarem condições para integrar um Parque de Autocaravanas, na nova fase de investimento nestas infraestruturas de preservação da biodiversidade e do ambiente de natureza que Fiães possui em grande escala. 


Em conformidade com o diálogo mantido com a Direção da Tribuna Fianense (promotora desta ideia) foi feito um croqui de um eventual projeto para a zona central da Cidade, que incluiria um Parque de Lazer com, Parque de Estacionamento - Leito inicial do Rio com cascata - Parque de Merendas - Praia Fluvial - Zona Verde com churrasqueiras - Ponte com cascatas em escada - Velhos Moinhos transformado em Bar e Restaurante - Moinho de exibição didático, etc. 


Existe ainda neste contexto, "Projeto Cidade Verde", um conjunto de condições favoráveis para a extensão desta infraestrutura ao passadiço das Ribeiras do Rio Uíma, onde futuramente se poderia alargar o Parque da Cidade com as tais condições para um Parque de Autocaravanas - Um Mini-Parque de Campismo - Um campo de Mini Golfe, Bar de apoio, etc. Estes foram os pontos que o Portal AuToCaRaVaNiStA abordou com a administração da Tribuna Fianense, e da qual dá o seu total apoio. Como é evidente são apenas esboços que naturalmente terá que ser o poder politico a pegar. O nosso empenho, é meramente o de alavancar definitivamente um projeto verdadeiramente estruturante, para colocar Fiães no Mapa. Cabe a decisão ao poder politico. Esperamos sinceramente que não passe apenas de uma utopia.


Ponte Romana (foto antiga)
Ponte Romana (foto recente)
Ficaremos entretanto com a expectativa em alta na esperança de que estas ideias se desenvolvam para fora do papel, já que catapultavam Fiães para o lugar que merece "CENTRO DA FEIRA" outrora uma terra um pouco mais evoluída que as suas congéneres,agora uma terra esquecida e atrasada.


Ideia/Projeto para extenção do Parque Natural das Ribeiras do Rio Uíma - Praia Fluvial do Chão do Rio - Fiães - Feira


Fiães tem excelentes recursos para evoluir para uma terra de prosperidade e visão "Turística Nacional e Internacional", é preciso é meter mãos à obra, e para isso Fiães conta com o poder politico, e principalmente com o seu Presidente Emídio Sousa em prol da sua terra. O site do sitio dos Passadiços. 


"PROJETO CIDADE DE FIÃES"

Este texto foi elaborado conjuntamente, e em parceria, com as administrações do Portal AuToCaRaVaNiStA - Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, e a Tribuna Fianense - Orgão de Comunicação Social Independente.

              HISTÓRIA:

O Parque das Ribeiras do Rio Uíma, integrado nas freguesias de Fiães (maior parte) e Lobão, combina vários sistemas de zonas húmidas, terrestres e ocupação humana, formando uma extensa várzea.



Aqui podem observar-se espaços muito ricos a nível da diversidade de habitats, albergando grande número de espécies vegetais e animais. Com a valorização das margens do Rio Uíma, nomeadamente com intervenções de preservação da biodiversidade e conservação do corredor ecológico, criaram-se condições para observar de perto os habitats naturais. É possível neste espaço realizar percursos pedonais, com interpretação de ecossistemas ribeirinhos com estatuto de proteção, e observar os ciclos de transformações anuais num equilíbrio harmonioso entre as condições naturais e sistemas humanizados. 
Fonte: www.rio-uima.pt

            APARTES:

ESTÓRIAS:


Entretanto vão surgindo alguns testemunhos do tratamento que se dá ao meio ambiente e à sua preservação, ou melhor à falta dela, quando outros interesses económicos se deparam! Infelizmente as coisas processam-se assim, uns interesses sobrepõem-se a outros mais importantes, o do vil metal.



TESTEMUNHO:


"Queria dar-vos o meu testemunho do passeio que dei, recentemente, até à nascente do rio Uíma em Duas Igrejas, para que tenham conhecimento das atrocidades que estão a ser cometidas, numa área tão rica em biodiversidade como esta.




A meio do caminho, já no limite da freguesia, deparei com uma enorme terraplanagem da A32 em construção, que cobriu um vasto trecho do leito do rio Uíma, agora entubado, e que se preparam para desviar através de uma passagem hidraulica, que ficará debaixo da nova via em construção. Não poderiam ter adoptado uma solução alternativa em viaduto, que mantivesse o leito do rio a céu aberto, e não afectasse a linha de água? Foi para poupar uns “cobres”, ou os senhores projectistas e do mi(ni)stério do ambiente não se deram ao trabalho de visitar o local? Apregoa-se à boca cheia a defesa do ambiente, mas na prática, e aos poucos, vão-se cometendo erros irreparáveis."José Bento"


"E ASSIM VAI O NOSSO PORTUGAL"

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ZUMAIA - GUIPÚZKOA - PAÍS BASCO - ESPANHA

Ao fundo - Igreja de S. Pedro de Zumaia

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Zumaia é um Município Espanhol da Província de Guipúzcoa, Comunidade Autónoma do País Basco. Vila piscatória pitoresca, muito agradável, com boa gastronomia ligada à pesca, (embora um pouco caro) com uma grande variedade de pratos, bocadillos, pintchos, etc. Existe na Marina (Erandio) um parque de autocaravanas com pernoita, e serviços mínimos de serviço completo e gratuito. A poucos metros, existe um estaleiro naval de reparação de navios de grande porte. Local de passagem a caminho do centro do País Basco.


            HISTÓRIA:
Situado na confluência do Mar Cantábrico e da Baía dos rios Urola e Narrondo, Zumaia é um dos três Municípios que compõem a Costa Basca e Geopark. O Casco Histórico ainda mantém o seu traço medieval. O seu Patrono é S. Pedro, e a Igreja de estilo Gótico com o mesmo nome foi construida no século XIII, construído no ponto mais alto de Zumaia, e que mais parece um castelo, dada a sua natureza de fortaleza. Composto de uma só nave, o seu interior é um dos mais belos espaços gòticos de Euskadi, e que destaca um retábulo da autoria de Juan de Anchieta. Este imóvel está classificado como um Monumento Nacional.


Visitando um pouco mais este território, (Zumaia e Ubillos) e depois de nos embrunharmos pelas ruas estreitas, da Vila, destacamos outros edifícios de grande interesse patrimonial e histórico, como, os Palácios Olazabal e Goicotorre, e as praias de Itzurun e Santiago. 

A Praia de Itzurun, muito rica em iodo, é a mais próxima do centro histórico, sob a proteção da capela de San Telmo. A Praia de Santiago no extremo da Vila, junto aos pântanos do rio Urola. Existe aqui próximo, também o Museu de Zuloaga, que foi a casa e o estudio do conhecido pintor Eibar, e onde parte da sua coleção é mantida.




Outros pontos de interesse turístico onde são vistas as espectaculares falésias, muito interessantes a partir do ponto de vista geológico na praia de Deba Itzurun. Pode fazer-se um belo passeio para admirar as formações rochosas únicas que se elevam acima do mar.



Na maré baixa, é exposto um fenómeno peculiar conhecido como Flysch . Esta é uma área de abrasão provocada como um resultado da erosão do mar, formado por diferentes camadas de calcário e arenito.



  FESTAS DE SAN TELMO:

Esta Vila tem uma grande tradição marítima, e os seus principais festivais são San Telmo (padroeira dos marinheiros), onde é habitual sair vestido de azul com roupas típicas dos pescadores. Incluem vários eventos, como a procissão do dia de San Telmo, os tamborradas, jogos de bola, os trainerillas corrida. Estas festividades são San Pedro, que incluem um programa variado, terminam com fogos de artifício, e concertos , etc.


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GIMONDE - BRAGANÇA - PORTUGAL


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:

Gimonde é uma pequena aldeia do xisto, aldeia fortificada no tempo proto-romano região de confronto entre Celtas e Romanos. Uma aldeia transmontana chamada de terra fria, encravada nas encostas da serra de montesinho, que faz ligação através de uma ponte romana chamada de ponte velha, por onde passa o rio Malara. Pena é ver muitas das habitações que pertencem a uma só família de Lisboa, e que não arranja, e não vende estes imóveis de xisto que estão a perder-se a cada dia que passa.


Gimonde com as suas 2 pontes
Casas do xisto para recuperar
Caindo estas velhas paredes nunca serão substituídas pelas novas com o grau de valor patrimonial, como a original. Com uma vista a perder-se no horizonte da serra do parque de Montesinho, a 4ª maior elevação de Portugal, onde se vislumbram os antigos pombais espalhados um pouco pela serra, alguns recuperados, outros em ruínas. Gimonde está bem servida no que toca à gastronomia, com os melhores restaurantes de fama na região de Bragança, e até com menção honrosa por parte da Câmara Municipal, pelo incentivo à fixação da população, e ao desenvolvimento da terra. 


Butelo com Casulas confecionado
O Butelo com Casulas a coser
Comprovo pessoalmente que estes restaurantes locais arrastam muita gente à procura da boa gastronomia transmontana, com a sua prata da casa "o butelo com casulas" Uma espécie de cozido à Portuguesa mas confecionado de outra forma. As casulas são feijões com casca. Come-se tudo.



Uma prova gastronómica que degustamos com muito prazer à mesa, e aconselhamos a quem visita Bragança. O Mês de Excelencia para o Butelo com Casulas é por altura do Carnaval, e até se faz o Festival correspondente. Quem andar por estas bandas nesta altura não deixe de ver os Caretos, espalhados pelas aldeias.
Mas Bragança tem muito para dar aos seus visitantes, da gastronomia  dos enchidos, à morcela com mel que dá sempre aquele toque especial ao palato, o cordeiro grelhado, ou o cabrito do monte, são tudo iguarias a não perder.
- Bragança - Terra Fria - Terra de boa gastronomia -



              HISTÓRIA:
Gimonde / Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 29/90, DR, 1.ª série, n.º 163 de 17 julho 1990.

Povoado fortificado de Gimonde / Castro de Gimonde / Aldeia do xisto de Gimonde / Ponte velha de Gimonde / Igreja de Gimonde
Aglomerado proto-urbano. Povoado da Idade do Ferro com ocupação romana. Castro. (IPA.00000553)
Gimonde, Portugal, Bragança


Existe pouca leitura sobre a História de Gimonde, um dos textos que encontramos é da autoria do Cónego Belarmino Afonso, que transcrevemos aqui:
“Com este pequeno artigo, proponho realçar os valores culturais e históricos de uma zona que goza dos privilégios da aldeia e dos benefícios da cidade. Gimonde lembra-nos um antropónimo. Assim o afirma o Abade de Baçal. Em vez da forma actual, reveste as seguintes grafias: Jamundy, Gernundy, Gemundus. É um nome de pessoa, vulgar na Idade Média.

Gimonde não apagou ainda as marcas culturais que diversos povos ali deixaram. São o sinal da amenidade e produtividade do local. A água, a terra, a lenha, ainda hoje constituem factores de fixação. Quando os romanos aqui chegaram, encontraram a oposição dos celtas e de outros povos habitantes dos castros. O planalto do Guieiro e o vizinho castro da Sapeira constituíram unidades de colonização pré-histórica. Para anular a sua influência usaram os romanos da estratégia militar. A calçada romana serviu de meio de comunicação com Astorga e também para isolar os que tinham escolhido os pontos altos como lugares de defesa.

Mais do que um ponto de passagem, Gimonde constitui, desde a pré-história, e também para os romanos, lugar de sedentarização. A confluência dos três rios, as veigas e as orretas que estas linhas de água e respectivos declives determinaram influíram na sedentarização. Os vestígios arqueológicos testemunham o interesse das gerações pela influência dos três rios. O marco milenário (séc. III), dedicado ao imperador romano Cloro, uma estela funerária, vestígios de minas, testemunha a profunda romanização do local. A própria toponímia, castelares e marrão, realçam esse passado histórico que existe no evoluir de qualquer instituição social.

O relevo alcantilado das margens do Sabor e rios adjacentes lembram-nos as convulsões geológicas de tempos pré-históricos. Lá em baixo, junto da Quinta das Covas, o rio Sabor teve de descrever meandros sucessivos para romper caminho na sua caminhada lenta ao encontro do Rio Douro, no Pocinho.
As invasões bárbaras do séc. VI, principalmente dos visigodos e suevos, poucos vestígios aqui deixaram. Foi um modo de vida agrícola e pastoril, que a Idade Média herdou da pax romana. 


As estelas funerárias de Castro de Avelãs, Bragança, Donai, Babe e Meixedo, sem excluir a exploração mineira da aldeia de França e Portelo, atestam uma estada longa, quase de cinco séculos. Com a colonização romana pós-cristã veio-nos o influxo dessa civilização. As calçadas romanas sentiram o rodado dos carros romanos e o tilintar das lanças das suas legiões. No meio das centúrias e de outros funcionários administrativo veio também o germe da fé cristã. Cremos que no séc.VI a igreja e a sua organização paroquial já aqui estava implantada. Nossa Senhora da Assunção, a antiga Santa Maria, e Santa Columbina, a quem se faz festa anual, são indícios de uma paroquialidadeque vem já da alta Idade Média.


Os documentos referem que a “vila de Jenzundy esiforaria regis” (ver Inquirições, in Memórias, Abade de Baçal, Vol. III, p. 316). Esta “vila” de Gimonde, assim como as de Vila Meã e Deilão, também referidas nas mesmas Inquirições, são formas de exploração e ocupação da terra, tipicamente medievais. Ao lado das vilas, há também os vilares, casares, quintas e quintelas. São divisões diferentes que o povo fez no ager publicius. Ainda hoje existem os terrenos baldios, os prados, que os concelhos medievais reservaram, onde o cabaneiro podia cortar lenha, guardar o gado ou apanhar caça.


Os moinhos, a forja e o lagar, por vezes comunitários, prolongam até hoje uma forma de economia comunitária, onde a solidariedade, a que antes se chamava comunitarismo, supria as carências económicas de quem aprendeu a viver com pouco. A vinha, algumas oliveiras, a castanha, a criação de gado, o pombal, correspondem a uma ocupação do solo, que desde as gerações mais remotas quase não sofreu interrupção.



Novos horizontes económicos despontaram já para esta aldeia. Gimonde de hoje é a herdeira dessa outra que no séc. XVI(13.11.1538) ousou pôr perante o corregedor do rei, uma questão contra os moradores da “bylla de Bragança”, porque estes quiseram fazer “huuma coitada dessa villa per o ryo ssavor até a ponte que esta no camynho que vay para o castello douteiro”.
Dispersou-se o aglomerado populacional à beira da linha d’água. Nela se espelha a ponta dos negrilhos, já secos, sobre um morro xistoso, é testemunha de uma mensagem de esperança. 

De onde em onde, escaleiras exteriores recordam uma arquitectura cinzenta, tradicional. Lá estão ainda as fontes de mergulho, cavadas na rocha, a lembrar tipos de vida muito diferentes, com murmúrios de namoradas a amenizar o quotidiano. A ponte românica, levemente arqueada, é a testemunha mais silenciosa de todo esse passado. Na ponta de negrilho, já seco e que teima em manter-se em pé, penteia-se todas as manhãs um casal de cegonhitos, acessorados pelo casal de pais, bem conchos dos filhotes que geraram. Em baixo, no prado, um ou outro turista arrumou a rolote ou a tenda, fugindo ao bulício de cidades distantes.

No Outono, que se promete algo fresco e saudoso do Verão, vêm os caçadores e pescadores à procura desse mundo perdido, onde a realidade e o sonho deixaram marcas quase a desaparecer deste mundo rural que temos de recriar. Tornem-se os rios mais limpos, onde a água não se envergonhe do leito e das margens por onde correm. Florestem-se as arribas, povoem-se os montes de caça, extingam-se os incêndios. Então, sentiremos todos que o “paraíso perdido”, com pássaros e orquestras naturais, há-de voltar.


Fotos e introdução - by jbmendes
Fonte Históriac: Conégo Belarmino Afonso

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